A FIGUEIRA QUE
FLORESCE: SINAIS DA RESTAURAÇÃO E DA PROMESSA
"Eu os tirarei das nações, os ajuntarei de todos
os países e os trarei de volta para a sua própria terra. Aspergirei água pura
sobre vocês e ficarão puros; eu os purificarei de todas as suas impurezas e de
todos os seus ídolos. Darei a vocês um coração novo e porei um espírito novo em
vocês; tirarei de vocês o coração de pedra e lhes darei um coração de
carne." Ezequiel 36:24-26 (NVI)
Ao acompanhar pelas mídias as últimas notícias sobre Israel,
somos levados a refletir sobre o cumprimento das profecias bíblicas e a
proximidade da volta de Jesus. Os eventos envolvendo aquele país e as nações
vizinhas não são meros acontecimentos políticos ou sociais, mas sinais que, à
luz das Escrituras, apontam para o desfecho da história humana e para a
concretização das promessas divinas.
Quando Jesus andou pela Terra Prometida há dois mil anos,
Israel já havia passado por seu auge. A era de ouro sob Davi e Salomão havia
terminado. Dividido entre os reinos de Israel e Judá, o povo judeu foi
conquistado e levado ao exílio pelos assírios e babilônios. Em cumprimento à
profecia de Isaías, o rei Ciro permitiu que os judeus retornassem para
reconstruir Jerusalém e o templo. O retorno, no entanto, trouxe desafios, pois
agora o território era habitado também por samaritanos e outros povos.
Sob o domínio de Roma, a Judeia tornou-se uma província
problemática. Os judeus aguardavam o Messias, com muitos esperando um líder
militar que os libertasse do jugo romano. No entanto, Jesus desafiou essas
expectativas ao oferecer Sua vida na cruz, mostrando que o verdadeiro caminho
para a redenção era a fé e a obediência, não a força militar. A mensagem de
Jesus, primeiramente direcionada aos judeus, estendeu-se aos gentios, revelando
o propósito universal do Evangelho.
A figueira amaldiçoada por Jesus simbolizava a falta de
frutos espirituais em Israel. Assim como a figueira murchou, também a nação de
Israel enfrentaria um período de disciplina e afastamento. Cerca de 40 anos
após a crucificação, a destruição do templo pelos romanos marcou o início da
diáspora judaica. Durante quase dois milênios, o povo judeu foi disperso e
perseguido, enfrentando inquisições e ataques violentos, mantendo-se como
estrangeiros em diversas nações. "E vendo uma figueira à beira do caminho,
foi até ela, mas não achou nada a não ser folhas. Então disse: 'Nunca mais dê
fruto!'. Imediatamente a árvore secou" (Mateus 21:19, NVI).
Lucas 13:6-9 exemplifica a paciência divina, mas também
alerta para o julgamento. A nação escolhida foi colocada de lado, mas não
abandonada, aguardando o momento de restauração prometida.
Nos séculos seguintes, a Terra Prometida ficou abandonada,
como predito por Ezequiel. Tornou-se estéril e desabitada. No entanto, a
esperança começou a renascer no final do século XIX, quando o movimento
sionista surgiu, preparando o caminho para o retorno dos judeus. Mesmo assim,
muitos preferiram continuar em suas nações de origem, sem perceber o que Deus
estava realizando. "Vou fazer
uma obra em seus dias que vocês não acreditariam, mesmo que lhes fosse
contada" (Habacuque 1:5, NVI).
O século XX trouxe mudanças drásticas. O Holocausto
despertou nos judeus a urgência de retornar à sua terra ancestral. Milhares
emigraram para Israel, respondendo ao chamado de restauração. A
"figueira", que havia murchado, agora começava a brotar.
Na semana que antecedeu Sua crucificação, Jesus ensinou
sobre a rejeição de Israel e o tempo de Sua segunda vinda. Ele usou a parábola
da figueira como um sinal profético, indicando que, quando seus galhos se
tornassem tenros e suas folhas brotassem, o verão estaria próximo, assim como a
redenção. “Aprendam a lição da
figueira: Quando seus ramos se renovam e suas folhas começam a brotar, vocês
sabem que o verão está próximo" (Mateus 24:32-33, NVI).
Com o retorno do povo judeu à sua terra e a restauração de
Israel, vemos sinais proféticos sendo cumpridos diante de nossos olhos. Muitos
cristãos, no entanto, ignoram essas evidências, como se Deus não estivesse mais
agindo na história. Contudo, assim como nos dias de Habacuque, Deus está
realizando obras maravilhosas em nossos dias, convidando-nos a reconhecer Seu
plano soberano.
O Salmo 107 descreve o retorno do povo disperso "do
leste, do oeste, do norte e do sul", apontando para a restauração
final de Israel. Ainda que muitos judeus não reconheçam o Messias, o Evangelho
continua a avançar entre as nações, cumprindo o plano de Deus para salvar tanto
judeus quanto gentios. "Quem é
sábio atente para essas coisas e considere a bondade do Senhor" (Salmo
107:43, NVI).
Portanto, o restabelecimento de Israel é um testemunho vivo
da fidelidade de Deus. Cada promessa profética cumprida nos lembra que estamos
vivendo em um tempo de oportunidade e expectativa. O retorno de Jesus está
próximo, e cabe a nós discernir os sinais dos tempos, mantendo nossa fé firme e
proclamando o Evangelho. "Eu é
que sei os planos que tenho para vocês, diz o Senhor, planos de fazê-los
prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um
futuro" (Jeremias 29:11, NVI).
Com cada sinal profético que se cumpre, somos chamados a
testemunhar a bondade e a fidelidade de Deus. A restauração de Israel é um
lembrete de que Suas promessas nunca falham. Estamos vivendo em um tempo de
preparação, e cada um de nós tem o privilégio de anunciar a esperança do
Evangelho enquanto aguardamos a volta de Cristo. Amém!
Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça
e paz.
Pr. Décio Fonseca
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