PACIÊNCIA DE JÓ

“Aceitaremos da mão de Deus apenas as coisas boas e nunca o mal? Em tudo isso, Jó não pecou com seus lábios.” Jó 2:10 (NVT).

Conhecemos as experiências de Jó narradas em um livro da Bíblia que leva seu nome. Jó era um homem justo e próspero que enfrentou uma série de tragédias devastadoras: perdeu sua família, sua saúde e todos os seus bens. Mesmo assim, permaneceu firme em sua fé e confiança em Deus. Não é à toa que a expressão “paciência de Jó” se tornou um dito popular, designando um controle de espírito tão grande que nada é capaz de abalar.

Em nosso cotidiano, colhemos experiências que, somadas, têm o poder de moldar nossa história. Essas vivências nos conduzem ao amadurecimento e, mesmo nas tribulações sabemos que o sofrimento momentâneo produz perseverança, a perseverança gera experiência e a experiência traz esperança (Romanos 5:3-4). Somos maduros o suficiente para compreendermos que há um propósito em todas as coisas e que as nossas lutas não perduram indefinidamente. “...o choro pode persistir uma noite, mas de manhã irrompe a alegria.” Salmos 30:5b (NVI).

As provas pelas quais Jó passou nos oferecem ensinamentos preciosos, um dos quais é que a vida não é feita apenas de momentos agradáveis. Deus age especialmente nos momentos difíceis, trabalhando em nosso favor e moldando-nos segundo Sua soberana vontade, com o propósito de fortalecer nossa fé e nos preparar para batalhas maiores. Assim como o aço é fortalecido pelo calor intenso, as pessoas também se tornam mais fortes e resilientes ao enfrentarem adversidades. Deus deseja nos tornar pessoas maduras e conscientes.  Nisso vocês exultam, ainda que agora, por um pouco de tempo, devam ser entristecidos por todo tipo de provação. Assim acontece para que fique comprovado que a fé que vocês têm, muito mais valiosa do que o ouro que perece, mesmo que refinado pelo fogo, é genuína e resultará em louvor, glória e honra, quando Jesus Cristo for revelado.” 1 Pedro 1:6-7 (NVI).

O que aconteceu com Jó não se deu por acaso ou por um descuido de Deus, sendo ele um exemplo de virtude aos olhos do próprio Criador: um homem justo, íntegro e temente a Deus; que se mantém afastado do mal. (Jó 1:8). As primeiras linhas do livro revelam que ele era um homem abençoado por Deus

No decorrer da narrativa tudo nos leva a crer que, apesar de sua retidão de caráter e evidente religiosidade, Jó não conhecia a Deus da maneira que Ele desejava ser conhecido. Em todo o seu irretocável proceder, fica claro que Jó mantinha um relacionamento puramente superficial com Deus. Encontramos embasamento para tal afirmação em Jó 42:5, onde ele declara: “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te veem.”

Certamente, ao longo do sofrido caminho percorrido por Jó, Deus tinha um plano maior para sua vida. Jó precisava conhecer o Deus de poder, imutável e soberano em todas as Suas decisões, de forma mais profunda e íntima. Por isso, Deus o conduziu através de provações, levando-o a uma experiência extraordinária e transformadora.

No tempo de Deus, que é o “kairós”, e não no tempo de Jó, que era o “cronos”, a sorte de Jó foi mudada, justamente no momento em que ele orava por seus amigos. Seus olhos espirituais se abriram, e ele finalmente viu a Deus como Ele realmente é. Agora, Jó conhecia um Deus presente: um Amigo zeloso que não falha. “Depois que Jó orou por seus amigos, o Senhor o tornou novamente próspero e lhe deu em dobro tudo o que tinha antes.” Jó 42:10 (NVI).

Deus nos guia e instrui com amor, preferindo que nos aproximemos dEle por meio de Sua orientação e cuidado amoroso, em vez de apenas pela dor ou sofrimento. No entanto, esse mesmo Deus que nos atrai com amor eterno também usa as provações para nos transmitir aprendizados valiosos e nos aproximar dEle. “Eu o instruirei e o ensinarei no caminho que você deve seguir; eu o aconselharei e cuidarei de você.” Salmos 32:8 (NVI).

Situações aflitivas nos causam profundo desgaste físico e emocional, representando um grande desafio para os servos de Deus. O sentimento de solidão que nos envolve nesses momentos é desanimador, e pior ainda é ter amigos que, como os de Jó, não ajudam, tornando a situação ainda mais angustiante.

No entanto, é reconfortante saber que as experiências dolorosas existem para nos moldar e nos permitem dizer: “Por isso não desanimamos. Embora exteriormente estejamos a desgastar-nos, interiormente estamos sendo renovados dia após dia, pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles” (2 Coríntios 4:16-17, NVI).

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

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