O CORDEIRO QUE FOI IMOLADO É O LEÃO QUE REINA PARA SEMPRE.

O profeta Isaías apresenta um retrato detalhado e profundo do Senhor Jesus e de Sua trajetória aqui na terra. Ele inicia identificando Jesus como um “renovo”, um pequeno broto ou ramo que surge de uma raiz ou tronco aparentemente morto. Essa metáfora reflete perfeitamente a humildade e a simplicidade de Sua vinda. Não houve esplendor, pompa ou realeza visível. Aos olhos humanos, Sua chegada foi insignificante e despretensiosa. Assim nasceu Jesus: em Belém, longe do poder e da opulência, mas em um ambiente modesto, como relatam os Evangelhos. 

Isaías compara Jesus a uma “raiz em terra seca”, um símbolo de fragilidade e adversidade. Uma raiz em solo árido parece improvável de prosperar; é desprovida da exuberância das plantas que crescem em terra fértil. Da mesma forma, Jesus "não tinha qualquer beleza ou majestade que nos atraísse", declara Isaías. Essa era a visão do Filho de Deus aos olhos terrenos: alguém comum, sem aparência que despertasse atenção ou reverência. 

Durante Seu ministério, Jesus percorreu regiões áridas, enfrentando rejeição e sofrimento. Isaías relata que muitos "escondiam o rosto" ao vê-Lo, desprezando-O e ignorando Sua presença. Ele foi tratado com indiferença por aqueles que não reconheciam Sua dignidade ou Sua missão. 

Esse é o quadro que Isaías pinta do nosso Salvador: um retrato tão distante dos ícones de majestade que frequentemente vemos em museus, mas profundamente verdadeiro em sua essência espiritual. Ele nos revela um Salvador humilde, rejeitado pelos homens, mas exaltado por Deus.

Em contraste com a visão de Isaías, que retrata Jesus em Sua humildade e rejeição durante o ministério terreno, João, na ilha de Patmos, apresenta um quadro completamente diferente: o Cristo glorificado. Essa visão, registrada em Apocalipse, revela a majestade, o poder e a glória de Jesus após Sua ressurreição e exaltação à direita do Pai:  Voltei-me para ver quem falava comigo. Voltando-me, vi sete candelabros de ouro  e entre os candelabros alguém "semelhante a um filho de homem", com uma veste que chegava aos seus pés e um cinturão de ouro ao redor do peito. Sua cabeça e seus cabelos eram brancos como a lã, tão brancos quanto a neve, e seus olhos eram como chama de fogo. Seus pés eram como o bronze numa fornalha ardente e sua voz como o som de muitas águas. Tinha em sua mão direita sete estrelas, e da sua boca saía uma espada afiada de dois gumes. Sua face era como o sol quando brilha em todo o seu fulgor. Quando o vi, caí aos seus pés como morto.” (Apocalipse 1:12-17, NVI).

Um Cristo pleno de pureza, eternidade e sabedoria divina, preparado para exercer a justiça perfeita de Deus. Um Cristo forte e inabalável, cuja voz poderosa ressoa com autoridade celestial. Um Cristo que detém o controle absoluto sobre Sua igreja, guiando-a por meio da Palavra de Deus, viva e eficaz. Um Cristo cuja face brilha com a glória resplandecente de Sua divindade, revelando a majestade e o poder do Senhor dos senhores.

Contrastando com a visão de Isaías, a visão de João revela um Cristo glorificado, tão grandioso e majestoso que o impacto foi avassalador. Aquele que caminhou com Jesus e O conheceu em Sua humildade, como descrito por Isaías, agora não conseguiu suportar a magnitude de Sua glória. João "caiu aos Seus pés como morto", profundamente impressionado diante da majestade e do poder do Cristo exaltado.

Essa visão de João nos convida a reconhecer que o Jesus humilde, descrito por Isaías, é o mesmo Jesus glorificado, soberano e vitorioso sobre a morte. Ele, que foi desprezado pelos homens, agora é exaltado como Rei dos reis e Senhor dos senhores, digno de toda adoração e reverência.

Esse é o Amado de nossa alma: humilde e rejeitado na terra, mas agora exaltado em glória, cheio de pureza, justiça e poder. Ele é o Rei dos reis, o Senhor dos senhores, aquele que nos amou primeiro e entregou Sua vida por nós. 

A pergunta ecoa em nosso coração: Como você o vê? Você o reconhece como o Salvador humilde descrito por Isaías ou como o Cristo glorificado revelado a João? Ele é ambos. Ele é o Cordeiro que foi imolado e o Leão que reina para sempre. 

A forma como você o vê determinará a profundidade do seu relacionamento com Ele. Você o vê como o Amado de sua alma, aquele digno de toda adoração e entrega?

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

 

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