SOB AS ASAS DIVINAS

Aquele que habita no abrigo do Altíssimo encontrará descanso à sombra do Todo-poderoso.” NVT Salmos 91:1 NVT

Este salmo desenvolve não só um ensino maravilhoso acerca da proteção divina concedida àqueles que foram justificados por Cristo, mas também aponta para os cuidados do Senhor, Sua companhia e, ao final, salvação e vida eterna. “Quando clamar por mim, eu responderei e estarei com ele em meio às dificuldades; eu o resgatarei e lhe darei honra. Com vida longa o recompensarei e lhe darei minha salvação.” Salmos 91:15-16 NVT

Na presença do Senhor, em Seu esconderijo, somos protegidos e recebemos ensinamentos edificantes e correções que nos fortalecem na fé e nos preparam para as batalhas.

Vivemos em tempos onde o Grande Amor de nossas almas – Cristo Jesus – está sendo abandonado ou substituído por amores efêmeros. Em cada passo do nosso caminho, encontramos pessoas e situações prontas para nos fazer tropeçar.  Vivemos tempos difíceis, onde as leis da natureza e da moralidade são constantemente desafiadas. São dias de completa depravação, onde o comportamento se torna cada vez mais pervertido. Como nos dias de Noé, a humanidade hoje vive em extrema corrupção e maldade. As pessoas se afastaram de Deus, seguindo suas próprias vontades e praticando o mal continuamente. Assim caminha a humanidade. “Saiba que nos últimos dias haverá tempos muito difíceis.” 2 Timóteo 3:1 NVT

Vamos nos lembrar de que tudo é profético e faz parte dos acontecimentos descritos pela Palavra referentes aos últimos dias da igreja nesta terra. Contra esta operação maligna que está no mundo e contra as investidas da carne e do pecado, uma solução eficaz nos é apresentada: o esconderijo do Altíssimo.

O habitar no esconderijo do Altíssimo nos garante muito mais do que simples proteção. Há provisão, exaltação e certeza do brotar e colher das revelações vindas do Senhor. Ao dizer que o esconderijo do Altíssimo me proporciona refúgio e fortaleza, estou afirmando que a minha confiança está nEle. “O Senhor é bom; é forte refúgio quando vem a aflição. Está perto dos que nele confiam.” Naum 1:7 NVT

Habitar significa muito mais do que pousar por uma noite ou permanecer por pouco tempo, por uma temporada. Devemos buscar no esconderijo do Altíssimo uma habitação permanente.

Ali, o milagre é operado, e experimentamos coisas tão maravilhosas que nos será até mesmo difícil entender. É um ambiente de intimidade com o Espírito Santo. Naquele lugar, os planos dos maliciosos serão frustrados, o desamparado terá sua esperança renovada. Há proteção contra as calúnias, e você não terá medo quando vier a destruição. Seu lar estará seguro, e ao conferir seus bens, de nada achará falta. Como diz Jó 5:24: “Saberá que seu lar está seguro; ao contar seus bens, de nada achará falta.” NVT

Mas não devemos nos esquecer de que também é um lugar que nos garante, de igual forma, a correção. “Mas como são felizes os que Deus corrige! Não despreze, portanto, a disciplina do Todo-poderoso. Pois ele fere, mas enfaixa a ferida; bate, mas suas mãos curam.” Jó 5:17-18 NVT. Essa correção visa um aperfeiçoamento que, de igual forma, proporciona crescimento espiritual.

O esconderijo do Altíssimo é lugar de ensino, onde somos forjados e capacitados para a grande tarefa da igreja. “Jesus lhes disse: "Vão ao mundo inteiro e anunciem as boas-novas a todos.” Marcos 16:15 NVT. Onde somos ensinados para que não sejamos mais imaturos e não sejamos influenciados quando nos tentarem enganar com mentiras astutas. Neste lugar especial somos ensinados a falar a verdade em amor, o que nos tornará, em todos os aspectos, cada vez mais parecidos com Cristo.

Quanta coisa boa podemos desfrutar na presença do nosso Deus, que nos tem feito habitar em seu esconderijo.

Graça e paz da parte de nosso Senhor Jesus Cristo.

Pr. Decio Fonseca  


 

O CÉU É A NOSSA HABITAÇÃO

“...e habitarei na Casa do Senhor para todo o sempre.” Salmos 23:6b NAA

O Éden foi o palco onde o pecado nos tirou da presença do Senhor, afastando-nos de uma convivência plena com o Pai. Nossa alma anseia por voltar à casa do Pai, um lugar de delícias sem fim. A jornada de volta é marcada por um profundo desejo de reconciliação e redenção. Cada passo que damos em direção a Ele é um passo em direção à verdadeira paz e alegria.

Há uma certeza no íntimo do coração do salmista ao concluir este salmo quando afirma: “Habitarei na Casa do Senhor para todo o sempre.” Em outras palavras: Voltarei à casa do Senhor e, desta vez, de forma definitiva. Essa é a certeza que o alcança. Por toda a eternidade, não serei mais separado da casa de Deus, nem das Suas ordenanças. O grande dia chegou! Por fim hei de habitar com Ele na glória. Como alguém que retorna de um longo cativeiro, assim se pronuncia Davi.

Pelos méritos do Cordeiro de Deus estamos prontos para viver para sempre no templo de Deus onde o serviremos e o glorificaremos por toda a eternidade. Através do sacrifício de Jesus Cristo, temos a oportunidade de restaurar essa comunhão perdida e experimentar o amor incondicional do Pai. É um caminho de fé, esperança e amor, onde somos constantemente chamados a nos arrepender e a buscar a santidade. No final dessa jornada, nos espera um lugar de delícias eternas, onde não haverá mais dor, tristeza ou separação, mas apenas a presença gloriosa de Deus. "Vejam, o tabernáculo de Deus está no meio de seu povo! Deus habitará com eles, e eles serão seu povo. O próprio Deus estará com eles. Ele lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor. Todas essas coisas passaram para sempre". Apocalipse 21:3-4 NVT

Quão glorioso será aquele dia em que haveremos de habitar na Casa do Senhor para todo o sempre. Não estaremos ali somente de passagem, entre quatro paredes ou assentados em um banco, não. Agora não se trata mais de um templo físico, mas sim a presença gostosa, constante e eterna de Deus. Estaremos envoltos em Sua glória, sentindo Seu amor e Sua paz de maneira plena e ininterrupta. Cada momento será uma celebração da Sua bondade e misericórdia, e a alegria será indescritível.

É certo que na comunhão do Espírito Santo já podemos sentir aqui nesse plano um pouquinho da eternidade quando entramos no tempo de Deus, mas existe no céu algo de muito especial que nossos olhos não viram, nossos ouvidos não ouviram, coisas tão maravilhosas que jamais subiram aos nossos corações. (1Coríntios 2:9). Como Davi, cada um de nós devemos ansiar por esse dia, crendo com todas as forças de nosso coração nessa promessa de habitar na presença de Deus para sempre.  Promessa esta que é para nós uma fonte de conforto e esperança.

Haverá naquela nova habitação uma comunhão plena e eterna com Deus, resultado da graça divina e da misericórdia de Deus, que nos segue todos os dias de nossas vidas.

Enquanto estamos neste mundo, vivemos como peregrinos; aqui somos como estranhos ou convidados, pois não pertencemos a este mundo. Os dias desta vida efêmera, em contraste com a vida eterna, são incomparáveis e indescritíveis. “Eles não são do mundo, como também eu não sou.” João 17:16 NAA. Mas chegará o dia em que habitaremos na casa do Senhor para sempre. Que Deus conceda que esta seja a porção de cada um de nós, pelo Seu grande nome!

Há um povo santo que está de partida para aquela casa da qual Jesus falou: “Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se não fosse assim, eu lhes teria dito. Vou preparar lugar para vocês.” João 14:2 NVT. Essa promessa foi ouvida pelos discípulos há mais de 2000 anos.

Nas palavras de Billy Graham: “Se comparada a beleza e formosura que nossos olhos contemplam e que fazem parte da obra criadora, fauna e flora, tudo criado por Deus em seis dias, imaginem, se nosso Pai Celestial fez tudo isso em seis dias, como deve ser aquele lugar no qual Ele tem trabalhado por 2000 anos? Pode apostar que haverá um sorriso no meu rosto. Como habitarei na casa do Senhor para sempre."

A promessa de habitar na Casa do Senhor para todo o sempre é uma fonte de conforto e esperança para todos os que anseiam pela presença eterna de Deus. Assim como Davi expressou sua certeza e desejo de retornar à casa do Pai, nós também podemos nos alegrar na promessa de uma comunhão plena e eterna com Deus. A vida neste mundo é passageira e cheia de desafios, mas a certeza de que um dia estaremos na presença constante e gloriosa do Senhor nos dá força para perseverar.

Que essa promessa nos inspire a viver com fé e gratidão, sabendo que, pela graça e misericórdia de Deus, um dia habitaremos na Sua casa para sempre. Que essa seja a porção de cada um de nós, pelo grande nome do Senhor!

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

 

VIRTUDES INSEPARÁVEIS

“Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na Casa do Senhor para todo o sempre.” Salmos 23:6 NAA

Relacionamento interpessoal é a capacidade de interagir eficazmente com outras pessoas, essencial em contextos como trabalho, família e amizades. Esses relacionamentos são cruciais para o bem-estar humano, envolvendo a troca de emoções e experiências. Eles podem ser positivos (amizades) ou negativos (conflitos), e conviver com pessoas indelicadas pode causar estresse, ansiedade e transformar o ambiente em um espaço tóxico.

A presença de Deus em nossas vidas nos torna agradáveis e amáveis. A bondade destacada pelo salmista no verso 6 do texto que estamos analisando aponta para uma jornada espiritual que deixa rastros de gentileza e amabilidade, refletindo a felicidade que a presença do bom pastor nos proporciona.

A palavra nos ensina que a bondade de Deus é infinita e eterna, refletida em todas as Suas obras e em Seu relacionamento com a criação. A Bíblia relata que, desde o primeiro momento da criação, a bondade de Deus foi manifesta. A obra criadora revela essa bondade, onde tudo o que Ele fez era “muito bom” (Gênesis 1:31). Essa bondade continua a se manifestar em nossa vida diária, através de Suas provisões, proteção e graça.

Não só na obra criadora essa bondade se manifesta como também na obra redentora de Jesus Cristo. Em Tito 3:4-5 NAA, lemos: “Mas quando se manifestou a bondade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor por todos, ele nos salvou, não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo a sua misericórdia. Ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo.” Através de Jesus, a bondade de Deus se manifesta de forma suprema, oferecendo-nos salvação e vida eterna.

É maravilhoso como o Espírito de Deus nos conduz a compreender o alcance de uma bondade plena e perfeita, que se estende de geração em geração. Essa bondade cria, alcança, regenera e salva o pecador caído.

A igreja fiel é portadora dessa bondade que por ser um tema central na Bíblia segue o princípio básico operando essa bondade constantemente, oferecendo-nos conforto e segurança.

Essa bondade que nos segue também nos impulsiona a praticar atos de bondade em nossas vidas. Como corpo vivo de Cristo, somos chamados a refletir a bondade que recebemos d'Ele através de nossas ações, tratando os outros com compaixão e misericórdia. A bondade do Pai nos oferece conforto, segurança e salvação, e nos chama a viver de maneira que a retrate em nossas interações diárias. “Pelo contrário, sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando uns aos outros, como também Deus, em Cristo, perdoou vocês.” Efésios 4:32 NAA

A misericórdia é um dos atributos mais importantes de Deus, referindo-se à Sua compaixão e amor incondicional por nós, mesmo quando não merecemos. A palavra "misericórdia" aparece centenas de vezes nas escrituras e é uma característica fundamental da nossa fé. Em Sua infinita misericórdia, Deus está sempre disposto a perdoar nossos pecados. Isso significa que, independentemente do que tenhamos feito, sempre podemos nos arrepender e pedir perdão a Deus, e Ele nos receberá de braços abertos.

O exercício da misericórdia de Deus em nossas vidas nos mantém de pé diante d'Ele, pois é a razão de não sermos consumidos. “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim.” Lamentações 3:22 NAA.

Essas duas virtudes – bondade e misericórdia –  são inseparáveis na vida de um cristão, pois a bondade de Deus nos atrai para Ele, e Sua misericórdia nos sustenta e nos perdoa. Como crentes, somos chamados a refletir essas qualidades em nossas vidas, mostrando bondade e misericórdia aos outros. É importante lembrar que a misericórdia não é algo que devemos levar apenas para o nosso relacionamento com Deus, mas também em nossos relacionamentos com os outros. Devemos sempre tratar os outros com amor e compaixão, assim como Deus nos trata.

A Bíblia deixa claro que a misericórdia é um caminho de mão dupla. Se a misericórdia nos seguir, a misericórdia de Deus estará sobre nós. “Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.” Mateus 5:7 NAA.

Que possamos ver a bondade e a misericórdia pelo retrovisor de nossa jornada espiritual, deixando rastros de amor por onde passarmos. Que essa seja nossa prática diária, não apenas como um dever religioso, ético ou moral, mas para sermos identificados como discípulos do Bom Pastor, seguindo o exemplo que Ele nos deixou.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

 

TRANSBORDANDO EM MEIO ÀS CRISES

“...unges a minha cabeça com óleo; o meu cálice transborda.” Salmos 23:5b NAA

Uma crise é uma situação de instabilidade, dificuldade ou perigo que afeta um indivíduo, uma organização, uma comunidade ou até mesmo um país. Ela pode ser causada por diversos fatores, como problemas econômicos, políticos, sociais, ambientais ou de saúde. São situações que fogem ao nosso controle e impactam nosso cotidiano. As crises podem gerar sequelas profundas na vida das pessoas, afetando sua saúde física e mental, suas finanças, seus relacionamentos e sua qualidade de vida de maneira geral.

O remédio para preservar nossa mente da contaminação do mundo e evitar que sejamos levados pelas ondas das muitas crises que nos preocupam, desviando nossa atenção do fim principal que é glorificar a Deus, é permitir que o Pastor Jesus venha ungir nossas cabeças com o óleo do Seu Espírito Santo.

É muito comum que as ovelhas fiquem infestadas de moscas, o que as impede de se alimentarem adequadamente. Por isso, o pastor joga óleo sobre suas cabeças para evitar esse problema. Como as ovelhas, precisamos do Espírito Santo sobre nossas cabeças para que vivamos uma vida direcionada por Ele. Assim como as moscas podem incomodar e distrair as ovelhas, impedindo-as de se alimentarem adequadamente, na vida espiritual, podemos ser “infestados” por preocupações, tentações e distrações do mundo. Essas “moscas” espirituais podem nos impedir de focar em nossa relação com Deus e de nos alimentarmos da Sua Palavra. "Achadas as tuas palavras, logo as comi. As tuas palavras encheram o meu coração de júbilo e de alegria, pois sou chamado pelo teu nome, ó Senhor, Deus dos Exércitos" Jeremias 15:16. NAA

O óleo do Espírito, quando derramado sobre nossa cabeça, ordena nossos pensamentos de tal maneira que ideias e conceitos contrários à Palavra não têm poder para nos desviar dos caminhos do Senhor. Tal situação nos tornaria vulneráveis ao ataque do adversário. O óleo sobre nossas cabeças blinda nossa mente, fazendo com que tenhamos a mente de Cristo. “Pois quem conheceu a mente do Senhor, para que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo.” 1 Coríntios 2:16 NAA

Ungir com óleo aponta também para a obtenção de bênçãos e a consagração de vidas, podendo também ser visto como um ato de cura e renovação. “Expulsavam muitos demônios e curavam numerosos enfermos, ungindo-os com óleo.” Marcos 6:13 NAA

O transbordar do cálice reforça a ideia de que as bênçãos de Deus são tão abundantes que excedem todas as expectativas, proporcionando não apenas o suficiente, mas uma superabundância de graça e provisão. O “cálice transbordante” simboliza abundância e generosidade. No Salmo 23, isso indica que Deus não apenas provê o necessário, mas abençoa com abundância, além do que é necessário. O Senhor dá com abundância de maneira que transborda nosso cálice. É um símbolo de satisfação completa, pois servimos a um Deus que é capaz de realizar infinitamente mais do que poderíamos pedir ou imaginar, por Seu grande poder que atua em nós (Efésios 3:20). Indiscutivelmente, isso é o verdadeiro transbordamento do cálice.

O “cálice transbordante” tem um significado muito preciso nas culturas orientais. Na Palestina, o transbordamento do cálice significa plenitude de tudo que tem verdadeiro significado e valor para nós. Ou seja, essa é a verdadeira prosperidade do crente. O que não se refere à quantidade, mas o suficiente para vivermos. Portanto, se somos ovelhas dependente de nosso Pastor, devemos ser gratos e valorizar o já temos recebido. E então, nosso cálice transborda. “Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes.” 1 Timóteo 6:8 NAA. E ainda: servimos a um Deus que é poderoso para tornar abundante em cada um de nós toda a graça, a fim de que, tendo sempre, em todas as coisas, aquilo que nos é suficiente, possamos superabundar em toda a boa obra do nosso glorioso Deus. (2 Coríntios 9:8)

Deus nos faz transbordar de alegria. Uma alegria que não depende das circunstâncias, pois, apesar das adversidades, o salmista experimenta a abundância das bênçãos de Deus, que vão além do necessário. O salmista usa a expressão “transborda”, que transmite a ideia de mais do que cheio. Essa tem sido a nossa experiência. “Tu me farás ver os caminhos da vida; na tua presença há plenitude de alegria, à tua direita, há delícias perpetuamente.” Salmos 16:11 NAA

A unção da cabeça com óleo e o cálice que transborda são metáforas ricas em significado e refletem a ideia de cuidado divino, proteção e bênçãos abundantes. Essas metáforas também destacam a confiança e a segurança que o salmista sente na presença de Deus, mesmo diante das adversidades e das muitas crises que temos que enfrentar. Que essa seja a nossa oração: “Querido Pastor, derrama sobre mim o Teu Santo e Glorioso Espírito, fazendo o meu cálice transbordar. Que a Tua unção me traga alegria, mesmo nos momentos de crise. Senhor, que eu tenha o suficiente para viver, e que esse suficiente seja a plenitude da Tua santa e gloriosa presença, que preenche e transborda o meu coração de gozo. Amém!”

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca


 

MESA PREPARADA

Preparas-me uma mesa na presença dos meus adversários, unges a minha cabeça com óleo; o meu cálice transborda.” Salmos 23:5 NAA

Por certo todos já ouvimos a expressão “matar um leão por dia”. Este é um ditado popular que significa enfrentar grandes desafios e superá-los diariamente. Ele representa a ideia de coragem, determinação e perseverança diante das dificuldades da vida. Cada “leão” simboliza um obstáculo ou dificuldade que encontramos em nossas vidas, e encarar esses desafios diariamente é um lembrete de que a superação constante é a chave para o progresso. O verso 5 do Salmos 23 está muito ligado à essa experiência que é diária.

Nosso Deus é organizado, por isso Ele coloca tudo em ordem e dispõe uma mesa para que nos assentemos à Sua presença. O salmista vê os adversários à sua frente e tem a certeza de que eles nada podem fazer contra ele. Assentado naquele lugar, ele sabe que está seguro porque o Rei de toda a terra está à mesa. Aquela não é uma mesa qualquer; é a mesa do grande Rei, que o protegerá. Apesar de sua vulnerabilidade, ele está seguro. Como está escrito em Salmos 92:11 NAA: “Os meus olhos veem a derrota dos inimigos que me espreitam, e os meus ouvidos escutam os gritos dos malfeitores que contra mim se levantam.”

Quem são os meus adversários na presença dos quais a mesa foi preparada? A Palavra nos traz essa informação: “Pois nós não lutamos contra inimigos de carne e sangue, mas contra governantes e autoridades do mundo invisível, contra grandes poderes neste mundo de trevas e contra espíritos malignos nas esferas celestiais.” Efésios 6:12 NVT

Existem fontes de perigo que são nossos inimigos declarados. Um deles é o mundo, seu sistema, valores e comportamentos que se opõem aos princípios de Deus. O mundo tenta nos afastar da verdade e nos seduzir com suas falsas promessas de felicidade e sucesso. "Não amem o mundo nem o que nele há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Pois tudo o que há no mundo - a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens - não provém do Pai, mas do mundo. O mundo e a sua cobiça passam, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre." 1 João 2:15-17 NAA. Contudo, é à mesa do Senhor que encontramos verdadeira segurança e proteção. Na mesa que o Pai preparou para cada um de nós, nossas mentes e corações são resguardados das influências prejudiciais do mundo. O Senhor nos fortalece para resistir às tentações e nos guia no caminho da justiça, mesmo em meio às adversidades.

O segundo grande inimigo é a nossa carne. Nosso maior inimigo está em nós mesmos. Lutamos diariamente contra nossa natureza humana que quer ser a todo custo independente de Deus. Este foi o caminho percorrido por Adão e Eva no jardim. A carne nos leva a buscar satisfação imediata e egoísta, afastando-nos dos propósitos de Deus. Paulo nos alerta sobre essa batalha interna em Romanos 7:18-19 NAA: “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; pois o querer o bem está em mim, não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço.”  Para vencer essa luta, precisamos nos revestir do Espírito Santo e permitir que Ele nos guie. Gálatas 5:16-17 nos encoraja: “Digo, porém: andai pelo Espírito, e não haveis de cumprir a cobiça da carne. Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis.” Assentado à mesa de Deus, em Sua companhia seremos fortalecidos e capacitados para vencer mais essa batalha.

O terceiro grande inimigo de nossas almas é o diabo. “Portanto, sujeitem-se a Deus, mas resistam ao diabo, e ele fugirá de vocês.” Tiago 4:7 NAA. Esse inimigo é o articulador dos dois inimigos anteriores. Com sua habilidade, tenta envolver o homem e, com sua astúcia persuasiva, é capaz de estabelecer conexões entre os dois outros inimigos (o mundo e a carne), influenciando as pessoas. Lembremo-nos de que ele veio para roubar, matar e destruir (João 10:10). A vitória sobre este inimigo não reside apenas em resisti-lo. Como o início do versículo acima indica claramente, precisamos, antes de tudo, sujeitar-nos a Deus.

À mesa do Senhor, Ele nos proporciona todas as condições necessárias para alcançarmos a vitória. É nesse lugar de comunhão e intimidade com Deus que encontramos força, sabedoria e direção para enfrentar os desafios diários. Na presença do Senhor, somos renovados e capacitados a resistir às tentações do mundo, às fraquezas da carne e às ciladas do diabo. A mesa do Senhor representa Sua constante provisão e cuidado. É ali que recebemos o alimento espiritual que nos sustenta e fortalece.

Portanto, ao nos assentarmos à mesa do Senhor, podemos ter a certeza de que Ele está conosco, nos guiando e protegendo. Com Ele ao nosso lado, somos mais que vencedores, pois nada pode nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor (Romanos 8:37-39).

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

 

DESTEMOR À SOMBRA DA MORTE

“Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; o teu bordão e o teu cajado me consolam.” Salmos 23:4 NAA

Todos passamos, em alguma etapa de nossa jornada espiritual, por situações sombrias e angustiantes. Essas ocasiões desafiadoras podem ser causadas por diversos fatores, como a perda de um ente querido, dificuldades financeiras, problemas de saúde ou crises pessoais. São momentos de profunda escuridão e incerteza. Este é um período de provação, angústia e temor, no qual enfrentamos questões que frequentemente parecem intermináveis e insuperáveis.  Tudo isso nos remete ao temível “vale da sombra da morte”.

Davi demonstrou sua confiança de maneira especial neste salmo, quando enfrentou grandes batalhas onde sua fé no Senhor foi testada. Ele encontrou no Senhor, o Pastor de sua alma, a solução para enfrentar esses momentos sombrios. Mesmo sendo um rei forte e líder de um grande e poderoso exército, o salmista não depositou sua confiança em si mesmo, mas buscou em Deus consolo e segurança. “Uns confiam em carros de guerra, e outros, em seus cavalos; nós, porém, invocaremos o nome do Senhor, nosso Deus.” Salmos 20:7 NAA

Para Wesley, a "sombra da morte" não era algo a ser temido, mas sim uma prova da fé e da confiança em Deus. Ele encorajava os cristãos a manterem sua fé firme, sabendo que Deus está com eles em todos os momentos, especialmente nos mais difíceis.

Como rebanho do pastoreio do Senhor, experimentamos Seus cuidados enquanto trilhamos pelas estradas da vida, e Sua companhia nos conforta. O Sumo Pastor guia Seu rebanho com segurança e proteção, conduzindo-nos através dos vales escuros e das montanhas íngremes. Em cada passo, encontramos refúgio em Suas asas e confiança em Sua fidelidade.

No entanto, a presença do Senhor neste percurso não nos isenta de enfrentar as adversidades impostas pelo vale da sombra da morte. Como seres humanos, estamos sujeitos a enfermidades, à perda de entes queridos e à possibilidade de ficarmos sem emprego. Essas situações são comuns em nosso dia a dia e afetam a todos, independentemente de distinções. Estamos no mundo e, segundo o evangelista João, no mundo passamos por aflições (João 16:33). No entanto, algo nos distingue: o ânimo e o fortalecimento que nosso Deus nos concede, encorajando-nos a vencer os desafios diários do mundo. O que fica claro quando observarmos a intensidade e a amplitude da oração feita por Jesus em favor de todas as ovelhas que lhe foram entregues pelo Pai. “Não peço que os tires do mundo, mas que os guardes do mal.” João 17:15 NAA

Continuando nossas considerações, encontramos no versículo que serve de base para nossa reflexão dois elementos essenciais usados pelo pastor no cuidado com as ovelhas: a vara e o cajado. Esses instrumentos são empregados de maneira singular e pessoal, simbolizando a proteção e o cuidado individual providos por Deus.

A vara é usada pelo pastor não apenas para defender as ovelhas de ataques de predadores, mas também para corrigir aquelas que estão agitadas e as insubordinadas. A Bíblia frequentemente aborda a correção de Deus, enfatizando que Ele corrige aqueles a quem ama, assim como um pai disciplina seus filhos. Não devemos menosprezar o ensino do Senhor, nem nos desanimar quando somos repreendidos por Ele. Dessa forma, compreendemos que o corretivo de Deus é uma bênção para nossas vidas e uma expressão do Seu amor e cuidado. Ele nos repreende com o propósito de ensinar, afastar-nos do mal e guiar-nos no caminho da justiça. Essa atitude nos lembra da importância da correção divina como um meio de crescimento espiritual e proteção. “Porque o Senhor repreende a quem ama, assim como um pai repreende o filho a quem quer bem.” Provérbios 3:12 NAA

Quanto ao cajado, ele era uma ferramenta essencial para os pastores de ovelhas e possuía várias funções importantes. Podia ser usado para guiar as ovelhas, especialmente quando elas se desviavam do caminho ou se aproximavam de áreas perigosas. Como diz em Salmos 48:14 NAA: “Que este Deus é o nosso Deus para todo o sempre; ele será o nosso guia até o fim”. Da mesma forma, o Senhor, com Seu cajado, tem nos guiado por um caminho vitorioso. Outra função do cajado advém de sua extremidade curva, que permitia ao pastor puxar as ovelhas que caíam em buracos ou ficavam presas em arbustos, desempenhando assim a função de resgate. Como está escrito em Salmos 34:22 NAA: “O Senhor resgata a alma dos seus servos, e dos que nele confiam nenhum será condenado”.  Confiamos no Resgatador de nossas almas, que deu a Sua vida por nós, pagando um alto preço para nos libertar das garras do pecado.

Além disso, o cajado também servia para afastar animais selvagens e proteger o rebanho. O Senhor Jesus é um Pastor atencioso e zeloso, que nos livra de nossos inimigos! Ele nos apascenta em Seus braços, recolhendo-nos como a cordeirinhos indefesos e levando-nos em Seu colo. A todos Ele acolhe guiando-nos suavemente. (Isaías 40:11)

No final do dia, o pastor usava o cajado para fazer com que as ovelhas passassem uma a uma, permitindo que ele as contasse e inspecionasse. Essa função básica ajudava a manter o rebanho seguro e bem cuidado. Essa reflexão nos leva a considerar os cuidados do Senhor e como Ele trata cada indivíduo de maneira única e exclusiva.  Ele dá importância à nossa individualidade, atentando para cada detalhe de nossas vidas. Este é um exemplo que devemos seguir: da mesma forma que o pastor conta suas ovelhas, devemos valorizar cada pessoa ao nosso redor, considerando suas necessidades individualmente nos nossos relacionamentos interpessoais.

O nosso Bom Pastor é atencioso, protetor e compassivo para conosco. Ele nos conhece pelo nome, como está escrito em Êxodo 33:17 NAA: “... porque você alcançou favor diante de mim, e eu o conheço pelo nome.”

O uso do cajado também simboliza a orientação segura que Deus nos oferece em nossa jornada. Ele nos guia em todos os momentos, mesmo quando enfrentamos desafios ou nos sentimos perdidos. “Envia a tua luz e a tua verdade, para que me guiem e me levem ao teu santo monte e aos teus tabernáculos.” Salmos 43:3 NAA

Em resumo, o Salmo 23:4 nos traz uma sublime mensagem de conforto e amparo, assegurando-nos que, mesmo nas situações mais desafiadoras, não precisamos temer, pois Deus está sempre presente para nos guiar e consolar. Assim como um pastor cuida de suas ovelhas, Deus nos protege de maneira singular e pessoal, assegurando que, mesmo quando atravessarmos o vale da sombra da morte, Sua presença nos confortará e nos dará força.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

 

DECISÕES SEGURAS

... Guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome.” Salmos 23:3b

Quantas vezes você já se deparou com a necessidade de tomar uma decisão crucial em sua vida? Essas escolhas frequentemente nos conduzem às mudanças drásticas, onde o caminho a seguir pode parecer incerto e desafiador. Mudar de cidade ou emprego, casar-se, decidir ter filhos – cada uma dessas decisões traz consigo uma combinação de medo e esperança, incerteza e expectativa.

Verdadeiramente, as decisões que tomamos estão intrinsecamente ligadas ao pedido de Davi: “Guia-me pelas veredas da justiça”. Essa súplica nos recorda da importância de buscar a orientação do Senhor em cada passo que damos, confiando que Deus nos conduzirá pelo caminho certo, mesmo quando a jornada parece incerta. É como se estivéssemos navegando em águas desconhecidas, mas com a certeza de que há uma bússola divina apontando para a verdadeira direção.

Deus está sempre pronto a nos guiar pelas veredas da justiça, oferecendo refrigério à nossa alma. Não precisamos estar sozinhos quando fazemos nossas escolhas, sejam elas fáceis ou difíceis. O Deus da nossa salvação está sempre pronto a nos ajudar a discernir o caminho certo e nos dará forças para seguir em frente, mesmo quando a jornada parecer árdua. É como se estivéssemos caminhando lado a lado com um guia divino, cuja luz ilumina nosso caminho e nos sustenta. “Faze-me conhecer os teus caminhos, Senhor; ensina-me as tuas veredas. Guia-me na tua verdade e ensina-me, pois tu és o Deus da minha salvação, em quem eu espero todo o dia.” Salmos 25:4-5 NAA

Nem sempre o nosso desejo se alinha à vontade do Pai Celestial. Durante nossa jornada, é comum termos planos e anseios que acreditamos serem os melhores para nós. No entanto, Deus, em Sua infinita sabedoria e amor, pode ter outros propósitos que, à primeira vista, não compreendemos. “Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apoie no seu próprio entendimento.” Provérbios 3:5

Um exemplo claro disso é encontrado na vida do apóstolo Paulo. Em Atos 16:6-10, vemos que Paulo e seus companheiros foram impedidos pelo Espírito Santo de pregar a palavra na Ásia e, posteriormente, o mesmo Espírito de Jesus não permitiu que eles fossem para a Bitínia. Embora Paulo desejasse ir a esses lugares, Deus tinha um propósito maior e diferente para ele. Essa passagem nos ensina como Deus guiou Paulo através das veredas da justiça para que a vontade divina prevalecesse.

A direção divina é a mais segura para nós e o mais importante é permitir que Deus nos conduza pelas veredas da justiça, pois Ele vê o quadro completo e sabe o que é melhor para nós e para o Seu reino. Vamos relembrar a palavra de ontem, quando comparamos nossa visão curta e míope com a das ovelhas. No entanto, Deus enxerga além do nosso horizonte limitado e compreende o nosso amanhã. Ao confiarmos em Deus e buscarmos Sua orientação, encontraremos paz e segurança em meio às incertezas da vida. Assim como Paulo foi guiado pelo Espírito Santo, podemos também ser conduzidos por essa mesma luz divina.  "O coração do ser humano pode fazer planos, mas a resposta certa vem dos lábios do Senhor." Provérbios 16:1 NAA

Quando nos submetemos à vontade do nosso Senhor, podemos ter a certeza de que Ele nos guiará para onde precisamos estar, assim como guiou Paulo à Macedônia, onde muitas vidas foram transformadas pelo evangelho. Ao nos guiar pelas veredas da justiça, nosso Deus nos proporciona conforto e direção segura, além de paz e clareza advindas de Sua orientação.

Pelas veredas da justiça também foi guiado o servo Abraão, que obedeceu ao chamado para ir a uma terra que receberia como herança, partindo sem saber para onde ia. Ao chegar na terra prometida, viveu ali pela fé, como estrangeiro, morando em tendas. E, assim, uma nação inteira veio desse homem idoso e sem vigor, uma nação numerosa como as estrelas do céu e incontável como a areia da praia, tudo porque na obediência escolheu por andar pelas veredas da justiça.

Que possamos sempre nos lembrar de que, independentemente das decisões que precisamos tomar, o Senhor está ao nosso lado, segurando nossa mão e nos conduzindo com amor e misericórdia. Que nossa oração esteja alinhada à do salmista: “Guia-me pelas veredas da justiça por amor do Seu nome”, querido Salvador. E se, em algum momento de nossa jornada espiritual, nossos desejos não corresponderem à Tua vontade, faze-nos lembrar que Tu tens um propósito maior. Que possamos seguir as veredas da justiça, sabendo que o Senhor está conosco em cada passo do caminho, e que nossa confiança esteja firmada na certeza de que Seus planos são sempre para o nosso bem e para a glória do Seu nome.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

 

RESTAURAÇÃO

“Refrigera-me a alma. Guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome.” Salmos 23:3 NAA

Em nossa jornada espiritual, sabemos que o pecado que habita em nós nos leva a fazer coisas que não queremos, e nossas debilidades podem nos levar para longe da segurança da casa do Pai. Como Paulo disse: “Ora, se faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim.” Romanos 7:20 NAA. Não estamos livres de tropeços, nem de nos perder ao procurar caminhos mais curtos, abandonando o verdadeiro caminho que nos leva a pastos verdejantes e águas tranquilas.

Há um louvor que diz: “Como ovelhas perdidas em nossos próprios caminhos de dor, todos pecamos e estamos longe da glória. Mas Sua glória é o que queremos ver e em Sua presença queremos viver…”. Esta letra está em harmonia com a mensagem do versículo 3 do Salmo 23, que fala sobre a busca e restauração da alma perdida, um retorno aos caminhos do Senhor, por amor do Seu glorioso nome. É uma prova de que Deus não nos abandona à nossa própria sorte.

Em momentos de delírio e desespero, alguns se afastam do caminho sobremodo excelente aberto no calvário por Jesus, abandonando a segurança e o conforto da casa do Pai, assim como fez o filho mais moço na parábola do filho pródigo. 

É nesse contexto que o clamor “refrigera-me a alma”, levantado pelo salmista, entra em ação para revivificar e restaurar a alma. Esta é a boa notícia: mais uma vez, a misericórdia do nosso Deus nos socorre. Ele nos quer de pé e, mesmo que venhamos a cair pela dureza de nosso coração, Ele não deseja que fiquemos prostrados. Como disse o salmista: “O Senhor firma os passos do homem bom e se agrada do seu caminho; se cair, não ficará prostrado, porque o Senhor o segura pela mão.” Salmos 37:23-24 NAA.

O significado da palavra “refrigera” no hebraico vem de um verbo que possui um sentido bem mais amplo e, neste contexto, pode ser traduzido literalmente como “trazer de volta,” “restaurar,” “converter minha alma” ou ainda “revitalizar a minha alma.”

Nas palavras de Derek Kidner, o “refrigerar da alma” indica a interação de dois sentidos: o reconduzir – trazer de volta – e a revivificação da ovelha, retratando a restauração mais profunda do homem com seu Deus, por mais espiritualmente perverso ou enfermo que ele esteja (Introdução e Comentário aos Livros 1 e 2 dos Salmos, 1980).

O Novo Testamento apresenta Jesus como o Bom Pastor que cuida de uma forma especial do rebanho que o Pai lhe entregou (João 10). Inclusive, na parábola da ovelha perdida o próprio Senhor Jesus fala desse Bom Pastor que, se preciso for, sai em busca de uma única ovelha perdida. O refrigerar da alma nos fala daquele momento em que o Pastor das nossas almas recolhe as noventa e nove ovelhas ao aprisco e corre em nossa direção com o propósito de nos resgatar, restaurando-nos de nossos erros. “Qual de vocês é o homem que, possuindo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la?  E, quando a encontra, põe-na sobre os ombros, cheio de alegria.” Lucas 15:4-5. NAA

É desta forma que Jesus, o nosso Bom Pastor nos restaura, trazendo-nos de volta e colocando-nos em segurança em Seu aprisco. Ele não nos deixa perdidos. Ele nos carrega em Seus ombros, cura nossas feridas, nos consola e nos cobre com Seu amor. Seu desejo é nos manter protegidos em Suas mãos e nos conduzir de volta à casa do Pai. Ele nos alegra em nossas tristezas, nos conforta em nossas ansiedades e nos santifica de nossos pecados.

Assim, o “refrigerar da alma” não é apenas um momento de alívio, mas uma profunda renovação espiritual. É a certeza de que, independentemente de nossas falhas e desvios, o Bom Pastor está sempre pronto para nos resgatar, restaurar e guiar de volta ao caminho da justiça. Em Sua presença, encontramos paz, consolo, alegria e o verdadeiro sentido de viver, sob Seu cuidado amoroso. Que possamos sempre confiar na misericórdia e na graça de Deus, sabendo que Ele nos sustenta e nos conduz, hoje e sempre.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca


 

DESCANSO DA ALMA

“Ele me faz repousar em pastos verdejantes. Leva-me para junto das águas de descanso.” Salmos 23:2 NAA

Vivemos em constante estresse: a pressão do trabalho, as responsabilidades familiares e as exigências sociais podem nos deixar sobrecarregados. Esse estado contínuo de tensão pode afetar nossa saúde física e mental, levando a problemas como insônia, ansiedade e até doenças crônicas. Vemos como essencial o cuidado de nós mesmos para podermos enfrentar os desafios do dia a dia com mais tranquilidade e equilíbrio. O que fazer diante das imposições deste mundo?

A figura dos “pastos verdejantes” nos fala não só de provisão em relação ao alimento da ovelha, mas também de um local aprazível onde o Senhor nos conduz como rebanho amado, para providenciar descanso do calor dos embates diários. Um momento de repouso e refrigério. Com imenso amor, o Senhor cuida de nossas vidas, proporcionando-nos descanso das lutas e provas.

Em Cantares, Salomão compara as muitas aflições que nos atingem ao calor do meio-dia, que queima nossa pele e a torna morena em nossa jornada pelo causticante deserto deste mundo. “Não olhem para a minha pele morena, porque o sol me queimou.” Cantares 1:6 NAA. E ainda nesse lugar deserto, sem pessoas e sem animais, o Senhor dos Exércitos prepara uma morada para Seu povo, fazendo dele um lugar seguro para repousar. (Jeremias 33:12 NAA).

Em meio às nossas fraquezas, como ovelhas do rebanho do Senhor, reconhecemos nossa fragilidade e clamamos pelo auxílio divino que, prontamente, vem em nosso socorro. Observemos que é o Senhor quem nos faz descansar: “Ele nos faz repousar.”

Às vezes, as provas são tão intensas que não encontramos forças sequer para orar. Tudo se torna tão difícil que, por nós mesmos, não conseguimos alcançar o objetivo que nos é proposto. É nesse momento que o nosso querido Pastor, o Todo-Poderoso, Criador dos céus e da terra, se apresenta para nos conduzir a um delicioso descanso em pastagens preparadas por Ele mesmo. Naquele espaço incomparável, em Sua presença, Ele não apenas nos alimenta, mas também nos dá descanso. Nos pastos verdejantes, posso contemplar o Senhor na beleza de Sua santidade e gozar de Sua plenitude. “Tu me farás ver os caminhos da vida; na tua presença há plenitude de alegria, à tua direita, há delícias perpetuamente.” Salmos 16:11 NAA

Em seguida, percebemos que, na continuidade dos ensinamentos do versículo, o salmista nos instrui sobre os cuidados permanentes do Senhor ao nos conduzir às águas tranquilas. Observem, irmãos, que não são águas turbulentas ou agitadas pela loucura do mundo, onde há conflito e perturbação, mas sim águas tranquilas e serenas. Deus não nos arrasta forçosamente para esse lugar, mesmo sendo aquele espaço um lugar de paz; ao contrário, Ele nos “leva”, mostrando o caminho com amor e, pacientemente, nos conduz e essa experiência gloriosa.  “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo.” Apocalipse 3:20 NAA. O nosso Sumo Pastor faz tudo com amor para que possamos segui-Lo às águas de descanso de forma serena e imperturbável.

Ouvimos a voz do Pastor e, com alegria, seguimos Seus passos. Como está escrito em João 10:27: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem.” Sabemos que Ele tem preparado o melhor para cada um de nós, tanto aqui nesta terra quanto na eternidade que nos aguarda.

Tal como as ovelhas, somos indefesos e incapazes de nos proteger. Não conseguimos tirar os carrapichos que grudam em nosso pelo por onde passamos. Nossa visão é curta, não enxergamos claramente à distância; não vemos o abismo nem o predador que ronda nossa tenda. Somos teimosos em nossas decisões e carecemos de senso de direção. Por tudo isso, necessitamos da misericórdia do Senhor, sem a qual seremos consumidos. Precisamos constantemente do auxílio e dos cuidados do Senhor. Ele deseja ser, individualmente, o Pastor de todos aqueles que nEle confiam. Ele nos conhece profundamente e cuida de cada um de nós com amor e atenção. “Quero trazer à memória o que pode me dar esperança. As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade.” Lamentações 3:21-23 NAA

Amados, em virtude disso, deixemos que nosso querido Pastor, nosso amado Salvador, nos faça repousar em pastos verdejantes e nos leve para junto das águas de descanso. Sob Seus cuidados, encontraremos paz e segurança, sabendo que Ele estará sempre presente para nos guiar e proteger. Com Ele, não precisamos temer o futuro, pois Ele nos conduzirá com amor e sabedoria.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

 

DEUS PROVEDOR

“O Senhor é o meu pastor, e nada me faltará.” Salmos 23:1 NAA

Tradicionalmente atribuído ao Rei Davi, o Salmo 23 é um dos mais conhecidos e amados entre todos os salmos. A data exata de sua composição não é clara. Alguns estudiosos sugerem que Davi pode ter escrito este salmo durante sua juventude, enquanto ainda era pastor de ovelhas e cuidava do rebanho de seu pai, Jessé, em Belém. Esse período foi crucial para o desenvolvimento de suas habilidades e caráter, o que mais tarde o ajudaria em sua liderança como rei. Já outros acreditam que ele o escreveu durante períodos de grande dificuldade, como quando estava fugindo do rei Saul ou durante a rebelião de seu filho Absalão. Independentemente do momento exato, o Salmo 23 reflete a profunda confiança de Davi em Deus como seu pastor e protetor.

Ao apresentar seu Deus como um Deus pessoal, Davi afirma: “O Senhor é o meu pastor”. Seu Deus não está distante, incapaz de se preocupar com ele. Muito pelo contrário, Davi mostra que seu Deus é um Deus presente, como um bem precioso que ele possui como seu – “meu pastor”.

Em sua solidão, Davi certamente experimentou os cuidados deste Deus maravilhoso, que o preservou nos momentos mais difíceis. Essas provas compõem sua história; não são relatos de vivências de terceiros, mas agruras que ele suportou pessoalmente. Experiências pessoais que fortaleceram sua fé e o fizeram confiar ainda mais na proteção e no cuidado de Deus. Ele sabia que, independentemente das circunstâncias, Deus estava ao seu lado, guiando-o e sustentando-o. Essa confiança inabalável é refletida em suas palavras e em sua vida, servindo de exemplo para todos que buscam um relacionamento profundo e pessoal com Deus.

A expressão “nada me faltará” nos lembra que servimos a um Deus provedor. Como Pastor de nossas almas, Davi compreendeu que Deus é seu provedor e que, entre todas as nossas necessidades, a maior delas é estar junto Dele. O Senhor, como nosso provedor, nos satisfaz plenamente, não permitindo que falte qualquer suprimento em nenhuma área de nossas vidas. “Fui moço e agora sou velho, porém jamais vi o justo desamparado, nem a sua descendência a mendigar o pão.” Salmo 37:25 NAA. Deus é a nossa melhor provisão.

Na presença do Senhor não falta descanso, pois Ele é o nosso descanso. Vivemos dias que os muitos afazeres nos trazem cansaço e desafios. No entanto, Deus nos oferece uma promessa reconfortante: “A minha presença irá com você, e eu lhe darei descanso” Êxodo 33:14 NAA. Essa promessa nos lembra que, mesmo nas situações mais difíceis, não estamos sozinhos. A presença de Deus nos acompanha, proporcionando descanso e renovação. Assim como Davi, podemos confiar que Deus nos guiará e sustentará. Na presença do Senhor, nunca faltará o tão merecido descanso que tanto precisamos.

Nossa maior necessidade é estar em comunhão com o nosso Criador. A expressão “nada me faltará” inclui a bênção da comunhão, essencial para encontrarmos paz, propósito e direção em nossas vidas. Segundo a Bíblia, essa necessidade só pode ser plenamente satisfeita através da fé na graça concedida pelo Pastor de nossas almas, Jesus Cristo. Na presença de Deus, há plena comunhão.

A expressão “nada nos faltará” nos remete à salvação de nossas almas e à vida eterna, que não podemos encontrar em outro senão em Jesus. Ele é o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por Ele (João 14:6). Na presença de Jesus, há vida abundante. Como Pastor de nossas almas, Jesus supre todas as nossas necessidades espirituais e nos conduz a uma vida plena e eterna.

Verdadeiramente, nada nos faltará, pois tudo o que necessitamos está em Jesus. Ele preenche o vazio do nosso coração. Jesus é o nosso supremo Pastor e possui o suprimento para todas as necessidades dessa jornada espiritual. Ele é nossa companhia nas provações, socorro bem presente na tribulação, amigo perfeito e o amado de nossas almas, com quem podemos desfrutar de comunhão no caminho rumo à eternidade. O Senhor é aquele que nos traz completa satisfação.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

 

FIDELIDADE

“Portanto, saibam que o Senhor, seu Deus, é Deus; ele é o Deus fiel, que guarda a aliança e a misericórdia até mil gerações aos que o amam e cumprem os seus mandamentos.” Deuteronômio 7:9

A fidelidade a Deus é o cerne da jornada espiritual do servo, que deve ser empreendida com fé e obediência aos Seus mandamentos. Essa fidelidade se manifesta em diversas áreas da vida, desde a adoração e oração até as ações diárias e decisões morais. Um servo fiel busca alinhar sua vida com os princípios divinos, confiando na sabedoria e na justiça de Deus, mesmo quando os caminhos parecem difíceis ou incertos. Além disso, a fidelidade a Deus envolve um compromisso contínuo de crescimento espiritual e transformação pessoal. É um processo de santificação, onde o servo se esforça para refletir o caráter de Cristo em suas atitudes e comportamentos. Através da leitura das Escrituras, da oração, da comunhão com outros crentes e da prática de boas obras, o servo fiel fortalece sua relação com Deus e testemunha Seu amor e graça ao mundo.

A Bíblia nos oferece muitos exemplos de servos que foram fiéis em seu caminhar e, por isso, alcançaram a graça de Deus, sendo considerados justos. Entre eles, podemos citar Abraão, que demonstrou uma fé inabalável. Quando chamado por Deus, ele obedeceu e partiu para um lugar que devia receber como herança, mesmo sem saber para onde ia. Abraão foi fiel ao chamado de Deus. Hebreus (11:8-10)

Ser fiel significa agir de maneira consistente e correta. Deus é o maior exemplo de fidelidade, pois Ele sempre cumpre Suas promessas “Porque a palavra do Senhor é reta, e todo o seu proceder é fiel.” Salmos 33:4 NAA

A Bíblia também enfatiza a importância de ser fiel nos relacionamentos interpessoais, como no casamento, nas amizades e nos negócios. A lealdade e a confiança são fundamentais. “Não deixe que a bondade e a fidelidade abandonem você. Amarre-as ao pescoço; escreva-as na tábua do seu coração e você encontrará favor e boa compreensão diante de Deus e das outras pessoas.” Provérbios 3:3-4 NAA

O exercício da fidelidade durante tempos difíceis é extremamente desafiador. É uma verdadeira prova de fé. Um exemplo clássico é a vida de Jó, que manteve sua fidelidade a Deus, apesar de enfrentar grandes sofrimentos. “E disse: — Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei. O Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor! Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma.” Jó 1:21-22 NAA

Não podemos deixar de falar do nosso maior exemplo na Bíblia, que foi demonstrado por Jesus. Ele viveu uma vida de perfeita obediência e fidelidade ao Pai, mesmo diante das maiores provações. Jesus nos mostrou que a verdadeira fidelidade envolve sacrificar nossos próprios desejos e vontades para cumprir a vontade de Deus. Sua vida, morte e ressurreição são o modelo supremo de fidelidade que todos os servos de Deus devem seguir.

Há na Palavra um chamado à lealdade inabalável e à perseverança na fé, com a promessa de uma recompensa eterna para aqueles que permanecem firmes: “Seja fiel até a morte, e eu lhe darei a coroa da vida.” Apocalipse 2:10b NAA.  Esse convite nos encoraja a manter a fé e obediência a Deus, independentemente das dificuldades que possamos enfrentar, incluindo a disposição de enfrentar até mesmo a morte por causa da fé. Tal palavra é tão rica que, mesmo reconhecendo que enfrentemos tribulações e tentações, somos exortados a não temer e a permanecer firmes, porque Deus é fiel. Há uma recompensa preparada para nós. Temos a promessa de “uma coroa da vida”’, que simboliza a recompensa eterna que Deus dará àqueles que permanecem fiéis até o fim. Esta é a garantia de vida eterna e bênçãos sem fim no Reino de Deus.

Em resumo, ser fiel na perspectiva da igreja de Cristo é ser leal, confiável e constante em nossa fé e ações, refletindo a própria fidelidade de Deus, sabendo que o melhor nos está preparado. Portanto, vamos nos apegar firmemente à esperança que professamos, pois o Deus que fez a promessa é fiel para cumpri-la.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

 

 

 

 

 

 

 

 

LEVANTA-TE E ANDA

“Jesus, vendo-o deitado e sabendo que estava assim havia muito tempo, perguntou: — Você quer ser curado?". João 5:6 NAA

O evangelista João narra a história de um homem que ficou aleijado durante 38 anos. Próximo à porta das ovelhas, havia o tanque de Betesda, onde ele aguardava um milagre. Assim como aquele homem, muitas pessoas permanecem sentadas ano após ano, esperando por um milagre, aguardando um evento significativo que melhore suas circunstâncias.

Sem dúvida, quando Jesus encontrou aquele homem naquela situação, Ele estava ciente de todo o sofrimento que o afligia. No entanto, a pergunta que lhe foi dirigida inicialmente parece estranha: "Você gostaria de ser curado?"

Essa pergunta, feita na Bíblia, ressoa até os dias de hoje: “Você deseja ser curado ou prefere continuar se lamentando?”

A pergunta feita por Jesus foi direta e simples, mas a resposta daquele homem foi intrigante. Ele começou a dar uma série de justificativas, desviando-se da objetividade que a resposta deveria ter. "Senhor, não tenho ninguém que me ponha no tanque, quando a água é agitada. Quando tento entrar, outro enfermo chega antes de mim.". João 5:7 NAA

No decorrer da conversa, a resposta de Jesus foi verdadeiramente admirável. Ele não se deixou abalar pelas lamentações do homem. Nas entrelinhas, Jesus questionou: "Você realmente deseja ser curado? Quer colocar sua vida em ordem? Está disposto a sair dessa confusão?" E então, de forma direta e impactante, disse: "Levante-se, pegue sua maca e ande!" No cumprimento à ordem de Jesus, o milagre aconteceu.

A mensagem nos é dirigida de forma clara: “Você também deseja ser curado?” É necessário levantar-se e dar um rumo à sua vida, sem se culpar, parando de criar desculpas e de apontar o dedo para pessoas e circunstâncias que possam te desapontar. Comece perdoando aqueles que te magoaram; talvez esse seja um ponto de partida.

Assim como aquele homem, muitas vezes nos deparamos com situações que parecem não fazer sentido. Quando a vida não se encaixa harmoniosamente em nossas categorias, é um momento para nos apoiarmos na fé e dizer: "Senhor, não entendo, mas confio em Ti." Não precisamos passar todo o tempo tentando descobrir por que algo aconteceu. Em vez disso, podemos crer que Deus trará algo bom mesmo das circunstâncias difíceis, nos edificando e fortalecendo nossa fé.

Nosso Pai Celestial é bom e deseja o melhor para mim e para você. Como diz em Romanos 8:28: “E sabemos que Deus faz todas as coisas cooperarem para o bem daqueles que o amam e que são chamados de acordo com seu propósito.

A passagem do milagre em Betesda nos traz um aprendizado valioso. Quando enfrentarmos momentos que não compreendemos, não devemos nos tornar amargos. Evite questionar a Deus, apresentando desculpas que justifiquem seu estado de aflição. Lembre-se de que Deus conhece suas necessidades. Devemos sempre compreender e confiar que Ele ainda está no controle de nossas vidas, mesmo quando as situações não saem como planejamos ou esperamos.

Não fique prostrado, inerte, aguardando que alguém te carregue. Permaneça em uma atitude confiante e vitoriosa, pois o Senhor operará em nosso benefício, mesmo nas situações que parecem adversas, nos fazendo ressurgir. A ordem do nosso Deus é: “Levanta, toma a tua cama e anda."

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

 

ACOLHIMENTO DIVINO

“O Senhor é quem irá à sua frente. Ele estará com você, não o deixará, nem o abandonará. Não tenha medo, nem fique assustado.” Deuteronômio 31:8 NAA

O abandono é um problema complexo que afeta diversas áreas da sociedade. Ele pode se manifestar de várias formas, como o abandono de crianças, animais de estimação, idosos e até mesmo a evasão escolar. Cada uma dessas situações traz consequências significativas para os indivíduos envolvidos e para a sociedade como um todo.

Histórias relatadas na Bíblia envolvendo alguns personagens de destaque mostram que, mesmo em situações de abandono, muitas vezes há um propósito maior e a intervenção divina pode transformar essas circunstâncias difíceis em oportunidades de crescimento e redenção.

José é um exemplo a ser lembrado. Abandonado por seus próprios irmãos, que o venderam como escravo para mercadores ismaelitas, ele acabou no Egito, onde passou por muitas dificuldades antes de se tornar uma figura importante no governo egípcio (Gênesis 37).

Sentir-se abandonado pode ser uma experiência profundamente dolorosa e solitária. É natural que, em momentos assim, você sinta uma mistura de tristeza, raiva e confusão. A história de José, que mencionamos anteriormente, é um exemplo de alguém que enfrentou o abandono de maneira extraordinária.

Quando bebê, Moisés foi colocado em um cesto e deixado no rio Nilo por sua mãe para protegê-lo da ordem do faraó de matar todos os meninos hebreus recém-nascidos. Ele foi encontrado e adotado pela filha do faraó (Êxodo 2:1-10). Mais tarde, moldado pelo Senhor, Moisés, uma das maiores figuras do Velho Testamento, foi usado por Deus para libertar o povo da escravidão e conduzi-lo à terra prometida.

No Salmo 27, Davi muito provavelmente enfrentando acusações de Doegue e as perseguições de Saul expressa um profundo clamor ao Senhor, temendo ser abandonado. Ele suplica: “Não voltes as costas para mim; em tua ira, não rejeites o teu servo.” v. 9 NVT. Davi, em seu caminhar, buscava o consolo na presença de seu Deus. Temendo pelo afastamento de Deus, ele suplica no verso 9. “Não me abandones, ó Deus de minha salvação.”

Havia uma certeza no coração do salmista, que ele apresenta de forma cristalina no verso 10: “Mesmo que meu pai e minha mãe me abandonem, o Senhor me acolherá.” Não há registro na Bíblia de que os pais de Davi o tenham abandonado, o que sugere que essa passagem é uma hipótese levantada por ele. O que Davi quis deixar bem claro com essa afirmação é que o Senhor jamais o desampararia em qualquer situação.

Alguns trechos destacados da Palavra revelam que, mesmo quando nos sentimos abandonados, há frequentemente um plano divino que não compreendemos no momento. Esse plano visa edificar nossas vidas e promover crescimento espiritual. A intervenção de Deus pode transformar até as circunstâncias mais humilhantes em bênçãos para Seus servos.

Várias perspectivas nos encorajam a manter a fé e a esperança, mesmo nos momentos mais sombrios. Tudo isso nos lembra que, mesmo quando sentimos que todos nos abandonaram, Deus está presente, oferecendo Seu amor e proteção. Essa confiança em Deus pode nos dar a força necessária para superar desafios e encontrar um propósito maior em nossas dificuldades.

Como Igreja de Cristo, caminhamos como peregrinos nesta terra, mas não fomos abandonados pelo nosso querido Salvador. Antes de partir, em Suas palavras, Ele afirmou: “E eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Consolador, a fim de que esteja com vocês para sempre: é o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece. Vocês o conhecem, porque ele habita com vocês e estará em vocês.” João 14:16-18 NAA

Essa afirmação é profundamente reconfortante, não é mesmo? Jesus, antes de Sua ascensão, deixou-nos com essa promessa de Sua presença constante. Mesmo quando nos sentimos como estrangeiros neste mundo, podemos confiar que Ele está conosco em cada passo da jornada.

Somos vulneráveis diante de adversários cruéis; entretanto, devemos nos portar como expectadores em tempos de refrigério, descansando no Senhor, apesar das adversidades que nos cercam. Afinal, servimos a um Deus que não nos abandona e luta por nós. Não devemos encarar o futuro com pessimismo e desesperança. Em vez disso, devemos cultivar a fé para enxergar o invisível, confiantes de que a bondade do Senhor nos envolve por todos os lados e que não estamos abandonados à nossa própria sorte. "Somos perseguidos, porém não abandonados; somos derrubados, porém não destruídos." 2 Coríntios 4:9 NAA

Essas histórias nos revelam que, mesmo nas situações mais difíceis, há uma esperança e um plano maior de Deus que nos fortalecerá para enfrentar os desafios. E, acima de tudo, teremos a certeza de que não estamos sozinhos. Assim Deus trabalha em nossas vidas, mesmo quando não compreendemos completamente Seus caminhos. A esperança que Ele oferece é como uma âncora que nos sustenta, independentemente das tempestades e o aparente abandono que enfrentamos.

Além disso, ao nos lembrarmos das promessas divinas, podemos encontrar paz e coragem para seguir em frente. A confiança em Deus nos permite ver além das circunstâncias imediatas e acreditar que Ele tem um plano para nossas vidas, mesmo quando tudo parece incerto.

Portanto, ao enfrentarmos momentos de “suposto” abandono ou desespero, podemos nos inspirar nessas histórias e promessas, sabendo que Deus está sempre ao nosso lado, pronto para nos acolher e transformar nossas vidas. Que possamos manter nossa fé firme e nosso coração aberto para as bênçãos e o amor de Deus, que nunca nos abandona.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

 O PODER DA PALAVRA

“Que alegria é ter a resposta adequada! Como é boa a palavra dita na hora certa!” Provérbios 15:23 NAA

Quando eu era jovem, em nossas reuniões de mocidade na igreja, costumávamos cantar uma melodia que dizia: “Palavra não foi feita para dividir ninguém, palavra é uma ponte onde o amor vai e vem... palavra não foi feita para opressão, destino da palavra é a união. Palavra não foi feita para vaidade, destino da palavra é a eternidade; palavra não foi feita pra cair no chão, destino da palavra é o coração.”

Quantos frutos indesejados podemos colher de palavras ditas fora de hora ou mal expressas. Quantas consequências maléficas, dependendo do contexto e da situação, elas podem gerar. Palavras que causam mal-entendidos, que levam pessoas a interpretar a mensagem de maneira diferente do pretendido. Palavras mal escolhidas que podem ofender ou magoar alguém, mesmo sem essa intenção, resultando em conflitos e ressentimentos. Desentendimentos e tensões causados por palavras indesejadas que afetam a harmonia e a confiança entre as pessoas. Além disso, palavras mal escolhidas podem levar quem as pronunciou a se arrepender e desejar não tê-las dito, especialmente ao perceber o impacto negativo que causaram.

Quanta responsabilidade temos ao saber que nossas palavras têm o poder de transformar vidas. Quando falamos de forma irrefletida, podemos destruir uma amizade. Por outro lado, quando falamos com sabedoria e amor, podemos inspirar, motivar e trazer esperança aos corações aflitos. Devemos também buscar a humildade em nossas palavras, reconhecendo que somos instrumentos de Deus e que, através de nós, Ele pode operar maravilhas. “A língua dos sábios adorna o conhecimento, mas a boca dos insensatos derrama tolices.” Provérbios 15:2 NAA

O apóstolo Tiago aborda a importância e o poder das palavras de maneira bastante enfática em sua epístola. Em sua carta, mais especificamente no capítulo 3, ele destaca alguns pontos os quais passamos a analisar:

a) O Poder da Língua: Tiago compara a língua a um pequeno fogo que pode causar grande destruição. Ele enfatiza que, embora a língua seja um pequeno órgão, ela tem o poder de edificar ou destruir vidas. Ele alerta sobre o perigo de usar a língua para maldizer e abençoar ao mesmo tempo, destacando a necessidade de controlar nossas palavras. “Ora, a língua é um fogo; é um mundo de maldade. A língua está situada entre os membros do nosso corpo e contamina o corpo inteiro, e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como também ela mesma é posta em chamas pelo inferno.” Tiago 3:6 NAA

b) A Necessidade de Domínio: Tiago ensina que todos tropeçamos de muitas maneiras, mas aquele que consegue dominar a língua é capaz de controlar todo o corpo. Ele usa a metáfora do freio na boca dos cavalos e do leme dos navios para ilustrar como algo pequeno pode controlar algo muito maior. “Ora, se colocamos um freio na boca dos cavalos, para que nos obedeçam, também lhes dirigimos o corpo inteiro. Observem, igualmente, os navios que, sendo tão grandes e impelidos por fortes ventos, são dirigidos por um pequeníssimo leme, e levados para onde o piloto quer.” Tiago 3:3-4 NAA

c) Sabedoria do Alto: Ele também fala sobre a diferença entre a sabedoria terrena e a sabedoria que vem do alto. A sabedoria divina é pacífica, amorosa e promotora da união, enquanto a sabedoria terrena é carnal, egoísta e destrutiva. “Mas a sabedoria lá do alto é, primeiramente, pura; depois, pacífica, gentil, amigável, cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem fingimento.” Tiago 3:17 NAA. Falar com sabedoria é usar a palavra para alcançar corações aflitos e necessitados. É usar a palavra para levar consolo, conforto e orientação àqueles que necessitam de uma direção sábia. É usar a palavra para unir e não para dividir; para anunciar as boas novas de salvação que há em Cristo Jesus.

Esses ensinamentos de Tiago nos lembram da responsabilidade que temos em usar nossas palavras com prudência e cuidado, refletindo a nossa fé e o amor de Cristo em todas as nossas interações.

Sejamos sempre canais de bênçãos, levando paz e conforto a todos ao nosso redor, usando a palavra com sabedoria, como um reflexo da nossa fé e do nosso compromisso com o Evangelho. Que possamos ser testemunhas vivas do amor de Cristo, não apenas através de nossas ações, mas também através de cada palavra que proferimos.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

 

OBEDIÊNCIA: A CHAVE PARA RECEBER BÊNÇÃOS

Samuel respondeu: "O que agrada mais ao Senhor: holocaustos e sacrifícios ou obediência à voz dele? Ouça! A obediência é melhor que o sacrifício, e a submissão é melhor que ofertas de gordura de carneiros.” 1 Samuel 15:22 NVT

Obediência refere-se à disposição de seguir regras, ordens ou instruções de uma autoridade ou sistema estabelecido. É um ato de conformidade, seja perante pessoas, grupos ou instituições. A obediência é um tema fundamental em diversas áreas da vida, e no projeto que Deus estabeleceu para o Seu povo não é diferente.  À luz da Palavra de Deus, sabemos que a obediência é uma atitude de submissão à vontade divina, baseada no amor e na confiança em Deus. Ela molda nosso caráter e influencia nosso legado espiritual.

É desejo de Deus abençoar Seu povo; no entanto, como condição, a obediência é um fator essencial para alcançar o favor da parte de Deus.

O exemplo bíblico da vida de Abraão nos traz clareza sobre o assunto. Vejamos: Abraão, conhecido como o “pai da fé,” é um dos personagens mais importantes do Antigo Testamento. Sua obediência a Deus é um exemplo inspirador para todos nós.

Abraão morava na casa de Terá, um idólatra segundo relato de Josué 24.2 “Muito tempo atrás, seus antepassados, incluindo Terá, pai de Abraão e de Naor, viviam além do rio Eufrates e serviam outros deuses.” NVT. Deus lhe ordenou que ele deixasse a terra de Ur, embora isso exigisse uma longa caminhada para um lugar que lhe era estranho e desconhecido.  Pela fé, Abraão obedeceu quando foi chamado para ir à outra terra que ele receberia como herança. Ele partiu sem saber para onde ia.” Hebreus 11:8 NVT. Promessas específicas foram feitas a Abraão; no entanto, tudo dependia de sua obediência ao chamado.

Obedecendo parcialmente, visto não querer separar-se de sua família, Abraão viajou para Harã segundo relato de Gênesis 11:31 NVT: “Certo dia, Terá tomou seu filho Abrão, sua nora Sarai (mulher de seu filho Abrão) e seu neto Ló (filho de seu filho Harã) e se mudou de Ur dos caldeus. Partiram em direção à terra de Canaã, mas pararam em Harã e se estabeleceram ali.” Como resultado dessa decisão de parar na caminhada, Abraão não recebeu nada do que Deus lhe havia prometido, ou seja: nenhuma outra revelação ou bênção complementar lhe foi acrescida, até que ele obedecesse à ordem de Deus.

Após a morte de seu pai, Abraão começa a experimentar o cumprimento parcial da promessa de Deus. Somente após esse evento, Deus o conduz à terra, reafirmando assim a promessa original. (Gênesis 12:4, 7)

É evidente que toda a vida de Abraão estava condicionada à obediência de deixar sua terra natal. Quando finalmente ele cumpriu essa ordem, ou seja, quando Abraão obedeceu a Deus, um plano irrevogável foi estabelecido pelo Senhor.

Assim como ocorreu com Abraão, também há um plano glorioso que Deus estabeleceu para cada um de nós. O cumprimento desse plano está intrinsecamente ligado à nossa obediência. É extraordinário pensar que Deus tem um propósito para cada um de nós e que nossa obediência pode desempenhar um papel fundamental em sua realização.

Jesus, como nosso maior exemplo, nos convida a olhar para Ele e nos espelhar em Sua obediência. Sua vida é um modelo de amor, humildade e fidelidade ao Pai. Nosso Salvador nos convida a viver uma vida de obediência, assim como Ele foi obediente ao Pai. Como diz em Filipenses 2:8 NVT “Humilhou-se e foi obediente até a morte, e morte de cruz.” É verdadeiramente admirável considerar a profundidade desse sacrifício e refletir sobre como Jesus demonstrou amor e obediência. Ele não apenas escolheu habitar entre nós, mas também enfrentou a morte em nosso lugar. A figura de Jesus, o Filho de Deus, deixando Sua glória celestial para caminhar entre os seres humanos é poderosa. Ele não apenas compartilhou nossa humanidade, mas também se entregou voluntariamente para redimir a humanidade caída. É um amor insondável e uma obediência que nos inspira até hoje.

Lado outro, a desobediência nos traz consequência graves: A história de Adão e Eva ilustra as consequências da desobediência (Gênesis 3:1-3). Perda de intimidade com Deus, vergonha e medo resultaram da desobediência. Já com Saul seu resultado foi a rejeição por Deus após desobedecer (1 Samuel 16:14).

A desobediência tem implicações sérias e o juízo de Deus está sobre os que não O conhecem e também sobre os que se recusam a obedecer às boas-novas de nosso Senhor Jesus.

Em síntese, entre os princípios básicos que a Palavra de Deus nos apresenta, fica evidente que a obediência e a fé são essenciais no projeto que Deus estabeleceu para abençoar Seu povo. Além de moldar nosso caráter, a obediência também deixa uma marca duradoura em nosso legado espiritual. Além disso, podemos observar a existência de conexões entre a obediência e as bênçãos que nos foram prometidas. Existe uma condição para que “chuvas de bênçãos” caiam sobre nós: a obediência.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

 

O SENHOR ESTÁ CONTIGO

“Não tenha medo, pois estou com você; não desanime, pois sou o seu Deus. Eu o fortalecerei e o ajudarei; com minha vitoriosa mão direita o sustentarei.” Isaías 41:10 NVT

A solidão é, de fato, um problema global que afeta cada vez mais pessoas, trazendo consigo consequências significativas para a saúde física e mental. Pesquisas recentes apontam para a solidão como uma ameaça real ao bem-estar humano. Nos últimos anos, várias iniciativas têm surgido para combater essa questão. No entanto, até que ponto as soluções tecnológicas são eficazes e adequadas para enfrentar esse desafio? 

A Bíblia também aborda a questão da solidão. No Salmo 147:3, encontramos a seguinte afirmação: “Ele cura o coração quebrantado e enfaixa suas feridas.” Essa passagem nos lembra que, além das soluções tecnológicas, existe uma fonte divina de cura e consolo para aqueles que se sentem solitários, oferecendo conforto e esperança.

Davi enfrentou momentos de solidão em diferentes fases de sua vida. Quando era um jovem pastor de ovelhas, vivia uma vida anônima no campo. Quantas vezes, sozinho em seu local de trabalho, cuidando das ovelhas de seu pai, ele se viu nessa condição enfrentando animais selvagens, e o Senhor o livrou das garras das feras. (1 Samuel 17:34). Embora desconhecido em Israel, Davi não estava desamparado. Tinha intimidade com Deus e era usado por Ele. Durante esse período, Davi enfrentou a solidão da obscuridade e o confronto com inimigos para a defesa do rebanho. Sua conexão com Deus o sustentava nesses momentos mais difíceis. “Mesmo quando eu andar pelo escuro vale da morte, não terei medo, pois tu estás ao meu lado. Tua vara e teu cajado me protegem.” Salmos 23:4 NVT

Após derrotar Golias, Davi se tornou conhecido em toda a nação de Israel como um grande guerreiro. No entanto, sua fama veio acompanhada de inveja e perseguições por parte do rei Saul e de outros. Essa notoriedade também trouxe momentos de isolamento e pressão social. Mesmo nessa fase de sua vida, Davi encontrava consolo no Senhor dos Exércitos. Como expresso no Salmo 38:9: “Tu conheces meus desejos, Senhor, e ouves cada um de meus suspiros.” NVT.

No Salmo 38, o salmista, passando por momentos de angústia e tristeza, descreve a situação de seu coração aflito e de sua saúde debilitada, revelando a solidão que enfrentava. Mesmo em meio à grande aflição e solidão, sua esperança estava depositada em Deus, que nunca o abandonou. Como expresso nos versículos 21 e 22 (NVT): “Não me abandones, Senhor; não permaneças distante, meu Deus. Vem depressa me ajudar, ó Senhor, meu salvador!" Sua vida foi marcada por altos e baixos, e ele conheceu a solidão em várias circunstâncias. No entanto, sua fé e intimidade com Deus o ajudaram a superar esses momentos difíceis.

Quando o salmista afirma que Deus faz com que o solitário viva em família, ele nos lembra que Deus não deseja que vivamos isolados ou amargurados pela solidão. Pelo contrário, Deus provê companhia e restauração para aqueles que confiam Nele. Certamente, Deus não criou o homem para que ele viva amargando a solidão; pelo contrário, “Deus dá uma família aos que vivem sós”. Salmos 68:6 NVT

Colocando-se como nosso refúgio e fortaleza Deus abriga o nosso coração enchendo-o com Sua presença. Quando recebemos Jesus como nosso suficiente Salvador, o Espírito Santo passa a fazer morada em nós, transformando-nos em templos vivos. Essa revelação é suficiente para dissipar qualquer forma de solidão que possa nos alcançar. Estamos sempre na companhia de Seu glorioso Espírito. “Vocês não sabem que seu corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vocês e lhes foi dado por Deus? Vocês não pertencem a si mesmos.” 1 Coríntios 6:19 NVT

Se existe alguém que sabe o que é solidão e pode muito bem nos compreende este alguém, é Jesus. A solidão de Jesus foi especialmente evidente na cruz, onde Ele não apenas foi abandonado pelos homens, mas também foi abandonado pelo Pai. Seu grito penetrante “Meu Deus, Meu Deus, por que me abandonaste?” veio após seis horas de agonia na cruz. Essas palavras misteriosas de Jesus revelam a profundidade de Sua experiência de solidão e sofrimento durante o momento da crucificação. Mesmo em meio a essa terrível angústia, Jesus permaneceu em relação com Deus, embora pudesse sentir Sua ausência. Essa interseção entre a vida de Jesus e a nossa própria experiência nos lembra que, mesmo quando sentimos que Deus está distante, Ele ainda está conosco.

Em meio a todos os recursos buscados pelas pessoas para solucionar a questão da solidão, uma verdade permanece inabalável: podemos encontrar esperança e consolo na promessa do Senhor sempre que esse mal nos afligir. “E lembrem-se disto: estou sempre com vocês, até o fim dos tempos". Mateus 28:20. NVT. Que o nosso amado Senhor, que dissipa nossos medos e nos renova com ânimo, possa nos inspirar nessa jornada. E que nunca nos esqueçamos de que Ele está sempre ao nosso lado, mesmo nos momentos mais solitários, mesmo quando atravessarmos o vale da sombra da morte.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

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