A COMUNHÃO COMO TESTEMUNHO E ESSÊNCIA DA VIDA CRISTÃ

“Dele (Cristo) todo o corpo, ajustado e unido pelo auxílio de todas as juntas, cresce e edifica-se a si mesmo em amor, na medida em que cada parte realiza a sua função.” (Efésios 4:16, NVI)

A dinâmica conduzida pelas irmãs na semana passada foi tão proveitosa que cheguei a ver até alguns pastores fazendo anotações — talvez pensando em aproveitar a riqueza de detalhes e revelações que elas compartilharam em seus próprios sermões ou textos, como é o caso deste aqui. Muito interessantes também foram as conclusões a que elas chegaram — todas fundamentadas na Palavra — especialmente quando o assunto em pauta foi: a comunhão entre irmãos.

Esse é um tema levado muito a sério nas Escrituras, a ponto de Jesus afirmar com clareza:
"O meu mandamento é este: amem-se uns aos outros como eu os amei." (João 15:12, NVI)

Essa ordem do Senhor me levou a refletir sobre essa interpessoalidade tão necessária na caminhada cristã. A verdade é que muitos são os indicativos de que nossa relação com o próximo é profundamente valorizada por Jesus — não como um conselho, mas como parte da essência do discipulado. O amor fraternal, portanto, não é opcional — ele é a expressão visível da fé cristã. Jesus declarou que o amor mútuo seria a marca distintiva dos seus discípulos (João 13:34-35), e orou para que todos fossem um, a fim de que o mundo cresse que Ele fora enviado pelo Pai (João 17:21).

A unidade entre os irmãos é um testemunho vivo da presença de Cristo. Um corpo dividido não subsiste — e o Corpo de Cristo foi chamado para andar em comunhão, não em competição. É através dessa comunhão que testemunhamos ao mundo a unidade que há entre nós, revelando, de forma prática, o Senhor Jesus. Viver em comunhão é evangelizar com atitudes, tornando visível no cotidiano o amor de Cristo que nos une e nos transforma.

Aqui na terra, existe um canal de comunicação essencial: o relacionamento com o próximo. Quando esse canal horizontal é obstruído, ele traz prejuízo ao canal vertical — a nossa comunhão com Deus. A Bíblia é clara: a comunhão com Deus não pode ser desvinculada da comunhão com os irmãos. Quem ama a Deus, precisa amar o próximo. Quem deseja falar com Deus, precisa estar em paz com o outro. Como disse o apóstolo João: “Se alguém afirmar: ‘Eu amo a Deus’, mas odiar seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.” (1 João 4:20, NVI)

A edificação da igreja depende da comunhão. Não há amadurecimento isolado — a jornada cristã foi desenhada para ser vivida em comunidade. É no repartir, no servir, no ouvir, no aconselhar e no suportar uns aos outros que o Corpo de Cristo cresce em amor, fé e maturidade. O apóstolo Paulo escreveu que “Dele (Cristo) todo o corpo, ajustado e unido pelo auxílio de todas as juntas, cresce e edifica-se a si mesmo em amor, na medida em que cada parte realiza a sua função.” (Efésios 4:16). Comunhão não é apenas estar junto, é crescer juntos.

Por outro lado, se a comunhão edifica, a divisão adoece. As divisões racham o corpo, fazem-no enfermar e podem levá-lo à morte. Fofocas, cochichos, panelinhas e grupinhos dentro de qualquer organização — e ainda mais dentro da igreja — são sintomas de uma doença espiritual que, se não tratada, decreta sua morte. Cristo não morreu por um corpo fragmentado, mas por um povo unido em amor. Por isso, devemos zelar pela comunhão como quem protege algo sagrado — porque é exatamente isso que ela é.

Problemas e conflitos são inevitáveis, mas a reconciliação deve ser uma prioridade espiritual. Jesus ensinou que devemos até mesmo interromper o ato de adoração se houver algo mal resolvido com um irmão (Mateus 5:23-24). Manter a comunhão exige humildade, arrependimento e graça. Mas quando isso acontece, o Reino avança, e Cristo é glorificado.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

03/qui/abr/25

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