A VIDA QUE BROTA DO ESPÍRITO

“Portanto, agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus.” Romanos 8:1 (NVI)

Ao lermos o capítulo 8 da carta de Paulo aos Romanos, nos deparamos com um texto extraordinário, diferente de tudo o que veio antes. É como se uma nova atmosfera tomasse conta da carta — uma atmosfera de liberdade, poder e esperança. Nesse capítulo, o Espírito Santo ocupa o centro da cena, sendo mencionado dezessete vezes. Isso já nos mostra algo essencial: a salvação não é possível sem a atuação viva e constante do Espírito de Deus.

Ele é o protagonista desse capítulo. É o Espírito que transforma, que vivifica, que conduz. Onde antes havia condenação, agora há vida. Onde antes havia culpa, agora há paz. A presença do Espírito Santo muda tudo. É como se o Pentecostes acontecesse novamente naquele capítulo, não com sinais visíveis, mas com a força inconfundível da presença divina que sopra vida onde antes havia apenas morte.

E é impossível ler esse capítulo sem reconhecer uma verdade inegociável: não podemos salvar a nós mesmos. Toda a nossa força, todo o nosso conhecimento, nossas conquistas, recursos ou méritos — nada disso é suficiente para abrir os portais da eternidade. Nenhum esforço humano pode alcançar o que apenas a graça de Deus pode oferecer. A salvação é dom. É presente. E é o Espírito Santo quem a aplica em nós.

Ele nos convence do pecado, nos regenera por dentro, nos transforma dia após dia, e nos conduz, com paciência e fidelidade, à vida eterna. Se não fosse essa intervenção divina, permaneceríamos perdidos, mesmo que cercados de boas intenções. “Ele nos salvou não por causa de atos de justiça por nós praticados, mas devido à sua misericórdia. Ele nos salvou por meio do lavar regenerador e renovador do Espírito Santo.”  Tito 3:5 (NVI)

A ação do Espírito é multiforme. Ele age de maneira rica e variada, adaptando-se à nossa necessidade e à soberania de Deus. É o Espírito quem nos liberta da escravidão do pecado. É Ele quem nos dá força para obedecer à vontade de Deus — algo impossível quando tentamos pela carne. Também é Ele quem abre nossos olhos espirituais, revelando o caminho da santidade e nos ensinando a andar por ele.

Nada disso nasce em nós. Tudo é resultado da presença silenciosa, mas transformadora, do Espírito em nós. Ele opera como um vento que não se vê, mas que move, muda e molda com poder e graça.

O capítulo também deixa evidente que há uma tensão constante dentro de nós. Duas forças atuam: a carne e o Espírito. É um conflito real, diário e decisivo. De um lado, está a carne, com suas exigências, suas vaidades, seus desejos desordenados. Ela nos empurra para o egoísmo, para o imediatismo, para a autossuficiência. A carne quer controlar nosso tempo, nossas prioridades, nossos pensamentos.

Do outro lado, está o Espírito. Ele age com mansidão, mas com autoridade. Não impõe, mas convence. Não domina, mas transforma. Ele nos inclina para Deus, nos chama à obediência, nos conduz à vida. Ele nos mostra que não vivemos mais para nós mesmos, mas para Aquele que nos amou e se entregou por nós. “E porei o meu Espírito em vocês e os levarei a agirem segundo os meus decretos e a obedecerem fielmente às minhas leis.” Ezequiel 36:27 (NVI)

Desse embate surgem dois caminhos. Um conduz à morte — e não apenas a morte física, mas à morte espiritual, emocional, relacional. O outro leva à vida e à paz — paz com Deus, paz consigo mesmo, paz com o próximo. A cada dia, nossas escolhas mostram a quem estamos ouvindo: à carne ou ao Espírito.

A decisão é nossa, mas o poder vem d’Ele. Quando nos rendemos ao Espírito, experimentamos a vida plena que Deus deseja nos dar. Não uma vida isenta de lutas, mas uma vida com sentido, com direção, com eternidade no horizonte.

Onde o Espírito Santo age, a vida ressurge. Ele não apenas nos livra da condenação, mas nos conduz, com graça e poder, a uma existência marcada por paz, transformação e esperança eterna.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

31/mai/25

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