QUANDO A TUA
ORAÇÃO ALCANÇA A VIDA DE UM FAMILIAR
“Clame a mim e eu responderei e direi a você coisas
grandiosas e insondáveis que você não conhece.” (Jeremias 33:3 – NVI)
Muitas são as nossas necessidades — e nós sabemos bem de
onde vem o socorro. Ele não vem da terra, nem das circunstâncias, nem da força
do nosso braço. Nosso recurso vem da eternidade. A oração é o caminho que Deus
nos deu para mover o céu, mesmo quando nossos pés ainda tocam a terra. E eu
sei: você tem orado com insistência por alguém da sua família. Eu também tenho.
Entre todos os motivos que nos levam à oração, poucos são
tão constantes quanto a família. Filhos, netos, genros, noras e os agregados…
todos eles habitam o nosso coração. Estando perto ou longe, são presença diária
em nossas intercessões. Oramos por proteção, sabedoria, salvação, cura,
reconciliação e perdão. E muitas vezes, intercedemos não apenas pelo que
conseguimos enxergar, mas também por aquilo que ainda não vemos — porque a
oração também alcança o invisível. Oramos porque sabemos que Deus é socorro bem
presente, mesmo nas batalhas silenciosas do coração.
Orar não é apenas uma formalidade espiritual, nem deve ser o
último recurso de quem já tentou tudo. É uma conversa viva com o Deus que ouve,
responde e age. É o lugar onde colocamos diante d’Ele nossas dores, nossas
esperanças e aqueles que amamos. Quando nos ajoelhamos por nossa família,
estamos dizendo: “Senhor, o Teu amor por eles é maior que o meu. Por isso,
entrego cada um em Tuas mãos.” A oração precisa ser diária, perseverante. Não
podemos esmorecer — porque enquanto oramos, Deus está agindo. E quando Deus
age, quem poderá impedir?
Um dos exemplos mais marcantes da Bíblia sobre a oração por
um familiar é a intercessão de Abraão por seu sobrinho Ló. Quando Deus revelou
a Abraão que destruiria Sodoma e Gomorra por causa de sua extrema maldade,
Abraão não ficou calado. Ele sabia que Ló e sua família estavam lá. E, diante
dessa notícia, ele se colocou de pé — não diante dos homens, mas diante de
Deus. E começou a interceder.
Abraão se aproximou de Deus com reverência, mas também com
ousadia. Perguntou: “E se houver cinquenta justos na cidade? Ainda assim
destruirás o lugar?” A cada resposta positiva de Deus, Abraão reduzia o
número: quarenta e cinco, quarenta, trinta, vinte, dez. Em cada pergunta, o
coração de Abraão pulsava fé e compaixão. Ele não apenas falava — ele insistia,
clamava, argumentava com humildade. Porque ele conhecia o caráter do Deus com
quem falava.
É impressionante perceber que Abraão não estava tentando
mudar a justiça de Deus, mas confiando plenamente na Sua misericórdia. Ele não
intercedeu por alguém que merecia, mas por alguém que precisava — e Deus ouviu.
Em Gênesis 19:29 está escrito: “Assim, quando Deus destruiu as cidades da
planície, lembrou-se de Abraão e tirou Ló do meio da catástrofe.” Ló foi salvo
por causa da oração de alguém que o amava. Tenho certeza de que você também já
viveu algo assim: aquele momento em que sua oração por um familiar foi ouvida,
e você soube, no fundo da alma, que foi Deus quem respondeu.
Essa história nos ensina que a oração feita com fé,
sinceridade e amor ainda move o coração de Deus. A intercessão é um ato de
esperança, mesmo quando parece não haver saída. Ela é eficaz mesmo quando tudo
parece perdido. Porque Deus continua o mesmo — justo, santo e misericordioso.
Ele ainda se lembra das orações feitas com fé e insistência.
Talvez você também tenha um “Ló” na sua vida. Alguém que
você ama, mas que parece estar vivendo em Sodoma — longe dos caminhos de Deus,
cercado de escolhas perigosas, aparentemente fora de alcance. Não desista.
Continue orando. Mesmo quando parecer que nada está mudando. Mesmo quando a
pessoa não quiser ajuda. Mesmo quando a situação parecer irreversível. Porque
Deus ouve. Deus salva. Deus lembra.
Abraão não salvou Ló com conselhos ou ações. Ele o salvou
com oração. E a oração ainda é a ponte entre o céu e quem precisa ser
alcançado.
Quando você ora por um familiar, está estendendo uma
corda de graça sobre o abismo. Talvez ele nem perceba, mas Deus vê — e
responde. A intercessão não apenas toca o coração de Deus; muitas vezes, salva
a vida de quem amamos.
Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça
e paz.
Pr. Décio Fonseca
26/mai/25
Nenhum comentário:
Postar um comentário