O MESTRE E INSTRUTOR DE FÉ, É TAMBÉM PROVEDOR
“Todos comeram e ficaram satisfeitos, e os
discípulos recolheram doze cestos cheios de pedaços de pão e de peixe. Os
que comeram foram cinco mil homens.” (Lucas 6:42-44, NVI).
Em uma narrativa simples, o evangelista Marcos, a partir do
versículo 30 do capítulo 6, relata um dos milagres mais conhecidos de Jesus: a
multiplicação dos pães. Ele descreve os discípulos retornando de uma missão,
exaustos e necessitados de descanso. Percebendo o estado deles, Jesus busca
proporcionar-lhes um momento de repouso, conduzindo-os a um lugar isolado. No
entanto, a multidão, atenta ao movimento de Jesus e dos discípulos, apressou-se
e chegou antes ao destino. Ao longo do relato, emergem diversos atributos de Jesus,
evidenciando seu caráter e poder.
O primeiro atributo destacado é revelado quando Jesus desce
do barco e, ao ver a multidão, Marcos relata que Ele sentiu compaixão, pois as
pessoas eram como ovelhas sem pastor. Esse detalhe evidencia o profundo amor e
empatia de Jesus por cada indivíduo. Ele não os enxerga apenas como uma
multidão de curiosos ou necessitados, mas como pessoas que carecem de direção,
cuidado e orientação espiritual.
Assim Jesus nos vê, como um rebanho que necessita do cuidado
do Sumo Pastor, que guia, protege e alimenta suas ovelhas com amor e dedicação.
Esse tema é recorrente nas Escrituras, especialmente no Novo Testamento, onde
Jesus é revelado como o Bom Pastor que conhece cada uma de suas ovelhas pelo
nome, entrega sua vida por elas e as conduz a águas tranquilas (João 10:11-14).
Quando a multidão, após um longo dia de ensino com Jesus, se
encontrava faminta, Ele direcionou os discípulos com uma palavra desafiadora: “Dai-lhes
vós de comer” (Marcos 6:37). A ordem de Jesus, com apenas cinco pães e dois
peixes disponíveis, representava um grande desafio à fé dos discípulos.
Do ponto de vista humano, a quantidade de alimento era
insignificante diante da necessidade de milhares de pessoas, tornando
impossível suprir aquela demanda. No entanto, essa instrução de Jesus carregava
um significado profundo: era um convite para que os discípulos confiassem na
capacidade de Deus de realizar o impossível. Ele não estava apenas tratando de
uma necessidade física, mas ensinando uma lição essencial sobre a dependência
em Deus e a generosidade divina.
Ao convidá-los a serem participantes de sua obra de
compaixão e provisão, Jesus demonstrou que, mesmo com recursos limitados,
quando entregues nas mãos de Deus, eles podem ser multiplicados para suprir
abundantemente.
O poder sobrenatural de Jesus é mais um de seus atributos. Os
cinco pães e os dois peixes, aparentemente tão pequenos, representavam a
limitação humana diante da imensidão das necessidades. Ao mesmo tempo, eram um
sinal de que Deus pode multiplicar qualquer recurso quando ele é colocado em
Suas mãos com fé. Jesus os abençoou, partiu e distribuiu, e o milagre
aconteceu: todos comeram e se saciaram, e ainda sobraram doze cestos cheios. “Ah,
Senhor Soberano, tu fizeste os céus e a terra pelo teu grande poder e por teu
braço estendido. Nada é difícil demais para ti.” (Jeremias 32:17, NVI)
Assim, essa instrução era uma lição prática sobre
dependência de Deus, fé em ação e a disposição de entregar a Ele tudo o que
temos, por mais limitado que possa parecer. Quando confiamos em Cristo, Ele é
capaz de transformar o pouco em muito, para suprir as necessidades e manifestar
Sua graça e poder. "Confie no Senhor de todo o seu coração e não se
apoie em seu próprio entendimento; reconheça o Senhor em todos os seus
caminhos, e ele endireitará as suas veredas." (Provérbios 3:5-6, NVI).
Essa orientação de Jesus também nos convida a confiar em Seu
poder e a compartilhar o que temos, sabendo que Ele pode multiplicar nossos
esforços e suprir as necessidades ao nosso redor. É um chamado à generosidade,
fé e cooperação na missão de Deus de cuidar das pessoas, tanto espiritual
quanto fisicamente.
O cuidado de Jesus vai além das necessidades físicas; Ele se
preocupa com cada aspecto da vida de seu rebanho – espiritual, emocional e
físico. Ele vê as pessoas em sua vulnerabilidade, carência e confusão, e se
move com compaixão para suprir suas necessidades de uma maneira que somente o
verdadeiro Pastor pode.
Essa visão de Jesus como o Sumo Pastor que cuida de seu
povo, trazendo-lhes consolo, direção e sustento, é uma das expressões mais
bonitas de seu amor e dedicação. Ele nos chama a confiar nele, seguir sua voz e
descansar sob seu cuidado infalível, sabendo que Ele jamais nos abandona.
O Mestre que é compassivo, longânime e possui todo poder
quer te sustentar. Ele pode multiplicar aquilo que em suas mãos é nada. Confie
Nele e o mais tudo fará. Entregue suas limitações e desafios a Ele, pois nada
está além de Seu alcance. Em Seu cuidado e provisão, encontramos força e
esperança renovadas.
Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça
e paz.
Pr. Décio Fonseca
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