O DEUS JUSTO
"Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, e todos os
seus caminhos são justos. Deus é fiel, que não comete erros; justo e reto ele
é" (Deuteronômio 32:4, NVI).
A justiça de Deus é um dos atributos mais essenciais do Seu
caráter, fundamentado na verdade, retidão e bondade. Diferente da justiça
humana, que pode ser falha e parcial, a justiça divina é perfeita e infalível.
Todas as Suas decisões e julgamentos são corretos e imutáveis, pois Ele é a
fonte suprema da verdade e age conforme Sua santidade. Como declara a
Escritura: "O Senhor é justo em todos os seus caminhos e fiel em
todas as suas obras" (Salmo 145:17, NVI).
Essa justiça não é um princípio abstrato, mas uma realidade
que governa a criação e a nossa história. Deus julga com equidade e perfeição,
garantindo que toda ação seja tratada de forma justa. Para aqueles que confiam
n’Ele, essa verdade traz segurança e esperança, pois sabem que o Senhor é um
Juiz que não se corrompe. Para os que rejeitam Sua autoridade, no entanto, Sua
justiça se torna um motivo de temor, pois ninguém escapará do julgamento
divino.
Embora muitas vezes associemos a justiça ao juízo, ela
também se manifesta na misericórdia. Deus não apenas pune o pecado, mas oferece
graça e perdão àqueles que se arrependem. Ele disciplina os que ama,
corrigindo-os para que voltem ao caminho certo, como um pai amoroso que corrige
seu filho. Como declara a Palavra: "Pois o Senhor disciplina a quem
ama, e castiga todo aquele a quem aceita como filho" (Hebreus
12:6, NVI).
Essa combinação entre justiça e misericórdia pode ser vista
ao longo da história de Israel. O povo de Deus frequentemente enfrentava juízo
por sua rebeldia, mas sempre que se arrependia, encontrava perdão e
restauração. Quando os salmistas clamavam diante da prosperidade dos ímpios e
do sofrimento dos justos, Deus os lembrava de que Seu julgamento viria no tempo
certo: "Tenha fim a malícia dos ímpios, mas estabelece-se o justo.
Pois tu, ó justo Deus, sondas as mentes e os corações" (Salmo 7:9,
NVI).
Em certos momentos, o povo de Deus questionou Sua justiça,
especialmente quando sofriam disciplina ou viam outras nações prosperando. Esse
sentimento foi expresso pelo profeta Ezequiel quando o povo acusava Deus de ser
injusto: "Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é justo. Ouvi
agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho justo? Não são os vossos caminhos
injustos?" (Ezequiel 18:25, NVI).
Deus responde que o verdadeiro problema não está n’Ele, mas
na corrupção e na incredulidade do povo. Sua justiça sempre é reta, e Ele age
com perfeição em todos os Seus caminhos. Muitas vezes, quando Deus parece
"demorado" para agir, Ele está, na verdade, dando tempo para o
arrependimento. Como Pedro escreve: "O Senhor não demora em cumprir
a sua promessa, como julgam alguns. Pelo contrário, ele é paciente com vocês,
não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento"
(2 Pedro 3:9, NVI).
A manifestação suprema da justiça divina aconteceu na cruz
de Cristo. O pecado exige condenação, pois Deus não pode ignorar a iniquidade.
No entanto, por amor, Ele enviou Seu Filho para receber em Si mesmo o castigo
que nós merecíamos. A cruz é o lugar onde a justiça e o amor de Deus se
encontram. Paulo expressa isso ao dizer: "Sendo justificados
gratuitamente por sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus. Deus
o ofereceu como sacrifício para propiciação mediante a fé, pelo seu sangue,
demonstrando sua justiça" (Romanos 3:24-25, NVI).
Cristo satisfez plenamente a justiça divina, permitindo que
os pecadores fossem perdoados sem que a santidade de Deus fosse comprometida.
Dessa forma, a cruz não apenas revela a gravidade do pecado, mas também exalta
a grandeza da graça divina.
A justiça de Deus será plenamente manifestada no futuro,
quando Cristo retornar para julgar os ímpios e redimir os justos. Como diz
Apocalipse 15:3 (NVI): "Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó
Rei das nações!" Essa verdade nos chama à santidade, confiando que
Deus recompensa os que O buscam e julga os que rejeitam Sua graça. Saber que
Ele é justo nos motiva a agir com retidão e confiar em Seus propósitos.
Diante dessa realidade, como devemos responder? Primeiro,
devemos confiar na justiça de Deus e descansar em Sua soberania, sabendo que
Ele age com perfeição em todas as situações. Segundo, somos chamados a refletir
essa justiça em nossa vida diária, tratando as pessoas com retidão, integridade
e compaixão. Como diz Miquéias: "Ele mostrou a você, ó homem, o que
é bom. E o que o Senhor exige de você? Que pratique a justiça, ame a
misericórdia e ande humildemente com o seu Deus" (Miquéias
6:8, NVI).
Por fim, devemos viver com esperança, aguardando o dia em
que a justiça de Deus será plenamente estabelecida. Em Cristo, temos a garantia
de que o mal não prevalecerá e que o Reino de Deus será marcado por perfeita
justiça e paz.
Diante disso, nossa resposta deve ser temor, confiança e
gratidão. Que possamos buscar a Deus com um coração reto, confiando que Ele
é justo, Ele é fiel e Ele é bom.
Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça
e paz.
Pr. Décio Fonseca
13_qui_fev_25
Nenhum comentário:
Postar um comentário