A VERDADEIRA PÁSCOA

“Este é o sacrifício da Páscoa ao Senhor, que passou por cima das casas dos israelitas no Egito e poupou nossas famílias.”   (Êxodo 12:27 – NVI)

A Semana da Páscoa é um tempo especial para refletirmos sobre o sacrifício de Jesus e sobre o verdadeiro sentido da nossa fé. A partir de hoje e até domingo, focaremos nossos textos na Páscoa — relembrando a morte na cruz e a gloriosa ressurreição do nosso Salvador.

Mais do que uma data no calendário, a Páscoa nos convida a voltar o olhar para o coração do evangelho: a cruz vazia, o túmulo vencido e a viva esperança que temos em Cristo. Que cada reflexão desta semana nos ajude a caminhar com mais entendimento, gratidão e fé rumo à celebração da vitória que mudou para sempre a nossa história.

A Páscoa não é apenas um símbolo judaico ou uma tradição religiosa. A Páscoa é um anúncio profético, um sinal poderoso que apontava para algo muito maior: a redenção em Jesus Cristo. Para entender o que celebramos em nossos dias, precisamos voltar ao livro de Êxodo, capítulo 12, onde tudo começou.

O povo de Israel estava escravizado no Egito há mais de 400 anos. Deus, então, levantou Moisés para libertá-los. Foram nove pragas, mas Faraó não cedia. Até que Deus anunciou a décima: a morte dos primogênitos. Mas junto com o juízo, veio também a provisão de livramento. Deus instituiu a Páscoa como sinal de proteção e redenção.

Deus orientou o povo a sacrificar um cordeiro sem defeito e a passar o sangue nos batentes e vergas das portas de suas casas. Quando o anjo da morte passasse naquela noite, ao ver o sangue, pouparia aquela casa. Daí vem o nome “Páscoa”, que em hebraico (Pesach) significa “passar por cima”. O sangue era o sinal visível de que aquela família confiava na promessa de Deus e estava debaixo da sua proteção.

Mas a Páscoa era mais do que um ato de fé. Era uma figura do que viria no futuro. O cordeiro de Êxodo 12 apontava diretamente para Jesus, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1:29). Assim como aquele cordeiro morreu no lugar dos primogênitos de Israel, Cristo morreu em nosso lugar para que tivéssemos vida.

Em Êxodo 12, há detalhes na celebração da primeira Páscoa que apontam diretamente para Cristo e se cumprem perfeitamente nEle. O cordeiro, por exemplo, deveria ser sem defeito, o que nos remete a Jesus — puro, sem pecado, perfeito em tudo. O sangue do cordeiro precisava estar visível nos umbrais das portas, e da mesma forma, é o sangue de Jesus que cobre e protege aqueles que creem. O cordeiro deveria ser completamente consumido, sem sobras, indicando que Cristo não deve ser recebido parcialmente, mas com entrega total, de todo o coração. Por fim, nenhum osso do cordeiro deveria ser quebrado, e o evangelho de João destaca que nenhum osso de Jesus foi quebrado na cruz, cumprindo assim as Escrituras (João 19:36).

A Páscoa foi o início de uma nova jornada para o povo de Israel. Após aquela noite, eles foram libertos e começaram o caminho rumo à Terra Prometida. E é isso que Cristo faz conosco. Por meio do Seu sacrifício, Ele nos tira do Egito - do pecado - e nos coloca a caminho da eternidade com Deus.

Mas é importante entender uma verdade essencial: o povo de Israel não foi salvo porque era bom, mas porque o sangue do cordeiro estava sobre suas casas. A salvação veio pela obediência e pela fé no que Deus havia ordenado. E hoje, também não somos salvos pelos nossos méritos, mas pela graça, por meio da fé em Jesus. O sangue derramado na cruz é o nosso sinal. Quando Deus vê o sangue do Seu Filho sobre nós, Ele passa por cima do juízo e nos oferece vida.

Paulo escreveu em 1 Coríntios 5:7: “Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi sacrificado.” Ou seja, a verdadeira Páscoa é Jesus. Tudo o que foi feito em Êxodo 12 apontava para Ele. A libertação do Egito apontava para a libertação do pecado. A ceia apontava para a Ceia do Senhor. O sangue nos umbrais apontava para o sangue derramado na cruz.

Hoje, quando falamos de Páscoa, não olhamos apenas para o passado, mas para o cumprimento da promessa em Cristo. Ele é o nosso Cordeiro. Ele foi morto para que vivêssemos.

Você já marcou a porta do seu coração com o sangue de Jesus? Você já creu e recebeu essa salvação? A verdadeira Páscoa não está no ritual, mas na entrega. Na cruz, Jesus foi o Cordeiro. Na ressurreição, Ele se tornou nosso Libertador.

Celebre a Páscoa com fé e entendimento. O sangue de Jesus ainda tem — e sempre terá — poder. E hoje, como ontem, a salvação continua passando pela mesma porta: o Cordeiro de Deus.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

14/seg/abr/25

Um comentário:

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