A COMUNHÃO COMO
TESTEMUNHO E ESSÊNCIA DA VIDA CRISTÃ
“Dele (Cristo) todo o corpo, ajustado e unido pelo
auxílio de todas as juntas, cresce e edifica-se a si mesmo em amor, na medida
em que cada parte realiza a sua função.” (Efésios 4:16, NVI)
A dinâmica conduzida pelas irmãs na semana passada foi tão
proveitosa que cheguei a ver até alguns pastores fazendo anotações — talvez
pensando em aproveitar a riqueza de detalhes e revelações que elas
compartilharam em seus próprios sermões ou textos, como é o caso deste aqui. Muito
interessantes também foram as conclusões a que elas chegaram — todas
fundamentadas na Palavra — especialmente quando o assunto em pauta foi: a
comunhão entre irmãos.
Essa ordem do Senhor me levou a refletir sobre essa
interpessoalidade tão necessária na caminhada cristã. A verdade é que muitos
são os indicativos de que nossa relação com o próximo é profundamente
valorizada por Jesus — não como um conselho, mas como parte da essência do
discipulado. O amor fraternal, portanto, não é opcional — ele é a expressão
visível da fé cristã. Jesus declarou que o amor mútuo seria a marca distintiva
dos seus discípulos (João 13:34-35), e orou para que todos fossem um, a fim de que
o mundo cresse que Ele fora enviado pelo Pai (João 17:21).
A unidade entre os irmãos é um testemunho vivo da presença
de Cristo. Um corpo dividido não subsiste — e o Corpo de Cristo foi chamado
para andar em comunhão, não em competição. É através dessa comunhão que
testemunhamos ao mundo a unidade que há entre nós, revelando, de forma prática,
o Senhor Jesus. Viver em comunhão é evangelizar com atitudes, tornando visível
no cotidiano o amor de Cristo que nos une e nos transforma.
Aqui na terra, existe um canal de comunicação essencial: o
relacionamento com o próximo. Quando esse canal horizontal é obstruído, ele
traz prejuízo ao canal vertical — a nossa comunhão com Deus. A Bíblia é
clara: a comunhão com Deus não pode ser desvinculada da comunhão com os irmãos.
Quem ama a Deus, precisa amar o próximo. Quem deseja falar com Deus, precisa
estar em paz com o outro. Como disse o apóstolo João: “Se alguém afirmar:
‘Eu amo a Deus’, mas odiar seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão,
a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.” (1 João 4:20, NVI)
A edificação da igreja depende da comunhão. Não há
amadurecimento isolado — a jornada cristã foi desenhada para ser vivida em
comunidade. É no repartir, no servir, no ouvir, no aconselhar e no suportar uns
aos outros que o Corpo de Cristo cresce em amor, fé e maturidade. O apóstolo
Paulo escreveu que “Dele (Cristo) todo o corpo, ajustado e unido pelo
auxílio de todas as juntas, cresce e edifica-se a si mesmo em amor, na medida
em que cada parte realiza a sua função.” (Efésios 4:16). Comunhão não é
apenas estar junto, é crescer juntos.
Por outro lado, se a comunhão edifica, a divisão adoece. As
divisões racham o corpo, fazem-no enfermar e podem levá-lo à morte. Fofocas,
cochichos, panelinhas e grupinhos dentro de qualquer organização — e ainda mais
dentro da igreja — são sintomas de uma doença espiritual que, se não tratada,
decreta sua morte. Cristo não morreu por um corpo fragmentado, mas por um povo
unido em amor. Por isso, devemos zelar pela comunhão como quem protege algo
sagrado — porque é exatamente isso que ela é.
Problemas e conflitos são inevitáveis, mas a reconciliação
deve ser uma prioridade espiritual. Jesus ensinou que devemos até mesmo
interromper o ato de adoração se houver algo mal resolvido com um irmão (Mateus
5:23-24). Manter a comunhão exige humildade, arrependimento e graça. Mas quando
isso acontece, o Reino avança, e Cristo é glorificado.
Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça
e paz.
Pr. Décio Fonseca
03/qui/abr/25
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