A GRAÇA QUE TRANSBORDA

“Vai, venda o azeite, e pague suas dívidas. E você e seus filhos poderão viver do que sobrar.” 2 Reis 4:7 (NVI)

Esse versículo encerra um dos milagres mais comoventes do ministério do profeta Eliseu: a multiplicação do azeite em resposta ao clamor de uma viúva aflita. Ela havia perdido o marido e, agora, prestes a perder também os filhos para a escravidão, recorre ao homem de Deus. Tudo o que possuía em casa era uma simples botija de azeite. Mas foi justamente esse pequeno recurso que Deus usou para fazer um grande milagre.

Eliseu orienta a mulher a recolher vasilhas emprestadas e começar a derramar o azeite. E o que parecia ser pouco não cessava de fluir. A botija continuava jorrando até que a última vasilha fosse cheia. O milagre estava completo, mas o profeta não encerra sua orientação aí. Ele diz: “Venda o azeite, pague suas dívidas e viva com seus filhos do que sobrar.”

O azeite, na Bíblia, muitas vezes representa o Espírito Santo — a presença de Deus, a unção, o sustento, a capacitação e a luz que ilumina os corações. Aplicando essa história aos nossos dias, podemos perceber algo profundo: aquilo que temos, por menor que pareça, quando entregue a Deus, se torna suficiente para curar, restaurar e transformar realidades inteiras.

Quando o profeta manda “vender o azeite”, ele está ensinando que o dom do Espírito não deve ser apenas guardado, mas vivido, compartilhado, colocado em ação. O Espírito nos concede dons, sabedoria, consolo e poder — não para que fiquem estagnados, mas para que sejam usados em favor de outros e para glória de Deus. Aquilo que o Espírito opera em nós deve se transformar em atitudes, palavras, obras que abençoam e edificam.

Depois, Eliseu diz: “Pague suas dívidas.” A obra do Espírito em nossa vida também nos conduz à responsabilidade. Não se trata apenas de bênçãos espirituais — mas de assumir compromissos, de restaurar o que foi quebrado, de acertar o que está pendente. Deus não ignora nossas dívidas emocionais, morais, familiares, espirituais. Pelo contrário: Ele nos capacita a lidar com elas. O azeite não foi apenas um milagre bonito, mas uma solução prática. Assim também o Espírito Santo atua hoje — Ele não apenas nos consola, mas também nos move a agir com sabedoria e dignidade.

Por fim, a promessa é maravilhosa: “você e seus filhos poderão viver do que sobrar.” O milagre não foi apenas o suficiente para resolver a crise, mas foi além — o que sobrou se tornou sustento, segurança e herança. Essa é a natureza do agir de Deus: Ele não faz apenas o necessário — Ele faz transbordar. Aquilo que Ele derrama sobre nós é tão abundante que não apenas resolve os problemas do presente, mas sustenta o futuro. A viúva e os filhos não apenas escaparam da escravidão, mas passaram a viver de uma nova provisão.

Hoje, esse azeite continua fluindo. O Espírito Santo segue sendo derramado, conforme a promessa que lemos no profeta Joel, enchendo corações vazios, dispostos e humildes. Ele é suficiente para suprir crises, restaurar histórias e sustentar lares. Deus ainda nos convida: “Entrega o pouco que tens.” O que importa não é o tamanho da botija, mas a disposição do coração. Quando nos colocamos diante do Senhor com sinceridade e fé, Ele transforma o pouco em abundância e o comum em algo extraordinário.

A graça de Deus é assim. Ela nos livra da escravidão do pecado, abre nossos olhos para a eternidade, e nos chama a viver não do esforço humano, mas do que sobra da Sua abundância. O Espírito não se esgota, não seca, não falha. Ele é o azeite que transborda.

“O pouco que se entrega a Deus, nas mãos do Espírito Santo, se torna fonte inesgotável de provisão, libertação e vida que transborda.”

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

01/jun/25

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