O DEUS PESSOAL
"Vocês me procurarão e me acharão quando me
procurarem de todo o coração." (Jeremias 29:13, NVI).
Quando afirmamos que Deus é um ser pessoal, destacamos que
Ele não é uma força impessoal ou distante, mas um Deus vivo, acessível e que se
relaciona conosco. Ele pensa, sente, se comunica e deseja um relacionamento
genuíno com o seu povo, interagindo de forma íntima e transformadora.
Embora a Bíblia não use explicitamente a palavra "pessoal"
para descrevê-Lo, Sua autoexistência e autoconsciência demonstram que Ele
possui liberdade, vontade e propósitos. Diferente das concepções abstratas que
O reduzem a uma energia ou força impessoal, a Escritura O revela como um Deus
que ama, fala, dirige e cuida de Seus filhos. Essa verdade nos convida a
buscá-Lo com profundidade, não apenas por meio de regras ou rituais, mas na
certeza de que Ele nos conhece, nos ama e deseja caminhar ao nosso lado.
Desde a antiguidade, Deus se revelou como um ser que
interage pessoalmente com Seu povo. Abraão foi chamado por Ele para uma jornada
de fé, e Deus estabeleceu com ele uma aliança, prometendo-lhe descendência e
terra (Gênesis 12:1-3). Moisés falava com Deus "face a face, como
quem fala com um amigo" (Êxodo 33:11, NVI). Davi expressava sua
confiança em Deus como um Pastor que guia, protege e provê: "O
Senhor é o meu pastor; de nada terei falta" (Salmo 23:1, NVI).
Esses exemplos mostram que, desde o início, Deus sempre desejou proximidade com
aqueles que O buscam de coração sincero.
A Bíblia confirma que Deus não apenas governa sobre todas as
coisas, mas também Se agrada daqueles que O temem e confiam em Seu amor
constante. O salmista declara: "O Senhor se agrada dos que o temem,
dos que colocam a esperança no seu amor leal" (Salmo 147:11, NVI),
mostrando que Deus valoriza o relacionamento com Seu povo. Esse vínculo se
expressa na maneira como Ele dirige aqueles que escolheu, conduzindo-os segundo
Seu propósito: "E nos revelou o mistério da sua vontade, de acordo
com o seu bom propósito que ele estabeleceu em Cristo" (Efésios
1:9, NVI). Essa escolha reflete Seu amor e cuidado, demonstrando que Ele deseja
um relacionamento genuíno com aqueles que O seguem.
A pessoalidade de Deus se revela de maneira mais clara na
relação entre Pai, Filho e Espírito Santo. A Trindade expressa essa comunhão
perfeita, demonstrando que Deus não é solitário, mas relacional em Sua própria
essência. Ele Se apresenta como Pai para aqueles que vivem por Ele:
"Para nós há um só Deus, o Pai, de quem vêm todas as coisas e para quem
vivemos" (1 Coríntios 8:6, NVI). Esse conceito reforça a
proximidade de Deus e a possibilidade de um relacionamento íntimo e amoroso com
Ele.
A maior prova de que Deus é pessoal se dá na revelação de
Cristo. Jesus é a expressão do amor de Deus ao mundo, evidenciando Seu desejo
de se relacionar diretamente com a humanidade. João 3:16 destaca esse amor
inigualável: "Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho
unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida
eterna" (NVI). O relacionamento entre Cristo e o Pai revela essa
unidade perfeita, pois Jesus cumpre a vontade do Pai e proclama Suas palavras.
Ele mesmo afirma: "Assim como o Pai me amou, eu os amei; permaneçam
no meu amor" (João 15:9, NVI), mostrando que a relação entre Deus
e Seu povo é fundamentada no amor.
A concepção bíblica de Deus contrasta fortemente com ideias
filosóficas que tentam reduzi-Lo a uma força impessoal ou distante. O deísmo,
por exemplo, defende que Deus criou o mundo, mas não interage com ele. O
panteísmo, por outro lado, identifica Deus com a própria natureza, diluindo Sua
identidade pessoal. No entanto, a Escritura nos apresenta um Deus vivo, que não
apenas criou todas as coisas, mas continua sustentando e guiando o universo.
Como Paulo declara: "Pois nele vivemos, nos movemos e
existimos" (Atos 17:28, NVI).
Dessa forma, Deus não é um conceito abstrato ou uma força
impessoal, mas um ser vivo que ama, guia e se envolve com Sua criação. A
Escritura apresenta um Deus acessível, que deseja se relacionar com aqueles que
O buscam de coração sincero. Essa verdade nos convida a responder com fé,
confiando que o Criador do universo não é distante, mas próximo, ouvindo nossas
orações, guiando nossos passos e nos sustentando em Seu amor eterno. O salmista
nos encoraja a confiar nessa proximidade ao declarar: "Perto está o
Senhor de todos os que o invocam, de todos os que o invocam com
sinceridade" (Salmo 145:18, NVI).
Diante dessa revelação, nossa resposta deve ser a entrega
total a esse Deus pessoal, que nos conhece profundamente e deseja caminhar
conosco. Ele nos convida a um relacionamento real, onde podemos experimentar
Seu amor, ouvir Sua voz e ser transformados por Sua presença.
Que possamos viver confiantes nessa verdade, buscando-O com
um coração sincero e nos rendendo à Sua vontade perfeita.
Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça
e paz.
Pr. Décio Fonseca
11_ter_fev_25
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