EVANGELHO: O ALIMENTO FORTE
“Não se preocupem tanto com coisas que se estragam, como a comida, mas usem suas energias buscando o alimento que permanece para a vida eterna, o qual o Filho do Homem pode lhes dar. Pois Deus, o Pai, colocou em mim seu selo de aprovação.” João 6:27 NVT
Para um crescimento saudável, seja de plantas, seres humanos ou qualquer organismo, existem alguns fatores essenciais, um deles é a nutrição. A alimentação adequada, sem pular refeições e com oferta correta de alimentos, fontes de energia, proteínas, vitaminas e minerais, garante um crescimento potencial de acordo com nossa herança genética. Para a manutenção da vida as pessoas as pessoas precisam beber e comer com regularidade.
O mesmo se aplica ao evangelho da graça de Deus. Ele deve ser colocado cada vez mais no centro de tudo; precisamos torna-lo pessoal. A partir do momento em que nos aprofundarmos na graça de Deus e a tornarmos parte integrante de nossa vida diária, experimentaremos um crescimento espiritual significativo. “Antes, cresçam na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, agora e para sempre! Amém.” 2 Pedro 3:18 NVT
Para alguns permanece a ideia equivocada de que a obediência a Deus nos faz sermos aceitos por Ele, quando na verdade o princípio do evangelho segue um outro caminho: através da obra redentora do Senhor Jesus sou aceito por Deus, como consequência dessa aceitação me satisfaz obedecê-Lo. “Mas Deus nos prova seu grande amor ao enviar Cristo para morrer por nós quando ainda éramos pecadores.” Romanos 5:8 NVT
O “crê no Senhor Jesus e serás salvo” (Atos 16:31) é o ponto de partida para o início de um relacionamento do Deus e, através desse novo relacionamento, ganhamos uma nova identidade. Entretanto, precisamos atentar para um detalhe importantíssimo: salvação é ato e processo. Precisamos estar atentos porque mesmo depois da conversão o nosso coração, que é enganoso, poderá ser guiado por outros princípios. Essa conscientização nos lembra da importância de permanecermos vigilantes e alinhados com os princípios do evangelho e um deles é: caminhar em santificação. “Esforcem-se para viver em paz com todos e procurem ter uma vida santa, sem a qual ninguém verá o Senhor.” Hebreus 12:14 NVT
Com muita facilidade colocamos a aprovação de outras pessoas, o sucesso profissional, o poder, a influência e a família à frente da Obra de Deus, abandonando o princípio que nos garante que a realização de Seu projeto em primeiro lugar fará com que as demais coisas nos sejam acrescentadas. (Mateus 6:33)
Esta semana, uma leitora me contou a seguinte experiência: O responsável pelo grupo de louvor de sua igreja iria se casar, e ela ficaria responsável por ensaiar o grupo. Ao mesmo tempo, estava estudando para um concurso de professor substituto em uma renomada universidade de nossa cidade. Ela pausou todos os seus estudos para se dedicar com exclusividade aos ensaios. Aprendeu todas as vozes para cantar com os irmãos, estudou cuidadosamente as partituras de cada instrumento; enfim, segundo seu relato, toda preparação ocorreu de forma intensa. Como resultado de sua dedicação e auxiliada pelo Senhor, o casamento foi uma bênção, e na segunda-feira após o casamento, o edital do concurso foi oficialmente publicado. Ela teve apenas um mês para estudar os pontos da prova. Maravilhosamente, o Senhor a honrou: passou em primeiro lugar naquele importante concurso. Essa foi a sua experiência: enquanto ela cuidava das coisas do Senhor, Ele cuidava de suas necessidades, inclusive de sua família.
Em outra experiência marcante, diante das preocupações cotidianas, Valter orava ao Senhor colocando diante do Pai os seus anseios e temores. O Senhor lhe perguntou: “Meu servo você pode fazer a sua vida?" Valter respondeu: “Senhor, não posso.” Diante da resposta, novamente o Senhor lhe perguntou: “Meu servo, você pode fazer a minha obra?” Valter respondeu: “Posso Senhor.” O Senhor concluiu: “Faz a minha Obra e eu faço a tua vida.” (https://www.youtube.com/watch?v=nZ_oY7dGwoQ)
Essas duas experiências mostram servos que, ao absorverem a mensagem genuína do evangelho e se alimentarem dela, permitiram que ela se integrasse a eles.
Qual o significado dessas decisões? Todo esse empenho gerado vem de uma compreensão mais profunda da salvação de Cristo e de experiências derivadas das mudanças de prioridades que o evangelho, como alimento forte, produziu em seus corações. A fé no evangelho e o alimentar-se dele transforma nossas motivações, autoconhecimento, identidade e visão de mundo.
Por que, então, somos tão hesitantes em abraçar o evangelho ao ponto de vivê-lo como forma de vida? O evangelho não é simplesmente o “abecê” da vida, mas o abecedário completo. A razão de tamanha indecisão está no fato de não recorrermos a ele – o evangelho – de contínuo, para experimentá-lo em nosso interior ao ponto de darmos testemunho dele em nosso exterior.
O evangelho é alimento forte e como bem anotou Martinho Lutero: “A verdade do evangelho é o artigo principal de toda a doutrina cristã... Precisamos conhecer bem esse artigo, ensiná-lo aos outros com intensidade e repetição contínua.” Martin Luther. A commentary os St. Paul’ Epistle to the Galatians (London: James Clarke, 1953, p. 101).
Nossa vida espiritual precisa de um crescimento saudável. Para tal, a alimentação adequada só será encontrada no evangelho genuíno. Assim como nosso corpo precisa de nutrientes para se desenvolver, nossa alma encontra nutrição e crescimento no evangelho verdadeiro. Ele nos sustentará como alimento essencial para a manutenção da vida eterna encontrada em Cristo Jesus. A verdadeira nutrição espiritual vem do nosso relacionamento com Jesus, que nos sustenta e nos dá vida abundante. No evangelho está a fonte de energia para nossas almas.
Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.
Pr. Décio Fonseca
Interessante como Lutero alcançou, pelo Espírito Santo, o sentido da verdade absoluta do Evangelho.
ResponderExcluirDe fato caro Godoy, Martinho Lutero tinha uma profunda compreensão do papel do Espírito Santo na interpretação da Bíblia. Ele reconhecia que, por meio do Espírito, a Escritura revelava a verdade absoluta do Evangelho. Lutero enfatizava que a própria Bíblia era a suprema juíza da doutrina e que todos deveriam se voltar a ela para discernir a verdade. Sua coragem em desafiar a autoridade da Igreja e defender a primazia das Escrituras teve um impacto duradouro na história do nosso povo.
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