JESUS NO CENTRO

"Deus é fiel, o qual os chamou à comunhão com seu Filho, Jesus Cristo, nosso Senhor" (1 Coríntios 1:9, NVI).

Desde os primeiros versículos de sua carta aos coríntios, o apóstolo Paulo deixa claro o ponto central de sua mensagem: Cristo deve estar no centro de tudo. Ele menciona direta ou indiretamente o nome de Jesus nove vezes nos primeiros nove versículos, reforçando que sem Cristo, nada do que ele dissesse ou fizesse teria sentido. O evangelho não é apenas um conjunto de regras ou um código moral, mas a revelação do único Deus verdadeiro, cujo plano redentor para a humanidade se cumpre plenamente em Jesus.

A igreja de Corinto enfrentava diversas dificuldades, e Paulo sabia que a raiz de todas essas questões era uma fé que ainda não havia colocado Cristo verdadeiramente no centro. Divisões internas, imoralidade, disputas, confusão no uso dos dons espirituais e falta de amor eram sintomas de um coração que ainda estava preso a uma mentalidade mundana. Muitos coríntios haviam sido formados em uma cultura pagã, onde acreditavam em vários deuses e deusas cujos mitos não ofereciam uma visão de mundo coerente ou um propósito definido para a vida cristã. Agora, como servos do Deus vivo, precisavam entender que a história deles e a história do mundo não eram um amontoado de eventos aleatórios, mas uma jornada conduzida por Deus, cujo ápice é Cristo.

Paulo deseja que os coríntios compreendam que foram alcançados pelo movimento do amor e do poder de Deus e que suas vidas agora fazem parte de um enredo maior: a história da salvação conduzida em Cristo. Se tivessem Jesus no centro do entendimento, perceberiam que a verdadeira sabedoria vem de Deus, e não da filosofia humana (1 Co 1:18-25), que a unidade da igreja não está em líderes humanos, mas em Cristo (1 Co 3:4-11), que o corpo é para o Senhor e não para a imoralidade (1 Co 6:13-20), que o amor deve ser o maior valor da comunidade cristã (1 Co 13) e que a ressurreição de Cristo redefine a história e dá sentido à vida (1 Co 15).

Se os irmãos daquela igreja vivessem essa realidade, todas as outras questões controversas que surgem ao longo da carta seriam naturalmente resolvidas. Em vez de disputas e arrogância, haveria humildade e serviço. Em vez de divisões, haveria unidade. Em vez de confusão, haveria clareza. Em vez de egoísmo, haveria amor genuíno. Paulo começa sua carta enfatizando Cristo acima de tudo porque sem Ele não há solução verdadeira para os desafios da igreja e da vida cristã.

Cristo não é apenas o ponto de partida da fé, mas sua essência e sustentação. Nele, a igreja recebeu graça, foi enriquecida em tudo e recebeu dons espirituais. Tudo em Jesus. Desde os primeiros versículos, Paulo reforça essa realidade: eles foram chamados à comunhão com Cristo (1 Co 1:9), receberam a graça de Deus em Cristo (1 Co 1:4), foram enriquecidos no conhecimento e na palavra (1 Co 1:5), receberam dons espirituais (1 Co 1:7) e serão mantidos firmes até o fim por Ele (1 Co 1:8).

A grande questão para os coríntios era mudar sua mentalidade. Embora tivessem aceitado o evangelho, muitos ainda tentavam viver sua fé sob uma perspectiva moldada pela cultura grega e pelos padrões humanos. Paulo os desafia a enxergar tudo à luz de Cristo – o passado, o presente e o futuro. Ter Jesus no centro significa vê-Lo como a chave para interpretar todas as coisas: a vida, a história, a sociedade e até os conflitos internos da igreja. Sem essa transformação no entendimento, continuariam presos a velhos hábitos, costumes e visões distorcidas da realidade.

Quando Cristo ocupa verdadeiramente o lugar central, a vida cristã ganha direção e propósito. Ele define nossa identidade, orienta nossas escolhas, transforma nossa maneira de pensar e molda até mesmo nossa imaginação. Tudo em nós e através de nós deve apontar para Jesus. Essa era a mensagem essencial que Paulo queria transmitir à igreja de Corinto, e é a mesma verdade que devemos aplicar hoje.

Cristo é suficiente. Nele está tudo o que precisamos. Que nossa fé não seja construída sobre conceitos vazios ou filosofias passageiras, mas sobre a Rocha inabalável que é Jesus.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

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