A LOUCURA DO
ATEÍSMO
“Diz o tolo em seu coração: "Deus não
existe! " Corromperam-se e cometeram injustiças detestáveis; não há
ninguém que faça o bem.” (Salmos 53:1, NVI).
Não sei se vocês já perceberam que o Salmo 14 é, com
pequenas variações, praticamente idêntico ao Salmo 53. Essa repetição não é
acidental, mas intencional, servindo para enfatizar a mensagem de que a negação
de Deus leva à corrupção moral e espiritual.
O Salmo 14 aborda essa realidade no contexto de Israel,
enquanto o Salmo 53 amplia a aplicação para todas as nações. Além disso, como
os salmos eram usados como hinos e poemas em diferentes ocasiões de adoração,
essa repetição reforça a importância do ensinamento central: quando se nega a
Deus, tanto no coração quanto nas ações, isso resulta em injustiça e
afastamento do bem. Essa reafirmação sublinha o impacto profundo e universal da
incredulidade e da rejeição de Deus.
Mas, enfim, no contexto de ambos, há uma reflexão profunda
sobre a negação de Deus e suas consequências. Essas passagens não abordam
apenas o ateísmo como uma questão intelectual, mas como uma postura moral e
espiritual, que resulta na corrupção e na injustiça. Ao negar a existência de
Deus, o homem, segundo o salmista, afasta-se da fonte do bem e da verdade,
caindo, inevitavelmente, em uma vida de degradação moral. “Em sua presunção
o ímpio não o busca; não há lugar para Deus em nenhum dos seus planos.” (Salmos
13:4, NVI).
A "loucura do ateísmo", como expressa no salmo,
não se refere a um debate filosófico ou racional, mas a uma condição do
coração. Para a Bíblia, a negação de Deus não é meramente uma questão de falta
de provas ou de argumentos lógicos, mas uma decisão moral que reflete o estado
interior do indivíduo.
O ateísmo, nesse sentido, é descrito como a recusa em se
submeter à autoridade divina e aos padrões morais que dela derivam. O tolo, ao
negar a existência de Deus, manifesta uma vontade de viver de forma
independente, sem a necessidade de reconhecer um Criador ou obedecer às
diretrizes que Ele estabelece. “Porque, tendo conhecido a Deus, não o
glorificaram como Deus, nem lhe renderam graças, mas os seus tornaram-se fúteis
e os seus corações insensatos se obscureceram pensamentos. Dizendo-se
sábios, tornaram-se loucos.” (Romanos 1:21-22, NVI).
Essa visão bíblica nos leva a entender que o problema da
incredulidade não reside apenas no intelecto, mas no coração. A sede do
ateísmo, segundo essa perspectiva, está no coração, na disposição interior de
rejeitar a Deus. A incredulidade, então, é vista como uma decisão voluntária,
uma escolha que reflete o desejo de autonomia moral, onde o indivíduo opta por
seguir seus próprios caminhos, afastando-se da sabedoria divina. “Confie no
Senhor de todo o seu coração e não se apoie em seu próprio entendimento;” (Provérbios
3:5, NVI).
O salmista reforça que essa incredulidade não é uma questão
neutra, mas carregada de consequências práticas. Ao rejeitar a Deus, o homem se
entrega à corrupção moral, tornando-se incapaz de praticar o bem. Sem Deus como
o referencial último de moralidade, o indivíduo perde a direção para uma vida
justa e íntegra. A frase "não há ninguém que faça o bem"
aponta para o resultado inevitável da insensatez espiritual: um caminho de
injustiça e autossuficiência.
É importante notar que, segundo essa visão bíblica, o tolo
fala de acordo com a sua natureza. Suas palavras são uma expressão do que está
enraizado em seu coração, ou seja, uma recusa consciente em reconhecer a
verdade de Deus. Essa recusa leva a uma vida marcada por escolhas injustas e
corruptas. A negação de Deus, portanto, não é apenas uma posição intelectual; é
uma manifestação do estado moral e espiritual de alguém que se afastou da
retidão e da sabedoria divina. “Além do mais, visto que desprezaram o conhecimento
de Deus, ele os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem o
que não deviam.” (Romanos 1:28, NVI).
A Bíblia sugere que o ateísmo é, em essência, uma recusa
moral e espiritual, uma resistência à verdade de Deus. O "tolo", ao
falar de acordo com sua natureza, revela um coração endurecido que decidiu
viver longe dos padrões divinos. Em sua rebeldia, ele rejeita a autoridade de
Deus, abraçando um caminho de autossuficiência e injustiça.
Em conclusão, os dois salmos nos levam a uma reflexão sobre
a profundidade da incredulidade humana. Não se trata apenas de uma questão
filosófica ou de falta de compreensão, mas de uma disposição interior, uma
escolha moral que afasta o homem da verdade de Deus e do bem. O salmista nos
lembra que, sem Deus, o ser humano se perde em sua própria insensatez,
comprometendo sua capacidade de praticar o bem e vivendo uma vida de injustiça.
Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça
e paz.
Pr. Décio Fonseca
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