TRÊS OFERTAS, UM SÓ CORAÇÃO – ADORANDO COM PROPÓSITO
“Por meio de
Jesus, pois, ofereçamos a Deus sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios
que confessam o seu nome.” (Hebreus
13:15 – NVI)
O Antigo Testamento está repleto de
símbolos que apontam para verdades espirituais profundas. Entre eles estão as
ofertas levíticas — sacrifícios que faziam parte da adoração a Deus, conforme
as instruções dadas a Moisés. Embora hoje não ofereçamos animais em altares, os
princípios por trás dessas ofertas continuam vivos e essenciais em nosso
relacionamento com Deus. Três delas nos ajudam a compreender o tipo de culto
que agrada ao Senhor: entrega total, arrependimento sincero e gratidão com
comunhão.
A primeira é a oferta queimada,
ou holocausto. Nessa oferta, o animal era completamente consumido pelo
fogo do altar. Nada era retido. Essa era a forma mais clara de expressar a
entrega total a Deus. Era como dizer: “Tudo o que tenho e sou pertence ao
Senhor.”
Hoje, não colocamos carne no altar,
mas oferecemos nossa própria vida como sacrifício vivo. Quando dedicamos nosso
tempo, dons, forças e intenções ao Senhor — mesmo quando ninguém vê — estamos
apresentando essa oferta. Adorar a Deus vai além do domingo. É uma entrega que
se revela nas escolhas diárias, nos bastidores da rotina, na forma como lidamos
com as pessoas e com nossas prioridades.
A segunda é a oferta pelo pecado.
No passado, essa oferta era apresentada quando alguém cometia um erro sem
perceber, por descuido ou ignorância. Representava o desejo de ser perdoado e
restaurado. Essa oferta nos lembra que o pecado deve ser tratado com seriedade,
mas também que temos um Cordeiro perfeito: Jesus, que se ofereceu uma vez por
todas.
Quando nos aproximamos de Deus com um
coração arrependido, estamos apresentando essa oferta de forma espiritual.
Louvor, oração, ceia ou qualquer expressão de culto só agradam a Deus quando
vêm de um coração quebrantado. É preciso reconhecer nossa fragilidade, nossa
total dependência da graça. A adoração verdadeira nasce da humildade.
A terceira é a oferta pacífica.
Ela era oferecida em momentos de paz, gratidão e celebração. Era diferente
porque envolvia comunhão: parte da carne era queimada, parte era para os
sacerdotes e parte para quem oferecia. Era um momento de alegria coletiva
diante de Deus.
Hoje, quando louvamos com gratidão,
quando celebramos a ceia com reverência, quando promovemos a unidade no corpo
de Cristo, estamos apresentando essa oferta. Um coração agradecido gera
comunhão, e comunhão verdadeira glorifica a Deus. Não há adoração verdadeira em
meio a divisões, disputas ou mágoas não resolvidas. O culto que sobe como aroma
suave precisa vir de um povo que vive em paz.
Essas três ofertas, quando vistas
juntas, formam um retrato da adoração completa. Uma vida consagrada. Um coração
arrependido. Uma comunhão verdadeira. Deus não quer apenas rituais bonitos ou
palavras bem escolhidas. Ele quer um coração inteiro, sincero e disponível. Ele
busca adoradores que o adorem em espírito e em verdade — com profundidade, com
reverência e com alegria. “No entanto, está chegando a hora, e de fato já
chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em
verdade. São estes os adoradores que o Pai procura. Deus é espírito, e é
necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.” (João 4:23-24 - NVI).
Por isso, ao nos aproximarmos de Deus,
devemos perguntar: tenho me entregado de verdade? Tenho confessado meus pecados
com sinceridade? Tenho vivido com gratidão e promovido a paz entre os irmãos? A
adoração não se resume a músicas e palavras — ela é uma vida inteira voltada
para Deus. Uma vida que se entrega como holocausto, que se arrepende como
oferta pelo pecado e que celebra com gratidão como uma oferta pacífica.
Que o Espírito Santo nos ajude a viver
assim: com um coração consagrado, purificado e cheio de louvor. Que a nossa
vida seja um culto contínuo, e que cada gesto nosso seja uma oferta agradável
diante do Senhor.
A verdadeira
adoração não acontece apenas no altar do templo, mas no altar do coração — onde
se queima a entrega, se purifica o arrependimento e se celebra a comunhão.
Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça
e paz.
Pr. Décio Fonseca
24/mai/25
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