CONFIANÇA FIRME NAS PROMESSAS DE DEUS – PARTE III

“Quero trazer à memória o que me pode dar esperança.” (Lamentações 3:21, ARA)

Nesta sequência de nossa análise do versículo escrito por Jeremias, exploraremos os dois últimos elementos que nos trazem esperança: a bondade do Senhor e a salvação do Senhor. Esses elementos reforçam o caráter amoroso e redentor de Deus, que continua agindo em favor do Seu povo, oferecendo esperança e redenção, mesmo nas situações mais difíceis.

Alguns filósofos têm uma visão limitada e distorcida da esperança, como Nietzsche, que a via como "o pior dos males" por, segundo ele, prolongar o sofrimento. Para Nietzsche, a esperança cria expectativas irreais, impedindo as pessoas de encarar a realidade dura e cruel da vida, mantendo-as presas à dor e à insatisfação.

A esperança, especialmente na perspectiva bíblica, está enraizada na fé em Deus e em Suas promessas, oferecendo uma confiança firme de que o sofrimento tem propósito e que o futuro pode trazer restauração. Em Romanos 5:3-5, o apóstolo Paulo ensina que "a tribulação produz perseverança, a perseverança, caráter; e o caráter, esperança. E a esperança não nos decepciona, porque Deus derramou o seu amor em nossos corações". Nesse sentido, a esperança é uma força ativa que nos conduz à maturidade espiritual e à capacidade de enfrentar os desafios com fé em algo maior.

A visão de Nietzsche sobre a esperança é rasa, pois ignora seu poder transformador na vida das pessoas. Longe de ser uma ilusão que prolonga o sofrimento, a esperança é uma força vital que impulsiona o ser humano a superar adversidades e buscar transformação. Psicologicamente, está associada à saúde mental e resiliência, ajudando a enfrentar o sofrimento com coragem e expectativa de melhoria, em vez de aprisionar as pessoas em ilusões.

Segundo Jeremias 3:25, a bondade do Senhor é uma fonte de esperança para o Seu povo. A bondade de Deus se manifesta em Seu cuidado contínuo, em Sua paciência e em Seu desejo de restaurar aqueles que se arrependem e voltam para Ele.

Mesmo em meio ao julgamento e à disciplina, Jeremias nos lembra que o Senhor é bom, e essa bondade é um convite para a renovação espiritual e emocional. Saber que Deus é bondoso nos oferece confiança de que, independentemente das circunstâncias, Sua misericórdia e amor nos guiarão de volta ao caminho da esperança e da restauração. A bondade divina, então, nos garante que sempre podemos esperar pelo melhor, porque Deus está no controle e age para o nosso bem.  “Bom é o Senhor para os que esperam por ele, para a alma que o busca.” (Jeremias 3:25, NVI)

O quinto e último elemento que nos traz esperança é a salvação do Senhor, que é o tema central da Bíblia. (Jeremias 3:26)

Toda a revelação de Deus nas Escrituras aponta para Seu plano redentor de salvar a humanidade, culminando em Jesus Cristo. A salvação que Deus nos oferece não é apenas um ato de libertação, mas uma restauração completa de nossa relação com Ele, por meio do sacrifício de Cristo. Através da Bíblia, Deus nos revelou Seu amor e propósito, oferecendo esperança eterna por meio de Jesus, que é a verdadeira fonte de nossa salvação e redenção.

A salvação é inteiramente do Senhor, e o ser humano, por seus próprios méritos, não pode fazer nada para alcançar a salvação. Essa é uma questão que inquieta muitos, como vimos na experiência do jovem rico com Jesus (Mateus 19:16) e do carcereiro com Paulo (Atos 16:30).  Ambos fizeram a mesma pergunta: "O que devo fazer para ser salvo?". Jesus, ao falar com o jovem rico, mostrou que a salvação não é simplesmente resultado de boas obras ou da observância de regras, mas da entrega completa a Deus. Da mesma forma, Paulo, ao responder ao carcereiro, enfatizou que a fé em Jesus Cristo é o caminho para a salvação. Essa é a resposta definitiva: a salvação vem pela graça de Deus, por meio de Jesus, e não por aquilo que o ser humano pode fazer.

Jeremias nos ensina que a salvação de Deus é algo pelo qual vale a pena esperar com paciência. Mesmo diante das dificuldades e do sofrimento, o povo de Deus é chamado a esperar em silêncio pela Sua intervenção redentora. A salvação do Senhor não se limita à libertação física, mas inclui a restauração espiritual e a comunhão renovada com Ele. Saber que o Senhor é nosso Salvador nos dá uma esperança inabalável, pois temos a certeza de que, no tempo de Deus, seremos libertos e restaurados por Sua poderosa mão. Essa promessa de salvação é o fundamento de nossa confiança, independentemente das circunstâncias. “Bom é aguardar a salvação do Senhor, e isso, em silêncio.”  (Jeremias 3:26, NVI)

Concluímos nossa série sobre a esperança, reconhecendo que ela está firmemente ancorada na misericórdia, na fidelidade, em ter o Senhor como nossa herança, na bondade e salvação do Senhor. Esses elementos nos garantem que, mesmo nas adversidades, podemos confiar em Deus. A esperança bíblica não é ilusória, mas baseada nas promessas eternas de Deus, que se cumprem em Jesus Cristo, nossa verdadeira fonte de redenção.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

 

 

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