A FORÇA DA FÉ QUE
VEM DA FAMÍLIA
“Recordo-me da sua fé não fingida, que primeiro
habitou em sua avó Lóide e em sua mãe Eunice [...]” 2 Timóteo 1:5 (NVI)
A história de Timóteo é um lembrete poderoso do que Deus
pode fazer através de uma família que cultiva a fé com sinceridade. Ele era
ainda jovem quando começou a se destacar entre os irmãos em sua cidade natal.
Filho de mãe judia e pai grego, cresceu num lar dividido em termos culturais e
religiosos. Ainda assim, a presença de duas mulheres cheias de fé — sua avó
Lóide e sua mãe Eunice — fez toda a diferença.
Essas duas mulheres não tinham título religioso, nem posição
de liderança formal, mas possuíam algo que nenhuma escola pode ensinar: fé
viva e coerente. Foi essa fé, alimentada diariamente em casa, que moldou o
caráter de Timóteo. Paulo, ao escrever sua segunda carta ao jovem companheiro
de ministério, destaca esse legado com ternura: “Lembro da tua fé não
fingida, que habitou primeiro em tua avó e depois em tua mãe...”. A fé
que habitava nelas passou a habitar também nele.
Quando Paulo conheceu Timóteo, viu mais que juventude. Viu
um coração disposto, bem preparado e cheio de zelo. Ao longo dos anos, Timóteo
se tornou um colaborador leal e necessário nas viagens missionárias de Paulo.
Ele foi enviado para liderar igrejas em momentos delicados, como em Corinto,
Tessalônica e Éfeso. Era jovem, sim, mas demonstrava maturidade, sabedoria e
amor genuíno pelo povo de Deus. Por isso, Paulo se referia a ele como “meu
verdadeiro filho na fé”.
O que torna Timóteo ainda mais relevante para nós hoje é o
modo como ele foi formado. A sua fé não surgiu do acaso, nem apenas por
influência apostólica. Ela foi construída, passo a passo, dentro de casa. Essa
é uma lição preciosa. Em um mundo tão acelerado, onde os pais se preocupam com
cursos, atividades e desempenho escolar — o que não é errado —, é fácil
esquecer do que realmente permanece: a formação espiritual.
Muitos acreditam que ensinar a fé em casa é responsabilidade
exclusiva da igreja – da professora da escola dominical. Mas a Palavra de Deus
nos mostra o contrário. A igreja fortalece, sim, mas o alicerce da fé é lançado
dentro do lar. São os pais e avós que, com exemplos diários, conversas sinceras
e orações constantes, formam o coração dos filhos para Deus. Foi assim com
Lóide, foi assim com Eunice, e pode ser assim conosco.
Não se trata de desprezar o ensino acadêmico ou as
atividades extracurriculares. Pelo contrário, elas têm o seu valor. Mas nada
disso deve ocupar o lugar central que pertence ao Senhor. Ensinar uma criança a
nadar, falar outra língua ou passar no vestibular é importante, mas ensiná-la a
andar com Deus é eterno. E quando essa semente é plantada cedo, ela floresce na
hora certa, mesmo que o mundo ao redor tente sufocá-la.
Timóteo é um exemplo vivo de que a fé pode — e deve — ser
transmitida de geração em geração. E isso começa com pequenos gestos: uma
oração antes das refeições, uma história bíblica contada na hora de dormir, um
abraço acompanhado de uma promessa da Palavra. Nada é pequeno demais quando se
trata de cultivar fé verdadeira no coração de quem amamos.
Se hoje temos filhos, netos, sobrinhos ou jovens ao nosso
redor, que não percamos tempo. Invistamos no que realmente importa. Talvez eles
não sejam pastores ou missionários como Timóteo, mas podem ser homens e
mulheres íntegros, tementes a Deus, preparados para resistir aos dias maus e
brilhar como luz neste mundo. Esse é o tipo de legado que atravessa gerações e
permanece para sempre.
“A fé que nasce no coração de uma família e é vivida com
verdade pode se tornar o maior legado que alguém deixa neste mundo.”
Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça
e paz.
Pr. Décio Fonseca
25/jun/25
Nenhum comentário:
Postar um comentário