FUJAM! SALVEM SUAS
VIDAS
“Fujam! Corram para salvar suas vidas; tornem-se como um
arbusto no deserto.” (Jeremias 48:6, NVI).
Jeremias 48:6 diz: "Fujam! Salvem a sua vida!
Tornem-se como um arbusto no deserto." Este conselho, originalmente
dado aos habitantes de Moabe no contexto do juízo divino, traz ensinamentos
profundos e atemporais que podem ser aplicados à nossa jornada espiritual nos
dias de hoje. A mensagem carrega uma advertência, um chamado ao discernimento
espiritual e um lembrete da necessidade de confiar no Senhor para proteção e
sustento.
O capítulo 48 de Jeremias é uma profecia contra Moabe, uma
nação vizinha de Israel que frequentemente estava em oposição ao povo de Deus.
Moabe, ao longo de sua história, foi marcada pela idolatria, autossuficiência e
desprezo pelo Senhor. Deus, por meio do profeta Jeremias, anuncia o juízo sobre
Moabe, declarando que a destruição viria como consequência do orgulho e da
confiança nas próprias forças.
O versículo 6 surge em um contexto de alerta, onde o profeta
instrui os habitantes de Moabe a fugirem rapidamente para salvar suas vidas. O
termo "como um arbusto no deserto" evoca uma imagem de
isolamento, fragilidade e total dependência de Deus. Este conselho, porém,
também reflete uma oportunidade de arrependimento e restauração para aqueles
que se afastarem de suas iniquidades e colocarem sua confiança no Senhor.
A palavra "fujam" não é apenas um conselho
prático, mas um chamado urgente à ação diante do perigo iminente. Para o povo
de Deus hoje, essa advertência é um lembrete de que precisamos estar atentos
aos tempos e discernir os perigos espirituais ao nosso redor. Assim como Moabe
foi condenado por sua idolatria e autossuficiência, enfrentamos desafios
semelhantes, como o secularismo, o relativismo moral e a busca desenfreada por
poder e status.
A fuga mencionada em Jeremias 48:6 não é covardia, mas uma
demonstração de sabedoria espiritual. Assim como José fugiu da tentação com a
esposa de Potifar (Gênesis 39:12) e Paulo aconselha a fugir da idolatria e da
imoralidade (1 Coríntios 6:18; 10:14), devemos estar dispostos a nos afastarmos
de práticas e influências que possam comprometer nossa santidade e comunhão com
Deus.
O conselho de salvar a vida transcende a dimensão física e
aponta para uma realidade espiritual. Jesus afirmou: "Pois quem quiser
salvar a sua vida a perderá, mas quem perder a sua vida por minha causa a
encontrará" (Mateus 16:25). Essa afirmação nos chama a refletir sobre
nossas prioridades como servos do Deus Vivo.
Salvar a vida, no contexto espiritual, significa abandonar
tudo o que nos afasta de Deus e buscar a verdadeira vida em Cristo. Moabe era
conhecida por sua autossuficiência, mas o juízo de Deus mostrou que a
verdadeira segurança não está em posses ou conquistas humanas. Para cada um de
nós, isso implica abandonar a confiança excessiva em estruturas, programas e
estratégias humanas, e colocar a fé exclusivamente no Senhor como fonte de
sustento e salvação.
A imagem do arbusto no deserto simboliza isolamento e
fragilidade, mas também remete a uma dependência total de Deus. No deserto, um
arbusto só sobrevive porque se adapta às condições adversas e encontra sustento
onde parece não haver vida.
Para você e para mim, esse chamado à semelhança de um arbusto no deserto é um lembrete de que precisamos depender totalmente de Deus em todas as circunstâncias. O deserto é um lugar de purificação, onde aprendemos a confiar no Senhor em meio às dificuldades. Assim como Israel foi conduzido pelo deserto para aprender a viver pela fé, devemos, como Igreja Fiel, enxergar os tempos de provação como oportunidades para fortalecer sua relação com Deus e se desprender de tudo o que é transitório.
O conselho dado a Moabe reflete a paciência e a misericórdia
de Deus. Embora o juízo fosse certo, o chamado para fugir e salvar a vida
indicava que ainda havia esperança para aqueles que se arrependessem.
Somos chamados a uma postura de constante arrependimento e
renovação espiritual. Não podemos permitir que o orgulho, a autossuficiência ou
a idolatria nos afastem da simplicidade do evangelho. Como Moabe, estamos
suscetíveis a nos tornar complacentes e perder o foco no Senhor. O
arrependimento nos reconecta com a fonte de vida e restauração.
Ao aplicar Jeremias 48:6 ao nosso caminhar aqui nesta terra,
é importante destacar o impacto que a obediência a este conselho tem sobre
nossa missão. Fazemos parte de uma igreja que foge do pecado, busca salvar sua
vida espiritual e depende exclusivamente de Deus. Desta forma, nos tornamos um
farol em meio a um mundo perdido. Nossa fragilidade humana se torna uma
plataforma para revelar o poder e a glória de Deus.
"Fugir, salvar a vida e tornar-se como um arbusto no
deserto". Ao aplicarmos esse ensinamento, encontraremos forças para
enfrentar os desafios de um mundo em constante mudança e seremos capazes de
cumprir Seu propósito: glorificar a Deus e transformar vidas. O deserto pode
parecer inóspito, mas é nele que experimentamos mais profundamente a presença e
o cuidado do Senhor. Que, como igreja, tenhamos sabedoria para ouvir e obedecer
ao chamado divino.
Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça
e paz.
Pr. Décio Fonseca
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