RESTAURAÇÃO
“Refrigera-me a alma. Guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome.” Salmos 23:3 NAA
Em nossa jornada espiritual, sabemos que o pecado que habita em nós nos leva a fazer coisas que não queremos, e nossas debilidades podem nos levar para longe da segurança da casa do Pai. Como Paulo disse: “Ora, se faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim.” Romanos 7:20 NAA. Não estamos livres de tropeços, nem de nos perder ao procurar caminhos mais curtos, abandonando o verdadeiro caminho que nos leva a pastos verdejantes e águas tranquilas.
Há um louvor que diz: “Como ovelhas perdidas em nossos próprios caminhos de dor, todos pecamos e estamos longe da glória. Mas Sua glória é o que queremos ver e em Sua presença queremos viver…”. Esta letra está em harmonia com a mensagem do versículo 3 do Salmo 23, que fala sobre a busca e restauração da alma perdida, um retorno aos caminhos do Senhor, por amor do Seu glorioso nome. É uma prova de que Deus não nos abandona à nossa própria sorte.
Em momentos de delírio e desespero, alguns se afastam do caminho sobremodo excelente aberto no calvário por Jesus, abandonando a segurança e o conforto da casa do Pai, assim como fez o filho mais moço na parábola do filho pródigo.
É nesse contexto que o clamor “refrigera-me a alma”, levantado pelo salmista, entra em ação para revivificar e restaurar a alma. Esta é a boa notícia: mais uma vez, a misericórdia do nosso Deus nos socorre. Ele nos quer de pé e, mesmo que venhamos a cair pela dureza de nosso coração, Ele não deseja que fiquemos prostrados. Como disse o salmista: “O Senhor firma os passos do homem bom e se agrada do seu caminho; se cair, não ficará prostrado, porque o Senhor o segura pela mão.” Salmos 37:23-24 NAA.
O significado da palavra “refrigera” no hebraico vem de um verbo que possui um sentido bem mais amplo e, neste contexto, pode ser traduzido literalmente como “trazer de volta,” “restaurar,” “converter minha alma” ou ainda “revitalizar a minha alma.”
Nas palavras de Derek Kidner, o “refrigerar da alma” indica a interação de dois sentidos: o reconduzir – trazer de volta – e a revivificação da ovelha, retratando a restauração mais profunda do homem com seu Deus, por mais espiritualmente perverso ou enfermo que ele esteja (Introdução e Comentário aos Livros 1 e 2 dos Salmos, 1980).
O Novo Testamento apresenta Jesus como o Bom Pastor que cuida de uma forma especial do rebanho que o Pai lhe entregou (João 10). Inclusive, na parábola da ovelha perdida o próprio Senhor Jesus fala desse Bom Pastor que, se preciso for, sai em busca de uma única ovelha perdida. O refrigerar da alma nos fala daquele momento em que o Pastor das nossas almas recolhe as noventa e nove ovelhas ao aprisco e corre em nossa direção com o propósito de nos resgatar, restaurando-nos de nossos erros. “Qual de vocês é o homem que, possuindo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la? E, quando a encontra, põe-na sobre os ombros, cheio de alegria.” Lucas 15:4-5. NAA
É desta forma que Jesus, o nosso Bom Pastor nos restaura, trazendo-nos de volta e colocando-nos em segurança em Seu aprisco. Ele não nos deixa perdidos. Ele nos carrega em Seus ombros, cura nossas feridas, nos consola e nos cobre com Seu amor. Seu desejo é nos manter protegidos em Suas mãos e nos conduzir de volta à casa do Pai. Ele nos alegra em nossas tristezas, nos conforta em nossas ansiedades e nos santifica de nossos pecados.
Assim, o “refrigerar da alma” não é apenas um momento de alívio, mas uma profunda renovação espiritual. É a certeza de que, independentemente de nossas falhas e desvios, o Bom Pastor está sempre pronto para nos resgatar, restaurar e guiar de volta ao caminho da justiça. Em Sua presença, encontramos paz, consolo, alegria e o verdadeiro sentido de viver, sob Seu cuidado amoroso. Que possamos sempre confiar na misericórdia e na graça de Deus, sabendo que Ele nos sustenta e nos conduz, hoje e sempre.
Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.
Pr. Décio Fonseca
Nenhum comentário:
Postar um comentário