QUANDO DEUS É A NOSSA FORÇA

"Mas eu cantarei a tua força; de manhã louvarei a tua fidelidade, pois tu és o meu alto refúgio, abrigo seguro no dia da adversidade."  (Salmo 59:16 – NVI)

O Salmo 59 foi escrito por Davi quando estava sendo perseguido pelo rei Saul. Ele estava cercado por homens que queriam matá-lo, mesmo sem ter feito nada de errado. Era um tempo de perigo, medo e traição. Mas mesmo nesse cenário difícil, Davi não perdeu a fé. Ele orou, confiou em Deus e, no final, louvou. Em meio à dor, encontrou força no Senhor.

Assim como Davi, também passamos por momentos difíceis. Às vezes, enfrentamos inimigos visíveis: pessoas que nos criticam ou nos fazem mal. Outras vezes, são inimigos invisíveis: medos, pressões, doenças, crises e ansiedades. Nesses momentos, é importante lembrar onde está o nosso refúgio. Davi nos mostra que, mesmo em perigo, é possível confiar plenamente em Deus. “Livra-me dos meus inimigos, ó Deus; protege-me dos que se levantam contra mim.”   (Salmo 59:1 – NVI)

O salmista tinha plena certeza de que sua vida não estava nas mãos de Saul, mas nas mãos de Deus. Ele cria firmemente que, quando o Senhor decide proteger alguém, nenhum inimigo pode frustrar Seus planos. Assim como Deus usou corvos para alimentar Elias no deserto — aves que, por natureza, poderiam ferir — (1 Reis 17:6), Ele também pode usar os meios mais improváveis para nos sustentar. Aquilo que parecia ameaça tornou-se provisão nas mãos do Deus que tudo governa.

Além disso, Deus sempre levantava pessoas para ajudar Davi nos momentos mais difíceis. Às vezes, essas pessoas estavam até dentro da casa do próprio inimigo, como Mical, sua esposa, e Jônatas, filho de Saul. Isso nos mostra que Deus pode usar qualquer pessoa, em qualquer lugar, para nos proteger e cumprir Seus planos.  “O Senhor é quem te guarda; o Senhor é a tua sombra à tua direita.”  (Salmo 121:5 – NVI)

Davi orou e clamou ao Senhor. Ele conhecia, na intimidade com Deus, o poder da oração. Quando oramos, tocamos o céu — e o céu responde.

Enquanto o inimigo se prepara como um leão, pronto para saltar, nós também nos preparamos de joelhos — e os céus se movem. O próprio Senhor entra em batalha por aqueles que O invocam com fé.

A oração é uma arma poderosa nas mãos daqueles que confiam em Deus. Nossos inimigos deveriam temer mais ao Senhor do que nós temermos os seus ataques, pois a nossa arma — a oração — é mais forte do que qualquer investida do mal. Enquanto o inimigo se prepara como um leão, pronto para saltar, o povo de Deus se ajoelha — e os céus se movem. O próprio Senhor entra em batalha por aqueles que O invocam com fé.

Neste salmo, Davi revela sua humanidade. Ele reclama, chora e descreve o mal que o cerca. Mas não se rende ao medo. Em vez disso, confia, ora e, por fim, canta. Mesmo sem ver a vitória com os olhos, ele escolhe louvar a Deus. Isso nos ensina que é possível adorar mesmo quando tudo parece estar desabando.

O louvor é uma expressão poderosa de fé — e fé que louva em meio à dor é fé que vence. O louvor liberta, fortalece e nos coloca no centro da vontade de Deus. Lembram-se de Josafá? Quando cercado por um exército poderoso, ele não levantou espadas, mas adoradores. E enquanto o povo louvava, Deus pelejava. Ao começarem a cantar e a entoar louvores, o Senhor preparou emboscadas contra os homens... e eles foram derrotados.”  (2 Crônicas 20:22 – NVI)

Hoje, também podemos seguir esse exemplo. Podemos cantar em meio à luta, porque sabemos em quem confiamos. Nosso Deus é soberano, está no controle de todas as coisas e nunca nos abandona. Ele vê tudo e sabe como agir no momento certo.

Ao final, na partitura do louvor elevado por Davi, há notas que revelam uma verdade profunda: a força foi vencida pela Força, não pela destreza do herói que derrotou Golias, mas pelo poder do Deus que peleja por seu povo. Como bem disse o poeta: “Doce é a música da experiência, mas é tudo para Deus.”

Nesse cântico, cada compasso e cada melodia apontam para o céu. Não há uma única nota dedicada ao homem, a si mesmo ou aos ajudantes terrenos — tudo é para Deus, e somente para Ele.  “Porque dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre! Amém.”  (Romanos 11:36 – NVI)

Davi termina o salmo declarando algo precioso: Deus é a força do seu povo. Mas ele vai além. Ele se apropria dessa verdade: Deus é minha força. Quando fazemos essa confissão, nosso coração se enche de esperança. A gratidão pelo que Deus já fez nos fortalece no presente e nos dá segurança para o futuro.  “O Senhor é a minha força e o meu cântico; ele é a minha  alvação.”  (Êxodo 15:2 – NVI)

Podemos então cantar com confiança: Deus tem sido fiel no passado, é presente nas batalhas de hoje e será nosso sustento por toda a eternidade. Caminhamos com Aquele que é poderoso para nos guardar e nos conduzir até o fim.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

13/dom/abr/25

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