TÃO GRANDE SALVAÇÃO

"Como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação?" Hebreus 2:3a (NAA)

Ontem refletimos sobre o evangelho poderoso que recebemos — um evangelho que Paulo chama de dýnamis, a mesma raiz da palavra “dinamite” que conhecemos hoje. Um evangelho que não apenas informa, mas transforma. Que não apenas consola, mas confronta. Que chega até nós para revelar Jesus, o autor da nossa fé, e nos oferecer aquilo de que mais precisamos: a salvação.

Mas, diante disso, alguém pode perguntar: salvação de quê? Ou até mesmo dizer: não preciso ser salvo. A verdade é que muitos caminham assim — sem perceber o perigo de se afastar da verdade, de se acomodar, de ignorar a urgência do evangelho. É por isso que o autor da carta aos Hebreus nos alerta: precisamos dar atenção redobrada às verdades que temos ouvido, para que não nos desviemos. E ele ainda nos desafia com uma pergunta que deve ecoar em nossa consciência: como escaparemos, se negligenciarmos tão grande salvação?

Essa salvação foi anunciada primeiramente pelo próprio Senhor Jesus. Depois, foi confirmada por aqueles que a ouviram, os apóstolos, com testemunho e poder. E, por fim, foi selada em nossos corações pela ação do Espírito Santo. Não é uma ideia, uma doutrina fria ou uma teoria religiosa. É uma realidade viva e transformadora. E que fique bem claro:  só há salvação em Jesus.

O salmista já anunciava, e Hebreus reforça: para ser nosso Salvador, Jesus foi colocado, por pouco tempo, em posição inferior à dos anjos. Ele se humilhou. Ele assumiu nossa forma. Ele se fez homem. E Deus o exaltou, coroando-o de glória e honra, e colocando todas as coisas debaixo de Seus pés.

Ainda que não vejamos hoje todas as coisas sob domínio humano, vemos Jesus. Vemos aquele que, por amor, desceu até nós, sofreu, morreu, e agora está vivo — reinando. Ele passou pela morte para, pela graça de Deus, morrer por todos. E foi através do sofrimento que o Pai o tornou o autor da nossa salvação, o guia perfeito de todos os filhos que Ele deseja conduzir à glória.

Jesus é quem nos purifica dos nossos pecados. Ele nos chama de irmãos porque compartilhamos da mesma humanidade. Ele não se envergonha de se identificar conosco. Pelo contrário, assumiu a nossa carne e o nosso sangue, para que, por meio da morte, destruísse o diabo — aquele que tinha o poder sobre a morte — e libertasse todos os que viviam escravizados pelo medo.

A morte já não tem a última palavra. Cristo venceu. E é importante lembrar: Ele não veio para salvar anjos. Ele veio por nós. Ele veio por mim e por você. Ele veio por todos aqueles que, como diz a Escritura, são descendência de Abraão — isto é, todos os que creem.

Por isso, foi necessário que Ele se tornasse como nós em tudo. Para ser nosso Sumo Sacerdote — bondoso, fiel, compassivo — e assim oferecer o sacrifício definitivo pelos nossos pecados. Ele não veio apenas ensinar o caminho; Ele é o caminho. Ele não veio apenas nos observar de longe; Ele se fez um de nós, para nos alcançar de perto. E hoje, ainda que exaltado, continua intercedendo por nós diante do Pai.   "Meus filhinhos, estas coisas lhes escrevo para que vocês não pequem. Se, porém, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo." 1 João 2:1 (NAA)

É por isso que podemos confiar. Só Jesus pode nos libertar da tentação e nos sustentar em meio às lutas. Porque Ele mesmo foi tentado e sofreu, e sabe como socorrer os que são tentados. Ele conhece nossas dores, nossas fragilidades, nossos limites. E ainda assim nos chama de irmãos. Ainda assim nos ama e nos convida à salvação. "Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores." Romanos 5:8 (NAA)

A grande questão, então, não é se Deus está disposto a salvar — Ele está. A pergunta é: estamos atentos? Estamos ouvindo? Estamos respondendo? O perigo não está na falta de salvação, mas na negligência diante dela. O evangelho é poder de Deus. É Cristo, vivo, presente, oferecendo nova vida. Como, então, escaparemos, se o desprezarmos?

A salvação em Cristo não é apenas um livramento — é um reencontro. Um Deus que se fez homem para nos chamar de irmãos, vencer a morte em nosso lugar e nos conduzir, com amor e fidelidade, à verdadeira vida.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

24/jul/25

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