PRINCÍPIOS PARA A
BOA CONVIVÊNCIA
“Acolham quem é fraco na fé, não, porém, para discutir
opiniões. Um crê que pode comer de tudo, mas quem é fraco na fé
come legumes. Quem come de tudo não deve desprezar o que não
come; e o que não come não deve julgar o que come de tudo, porque Deus o
acolheu. Quem é você para julgar o servo alheio? Para o seu
próprio dono é que ele está em pé ou cai; mas ficará em pé, porque o Senhor é
poderoso para o manter em pé. Alguns pensam que certos dias
são mais importantes do que os demais, mas outros pensam que todos os dias são
iguais. Cada um tenha opinião bem-definida em sua própria mente.” (Romanos
14:1-5, NAA).
Assim nasceu a igreja, onde a convivência entre os irmãos
era essencial. O amor, o apoio mútuo e a comunhão marcaram os primeiros passos
dessa comunidade de fé, refletindo o propósito de Cristo de unir e transformar
vidas por meio do relacionamento e do cuidado genuíno uns pelos outros.
Lucas relata que todos conviviam bem na Judéia e em
Jerusalém, vivendo em união, partilhando suas vidas e bens com alegria e
sinceridade. A comunhão e o amor mútuo fortaleciam a igreja primitiva,
refletindo o desejo de Cristo para Seu povo: uma comunidade que se apoiava,
caminhava junta e vivia em harmonia, demonstrando o poder transformador do
Evangelho em suas relações diárias. "Todos
os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum. Vendendo suas
propriedades e bens, distribuíam a cada um conforme a sua necessidade. Todos os
dias, continuavam a reunir-se no pátio do templo. Partiam o pão em suas casas,
e juntos participavam das refeições, com alegria e sinceridade de coração,
louvando a Deus e tendo a simpatia de todo o povo." (Atos 2:44-47,
NVI).
Porém, ao se distanciarem desse marco geográfico e se
dirigirem à região de Samaria, onde judeus e samaritanos não se falavam,
surgiram dificuldades. As tensões históricas e as barreiras culturais
desafiaram a convivência e o entendimento mútuo, colocando à prova o amor, a
aceitação e a missão da igreja. Essa experiência revelou a importância de
superar diferenças e preconceitos para que a mensagem de Cristo pudesse
alcançar todos os povos.
Afastando-se um pouco mais, com o evangelho se espalhando
pela Ásia e Europa, a situação se complicou: os judeus insistiam que os gentios
deveriam seguir a Lei de Moisés, enquanto os novos convertidos gentios buscavam
viver na liberdade proporcionada pela fé em Cristo. Essa diferença de
perspectivas gerou tensões e conflitos na comunidade cristã primitiva,
destacando o desafio de integrar diferentes culturas e tradições sob a nova
aliança da graça e do amor de Jesus. "Então, se levantaram alguns do
partido religioso dos fariseus que haviam crido e disseram: 'É necessário
circuncidá-los e exigir que obedeçam à Lei de Moisés'. Os apóstolos e os
presbíteros se reuniram para considerar essa questão." (Atos
15:5-6, NVI)
A convivência entre cristãos em nossos dias permanece
desafiadora, com diferenças doutrinárias, culturais e pessoais gerando tensões.
Isso desgasta o Reino de Deus, mas somos chamados a buscar a unidade em Cristo,
respeitando as diferenças e praticando amor, paciência e perdão. A verdadeira
comunhão exige esforço contínuo de empatia e humildade, para que vivamos como
um só corpo, refletindo o amor de Deus ao mundo.
As Escrituras nos ordenam a amar o próximo como a nós
mesmos, honrar nossos irmãos, considerar os outros superiores a nós, buscar a
unidade e ter o mesmo sentimento de Cristo Jesus. Além disso, somos chamados a
exercer o fruto do Espírito (Gálatas 5:22), que inclui amor, alegria, paz,
paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Esses
mandamentos são essenciais para vivermos em harmonia, refletindo o caráter de
Deus em nossas relações.
Precisamos lembrar que a Igreja é composta por filhos de
Deus, muitos dos quais ainda estão nos primeiros passos de sua fé. Isso exige
uma reflexão cuidadosa, pois muitos problemas são tratados de forma que não
considera adequadamente as consequências para o Corpo de Cristo e sua
edificação. O cuidado e a sabedoria são fundamentais para preservar a unidade e
fortalecer a comunhão. "Sejam completamente humildes e dóceis, e sejam pacientes, suportando uns aos outros com amor. Façam todo o esforço para conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz." (Efésios 4:2-3, NVI).
A boa convivência entre irmãos tem o poder de não apenas
ganhar almas, mas também restaurar vidas e fortalecer a comunhão dentro da
Igreja. Quando julgamos uns aos outros com base em costumes e tradições, isso
gera divisões e prejuízos ao Reino de Deus. Em vez disso, somos chamados a
acolher com amor, promovendo a unidade e o crescimento mútuo, refletindo o
caráter de Cristo em nossas atitudes.
Que possamos nos amar uns aos outros e cumprir o novo
mandamento de Jesus, contribuindo para o crescimento do Reino de Deus.
Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça
e paz.
Pr. Décio Fonseca
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