SERVINDO COM
EXCELÊNCIA E FIDELIDADE
“Procure apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que
não tem do que se envergonhar, que maneja corretamente a palavra da verdade.”
(2 Timóteo 2:15, NVI).
Embora o termo “obreiro” neste versículo se refira ao gênero
masculino, compreendemos que ele se aplica a todos: homens e mulheres são
igualmente chamados a se dedicar à leitura e ao estudo profundo das Escrituras.
Essa busca é essencial para discernirmos a verdade de Deus das doutrinas
enganosas, muitas vezes disfarçadas como inspiradas pelo Senhor. Estudar com
afinco nos protege espiritualmente, alicerçando nossa fé na Palavra e nos
guardando de vãs filosofias e falsos ensinamentos.
Como participantes da Obra do Reino, somos chamados a
servi-La com excelência. Não podemos nos dar ao luxo de agir de forma
negligente, pois cada tarefa tem um valor eterno. Nosso compromisso com o
serviço não é apenas uma responsabilidade, mas também uma expressão de adoração
ao Senhor. O apóstolo Paulo nos ensina que devemos fazer tudo como para Deus, e
não para homens Um serviço relaxado abre espaço para erros e frustra as
oportunidades de impactar vidas. Por outro lado, quando nos dedicamos de coração,
o Espírito Santo trabalha em nós e através de nós, trazendo transformação. "Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o
Senhor, e não para os homens.” (Colossenses 3:23, NVI).
A Obra do Senhor é um chamado divino que vai além de uma
simples tarefa humana. Cada ato de serviço é uma oportunidade de glorificar a
Deus e colaborar na construção de Seu Reino. Para isso, precisamos alimentar
nossa alma com a Palavra genuína de Deus, pois só quem está espiritualmente
abastecido pode alimentar os outros ao seu redor. Assim como um rio não pode
fluir se sua fonte secar, não podemos oferecer sabedoria e amor genuínos se
estivermos espiritualmente esgotados.
A Palavra de Deus é nosso alimento espiritual. Jesus
afirmou: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da
boca de Deus” (Mateus 4:4). Essa nutrição profunda molda nossa mente e
coração à imagem de Cristo. Quando nos enchemos da Palavra, ganhamos força e
clareza espiritual para perceber as necessidades dos outros e oferecer consolo
e encorajamento. Ninguém pode dar o que não tem, por isso é vital que
mergulhemos continuamente nas Escrituras e busquemos revelação no
relacionamento com o Senhor. Ao sermos alimentados pela Palavra, tornamo-nos
fontes de esperança e graça, como rios de água viva, cumprindo nosso papel de
levar luz ao mundo. "Quem crer em mim,
como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva." (João
7:38, NVI).
O termo grego “parastesai”, traduzido como
“apresenta-te”, vai além de simplesmente se colocar à disposição; significa
apresentar-se para o serviço ativo e comprometido. Paulo exorta Timóteo a se
apresentar como alguém aprovado por Deus, indicando uma postura espiritual e
prática de dedicação. A expressão carrega a ideia de uma entrega intencional e
constante, como a de um soldado em prontidão, preparado para agir a qualquer
momento. A Obra do Senhor exige essa disponibilidade contínua, onde cada
obreiro precisa servir de coração e com temor, buscando agradar Àquele que o
chamou.
Apresentar-se para o serviço também implica preparação
adequada. Manejar bem a Palavra da Verdade não é apenas uma questão de vontade,
mas de capacitação. Isso demanda um estudo profundo e consistente das
Escrituras, para que possamos ensinar com integridade e ser instrumentos
eficazes do Reino. Assim, apresentar-se a Deus como obreiro é mais do que uma
ação momentânea; é um estilo de vida de prontidão e serviço fiel, onde
colocamos nossos talentos e esforços à disposição do Senhor e do próximo.
A palavra grega “dokimos”, traduzida por “aprovado”,
traz uma imagem de pureza e autenticidade. No mundo antigo, esse termo era
usado para indicar ouro e prata purificados pelo fogo, livres de impurezas.
Assim como esses metais passavam por um rigoroso processo de refinamento, o
obreiro cristão também é provado por dificuldades que moldam seu caráter e o
tornam apto para a obra do Senhor. Apenas após esse processo de purificação ele
pode ser chamado de “dokimos”, aprovado por Deus.
Essa aprovação vai além das aparências externas; trata-se de
uma autenticidade espiritual, onde as intenções do coração são puras e voltadas
para agradar a Deus. O olhar de aprovação divina sonda o íntimo, enquanto o
reconhecimento humano pode ser superficial. Assim como o ouro é refinado até
refletir a imagem do ourives, nossa vida é moldada por Deus até refletir o
caráter de Cristo. Esse processo de refinamento exige crescimento espiritual
constante, onde buscamos sempre a verdade, tanto na doutrina quanto no caráter.
Ser aprovado por Deus implica um zelo contínuo pela
integridade. O obreiro aprovado não manipula a Palavra para atender interesses
pessoais ou culturais, mas a maneja corretamente, aplicando-a com fidelidade e
clareza. Interpretar as Escrituras exige não apenas conhecimento teológico, mas
também dependência do Espírito Santo, que ilumina nosso entendimento e nos guia
em toda a verdade. A combinação de estudo sério e sensibilidade espiritual é
fundamental para que nossas palavras e ações reflitam o caráter de Cristo e não
apenas nossas próprias ideias.
Somente depois de nos apresentarmos a Deus como obreiros
aprovados é que podemos servir com eficácia diante dos homens. Nosso testemunho
não deve ser apenas de palavras, mas de uma vida que expressa a verdade que
proclamamos. Quando somos aprovados por Deus, o impacto do nosso ministério se
torna genuíno e frutífero, refletindo não apenas nosso conhecimento, mas também
nosso caráter transformado. Esse é o fundamento do verdadeiro serviço cristão:
uma vida aprovada por Deus e uma mensagem fiel à Sua Palavra, vivida e
proclamada para a glória do Senhor.
Sejamos como os irmãos de Beréia: “Os bereanos eram mais
nobres do que os tessalonicenses, pois receberam a mensagem com grande
interesse, examinando todos os dias as Escrituras, para ver se tudo era assim
mesmo.” (Atos 17:11, NVI).
Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça
e paz.
Pr. Décio Fonseca
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