O PAI NUNCA ESQUECE DE VOCÊ

"Lia engravidou mais uma vez e deu à luz outro filho. Chamou-o de Judá, pois disse: "Agora louvarei ao Senhor!" -  Gênesis 29:35b NVT

Você conhece a história de Lia narrada no livro de Gênesis (29:15-35)? A rejeição e o desprezo de Jacó, seu esposo, levaram Lia a um profundo sofrimento e angústia de alma. Desgosto, falta de alegria e desprazer; aflição inquietante com a consequente indiferença e isolamento da família. Esses eram alguns dos sentimentos mais profundos e perturbadores vividos por aquela mulher, os quais, lentamente, destruíam sua frágil alma. 

No entanto, ela insistia em colocar-se no centro de seus problemas e não conseguia perceber o grande projeto que Deus havia reservado para si. Parecia, aos seus olhos, que Deus não se importava com sua aflição; que não ouvia seu reclame. Mas a verdade é que Deus se importava com ela, assim como se importa com você e conhece cada uma de nossas necessidades. “Ó Senhor, tu examinas meu coração e conheces tudo a meu respeito. Sabes quando me sento e quando me levanto; mesmo de longe, conheces meus pensamentos. Tu me vês quando viajo e quando descanso; sabes tudo que faço.” - Salmos 139:1-3 NVT

A Palavra nos revela que o Senhor viu que Lia era desprezada, não obstante todo o seu pensar distorcido, e fez com que ela fosse fecunda (Gênesis 29:31). Os três primeiros filhos gerados, bênçãos incomparáveis para qualquer mulher, em especial para a mulher daqueles dias, não criaram um novo e grande sentido para sua vida, nem mesmo tranquilizaram sua alma.

Agraciada pelo Senhor, ainda lhe faltava compreender que Deus é quem efetua em nós tanto o querer quanto o realizar, de acordo com Sua boa e eterna vontade. Lia demorou para compreender tal verdade. “Pois Deus está agindo em vocês, dando-lhes o desejo e o poder de realizarem aquilo que é do agrado dele.” Filipenses 2:13 NVT

Enquanto o mover de Deus em seu favor era materializado através de seus rebentos, sua centralidade é externada de forma escancarada na escolha dos nomes de seus filhos, denotando uma enorme preocupação consigo mesma; um amor não moderado que sentia por si mesma e que a levava a olhar em volta de forma desmedida e quase exclusivamente visando seus próprios interesses: Rubens – o Senhor viu a minha aflição; Simeão – o Senhor ouviu que eu era desprezada; Levi – meu marido se unirá mais a mim.

Os pronomes usados por Lia revelam uma mulher amargurada, possessiva e egoísta que se colocava no centro das principais decisões do Senhor, preocupada única e exclusivamente consigo mesma, fato que a cegava impedindo-a de visualizar o bem maior que o Senhor tinha para sua vida.

Quão grande é o amor com que o Senhor nos tem amado. A palavra nos ensina que “mesmo que meu pai e a minha mãe me abandonarem, o Senhor me acolherá”. Salmos 27:10, e ainda que O Senhor responde: "Pode a mãe se esquecer do filho que ainda mama? Pode deixar de sentir amor pelo filho que ela deu à luz? Mesmo que isso fosse possível, eu não me esqueceria de vocês!”  Isaías 49:15 NVT. 

Nas palavras de Spurgeon: “Se o leite da bondade humana secar dos seios maternos, há um Pai que nunca se esquece”.

Finalmente, ao compreender que a vontade de Deus deveria estar no centro de sua preocupação, Lia passa então a entender a real importância de sua existência. Através de seu quarto filho, Judá, ela alcançou o profético – desta vez eu louvarei o Senhor, assim ela se pronuncia (Gên. 29:35b). Agora sim, Glorioso Senhor, posso ver a Tua Salvação. De Judá haveria de vir o Salvador, Cristo o Senhor (Mateus 1:3). Judá recebeu de Jacó a seguinte bênção: “Os seus irmãos o louvarão... e todos os seus parentes se curvarão à sua frente... o cetro não se afastará de Judá... aquele que todas as nações honrarão”. Gên. 49:8-12.

Segundo Keller, Deus veio à garota que ninguém queria, a mal-amada, e fez dela a mãe ancestral de Jesus. A salvação veio ao mundo não pela bela Raquel, mas através da desprezada e mal-amada... quando o Senhor viu que Lia não era amada, Ele a amou. Esse é o Deus que salva pela graça (Timothy Keller, Deuses Falsos – pág. 55).

Esta passagem nos traz ensinamentos interessantes e profundos, entre os quais podemos destacar:

a) Necessidade de rever nossos conceitos de existência e as coisas que mais importam para nós, entendendo que o Espírito Santo, que em nós habita, nos faz diferentes, tornando-nos pessoas especiais;

b) Jesus precisa estar no centro de nosso viver, pois, se assim o for, mesmo que desprezados por muitos, o que importa é que sempre haverá a certeza de que, como noiva amada do Senhor, somos por Ele cuidados e preservados com amor paternal;

c) O Senhor não permanece insensível às nossas lutas e aflições;

d) Nosso Deus nunca nos abandonará. Ele sempre nos ouve e está pronto a nos socorrer; “Mesmo quando eu andar pelo escuro vale da morte, não terei medo, pois tu estás ao meu lado. Tua vara e teu cajado me protegem.” Salmos 23:4 NVT;

e) Existe um projeto que precisa ser conhecido e vivido pela igreja. Somos portadores de uma grande mensagem de salvação;

f) Ao final, Jesus, que é gerado no meio da igreja pelo poder do Espírito Santo, nos faz compreender que fomos feitos para o louvor e adoração do nosso Deus. 

Assim como Lia, lembre-se de que Deus está atento a você, mesmo quando parece que Ele está distante. Ele conhece suas lutas, suas dores e suas alegrias. E, por amor a nós, Ele enviou Seu Filho Jesus Cristo para nos salvar, pagando um alto preço no Calvário. Receba livremente a graça e o perdão que vêm do Cordeiro que foi morto, mas que hoje vive e é vencedor. O preço foi caro, mas Ele o pagou por amor a você. 

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca


2 comentários:

  1. Companheiro, essa foi a melhor que o Espírito Santo lhe deu.
    Judá é o segredo.

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  2. Caro Godoy, o Senhor tem sido misericordioso para comigo. Como diz a letra do louvor: o Leão da tribo de Judá quebrou nossas cadeias e nos libertou. Ele é a rocha da nossa vitória; a nossa força em tempos de fraqueza e uma torre em tempos de guerra; Oh! a esperança de Israel.

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