O ANSEIO HUMANO POR RECONHECIMENTO

“Senhor, que é o homem para que com ele te importes?” (Salmo 8:4 – NVI)

Todo ser humano, em algum momento da vida, já desejou ser notado, valorizado ou reconhecido. Esse desejo é natural. Queremos que o que fazemos tenha sentido, que nosso esforço seja visto, que nossas palavras encontrem acolhimento. E não há nada de errado em querer ouvir um elogio sincero ou receber um gesto de carinho e reconhecimento. Isso faz parte da nossa natureza.

No entanto, mesmo quando fazemos tudo certo, mesmo quando obedecemos e servimos como devemos, a Bíblia nos ensina que ainda assim somos apenas servos. E é justamente nessa posição humilde que experimentamos algo maravilhoso: Deus nos vê com graça. Ele não nos valoriza apenas pelas nossas ações, mas porque somos Seus filhos. Como perguntou o salmista: “Quem somos nós, Senhor, para que te importes conosco?” Essa pergunta ecoa no coração de muitos, especialmente nos momentos em que nos sentimos pequenos ou esquecidos. "Assim também vocês, quando tiverem feito tudo o que lhes for ordenado, devem dizer: ‘Somos servos inúteis; apenas cumprimos o nosso dever’." (Lucas 17:10 – NVI)

A verdade é que todos nós queremos ser vistos — mas não apenas com os olhos do mundo. Desejamos ser vistos com os olhos do Pai. Porque os olhos do mundo são instáveis: hoje aplaudem, amanhã esquecem. Já os olhos de Deus são constantes. Ele nos vê mesmo quando ninguém mais vê.

Mas aqui está o cuidado: há um risco quando começamos a buscar valor apenas na aprovação dos outros. O desejo de ser "alguém além da multidão" pode se tornar uma armadilha. Isso acontece quando nossa identidade passa a depender da opinião dos outros e não do amor de Deus. A aprovação do mundo muda a todo momento. Já o amor do Senhor permanece firme. Ele não depende do nosso desempenho, mas está ligado à Sua fidelidade. Como escreveu o apóstolo Paulo: “Se eu ainda estivesse tentando agradar a homens, não seria servo de Cristo.” (Gálatas 1:10 – NVI)

Muitas vezes, vivemos fases da vida que parecem um deserto. São momentos em que ninguém nos reconhece, ninguém elogia, ninguém repara. Mas mesmo ali, Deus está presente. O deserto pode parecer um lugar de silêncio e solidão, mas também é onde a fé amadurece, onde a nossa relação com Deus se aprofunda. É no deserto que muitas vezes nasce uma nova canção — uma canção que brota da dor, da espera e da confiança. “Ele pôs um novo cântico em minha boca, um hino de louvor ao nosso Deus. Muitos verão isso, temerão e confiarão no Senhor.” (Salmo 40:3 – NVI)

Quantas pessoas vivem tempos assim, sentindo-se sozinhas, esquecidas, invisíveis? Mas Deus transforma o deserto em escola de esperança. Ele fala de perto quando tudo parece distante. Ele planta nova vida no solo seco do coração. Como diz a promessa: “Lhe darei ali, no deserto, um vale de esperança.” (Oséias 2:15 – NVI)

E quando entendemos que somos vistos por Deus, mesmo no silêncio, isso muda tudo. O consolo de saber que Deus nos vê e nos acolhe não tem preço. Em meio ao cansaço, podemos descansar sob os Seus olhos e nos abrigar em Seus braços. Esse é o lugar mais seguro do mundo. Quando o mundo não nos percebe, Deus nos chama pelo nome. Quando ninguém nos estende a mão, Ele nos acolhe com ternura.

Saiba de uma coisa: o valor que temos não vem do que fazemos ou do que conquistamos, mas do amor do Senhor por nós. Ele nos valoriza por quem somos nEle, e não por aquilo que conseguimos mostrar aos outros. Ser notado por Deus é o que realmente importa.

Por isso, descanse. Mesmo que ninguém aplauda, Ele vê. Mesmo que sua voz se perca na multidão, Ele ouve. Mesmo que você se sinta só no deserto, Ele está lá — preparando um novo cântico para brotar dos seus lábios. Não viva em busca do reconhecimento passageiro. Viva para o Pai, que vê em secreto e recompensa com amor eterno.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

25/sex/abr/25

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