MILAGRES: ECOS DO REINO DE DEUS EM NOSSAS VIDAS

“Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças, contudo nós o consideramos castigado por Deus, por ele atingido e afligido. Mas ele foi transpassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniquidades; o castigo que nos trouxe paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos curados” (Isaías 53:4-5, NVI).

Os milagres são uma manifestação poderosa do Reino de Deus e estão profundamente entrelaçados na missão de Jesus e em Sua mensagem. Ao enviar Seus discípulos, Ele não apenas os comissionou a pregar, mas também a curar e a trazer esperança. Em Lucas 10:8-9, Jesus instrui: “Quando entrardes numa cidade e ali vos receberem, comei do que vos for oferecido. Curai os enfermos que nela houver e anunciai-lhes: A vós outros está próximo o reino de Deus.” Essa passagem ilustra não apenas o poder do milagre, mas também o caráter benevolente do Reino, que se aproxima das pessoas com amor e compaixão.

Antes da vinda de Cristo, os milagres eram raros e, frequentemente, limitados a intervenções divinas em momentos críticos da história. Figuras proeminentes como Davi, Esdras, Neemias, Jeremias e Ester, apesar de suas grandezas, não presenciaram sinais sobrenaturais como os que se tornaram comuns após o ministério de Jesus. Esdras, por exemplo, não experimentou o mover do Espírito, nem recebeu visões ou ordens proféticas. Ele se apoiava unicamente na Palavra de Deus, demonstrando que, embora fosse um líder espiritual significativo, sua experiência estava restrita à revelação escrita.

As manifestações do poder de Deus antes de Cristo eram, muitas vezes, juízos divinos contra governantes e nações ímpias. As pragas do Egito e a humilhação de Nabucodonosor são exemplos claros de como Deus usou milagres para demonstrar Sua soberania e, em muitos casos, para trazer condenação a líderes opressores. Nabucodonosor, após sua experiência de humilhação, reconheceu o domínio eterno de Deus, proclamando: “Eu, Nabucodonosor, louvo, exalço e glorifico ao Rei do céu” (Daniel 4:37). Esses atos de Deus, embora impressionantes, frequentemente eram vistos como juízos, mais do que manifestações de amor e misericórdia.

No entanto, com a chegada de Jesus, algo mudou radicalmente. O Senhor trouxe uma nova perspectiva sobre o que significa experimentar o Reino de Deus. O ministério de Jesus foi caracterizado por milagres que refletiam bondade e misericórdia. João Batista, o último dos profetas do Antigo Testamento, esperava um Messias que trouxesse julgamento severo. Mas Jesus, ao contrário das expectativas de João, apresentou um Reino onde o amor e a compaixão prevaleciam sobre o julgamento. Ele curou os enfermos, alimentou os famintos e trouxe esperança aos desesperados. "O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor". (Lucas 4:18-19, NVI).

Jesus veio com um "fogo" que não consumia, mas transformava. Ele trouxe a chama do amor, curando o doente e se compadecendo das multidões. A mensagem que Jesus enviou a João Batista, ao relatar os milagres que realizava, era um claro sinal de que Seu propósito era libertar a humanidade dos males que a afligiam (João 11:4-5).

O milagre se tornou uma expressão da ação redentora de Deus no mundo, uma demonstração de que o Reino não é apenas um conceito espiritual, mas uma realidade prática que transforma vidas.

A verdade que Paulo nos lembra quando escreve aos coríntios falando acerca do amor, ressoa com a essência dos milagres no Reino de Deus. O amor é a força motriz que leva à ação, que cura e transforma. Ao caminharmos em fé, temos a certeza de que a ação de Deus se manifesta em nossas vidas e nas vidas daqueles ao nosso redor. Os milagres nos convidam a participar dessa dinâmica de amor e compaixão, não apenas recebendo, mas também oferecendo cura e esperança a quem nos rodeia. “Assim, permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor” (1 Coríntios 13:13. NVI)

Deus dá testemunho de Seu Reino por sinais, prodígios e vários milagres, conforme a Sua vontade. Esses atos não são meramente eventos extraordinários; eles são expressões do coração de Deus por Seu povo. Os milagres revelam a presença ativa de Deus em nosso meio, a disposição de Sua graça em trazer cura, restauração e alegria. “Deus também deu testemunho dela por meio de sinais, maravilhas, diversos milagres e dons do Espírito Santo distribuídos de acordo com a sua vontade” (Hebreus 2:4, NVI).

Portanto, ao refletirmos sobre a natureza dos milagres no Reino de Deus, somos desafiados a caminhar na alegria do amor divino. Que possamos nos abrir para a ação do Espírito Santo em nossas vidas, permitindo que os milagres não apenas nos impactem, mas que também sejamos instrumentos de transformação no mundo. O Reino de Deus é uma realidade viva, e cada milagre que testemunhamos ou experimentamos nos lembra da bondade e misericórdia que caracterizam o nosso Deus. Que hoje e sempre, possamos viver na expectativa e na prática desse amor transformador, trazendo esperança e cura a todos que cruzam nosso caminho.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

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