A CRUZ, O PONTO DE ENCONTRO ENTRE O CÉU E A TERRA
"Quanto
a mim, que eu nunca me glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo,
por meio da qual o mundo foi crucificado para mim, e eu para o mundo" (Gálatas
6:14, NVI).
A Cruz, de J.C.
Ryle, é um livro que li recentemente e que recomendo a todos. Com
impressionante clareza, Ryle revela a essência do evangelho, desafiando-nos a
refletir sobre a centralidade da cruz na fé cristã e em nossa vida. Para ele, a
cruz não é apenas um símbolo religioso ou um evento histórico, mas o coração
pulsante do cristianismo. Ele nos convida a compreender profundamente seu
significado e a viver em conformidade com suas implicações práticas e
espirituais.
A obra oferece uma
visão prática de como a cruz transforma a vida de cada cristão. Nela, somos
chamados à humildade e gratidão pela salvação recebida, enquanto enfrentamos o
desafio da fidelidade e do compromisso em seguir a Cristo. A cruz, como o maior
símbolo do amor de Deus, é apresentada como o ponto de encontro entre o céu e a
terra. É por meio dela que Deus nos reconcilia consigo, oferecendo a única
esperança verdadeira para os que creem. A cruz não é algo a ser apenas
admirado, mas uma realidade que molda atitudes, decisões e a essência de nossa
fé.
Ryle argumenta que
a cruz é indispensável porque revela a urgência da salvação. A humanidade, em
sua natureza pecaminosa, está separada de Deus, e nenhum esforço humano pode
preencher esse abismo. Nesse contexto, a cruz surge como a única solução, onde
justiça e misericórdia se encontram. A justiça divina é satisfeita porque o
pecado é devidamente punido, enquanto a misericórdia é oferecida no sacrifício
de Cristo, que tomou sobre si o peso do pecado. Assim, a cruz se torna a maior
demonstração do amor divino e o único caminho para a reconciliação com Deus.
Como Paulo escreveu: "Pois todos pecaram e estão destituídos da
glória de Deus, sendo justificados gratuitamente por sua graça, por meio da
redenção que há em Cristo Jesus. Deus o ofereceu como sacrifício para
propiciação mediante a fé, pelo seu sangue, demonstrando a sua justiça"
(Romanos 3:23-25a, NVI).
Outro aspecto
crucial destacado por Ryle é o caráter substitutivo do sacrifício de Cristo.
Ele não foi apenas um exemplo moral ou mártir, mas o Salvador que morreu em
lugar dos pecadores, suportando a penalidade que deveria recair sobre cada um
de nós. Essa doutrina da substituição é o núcleo da mensagem da expiação e deve
ser proclamada continuamente. A cruz não é um detalhe secundário, mas o
fundamento sobre o qual toda a mensagem cristã está firmada. Como profetizado
em Isaías: "Mas ele foi transpassado por causa das nossas
transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniquidades; o castigo que nos
trouxe paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos curados"
(Isaías 53:5, NVI).
Ryle nos desafia a
viver à luz da cruz, aceitando o chamado de Cristo para segui-Lo em obediência
e submissão. Jesus disse: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se
a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida a
perderá, mas quem perder a sua vida por minha causa a encontrará"
(Mateus 16:24-25, NVI). Esse chamado exige coragem, pois seguir a Cristo
significa negar a si mesmo, resistir às tentações do mundo e enfrentar
dificuldades com fé. Esse caminho é desafiador, mas é o único que conduz à
verdadeira comunhão com Deus.
O autor também
alerta sobre o perigo de negligenciar a cruz. Ele observa que, ao longo da
história, igrejas e líderes muitas vezes se afastaram dessa mensagem central,
substituindo-a por moralismos ou tradições vazias. No entanto, sem a cruz, não
há cristianismo verdadeiro. Paulo nos lembra: "Certifico-vos,
irmãos, que, quando estive entre vocês, não me propus saber coisa alguma, a não
ser Jesus Cristo, e este, crucificado" (1 Coríntios 2:2, NVI). É
essencial que a cruz ocupe o centro da proclamação do evangelho e da prática
cristã.
Por fim, Ryle
ressalta o consolo que a mensagem da cruz traz para os crentes. Ela é uma fonte
de conforto e esperança, especialmente em tempos de sofrimento e incerteza. A
cruz nos lembra da fidelidade de Deus e da certeza de que Seu amor nunca falha.
A obra redentora de Cristo nos assegura vitória sobre o pecado e a morte, além
da promessa da vida eterna. Jesus nos convida: "Venham a mim, todos
os que estão cansados e sobrecarregados, e eu darei descanso a vocês"
(Mateus 11:28, NVI).
Meditar sobre o
sacrifício de Cristo não é apenas um exercício teológico, mas uma prática que
transforma a vida cristã. É um chamado à gratidão, à obediência e à proclamação
fiel do evangelho. Ryle nos desafia a colocar a cruz no centro de nossa vida e
a permitir que sua mensagem continue a impactar o mundo. Afinal, a cruz não é
apenas uma doutrina a ser crida, mas uma realidade a ser vivida.
"Sim, eu
amo a mensagem da cruz, té morrer eu a vou proclamar; levarei eu também minha
cruz, té por uma coroa trocar." (George Bennard, 1912)
Que Deus, nosso
Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.
Pr. Décio
Fonseca
06_qui_fev_25
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