O VALOR DE UM BOM NOME

“Mais vale o bom nome do que muitas riquezas; e ser estimado é melhor do que a prata e o ouro.” Provérbios 22.1 (NAA)

Papai sempre nos ensinou que o bom nome é uma das maiores riquezas que alguém pode deixar. Ele dizia que não tinha bens materiais para herdar aos filhos. Éramos pobres e vivíamos com simplicidade, mas havia algo que ele considerava mais precioso do que qualquer bem: uma vida espiritual coerente, ensino com valor e um nome limpo. Para ele, isso era legado — e dos mais duradouros.

Esse ensinamento de papai ecoa nas Escrituras. Em Provérbios 22.1, lemos que o bom nome vale mais do que muitas riquezas, e que ser estimado é melhor do que a prata e o ouro. Em um mundo onde tanto se busca prestígio, lucro e projeção, essa palavra soa como um chamado à essência. O nome que carregamos, a reputação construída ao longo da vida, ainda é — e sempre será — um tesouro que nenhum ladrão pode roubar.

Lembro que os mais antigos costumavam dizer que “um fio de bigode e a palavra dada valiam mais do que assinatura em papel”. Um simples aperto de mão bastava para selar compromissos, porque a honra falava mais alto do que qualquer cláusula escrita. Hoje, porém, vemos que muita coisa mudou. Em vez de confiança, temos desconfiança. Em vez de palavra firme, contratos longos e burocráticos. A verdade, muitas vezes, é ajustada conforme o interesse, e o caráter cede espaço para a conveniência.

Perdemos parte daquilo que um dia foi natural: a integridade silenciosa. Aquela que não precisa ser jurada, apenas vivida. Ser verdadeiro, honesto, coerente — não por obrigação, mas por convicção. Vivemos tempos em que a aparência vale mais que o conteúdo, a influência mais que a essência. Mas, como filhos da luz, não podemos nos conformar com isso.

A Bíblia nos adverte que vivemos dias maus. Paulo descreveu com precisão os tempos difíceis quando escreveu a Timóteo que, nos últimos dias, os homens seriam egoístas, amantes de si mesmos, orgulhosos, ingratos e desobedientes. Jesus também nos alertou sobre o esfriamento do amor por causa da multiplicação da maldade. E fez uma pergunta que atravessa os séculos: “Quando o Filho do Homem vier, porventura achará fé na terra?” (Lucas 18.8).

Essas palavras não devem nos assustar, mas nos despertar. Mesmo com tudo isso ao nosso redor, ainda podemos ser encontrados fiéis. Podemos cultivar uma fé viva, um amor sincero e um nome que inspire respeito, mesmo que ninguém nos aplauda. Ainda há tempo de resgatar esses valores — começando por nós mesmos. Que nossa palavra volte a ter peso. Que a integridade seja mais do que um discurso. Que o nosso nome, mesmo simples, seja um reflexo de quem somos diante de Deus.

Ainda em Provérbios 22, no versículo 2, aprendemos uma lição de humildade: “O rico e o pobre têm isso em comum: o Senhor é o criador de ambos.” Aos olhos humanos, há muitos degraus e divisões. Mas diante do Criador, somos todos obra de Suas mãos. Essa verdade nos ensina que nenhum valor terreno nos faz mais importantes, e nenhuma falta de posses nos torna menores. Deus nos vê com equidade e espera de cada um o mesmo: um coração íntegro e um viver que O honre.

A herança mais nobre que podemos deixar não está em imóveis, números ou títulos. Está naquilo que vive em silêncio nas memórias de quem conviveu conosco. Está na lembrança de alguém que manteve a palavra, que tratou a todos com respeito, que viveu com honestidade mesmo quando ninguém estava olhando. Que sejamos esses homens e mulheres. Que nosso nome seja, sim, conhecido — não por grandeza humana, mas por fidelidade ao Deus que nos formou.

O bom nome é um legado silencioso que atravessa gerações — fruto de uma vida coerente com Deus, cultivada em humildade, sustentada na verdade e lembrada com honra.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

20/jul/25

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