VIDEIRA VERDADEIRA
“Volta-te para nós, ó Deus dos Exércitos! Dos altos céus
olha e vê! Toma conta desta videira, da raiz que a tua mão direita plantou, do
filho que para ti fizeste crescer! Tua videira foi derrubada; como lixo, foi
consumida pelo fogo. Pela tua repreensão perece o teu povo!” Salmos
80:14-16 (NVI).
No Velho Testamento a videira foi usada para descrever o
relacionamento de Deus com o povo de Israel. O salmista suplica o favor de Deus
para a restauração da vinha que Ele plantou e protegeu. (Salmos 80: 8-19). O
profeta Isaías, no capítulo 5 de seu livro, retrata Deus como o dono de um
vinhedo que plantou com todo o cuidado, mas a vinha não produziu bons frutos,
simbolizando a infidelidade de Israel e a necessidade de arrependimento. “Pois
bem, a vinha do Senhor dos Exércitos é a nação de Israel, e os homens de Judá
são a plantação que ele amava. Ele esperava justiça, mas houve derramamento de
sangue; esperava retidão, mas ouviu gritos de aflição.” Isaías 5:7 (NVI). Quando
se esperava pela colheita de uvas doces em Israel, como povo do Senhor, aquele
vinhedo produziu uvas amargas.
Inevitavelmente o castigo chegou, pois Israel abandonou o
Senhor para seguir outros deuses. A videira simbolizava a promessa de Deus de
cuidar e abençoar Seu povo escolhido. A história muitas vezes segue um padrão
triste: preparação amorosa, desobediência e, eventualmente, juízo. Deus, em Sua
justiça, repreende e disciplina Seu povo quando eles se afastam dEle. A
destruição resultante serve como um lembrete da importância de permanecermos
fiéis aos propósitos divinos.
Os discípulos certamente conheciam esses escritos, pois os
textos citados já existiam no tempo de Jesus. Não foi por acaso que o próprio
Jesus se manifestou dizendo: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o
agricultor.” João 15:1 (NVI).
Jesus utilizou a figura da videira, um símbolo familiar para
os discípulos. Ao se declarar como a “videira verdadeira”, Jesus estabeleceu um
contraste com Israel, que muitas vezes falhou em produzir frutos espirituais.
Ele se posiciona como a fonte verdadeira e perfeita de vida espiritual e
crescimento.
A alegoria da videira e dos ramos apresentada em João 15
destaca a importância de permanecer em Jesus para produzir frutos. Assim como
os ramos não podem dar frutos se não estiverem conectados à videira, os
discípulos também não podem produzir frutos espirituais sem permanecer em
Cristo. Jesus ainda aponta para o Pai como o agricultor, aquele que cuida dos
ramos, podando-os para que possam dar mais frutos e removendo aqueles que não
produzem.
Israel foi rejeitado porque não produziu bons frutos. A
questão da produção de frutos na vida da igreja é essencial. Jesus enfatizou
que os discípulos devem permanecer nEle para que possam dar frutos, pois sem Ele nada podem fazer (João 15:5). A produção de frutos espirituais é um sinal
de uma vida transformada e de uma fé genuína.
Na vida da igreja, produzir frutos significa demonstrar as
qualidades do Espírito. Esses frutos são evidências do trabalho de Deus na vida
dos crentes e são essenciais para o testemunho cristão no mundo. “Mas o fruto do Espírito é amor, alegria,
paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio.
Contra essas coisas não há lei.” Gálatas 5:22-23 (NVI)
A produção de frutos está intrinsecamente ligada à missão da igreja de fazer discípulos de todas as nações. A igreja é chamada a ser uma luz no mundo, refletindo o caráter de Cristo e atraindo outros para a fé. Portanto, a produção de frutos não é apenas uma questão de crescimento pessoal, mas também de impacto comunitário e global. “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos." Mateus 28:19-20 (NVI).
A igreja precisa aprender com o exemplo de Israel e não
incorrer no mesmo erro. A conexão com a verdadeira videira, que é Jesus, assegura que a igreja receba a nutrição espiritual essencial para seu crescimento e florescimento. Isso envolve uma vida de oração, estudo da Palavra, e obediência aos
mandamentos de Cristo. É através dessa conexão que somos capacitados pelo
Espírito Santo a viver de maneira que glorifique a Deus e atraia outros para a
fé.
Portanto, a igreja deve constantemente avaliar sua relação
com Cristo e buscar maneiras de fortalecer essa ligação, para que possa cumprir
seu propósito divino e produzir frutos que permaneçam. “Vocês não me
escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto, fruto que permaneça, a
fim de que o Pai lhes conceda o que pedirem em meu nome.” João 15:16 (NVI).
Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça
e paz.
Pr. Décio Fonseca
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