O GUARDIÃO DE
ISRAEL – PARTE I
“Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o
socorro?” (Salmos 121:1, ARA).
Segundo a Torá, os judeus eram ordenados a subir a Jerusalém
para celebrar três festas anuais importantes, conhecidas como as Festas de Peregrinação
“Shalosh Regalim”. Essas festas eram momentos de adoração e gratidão a Deus, e
incluíam a ida ao Templo em Jerusalém, quando ele existia.
As três festas são: Páscoa (Pêssach); Festa das Semanas
(Shavuot) e Festa dos Tabernáculos (Sucot). Era uma ordenança do Senhor. Cada uma destas festas tinha a sua
representatividade e importância. "Três vezes por ano todos os homens
devem apresentar-se ao Senhor, ao seu Deus, no local que ele escolher: na festa
dos pães sem fermento, na festa das semanas e na festa das cabanas."
(Êxodo 23:14-17 e Deuteronômio 16:16, NVI). Assim, a subida a Jerusalém
simbolizava não apenas um ato de obediência, mas também uma expressão de fé e
unidade nacional diante de Deus.
O Salmo 121 é frequentemente considerado um "Hino do
Viajante" ou "Cântico de Peregrinação". Ele faz parte dos
Cânticos de Degraus, ou Cânticos de Romagem, uma coleção de salmos - Salmos
120/134 - cantados pelos peregrinos que subiam a Jerusalém para as festas
religiosas, enfrentando longas jornadas, terrenos áridos e muitas vezes
perigosos.
O versículo inicial, “Elevo os meus olhos para os montes:
de onde me virá o socorro?”, reflete o sentimento de um viajante que, ao
olhar para as montanhas ao redor de Jerusalém, encontra um símbolo de proteção
e esperança. Jerusalém, edificada sobre um monte, representava não apenas o
destino final, mas também a morada do Senhor, aquele que guardava o povo em sua
caminhada.
Precisamos de ajuda poderosa, e o Salmo 121 reafirma a
confiança no Senhor como nosso verdadeiro socorro: “O meu socorro vem do
Senhor, que fez os céus e a terra” (v. 2). O viajante entende que não são
os montes que o protegem, mas Deus, que vigia e sustenta em toda a jornada.
Confiar no homem é vão, mas confiar em Deus é sábio. Essa conexão reflete a
dependência de Deus nas dificuldades, tornando o Salmo 121 um hino atemporal de
fé e consolo para peregrinos de todas as épocas.
“Ele não permitirá que você tropece.” Essa promessa
não se limita apenas ao cuidado físico, mas se estende à preservação da mente e
do coração daqueles que confiam no Senhor. Quando Deus guarda os nossos pés,
Ele nos mantém firmes no caminho certo, impedindo que caiamos em armadilhas ou
desvios que possam nos afastar de Sua vontade. Assim como o corpo depende da
estabilidade dos pés para avançar, nossa vida espiritual depende de um coração
e uma mente guiados por Deus.
O apóstolo Paulo também reflete essa ideia ao afirmar: “E
a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o coração e a mente de
vocês em Cristo Jesus” (Filipenses 4:7, NVI). Portanto, a promessa de que
Deus não permitirá que nosso pé vacile aponta para Sua proteção integral –
física, emocional e espiritual. Ele não apenas nos guarda de tropeços no
caminho, mas também fortalece nossa mente e coração para permanecermos firmes
em confiança e fé, independentemente das circunstâncias.
“De fato, o guarda de Israel não dormirá, ele está sempre
alerta!” Enquanto os viajantes enfrentavam longas jornadas, expostos aos
perigos do dia e da noite, eles podiam descansar na certeza de que Deus, o
Guarda de Israel, estava sempre vigilante.
Diferentemente dos seres humanos, que são limitados pelo
cansaço e precisam de descanso, Deus nunca dorme nem se distrai. Ele é um
protetor constante, cuidando de Seu povo mesmo nos momentos em que eles estão
vulneráveis, como durante o sono. O cansaço natural que vinha das árduas
caminhadas dos peregrinos era inevitável, mas a confiança na vigilância divina
lhes dava segurança, permitindo-lhes repousar em paz.
Essa promessa se aplica não apenas aos viajantes da
antiguidade, mas a todos os que confiam no Senhor. Mesmo quando estamos frágeis
ou incapazes de nos proteger, Deus está no controle, velando por nós a todo
instante. Ele é o guarda fiel que nunca nos abandona, garantindo proteção e
cuidado tanto nos desafios do dia quanto nas incertezas da noite.
O nosso Deus, Todo-Poderoso, não é afetado por fadiga ou
cansaço e nunca abandona Seu papel como guardião. Enquanto nós sucumbimos ao
sono, Ele permanece vigilante com força perfeita, cuidando de nós em todos os
momentos, sejam perigos ou vulnerabilidades. Essa certeza nos traz confiança e
descanso, sabendo que o Senhor está sempre no controle.
Amanhã, aprofundaremos como Deus nos protege e alivia nas
adversidades, mostrando-se refúgio em meio às tempestades da vida,
sustentando-nos com Sua presença fiel e poderosa.
Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça
e paz.
Pr. Décio Fonseca
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