ADMINISTRADOR FIEL

“Portanto, devemos ser considerados simples servos de Cristo, encarregados de explicar os mistérios de Deus. De um encarregado espera-se que seja fiel." 1 Coríntios 4:1-2 NVT

Mordomia é um conceito que tem origem no termo latino “mordomus”, que significa “aquele que cuida da casa”. Na perspectiva cristã, mordomia refere-se cuidar e administrar com responsabilidade os bens espirituais e materiais que Deus nos confiou. Somos considerados mordomos de Deus nesta terra, e ignorar essa responsabilidade é um erro grave. 

O princípio da mordomia foi introduzido no mundo desde Adão, no Éden. Deus ordenou ao homem que frutificasse, multiplicasse e enchesse a terra, governando-a. Nesse ato, Deus tornou Adão um mordomo, responsável por cuidar de Sua criação (Gênesis 2:15 e 2:19). 

Reconhecemos que tudo pertence a Deus e que somos apenas administradores temporários. “Pois, por meio dele, todas as coisas foram criadas, tanto nos céus como na terra, todas as coisas que podemos ver e as que não podemos, como os tronos, reinos, governantes e as autoridades do mundo invisível. Tudo foi criado por meio dele e para ele.” Colossenses 1:16 NVT

Com a queda, o homem perdeu parte de sua autoridade sobre a terra. No entanto, através de Seu sacrifício, Jesus nos concede a condição de sermos mordomos novamente, revitalizando nosso propósito original: cuidar da criação de Deus como bons administradores. “Jesus lhes disse: 'Vão ao mundo inteiro e anunciem as boas-novas a todos.'”  Marcos 16:15 NVT

O que a igreja desfruta hoje foi semeado há muito tempo pelos discípulos, por nossos irmãos que enfrentaram perseguições nas arenas e foram martirizados nas cruzes. Esses heróis da fé nos precederam e deixaram uma herança valiosa. Devemos estar atentos às profecias e nos engajar na continuidade desse legado. Passar o bastão para as próximas gerações é essencial, e isso está intrinsecamente ligado ao conceito de mordomia. Vivemos o tempo do “breve” – Jesus está às portas. “Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar a seus servos os acontecimentos que ocorrerão em breve.” Apocalipse 1:1 NVT

Uma mordomia nos moldes requeridos pelo Espírito Santo significa bem cuidar do que nos foi entregue como responsáveis que somos. Implica também na geração de frutos duradores; frutos que permaneçam. “Vocês não me escolheram; eu os escolhi. Eu os chamei para irem e produzirem frutos duradouros, para que o Pai lhes dê tudo que pedirem em meu nome.” João 15:16 NVT

A parábola dos talentos (Mateus 24:14-30) exemplifica com clareza essa questão da mordomia. Quando o homem se ausenta de seu país, chama seus servos e confia a eles os seus bens percebemos claramente que não se trata de manutenção, subtração, mas multiplicação. O que quer dizer que não podemos devolver para Deus o mesmo que Dele recebemos para administrar. É necessário gerar frutos.

Como mordomos fiéis, temos a responsabilidade de gerar um impacto genuíno no lugar onde o Senhor nos colocou. Isso envolve alcançar tanto aqueles que estão ao nosso redor quanto as gerações futuras. O exercício do dom que recebemos visa servir aos outros, administrando fielmente a graça de Deus em suas múltiplas formas (1 Pedro 4:10). Somos servos de Cristo e encarregados dos mistérios de Deus. O que se requer de cada um de nós é que sejamos fiéis a esse encargo (1 Coríntios 4:1-2).

Como parte de uma igreja fiel temos diferentes dons, de acordo com a graça que nos foi confiada. (Romanos 12:6). Sendo assim, como bons mordomos, não podemos negligenciar o dom que nos foi dado. (1 Timóteo 4:14). Precisamos semear a Palavra de Deus lembrando que aquele que semeia pouco também colherá pouco, e aquele que semeia com fartura também colherá fartamente. (2 Coríntios 9:6-7). 

Como servos do Senhor precisamos compreender a importância dessa responsabilidade como mordomos. Sabemos que em breve haverá uma prestação de contas diante do nosso Senhor. Desejamos ser considerados fiéis e ouvir do nosso Senhor as seguintes palavras: "Bem feito, servo bom e fiel! Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu Senhor." Mateus 25:21. Que possamos ser diligentes e fiéis em nossa administração! 

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca


 LIDERANÇA EFICAZ 

"Assim, eliminei tudo que era estrangeiro e designei tarefas específicas para os sacerdotes e os levitas. Também me certifiquei de que a provisão de lenha para o altar e os primeiros frutos da colheita fossem trazidos nas datas estabelecidas." Neemias 13:30 NVT.

A missão de um líder é primordialmente direcionar esforços para a conclusão de objetivos e o cumprimento de metas. Isso requer liderar com firmeza, supervisionando as tarefas necessárias e orientando a equipe com instruções precisas para atingir os resultados almejados. Além disso, um líder deve estabelecer padrões de desempenho claros e responsabilizar cada membro pelo cumprimento destes.

De uma maneira ou de outra, a maioria dos leitores ocupa uma posição de liderança ou exerce algum tipo de influência sobre as pessoas ao seu redor. Sejam colegas de trabalho, familiares, amigos da escola ou da igreja. Aqueles que nos acompanham dependem de decisões precisas e acertadas que os guiarão a um resultado benéfico. 

Como modelo de liderança na Bíblia, podemos citar Neemias, que agia motivado por princípios corretos e sob a orientação de seu Deus. Ele depositava sua confiança no Senhor, e essa fé era o elemento central de sua liderança eficaz.

Em Neemias encontraremos um verdadeiro líder que não almeja reconhecimento pessoal. Ele se via como um dependente de Deus e se identificava como "servo", clamando: “Ó Senhor, por favor, ouve a oração do teu servo!” Neemias 1:10 NVT

Neemias priorizava os momentos de oração, buscando compreender a vontade de Deus para que suas decisões estivessem em consonância com o projeto estabelecido na eternidade. “Quando ouvi isso, sentei-me e chorei. Durante alguns dias, lamentei, jejuei e orei ao Deus dos céus.” Neemias 1:4 NVT

Esse líder tomava decisões com convicção, pois compreendia os propósitos de Deus e não se esquiva de suas responsabilidades. "Eu lhes respondi: O Deus dos céus nos dará êxito. Nós, seus servos, começaremos a reconstruir este muro. Vocês, porém, não têm nenhuma parte, nenhum direito legal ou histórico sobre Jerusalém." Neemias 2:20 NVT

Como líder, encontramos Neemias motivando o povo antes de delegar o trabalho, falando aos cidadãos de Jerusalém, identificando-se com eles, reconhecendo a situação difícil da cidade, apelando para uma ação específica e compartilhando seu testemunho pessoal. “Mas, então, eu lhes disse: 'Vocês sabem muito bem da terrível situação em que estamos. Jerusalém está em ruínas, e suas portas foram destruídas pelo fogo. Venham, vamos reconstruir o muro de Jerusalém e acabar com essa vergonha!' Então lhes contei como a mão de Deus tinha estado sobre mim e lhes relatei minha conversa com o rei. Eles responderam: 'Sim, vamos reconstruir o muro!,' e ficaram animados para realizar essa boa obra." Neemias 2:18 NVT

Neemias destacava-se como um líder visionário e corajoso. Sua visão era alimentada pelo amor a Deus e à Obra, bem como pela convicção profética de que sua tarefa era liderar o povo para a reconstrução dos muros de Jerusalém. Ele possuía a coragem necessária para enfrentar qualquer oposição e a sabedoria essencial para guiar o povo na grandiosa missão que lhe foi atribuída por Deus. “Dali em diante, porém, apenas metade de meus homens trabalhava, pois a outra metade ficava de guarda com lanças, escudos, arcos e couraças. Os líderes ficavam na retaguarda de todo o povo de Judá, que construía o muro. Os trabalhadores prosseguiram com a obra; com uma das mãos levavam as cargas, enquanto, com a outra, seguravam uma arma.” Neemias 4:16-17

O legado de Neemias revela que liderança é mais do que atingir objetivos; é inspirar e habilitar outros na construção de um projeto que glorifica a Deus. Com serviço e integridade, ele priorizou as diretrizes divinas, guiando seu povo não apenas na reconstrução física de muros e portas de Jerusalém, mas também na restauração da fé coletiva. Seu exemplo de confiança inabalável em Deus e dedicação à oração e ação nos motiva a seguir seus passos, buscando sempre alinhar nossas ações com os propósitos maiores.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca


 NÃO EXISTE UM PLANO “B”

“...pois Deus queria que eles soubessem que as riquezas gloriosas desse segredo também são para vocês, os gentios. E o segredo é este: Cristo está em vocês, o que lhes dá a confiante esperança de participar de sua glória!” Colossenses 1:27

Certa vez, enquanto seguia rumo ao Maanaim de Domingos Martins, dirigindo meu carro com minha esposa e dois irmãos a bordo, vivenciei um acontecimento inesperado. Ao fazer uma curva em uma descida, o veículo passou por uma poça de óleo e perdeu completamente a estabilidade. Deslizou pela rodovia, rodopiando várias vezes, até colidir com uma ribanceira e finalmente parar. Felizmente, todos saímos ilesos. Esse incidente é conhecido como acidente, um evento não planejado e surpreendente.

Quando o Cordeiro de Deus veio a este mundo para morrer no Calvário e remover o pecado do mundo por meio de Seu sacrifício, conforme apontado por João, podemos afirmar categoricamente que esse evento não foi um acidente. Sua vinda foi amplamente noticiada e esperada por aqueles que viviam no projeto de Deus e, de forma incontestável, planejada na eternidade pela Trindade.

Muitas profecias do Velho Testamento foram registradas, incluindo uma proferida no Éden. Em Gênesis 3:15, Deus disse: "Farei que haja inimizade entre você e a mulher, e entre a sua descendência e o descendente dela. Ele lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar." Essa promessa apontava para o Messias que viria para redimir a humanidade. 

Isaías, o profeta messiânico, foi preciso quando falou de um sinal que seria dado por Deus. Ele declarou que uma virgem ficaria grávida e daria à luz a um filho. Não foi coincidência que até o nome do menino foi mencionado por Isaías: Emanuel. (Isaías 7:14)

O profeta Miquéias aponta para a cidade natal do Messias quando menciona em seus escritos a pequena cidade de Belém (Miquéias 5:2). Apesar de ser pequena entre todo o povo de Judá, Belém seria o palco de um dos mais gloriosos eventos da humanidade. Dali sairia um governante cujas origens remontavam ao passado distante – a eternidade – e esse homem especial surgiria e se posicionaria em nosso favor. Ele se levantaria para conduzir Seu rebanho – a igreja – com a força do Senhor, Seu Deus. Que profecia gloriosa!

De fato, os profetas anunciaram Seus milagres, e os salmos expressaram Suas lutas, aflições e triunfos (Salmos 22; 69 e 109). A presença de Jesus foi amplamente divulgada e, ansiosamente, aguardada por muitos. Alguns desses registros foram até mencionados pelo próprio Jesus durante Seu ministério. “Jesus fechou o livro, devolveu-o ao assistente e sentou-se. Todos na sinagoga o olhavam atentamente. Então ele começou a dizer: "Hoje se cumpriram as Escrituras que vocês acabaram de ouvir". Lucas 4:20-21

Todo esse conjunto de informações sobre a vida de Jesus, Seu ministério, Sua morte e ressurreição revela que a vinda de Jesus não foi um acidente, mas sim um plano meticulosamente elaborado desde a eternidade, com divulgação prévia e precisa. Isso nos transmite grande segurança. A vinda de Jesus ao mundo não foi um plano “B” orquestrado por Deus. Deus é soberano e está no controle de todas as coisas. Podemos confiar nele plenamente, sabendo que Seu plano é perfeito e que Ele nunca é pego desprevenido

De igual forma, assim como todas as profecias do surgimento do Messias se cumpriram, a igreja aguarda, com grande expectativa, o maior acontecimento de nossa era: o arrebatamento. Os sinais do fim se cumprem, como diz o louvor, tudo já está preparado. Sua volta não será um acidente. Vivemos o tempo do "breve". Como anunciaram os anjos, sua volta é certa e iminente:  "Homens da Galileia, por que estão aí parados, olhando para o céu? Esse Jesus, que foi elevado do meio de vocês ao céu, voltará do mesmo modo como o viram subir!"  Atos 1:9

Podemos nos alegrar no Senhor por fazemos parte desse plano que não depende da casualidade ou sorte. “Acontecerá num instante, num piscar de olhos, ao som da última trombeta. Pois, quando a última trombeta soar, aqueles que morreram ressuscitarão a fim de viver para sempre. E nós que estivermos vivos também seremos transformados.” 1 Coríntios 15:52 – Não será um acidente.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca


 A PROMESSA QUE ABRAÇA GERAÇÕES

“Eles responderam: Creia no Senhor Jesus, e você e sua família serão salvos." Atos 16:31 NVT

Ao ler essa passagem, fico a pensar: como deveria ser a casa desse carcereiro? Até algum tempo atrás, éramos seis em minha família: eu, minha esposa e meus quatro filhos. Depois, a família se ampliou com os casamentos dos filhos e a chegada dos netos. No entanto, considerando os padrões familiares daquela época, é provável que a casa do carcereiro fosse significativamente maior do que a minha, que já se distancia um pouco do modelo familiar padrão atual.

Eu me pergunto se a fé do carcereiro teria o poder de salvar toda sua família, ou se havia nas entrelinhas daquela argumentação alguma orientação do Espírito Santo.

Sabemos que a salvação é individual e ninguém pode pegar carona na fé de seu familiar para obter a vida eterna, não é verdade? Como dizia um irmão na fé: Deus não tem netos. Mas qual o significado contido na expressão “tu e tua casa”?

A escolha para salvação é ato da soberania de Deus. A responsabilidade pela salvação é individual e pessoal. Por melhor cristão que seja um cônjuge, ele por si só não pode garantir a conversão de todos os seus familiares. “Você, esposa, como sabe que seu marido poderia ser salvo por sua causa? E você, marido, como sabe que sua esposa poderia ser salva por sua causa?” 1 Coríntios 7:16 NVT

O que podemos discernir é que por trás da palavra dita por Paulo ao carcereiro estava o entendimento de que há um propósito divino para a família na Bíblia. Deus criou a família, Ele a abençoa e a quer governa-la.  A família é a base de toda a humanidade. A ideia de família não partiu da mente brilhante de um homem, mas a família é ideia de Deus. 

Deus não criou o homem para que ele vivesse sozinho. “O Senhor Deus disse: 'Não é bom que o homem esteja sozinho. Farei alguém que o ajude e o complete'." Gênesis 2:18 NVT. O isolamento não faz bem a ninguém e pode afetar nossa saúde mental e emocional. “Deus dá uma família aos que vivem sós;” Salmos 68:6 NVT

Está comprovado que o individualismo moderno não é um produto dos ensinamentos contidos na Bíblia. Tal individualismo possui raízes profundas na filosofia e na cultura. Quando o “eu” se torna mais importante do que o benefício da coletividade, surge um grande problema. O julgamento, a falta de compreensão e a busca excessiva pelos próprios interesses podem minar a comunhão e o amor. 

Deus criou a família porque ela é a unidade necessária para a realização do Seu projeto na Terra. Portanto, nossas orações pela família recebem atenção especial de Deus.

Quando Deus instruiu seu povo que o sangue do cordeiro sacrificado fosse aplicado nas ombreiras e na verga das portas das casas, Ele demonstrou claramente Seu cuidado pelas famílias que eram escravas de faraó, proporcionando-lhes livramento da morte. “Mas o sangue nos batentes das portas servirá de sinal e marcará as casas onde vocês estão. Quando eu vir o sangue, passarei por sobre aquela casa. E, quando eu ferir a terra do Egito, a praga de morte não os tocará.” Êxodo 12:13 NVT

A palavra de poder foi compartilhada com a família do carcereiro (Atos 16:31), resultando em alegria e salvação para todos os membros de sua casa. “Depois, levou-os para sua casa e lhes serviu uma refeição, e ele e toda a sua família se alegraram porque creram em Deus.” Atos 16:34 NVT. A bênção da salvação derramada sobre a casa do carcereiro naquele dia é, sem dúvida, a mesma que Deus deseja conceder às nossas famílias. A fé no Salvador é a condição para desfrutarmos dessa dádiva divina.

Devemos crer de forma cabal naquele que, sendo o Criador do homem, se fez homem e habitou entre nós; ter fé naquele que teve fome, sendo Ele o Pão da Vida; confiar naquele que teve sede na cruz, sendo a Fonte das Águas Vivas; depositar nossa confiança naquele que não tinha onde reclinar a cabeça para descansar, sendo Ele o nosso Sábado; seguir o caminho daquele que, com os pés poeirentos das longas jornadas, era o próprio Caminho; acreditar naquele que, sendo a Verdade, foi acusado de falso testemunho. 

Nossa fé deve estar firmemente ancorada no glorioso Jesus, que, em um passado não muito distante, se entregou por amor a nós, enfrentando uma morte tão sangrenta e dolorosa. Hoje, Ele nos oferece o benefício da salvação e da vida eterna. Creia neste maravilhoso Jesus, e você e sua família serão alcançados pela graça divina.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca 


 O PAI NUNCA ESQUECE DE VOCÊ

"Lia engravidou mais uma vez e deu à luz outro filho. Chamou-o de Judá, pois disse: "Agora louvarei ao Senhor!" -  Gênesis 29:35b NVT

Você conhece a história de Lia narrada no livro de Gênesis (29:15-35)? A rejeição e o desprezo de Jacó, seu esposo, levaram Lia a um profundo sofrimento e angústia de alma. Desgosto, falta de alegria e desprazer; aflição inquietante com a consequente indiferença e isolamento da família. Esses eram alguns dos sentimentos mais profundos e perturbadores vividos por aquela mulher, os quais, lentamente, destruíam sua frágil alma. 

No entanto, ela insistia em colocar-se no centro de seus problemas e não conseguia perceber o grande projeto que Deus havia reservado para si. Parecia, aos seus olhos, que Deus não se importava com sua aflição; que não ouvia seu reclame. Mas a verdade é que Deus se importava com ela, assim como se importa com você e conhece cada uma de nossas necessidades. “Ó Senhor, tu examinas meu coração e conheces tudo a meu respeito. Sabes quando me sento e quando me levanto; mesmo de longe, conheces meus pensamentos. Tu me vês quando viajo e quando descanso; sabes tudo que faço.” - Salmos 139:1-3 NVT

A Palavra nos revela que o Senhor viu que Lia era desprezada, não obstante todo o seu pensar distorcido, e fez com que ela fosse fecunda (Gênesis 29:31). Os três primeiros filhos gerados, bênçãos incomparáveis para qualquer mulher, em especial para a mulher daqueles dias, não criaram um novo e grande sentido para sua vida, nem mesmo tranquilizaram sua alma.

Agraciada pelo Senhor, ainda lhe faltava compreender que Deus é quem efetua em nós tanto o querer quanto o realizar, de acordo com Sua boa e eterna vontade. Lia demorou para compreender tal verdade. “Pois Deus está agindo em vocês, dando-lhes o desejo e o poder de realizarem aquilo que é do agrado dele.” Filipenses 2:13 NVT

Enquanto o mover de Deus em seu favor era materializado através de seus rebentos, sua centralidade é externada de forma escancarada na escolha dos nomes de seus filhos, denotando uma enorme preocupação consigo mesma; um amor não moderado que sentia por si mesma e que a levava a olhar em volta de forma desmedida e quase exclusivamente visando seus próprios interesses: Rubens – o Senhor viu a minha aflição; Simeão – o Senhor ouviu que eu era desprezada; Levi – meu marido se unirá mais a mim.

Os pronomes usados por Lia revelam uma mulher amargurada, possessiva e egoísta que se colocava no centro das principais decisões do Senhor, preocupada única e exclusivamente consigo mesma, fato que a cegava impedindo-a de visualizar o bem maior que o Senhor tinha para sua vida.

Quão grande é o amor com que o Senhor nos tem amado. A palavra nos ensina que “mesmo que meu pai e a minha mãe me abandonarem, o Senhor me acolherá”. Salmos 27:10, e ainda que O Senhor responde: "Pode a mãe se esquecer do filho que ainda mama? Pode deixar de sentir amor pelo filho que ela deu à luz? Mesmo que isso fosse possível, eu não me esqueceria de vocês!”  Isaías 49:15 NVT. 

Nas palavras de Spurgeon: “Se o leite da bondade humana secar dos seios maternos, há um Pai que nunca se esquece”.

Finalmente, ao compreender que a vontade de Deus deveria estar no centro de sua preocupação, Lia passa então a entender a real importância de sua existência. Através de seu quarto filho, Judá, ela alcançou o profético – desta vez eu louvarei o Senhor, assim ela se pronuncia (Gên. 29:35b). Agora sim, Glorioso Senhor, posso ver a Tua Salvação. De Judá haveria de vir o Salvador, Cristo o Senhor (Mateus 1:3). Judá recebeu de Jacó a seguinte bênção: “Os seus irmãos o louvarão... e todos os seus parentes se curvarão à sua frente... o cetro não se afastará de Judá... aquele que todas as nações honrarão”. Gên. 49:8-12.

Segundo Keller, Deus veio à garota que ninguém queria, a mal-amada, e fez dela a mãe ancestral de Jesus. A salvação veio ao mundo não pela bela Raquel, mas através da desprezada e mal-amada... quando o Senhor viu que Lia não era amada, Ele a amou. Esse é o Deus que salva pela graça (Timothy Keller, Deuses Falsos – pág. 55).

Esta passagem nos traz ensinamentos interessantes e profundos, entre os quais podemos destacar:

a) Necessidade de rever nossos conceitos de existência e as coisas que mais importam para nós, entendendo que o Espírito Santo, que em nós habita, nos faz diferentes, tornando-nos pessoas especiais;

b) Jesus precisa estar no centro de nosso viver, pois, se assim o for, mesmo que desprezados por muitos, o que importa é que sempre haverá a certeza de que, como noiva amada do Senhor, somos por Ele cuidados e preservados com amor paternal;

c) O Senhor não permanece insensível às nossas lutas e aflições;

d) Nosso Deus nunca nos abandonará. Ele sempre nos ouve e está pronto a nos socorrer; “Mesmo quando eu andar pelo escuro vale da morte, não terei medo, pois tu estás ao meu lado. Tua vara e teu cajado me protegem.” Salmos 23:4 NVT;

e) Existe um projeto que precisa ser conhecido e vivido pela igreja. Somos portadores de uma grande mensagem de salvação;

f) Ao final, Jesus, que é gerado no meio da igreja pelo poder do Espírito Santo, nos faz compreender que fomos feitos para o louvor e adoração do nosso Deus. 

Assim como Lia, lembre-se de que Deus está atento a você, mesmo quando parece que Ele está distante. Ele conhece suas lutas, suas dores e suas alegrias. E, por amor a nós, Ele enviou Seu Filho Jesus Cristo para nos salvar, pagando um alto preço no Calvário. Receba livremente a graça e o perdão que vêm do Cordeiro que foi morto, mas que hoje vive e é vencedor. O preço foi caro, mas Ele o pagou por amor a você. 

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca


O MEDO E A MISSÃO

“Jonas se aprontou, mas foi na direção contrária, a fim de fugir do Senhor. Desceu ao porto de Jope, onde encontrou um navio que estava de partida para Társis. Comprou a passagem e embarcou para Társis, a fim de fugir do Senhor.” Jonas 1:3 NVT

Nosso coração, muitas vezes, nos engana e nos leva a agir contrariamente à vontade de Deus. Não são poucas as vezes em que nos encontramos fazendo exatamente o oposto do que Deus deseja. Jonas é um exemplo clássico na Bíblia de alguém que fugiu para não cumprir uma ordem de Deus, e os motivos para sua desobediência ficam evidentes na narrativa de sua história. Esses motivos o levaram a desobedecer a uma ordem direta de Deus, e são exemplos que, como servo obedientes, devemos evitar.

O medo do fracasso seria um desses motivos. O nome Jonas em hebraico significa “pomba”, uma ave utilizada para enviar mensagens a longas distâncias. No entanto, o “profeta-pomba” não parece estar com um GPS confiável!

O receio de Jonas em pregar em Nínive estava relacionado à hostilidade e à reputação dos ninivitas. Nínive era uma grande cidade assíria conhecida por sua maldade e pela crueldade de seus habitantes. Jonas temia que, ao pregar arrependimento e advertência de Deus, os ninivitas se voltassem contra ele ou não o ouvissem. Alguns pregadores optam por ir a locais onde sabem que serão convincentes, renunciando à vontade de Deus. No entanto, Jonas esqueceu de uma verdade fundamental: “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Romanos 8:31).

Primeira lição: O medo não deve ser uma barreira para cumprirmos uma ordem de Deus. 

Jonas se considerava superior aos ninivitas e não desejava que eles alcançassem a salvação. Esse sentimento tinha raízes raciais e culturais. Entretanto, Nínive era uma cidade de grande importância diante de Deus. (Jonas 3:3)

A passagem de Filipenses 2:5-8 nos lembra da atitude exemplar de Cristo Jesus: “Mesmo sendo Deus, Ele não considerou a igualdade com Deus algo a que devesse se apegar. Pelo contrário, esvaziou a si mesmo, assumiu a posição de escravo e nasceu como ser humano. Quando veio em forma humana, humilhou-se e foi obediente até a morte, e morte de cruz.” Jonas, contrariando o projeto de Deus, redefiniu a realidade em seus próprios termos, com pensamentos e sentimentos distorcidos.

Segunda lição: somos chamados a pregar a graça. Portanto, é essencial compreender a graça em seu sentido mais profundo. Quando compartilhamos a mensagem da graça, estamos anunciando a boa notícia de que somos salvos, perdoados e transformados por meio desse presente divino, sem fazer prejulgamentos ou escolher público alvo. 

Nossa meta deve ser o agir de acordo com os ensinamentos do segundo Jonas – Jesus Cristo – que deixou sua zona de conforto, o esplendor de sua glória, para ministrar não apenas às pessoas boas e bem educadas – pessoas politicamente corretas - mas também àqueles que queriam machucá-lo e abusar dEle e conduzi-lo à morte, como de fato o fizeram. Esse Jonas que se manifestou no Novo Testamento, diferentemente daquele, cuja história é narrada no Velho Testamento, humilhou-se e foi obediente até à morte mais horrenda daquela época. Ele fez muito mais do que somente pregar às multidões. Ele teve que morrer por eles.

Enquanto o primeiro Jonas foi dado como morto, o segundo Jonas – Jesus – morreu e ressuscitou ao terceiro dia, tudo por amor a um povo pecador.

Jonas foi lançado em meio a um mar furioso, assim como Jesus foi jogado em uma tempestade abrasadora, recebendo toda a punição divina que nós merecíamos por nossa má conduta. De maneira voluntária, Ele se lançou nessa tempestade, enfrentando-a por mim e por você.  “Ninguém a tira de mim, mas eu mesmo a dou. Tenho autoridade para entregá-la e também para tomá-la de volta, pois foi isso que meu Pai ordenou". João 10:18 NVT – Cristo afundou em uma tempestade de terror para que não precisássemos ter medo de nenhuma outra tempestade em nossas vidas. “Mas ele foi ferido por causa de nossa rebeldia e esmagado por causa de nossos pecados. Sofreu o castigo para que fôssemos restaurados e recebeu açoites para que fôssemos curados.” Isaías 53:5 NVT

De forma singular o livro de Jonas termina com um questionamento: “Acaso não devo ter compaixão dessa grande cidade?” Jonas 4:11 NVT. Essa pergunta, não foi respondida por Jonas dando a entender ter sido direcionada a cada um de nós.

Assim como Jonas, vivemos em grandes cidades, cercados por pessoas difíceis de serem amadas e evangelizadas. A questão que se coloca é: vamos mudar nosso rumo e buscar um distanciamento fugindo de nossa responsabilidade e comissionamento, assim como Jonas fez? Para qual Jonas devemos olhar como modelo: o primeiro, que foi tragado pelo grande peixe, ou o último, que morreu e ressuscitou e com grande amor nos amou primeiro?

Quando comissionados por Deus, qual exemplo devemos seguir? Temos a responsabilidade, como seguidores de Cristo, de compartilhar o amor de Deus e levar a mensagem do evangelho a todos. Somos convidados diariamente a sair de nossa zona de conforto e nos envolver ativamente na propagação da fé. “Agora vá! Eu estarei com você quando falar e o instruirei a respeito do que deve dizer". Êxodo 4:12 NVT

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca


 FAMÍLIAS ABENÇOADAS: A PROMESSA ETERNA

“E agora, que seja do teu agrado abençoar a casa de teu servo, para que ela permaneça para sempre diante de ti. Pois, quando concedes uma bênção, ó Senhor, é uma bênção para sempre!" 1 Crônicas 17:27 NVT

Especialmente neste mês, com os nossos corações gratos, apresentamos as nossas famílias ao Senhor reconhecendo o que Deus tem realizado por elas. Sabemos que existem promessas divinas que alcançarão nossos lares, desde que sejamos fiéis ao Senhor. Nossa súplica é para que Ele cumpra o que prometeu a respeito de nossas famílias. Certamente assim Ele o fará. “Deus não é homem para mentir, nem ser humano para mudar de ideia. Alguma vez ele falou e não agiu? Alguma vez prometeu e não cumpriu?” Números 23:19 NVT

Nossa família é um pilar fundamental em nossas vidas. Protegê-la demonstra amor, carinho e compromisso. Ela oferece segurança emocional e física, criando um ambiente estável. Cuidamos de sua saúde, educamos e procuramos estar sempre presentes, apoiando nossos entes queridos. A família também nos ensina valores essenciais, quais sejam: espirituais, éticos, morais, respeito e compaixão. Sentir-se parte dela nos conecta a algo maior. Proteger essa conexão é vital, e isso envolve planejar para o futuro e, em especial, colocá-la a cada dia no altar do Senhor. A família é uma instituição criada por Deus que a preserva e quer governa-la. 

Assim como Davi, sou originário de uma família pequena e humilde, mas profundamente temente a Deus. Tudo o que possuo hoje é graças, primeiramente, ao meu Senhor e depois aos meus pais que, através de conselhos e exemplos, me transformaram no cidadão que sou. Em gratidão, minhas palavras se unem às de Davi, quando me pergunto: “Quem sou eu, Senhor meu Deus, e o que é a minha família para que me trouxesses até aqui?" 1 Crônicas 17:16 NVT. Que mais posso dizer sobre a maneira como Deus tem me honrado nessa vida? 

Dentre as promessas feitas a Davi, Deus se compromete a dar-lhe uma dinastia duradoura privilegiando Seu servo. Como alguém pode ser tão privilegiado?   "E agora, ó Senhor, sou teu servo; faze o que prometeste a meu respeito e de minha família. Confirma-o como uma promessa que durará para sempre.” 1 Crônicas 17:23 NVT. Certamente a mesma promessa está sobre os nossos lares. 

Deus deseja abençoar nossas famílias, preservando-as neste mundo onde os valores espirituais e morais se deterioram a cada dia. Essa foi a oração que Jesus fez em nosso favor: que não fôssemos tirados do mundo, mas que estivéssemos guardados e protegidos do maligno. Verdadeiramente, não somos deste mundo, assim como Jesus também não era. Portanto, nossas famílias devem ser constantemente consagradas à verdade, que é a Palavra de Vida do nosso Deus. (João 17:15-17)

A súplica que fazemos, de contínuo, é para que seja do agrado de Deus abençoar a nossa casa, para que ela permaneça para sempre diante do Senhor, pois quando Ele concede uma bênção é para sempre e ninguém pode retira-la de nós. “Confirma-o como uma promessa que durará para sempre.” 1 Crônicas 17:23 NVT

Quando Davi expressou o desejo de servir ao Senhor, o Pai Celestial reconheceu a sinceridade de seu coração. Em resposta, ao sondar o coração do servo e perceber sua preocupação com a Obra de seu Deus, o Senhor o favoreceu providenciando uma terra melhor e o plantou em um lugar seguro, onde não seria perturbado. Além disso, o Senhor prometeu construir uma casa para Davi e assegurou que nunca retiraria Seu favor, confirmando assim o eterno reinado de Davi e a bênção sobre sua família.

Isso é o que Deus quer fazer por nós e por nossas famílias. Ao apresentarmos nossas famílias ao Senhor nesse mês o fazemos com gratidão e louvor, reconhecendo que Suas bênçãos são incontáveis e que Sua misericórdia são a causa de não sermos consumidos. Traz-nos paz e segurança sabermos que Deus deseja abençoar nossos lares e preservá-los. Nossa súplica é que Ele cumpra Suas promessas. Assim como fez com Davi, Deus favorecerá aqueles que O servem com sinceridade de coração e sua família será ricamente abençoada.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca


 O FIO INVISÍVEL

Apeguemo-nos firmemente, sem vacilar, à esperança que professamos, porque Deus é fiel para cumprir sua promessa.” Hebreus 10:23

No culto de glorificação a Deus no último sábado, em uma de nossas igrejas, celebramos a vitória que o Senhor concedeu a um dos nossos irmãos em Cristo; livramento de morte. Esse amado irmão enfrentou uma enfermidade de difícil diagnóstico, permanecendo hospitalizado por dias, dentre os quais, seis deles em profunda letargia. Tive a oportunidade de visitá-lo no hospital e, pessoalmente, constatar a gravidade da situação. Naquele culto especial, a família e a igreja se uniram em agradecimento e glorificação ao Senhor por Sua misericórdia e proteção em favor da vida de nosso querido irmão. 

Durante todo esse longo e tenso período, a oração da igreja foi essencial para que a poderosa mão do nosso Deus agisse. Um povo fiel dobrou seus joelhos, durante o dia e nas madrugadas, clamando ao Senhor por uma intervenção milagrosa.

No hospital, uma batalha intensa acontecia. Fios que saíam da aparelhagem destinada a monitorar os sinais vitais estavam ligados ao irmão. Entre esses fios, havia um que era imperceptível aos olhos humanos, mas visível aos olhos da fé. Certamente este fio ligava a igreja ao céu e retornava, conectando-se ao irmão. Por meio desse fio, súplicas e intercessões subiam à eternidade e retornavam trazendo a vida que o sustentava. Tiago nos afirma que a oração de um justo tem grande poder e produz resultados grandiosos (Tiago 5:16). Foi o que testificamos.

Nosso Deus não ficou silente ao clamor de sua igreja. Havia uma constante movimentação na região celestial. Sinais mostraram que a atenção dos céus também estava voltada para aquele leito de hospital, pois quando um povo ora, os céus se movimentam. 

A palavra que mais ouvimos no culto daquele sábado foi: “vitória”. A alegria de todos era patente e contagiante. Em um momento emocionante do culto, o irmão testemunhou sobre os acontecimentos que se desenrolaram desde sua internação até aquele instante de glorificação ao Senhor, testificando ser ele a prova viva do milagre operado por nosso Deus.

Do momento vivido restou um aprendizado a ser compartilhado. Nosso Deus deixou claro alguns pontos característicos do deserto pelo qual nosso irmão atravessou, como por exemplo: no deserto que estamos a atravessar, não estamos sozinhos; é no deserto que o Senhor prova o nosso coração; no silêncio do deserto ouvimos com maior clareza doce voz do Senhor e aprendemos também que o deserto que atravessamos é um lugar de passagem.

Não é bom viver no deserto. Ali encontramos um ambiente natural caracterizado pela escassez de água e vegetação; é um dos ecossistemas mais extremos do planeta, com condições climáticas adversas e uma paisagem árida e desolada. Mas, por algum tempo, somos levados pelo Senhor a passarmos pelo deserto. 

No deserto que atravessamos, não estamos sozinhos. O que nos conforta é saber que o Senhor está ao nosso lado, como prometido: "Ensinem esses novos discípulos a obedecerem a todas as ordens que eu lhes dei. E lembrem-se disto: estou sempre com vocês, até o fim dos tempos" Mateus 28:20 NVT. Essa foi a experiência do irmão e também tem sido a nossa. O Bom Pastor nos guia em segurança pelos desertos que atravessamos. Como está escrito em Salmos 78:52: "Conduziu seu povo como um rebanho de ovelhas e os guiou em segurança pelo deserto."

Durante toda a sofrida caminhada, não faltaram os cuidados do Senhor. Ele tem abençoado tudo o que temos feito e cuidado de cada um de nossos passos por este grande deserto. Como Deuteronômio 2:7 afirma: " Ele tem cuidado de cada um de seus passos por este grande deserto. Durante estes quarenta anos, o Senhor, seu Deus, tem estado com vocês, e nada lhes tem faltado."

Somos levados ao deserto para que o Senhor conheça o que está em nosso coração. Como Deuteronômio 8:2 nos lembra: "Lembrem-se de como o Senhor, seu Deus, os guiou pelo deserto estes quarenta anos, humilhando-os e pondo à prova seu caráter, para ver se vocês obedeceriam ou não a seus mandamentos."  No deserto somos provados, somos forjados e somos aprovados pelo Senhor.

No silêncio do deserto, ouvimos a doce voz do Senhor. Ele nos trata no deserto com muito carinho, provendo cada uma de nossas necessidades. Como está escrito: "Contudo, eu a conquistarei de volta; ao deserto a levarei e lhe falarei com carinho." (Oséias 2:14).

O deserto é um lugar de passagem. Assim como o povo que foi libertado com mão forte pelo Senhor e atravessou o deserto com o objetivo de alcançar Canaã, a terra que mana leite e mel, o Senhor também nos conduz à Canaã celestial. Como está escrito em Filipenses 3:20: "Nossa cidadania, no entanto, vem do céu, e de lá aguardamos ansiosamente a volta do Salvador, o Senhor Jesus Cristo.

Nenhum de nós está livre de passar por momentos semelhantes, assim como nosso amado irmão. Naquele deserto inóspito, lugar onde foi conduzido, ele pôde experimentar a presença do Senhor, ouvir Sua voz e sentir o grande amor de Deus por sua vida, ao ser poupado por amor ao Seu nome. Com gratidão, glorificamos o Senhor, que cuidou e preservou sua vida. Nosso Deus é fiel para cumprir cada uma de Suas promessas! 

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca



 ALGO PRECISA MUDAR EM NÓS

“Logo, todo aquele que está em Cristo se tornou nova criação. A velha vida acabou, e uma nova vida teve início!” 2 Coríntio 5:17 NVT

O encontro com Jesus possui o poder de transformar até mesmo as pessoas mais insensíveis, pois a mensagem de arrependimento que irradia da cruz tem a capacidade de renovar completamente a vida de qualquer pessoa, independentemente de seu nível de educação ou status social, alinhando seus desejos com a vontade divina.

Zaqueu, o cego Bartimeu, a mulher samaritana e Nicodemos são apenas alguns dos inúmeros exemplos bíblicos de pessoas que se encontraram com Jesus e abandonaram suas práticas passadas, adotando novos hábitos; vidas que se transformaram ao atender ao chamado de Jesus.

Aqueles que tentam superar o passado com base apenas em sua força de vontade ou em métodos de autoajuda humana compreendem que a tarefa não é tão simples assim; frequentemente, a teoria se mostra muito mais fácil do que a prática.

A graça divina, ao contrário dos esforços puramente humanos, oferece uma fonte de poder e renovação que transcende nossa capacidade limitada, permitindo uma verdadeira mudança de vida e libertação das amarras do passado. 

Ao afirmar em Romanos 6:14 que o pecado não tem domínio sobre nós, pois não estamos mais sob a lei, mas sob a graça, Paulo destaca o poder transformador da graça de Deus, que um dia nos libertou da condenação da lei capacitando-nos a viver vitoriosamente sobre o pecado.

Chamados a ser imitadores de Cristo, como podemos seguir Seu exemplo em um mundo saturado pelo pecado? Embora habitemos o mesmo ambiente, existe um abismo profundo entre a igreja e o mundo, com campos diametralmente opostos em princípios e objetivos. “A mensagem da cruz é loucura para os que se encaminham para a destruição, mas para nós que estamos sendo salvos ela é o poder de Deus.” 1 Coríntios 1:18 NVT

O comportamento do mundo é incompatível com o caminhar da igreja. Enquanto um se entrega aos prazeres efêmeros da carne e persegue avidamente a satisfação de desejos egoístas, o outro se esforça para honrar a Deus e viver uma pureza que reflete o sacrifício de Jesus. É impossível conciliar essas duas maneiras de viver.

Numa mensagem esclarecedora à igreja de Corinto Paulo resume esta questão dizendo:  "Tudo é permitido", mas nem tudo convém. "Tudo é permitido", mas nem tudo traz benefícios. Não se preocupem com seu próprio bem, mas com o bem dos outros.” 1 Coríntios 10:23-24. NVT. Esta é uma lição valiosa para nós: devemos assumir uma postura firme quando percebemos que algo em nossa vida cristã necessita de mudança.

Cristo nos libertou para que fossemos verdadeiramente livres.  Portanto, não devemos nos submeter novamente a um jugo de escravidão. A liberdade que recebemos em Cristo não é uma licença para vivermos de forma desregrada, mas sim uma oportunidade para servirmos uns aos outros em amor e vivermos uma vida que glorifica a Deus. 

O encontro com Cristo não apenas alterou nossa perspectiva, mas também redefiniu nossos valores, propósitos e ações. Agora, movidos por uma nova identidade em Cristo, buscamos refletir Sua luz em cada aspecto de nossa existência, tornando-nos agentes de mudança e esperança em um mundo que anseia por redenção.

Assim, o encontro com Jesus não é um evento isolado, mas o início de uma jornada contínua de transformação e crescimento espiritual. A graça que flui da cruz é um convite constante à renovação e ao alinhamento com os propósitos divinos. À medida que caminhamos nessa jornada, somos chamados a abandonar as velhas práticas e abraçar uma nova vida em Cristo, uma vida marcada pelo amor, serviço e santidade. 

É nesse processo que descobrimos a verdadeira liberdade - uma liberdade que não é definida pela ausência de restrições, mas pela presença de Deus em nossas vidas, guiando-nos para a verdadeira realização, paz e vida eterna em Cristo Jesus.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca


 A CONFIANÇA DO SERVO

“Confiem sempre no Senhor, pois o Senhor Deus é a Rocha eterna.” Isaías 26:4 NVT

É uma verdade incontestável que o servo de Deus não está isento das adversidades da existência. Como todos, somos confrontados com dores e desafios diários. A indagação que se impõe é: Como podemos encontrar a força e a esperança necessárias para perseverar diante das aflições? Como podemos superar os desafios e converter as tribulações em chances de crescimento? Cientes de que cada obstáculo superado e cada dor enfrentada se convertem em evidências palpáveis da graça divina atuante em nós, devemos nos esforçar para sermos faróis de inspiração em um mundo repleto de conflitos. O salmista no Salmos de número 56 nos aponta uma direção a seguir.

As palavras do salmista são um testemunho da coexistência do medo e da fé, evidenciada quando ele declara no verso 3 que, mesmo temendo, depositaria sua confiança no Senhor. Esse medo, longe de paralisar seu coração, serviu como catalisador para uma busca mais fervorosa por Deus. Se o medo surgir em tua vida, deposite tua confiança no Senhor.

Ao se preparar para as batalhas, ele o faz com a convicção que as misericórdias de Deus seriam sobre sua vida. Tal como Ezequias, que reconheceu o poderoso e intimidador exército assírio, mas entendeu que eram meros homens. Ele concluiu: “Nós porém temos o Senhor, nosso Deus, para nos ajudar a lutar nossas batalhas” 2 Crônicas 32:8. Essa postura é fundamentada na inabalável confiança no poder do Senhor dos Exércitos.

Davi está plenamente ciente da proximidade de Deus em meio às suas tribulações. Ele expressa essa certeza no verso 8, ao revelar que Deus está atento a cada uma de suas angústias, coletando suas lágrimas em um jarro e registrando-as em Seu livro. Meus amados, nenhum sofrimento passa despercebido aos olhos do Criador. A fé de Davi se fortalece na convicção de que Deus não apenas observa, mas também participa ativamente de sua jornada, transformando cada lágrima derramada em um registro eterno de Sua presença consoladora.

A confiança em Deus é o alicerce que sustenta nossa fé, mesmo diante das adversidades. É a certeza de que, apesar das tempestades da vida, há um propósito maior e uma mão divina que nos guia. Em Provérbios 3:5-6, somos lembrados de que ao confiar em Deus e reconhecê-Lo em todos os nossos caminhos, Ele endireitará nossas veredas. A confiança em Deus nos liberta do medo e da ansiedade, pois sabemos que Ele é fiel para cumprir todas as Suas promessas.

Davi louva a Deus porque nosso Deus é fiel e cumpre suas promessas.  “Confio em Deus e não temerei; o que me podem fazer os simples mortais?” Salmos 56:11 NVT.  A confiança em Deus nos dá força e coragem, sabendo que Ele está no controle e que suas promessas são inabaláveis. Sua fidelidade se estende de geração em geração, e podemos descansar na certeza de que Ele está conosco em todos os momentos, guiando-nos através de cada desafio com amor e sabedoria.

Mesmo diante de intensas aflições, o profeta Jeremias, assim como Davi, mantém uma convicção inabalável: o Senhor é seu bem supremo e maior tesouro. Como é amargo recordar meu sofrimento e meu desamparo!  Lembro-me sempre destes dias terríveis enquanto lamento minha perda. Ainda ouso, porém, ter esperança quando me recordo disto: O amor do Senhor não tem fim! Suas misericórdias são inesgotáveis. Grande é sua fidelidade; suas misericórdias se renovam cada manhã. Digo a mim mesmo: O Senhor é minha porção; por isso, esperarei nele!". Lamentações 3: 19-24 NVT

Portanto, perante as adversidades da vida, que nossa fé seja resiliente e firme como a de Davi e Jeremias: inabalável e ancorada na fidelidade de Deus. Que possamos olhar além das circunstâncias imediatas e ver a mão de Deus trabalhando em nosso favor. Que cada desafio enfrentado fortaleça nossa confiança Nele, e que cada vitória seja um motivo para louvar Seu nome. Pois em Deus encontramos refúgio e força, e em Suas promessas, a esperança que nos sustenta dia após dia. Louvemos a Deus, pois Ele é fiel e justo, e Suas misericórdias se renovam a cada manhã. Amém!

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca


 A MORADA DO SENHOR

Pois o Senhor escolheu Sião; desejou-a para ser sua habitação.” Salmos 132:13 NVT

Nesta semana, enquanto me dedicava à leitura de um livro, deparei-me com uma frase que capturou minha atenção e provocou reflexão: "precisamos nascer em Sião"  dizia o escritor. Intrigado e buscando compreender a profundidade dessa afirmação, recorri à Bíblia e encontrei nos Salmos, em seu capítulo 87, referências elogiosas a essa cidade tão especial. Sião é descrita nesta passagem com tal reverência e majestade que, ao ler sobre ela, senti um desejo imediato de pertencer a esse lugar glorioso, como se meu próprio ser desejasse por um renascimento espiritual nas suas sagradas origens.

O salmista inicia com uma revelação intrigante dizendo que o Senhor nutre um amor especial pelas portas de Sião. Isso nos leva a questionar: o que torna Sião tão única em comparação com outras cidades, e por que o Senhor a prefere acima de todas? A resposta é tão surpreendente quanto divina: Deus não somente ama Sião, mas também escolheu residir ali. O Salmo 76:2 nos oferece uma visão celestial, declarando que "em Jerusalém está o seu tabernáculo, e a sua morada em Sião." Fica a reflexão: o que teria feito Sião tão atraente aos olhos do Senhor, a ponto de Ele estabelecer ali o seu lar eterno, quando poderia ter escolhido qualquer outro lugar paradisíaco no universo para Sua habitação?

O profeta Jeremias traz também algumas informações acerca desse lugar especial: “Hão de vir e exultar no monte Sião, radiantes de alegria por causa dos bens que o Senhor lhes deu: o cereal, o vinho, o azeite, os cordeiros e os bezerros. Serão como um jardim regado, e nunca mais desfalecerão.” Jeremias 31:12 NAA. Agora posso entender porque o Senhor gostou deste lugar, senão vejamos:

Sião é um reino de alegria plena, um santuário onde cada pessoa chega transbordando de júbilo e resplandecendo com felicidade, celebrando as riquezas e as bênçãos que possuem. E quais seriam essas riquezas tão especiais?

Sião é abençoada com cereais, o elemento vital para a preparação do pão, simbolizando que na cidade não se conhece a fome, pois há uma provisão constante vinda de Deus. Conforme a oração ensinada em Mateus 6:11 NVT, "Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia," Sião é nutrida pelo próprio Pão Vivo que desceu dos céus, saciando a fome espiritual de seus habitantes. Com Deus residindo em Sião, Ele assegura que cada um receba sua porção diária, garantindo que todos estejam plenamente saciados e bem nutridos.

Sião é uma cidade transbordante de vinho, um símbolo da alegria e do gozo proporcionado pelo Espírito Santo. Lá, a exuberância do Espírito é tão abundante que alcança todos os seus habitantes, saturando-os com sua presença jubilosa. É essa atmosfera de júbilo, alegria e regozijo que agrada ao Senhor e faz de Sião um lugar de deleite divino.

Sião é rica em azeite, um símbolo da unção do Espírito Santo. Os moradores de Sião são, portanto, abundantemente ungidos, possuindo porção dobrada do Espírito, essencial para agir com o poder e a força de Deus. Essa unção é vital para testemunhar, proclamar a Palavra de Deus e manter todas as candeias de seus moradores acesas, iluminando o caminho em meio à escuridão do mundo e preparando-os para o arrebatamento.

Em Sião, encontram-se cordeiros e bezerros, cujos sacrifícios no Antigo Testamento simbolizam o perdão e a graça divina. Essas ofertas prefiguravam o sacrifício supremo do Senhor Jesus, através do qual fomos redimidos e nossos pecados perdoados, concedendo-nos a oportunidade de uma nova vida em Cristo. Em Sião há perdão e renovo.

A vida dos moradores dessa cidade é como um jardim regado. Se você já passou por um jardim regado certamente sentiu o aroma da terra molhada que se mistura ao aroma de frescor das flores. Os moradores de Sião são assim, exalam o bom perfume de Cristo. Vivem de uma maneira que reflete o caráter e os ensinamentos de Jesus. Demonstram amor, compaixão, humildade e graça em suas ações e interações diárias, de modo que os outros possam perceber a influência positiva de Cristo em suas vidas, assim como um perfume agradável que se espalha e é notado por todos ao redor. Isso é testemunham todos os dias o que Jesus fez por eles. 

Os habitantes de Sião jamais conhecerão o desfalecimento. É um lugar de provisão completa, onde cada necessidade é atendida com abundância. Ali, a dor é desconhecida e existe cura para toda e qualquer enfermidade, garantindo uma existência de saúde perfeita e bem-estar eterno.

E então, você não gostaria de morar em um lugar assim? Afinal, em que região fica esta cidade esplendorosa? O que eu devo fazer para comprar um terreno no loteamento Sião? 

A verdade sublime é que, a cada vez que elevamos nossas mãos e vozes em adoração ao Senhor, estamos consolidando Sião. Com cada testemunho de que Jesus é o caminho, a verdade e a vida, contribuímos para a edificação de Sião. A cada instante que abraçamos a Obra do Espírito e a vivemos como forma de vida, estamos erigindo Sião dentro de nós. O local onde nos encontramos pode ser transformado numa extensão de Sião. Se você é templo do Espírito Santo, Sião está intrinsecamente em você tornando-o um santuário vivo da presença divina.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca


 FILHOS NO CAMINHO DA VERDADE

Não esconderemos essas verdades de nossos filhos; contaremos à geração seguinte os feitos gloriosos do Senhor, seu poder e suas maravilhas.” Salmos 78:4 NVT

A preservação da memória dos feitos e da fidelidade de Deus é crucial para as gerações futuras. Quando negligenciamos transmitir essas instruções, corremos o risco de perder a sabedoria e a compreensão que moldaram nossa história na presença do Senhor. Os filhos que aprendem com seus pais são bem-aventurados. Os pais que compartilham com seus filhos as verdades divinas e os grandes feitos do Senhor são felizes. 

Hernandes faz uma analogia interessante ao comparar a vida espiritual com uma corrida de revezamento, onde o bastão é passado de mão em mão. Assim como os corredores não podem errar na entrega do bastão, nós também não podemos falhar em transmitir às gerações futuras a excelência do caráter de Deus e o poder que Ele demonstrou ao longo da história em favor do seu povo. Não podemos negligenciar e nos calarmos privando os nossos filhos de conhecerem as verdades eternas, pois isto seria para nós uma completa infelicidade. 

A Palavra nos revela que Deus conduz um processo de ensino-aprendizagem, enfatizando que a fé tem suas raízes no ambiente familiar. É nosso dever guiar nossos filhos ao conhecimento de Deus, para que aprendam a depositar sua confiança nEle. Como pais, precisamos assumir a liderança espiritual de nossos lares; não podemos ser neutros em relação a essa questão, deixando a escolha de assuntos tão essenciais ao arbítrio de nossos filhos. “...Quanto a mim, eu e minha família serviremos ao Senhor". Josué 24:15 VNT

É uma ordenança do Senhor a transmissão da herança espiritual aos nossos filhos: “Pois ele estabeleceu seus preceitos a Jacó, deu sua lei a Israel. Ordenou a nossos antepassados que a ensinassem a seus filhos, para que a geração seguinte, os filhos ainda por nascer, a conhecesse, e eles, por sua vez, a ensinarão a seus filhos.” Salmos 78: 5-6. NVT

É ordem do Senhor que cada geração ponha sua confiança em Deus, não esqueça de seus poderosos feitos e obedeça aos seus mandamentos. “Portanto, cada geração deve pôr sua esperança em Deus, não esquecer seus poderosos feitos e obedecer a seus mandamentos.” Salmos 78:7 NVT

Nessa orientação, percebemos três pilares essenciais que guiarão as futuras gerações, evitando que repitam os erros de seus antepassados e recebam o genuíno ensino - herança espiritual: confiança, lembrança e obediência.

Confiar em Deus é fundamental. Devemos depositar nossa esperança no Senhor, reconhecendo que Ele é nossa rocha e fortaleza. Nossos filhos precisam compreender essa verdade. Quando confiamos, encontramos abrigo na Sua presença, como alguém que se esconde na fenda da rocha. É mais do que frequentar uma igreja; é habitar com Deus e descansar sob a sombra das Suas asas. “Confiem sempre no Senhor, pois o Senhor Deus é a Rocha eterna.” Isaías 26:4 NVT

Não esquecer os feitos de Deus: Lembrar dos poderosos feitos do Senhor é muito importante. Ele ilumina nosso caminho, protege-nos e ouve nossas orações. Assim, transmitimos às futuras gerações a relevância de reconhecer e celebrar as obras divinas com as quais Ele nos agraciou no passado.

A lembrança nos conduz ao aprendizado e crescimento, conectando-nos com o passado e fortalecendo nossa identidade com a eternidade. Ela também nos torna mais gratos, pois recordar bênçãos e conquistas que o Senhor nos proporcionou nos lembra de cultivar a gratidão. Além disso, a lembrança nos torna resilientes: ao recordar superações e desafios enfrentados, fortalecidos pelo nosso Deus, nos tornamos fortes para lidar com as dificuldades atuais. “Lembrem-se das maravilhas que Ele fez, dos milagres que realizou e dos juízos que pronunciou.” 1 Crônicas 16:12 NVT

Obedecer aos mandamentos: A obediência é parte integrante da confiança. Quando seguimos os mandamentos de Deus, demonstramos nosso amor por Ele e garantimos uma vida abençoada. Ensinar isso aos filhos a obediência a Deus é essencial para que eles não repitam os erros do passado. “O que agrada mais ao Senhor: holocaustos e sacrifícios ou obediência à voz dele? Ouça! A obediência é melhor que o sacrifício, e a submissão é melhor que ofertas de gordura de carneiros.” 1 Samuel 15:22 NVT

Em todo esse aprendizado, uma coisa é essencial: sermos exemplos para nossos filhos. Quando se trata de confiança, lembrança e obediência às coisas de Deus, não basta apenas falar; é fundamental vivenciar esses princípios. 

A responsabilidade pelo que dizemos e fazemos é imprescindível. Ao dar um bom exemplo, demonstramos que somos responsáveis por nossas escolhas. Isso influencia diretamente as pessoas ao nosso redor, especialmente nossos filhos. Como nos lembra Tiago 1:22-24 “Não se limitem, porém, a ouvir a palavra; ponham-na em prática. Do contrário, só enganarão a si mesmos. Pois, se ouvirem a palavra e não a praticarem, serão como alguém que olha no espelho, vê a si mesmo, mas, assim que se afasta, esquece como era sua aparência.”  NVT.  Que possamos não apenas falar sobre esses princípios, mas também vivê-los, para que nossas vidas sejam um testemunho vivo para as próximas gerações, para que sejamos um povo fiel e confiante no Senhor!

Que nossos filhos sejam como brotos de oliveira ao redor de nossas mesas. E que nossa alegria seja a mesma declarada pelo apóstolo João: “Não tenho maior gozo do que este, o de ouvir que os meus filhos andam na verdade.” 3 João 1:4

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Decio Fonseca


 BATALHA VITORIOSA

Quando os encontrarem, porém, não terão de lutar. Tomem suas posições; depois, fiquem parados e vejam o livramento do Senhor. Ele está com vocês, povo de Judá e de Jerusalém. Não tenham medo nem desanimem. Saiam para enfrentá-los amanhã, pois o Senhor está com vocês!". 2 Crônicas 20:17 NVT

As batalhas diárias que enfrentamos e o tempo despendido para elaborar estratégias de combate podem nos levar a um estado de estresse excessivo, impactando negativamente nossa saúde mental e física. É crucial reconhecer que nossos verdadeiros desafios muitas vezes não se originam de adversários tangíveis, mas sim de forças e autoridades que operam em um mundo invisível. “Pois nós não lutamos contra inimigos de carne e sangue, mas contra governantes e autoridades do mundo invisível, contra grandes poderes neste mundo de trevas e contra espíritos malignos nas esferas celestiais.” Efésio 6:12 NVT

Nas intrincadas jornadas diárias, a verdadeira sabedoria pode estar em escolher o silêncio, mergulhando em oração e exaltando o nome do nosso Deus com louvores. Essa postura cria o ambiente ideal para que o Senhor revele Sua vontade e exerça Seu poder. No silêncio e na entrega confiante, convidamos Deus a intervir, moldando realidades e corações, assim como fez o rei Josafá, conforme narrado em 2 Crônicas 20. Naquele instante decisivo, à beira de um confronto com um exército enorme, emergiu uma diretriz divina, clara e precisa:

Quando os encontrarem, porém, não terão de lutar:  Se o cansaço das lutas te aflige, saiba que o Senhor oferece descanso verdadeiro. Mesmo diante das adversidades, Ele nos garante que não estamos sozinhos na batalha. Repousar nas tribulações significa reconhecer a soberania de Deus sobre todas as coisas. Nossas lutas pertencem ao Senhor, que como estrategista infalível e guerreiro invicto, nos conduz à vitória. Como proclamado em Êxodo 15:3, "O Senhor é um guerreiro; Javé é o Seu nome!" — uma afirmação poderosa de Sua invencibilidade e liderança nas batalhas que enfrentamos. 

Fiquem parados e vejam o livramento do Senhor: A orientação de Deus implicava em manterem-se firmes e atentos, eis que a salvação procederia do Senhor. Uma ação precipitada poderia, naquele momento, interferir na ação do Espírito Santo. É importante acalmar o coração e esperar com fé, mesmo que o silêncio de Deus e os diferentes cronogramas causem ansiedade, pois Ele trabalha de maneira silenciosa e no tempo certo.

Ele está com vocês, povo de Judá e de Jerusalém: A presença de Deus em nossas vidas traz consolo, orientação e esperança. Encontramos paz e propósito em Deus, e somos fortalecidos em tempos difíceis. O salmista viu Deus como sua fortaleza e não temeu mal algum, mesmo nos momentos mais sombrios. “Mesmo quando eu andar pelo escuro vale da morte, não terei medo, pois tu estás ao meu lado.” (Salmos 23:4). Jesus prometeu estar conosco sempre, até o fim dos tempos (Mateus 28:20), assegurando Sua eterna companhia.

Não tenham medo nem desanimem:  Embora o medo seja uma resposta comum ao perigo, não deve nos imobilizar. Como filhos do Senhor, estamos sob Sua proteção. Isaías 43:1 nos lembra que não precisamos temer, pois somos redimidos e conhecidos pelo nome; somos valiosos para Deus. Essa promessa nos garante que, em cada desafio, Deus está conosco, oferecendo amor e segurança. Com essa confiança, podemos descansar na Sua presença que sempre nos sustenta e guia.

Quanto ao desânimo, vem ele, muitas vezes, com o peso das adversidades ou planos frustrados. "Tudo posso naquele que me fortalece" (Filipenses 4:13) é um lembrete de que nossa força vem de Deus, não de nós mesmos. Essa verdade nos dá coragem para enfrentar desafios, sabendo que com Deus, nenhum obstáculo é intransponível.

Saiam para enfrentá-los amanhã, pois o Senhor está com vocês! A vitória do povo de Judá veio através do louvor; quando adoraram, Deus confundiu o exército inimigo, levando-os à derrota antes mesmo da batalha começar. O louvor é uma arma poderosa que tem o potencial de derrubar fortalezas espirituais e trazer luz às situações mais sombrias. O louvor, em sua essência libertadora, transcende as barreiras terrenas, alcançando o celestial e movendo o coração de Deus. É uma expressão de adoração que ativa a presença divina em nossas vidas, trazendo cura, restauração e abrindo as portas para milagres e maravilhas.

Na celebração da vitória, a gratidão emerge como uma expressão humana que agrada muitíssimo o coração de Deus. Nossa gratidão, nascida da vitória, é um eco do amor e das bênçãos divinas, conforme proclama o cântico: "Deem graças ao Senhor; seu amor dura para sempre". 2 Crônicas 20:21. Cultivar um coração grato nos aproxima de Deus, fortalece nossa fé e nos preenche de alegria, reconhecendo que tudo que temos é fruto de Sua graça.

Em resumo, as batalhas que enfrentamos na vida podem ser desgastantes, mas é essencial lembrar que não lutamos sozinhos e muitas vezes nem precisamos lutar. A orientação do nosso amado Senhor e Salvador nos instrui a permanecer firmes e confiantes, observando Seu livramento, sem medo ou desânimo. A presença constante de Deus nos oferece força e paz, garantindo que, sob Sua vigilância e cuidado, somos mais do que capazes de superar qualquer adversidade. “Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou.” Romanos 8:37

Com fé na Sua palavra e confiança em Seu poder, podemos descansar na certeza de que Ele está conosco em cada passo do caminho, nos fortalecendo e nos guiando à vitória. 

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Decio Fonseca


 O CORDEIRO PRESENTE

A cidade não precisa do sol nem da lua para lhe dar claridade, pois a glória de Deus a ilumina, e o Cordeiro é a sua lâmpada.” Apocalipse 21:23 NVT

A figura do Cordeiro é o ponto central da Bíblia. Do Velho Testamento ao Novo Testamento, o Cordeiro se apresenta como personagem proeminente e doador de vida abundante. Metaforicamente ou revelando-se como o Filho do Deus Vivo, desde o Éden até o momento profético de um fim prenunciado no livro do Apocalipse, a marca do Cordeiro está bem definida nas Escrituras.

Embora a Bíblia não mencione precisamente se o animal sacrificado no paraíso por Deus, do qual usou a pele para tecer túnicas para Adão e sua mulher, era um cordeiro, muitas narrativas bíblicas em que a morte se avizinha apresentam o cordeiro como presente para operar livramento. Essa questão nos faz deduzir que, também naquela situação fatal para a família de Adão, o cordeiro não os deixaria perecer. “E o Senhor Deus fez roupas de peles de animais para Adão e sua mulher.” Gênesis 3:21 NVT

Em outra ocasião, famílias escravas estavam prontas para partir rumo à liberdade. Essa era a situação do povo de Deus no Egito às vésperas de uma grande libertação. A morte já estava agendada e percorreria, sem distinção, toda a região do Egito. Como alcançar livramento? A instrução partiu da parte do Senhor. Um cordeiro deveria ser morto e o seu sangue passado sobre os umbrais e vergas das portas. “Mas o sangue nos batentes das portas servirá de sinal e marcará as casas onde vocês estão. Quando eu vir o sangue, passarei por sobre aquela casa. E, quando eu ferir a terra do Egito, a praga de morte não os tocará.” Êxodo 12:13 NVT

Em Caná, os convidados para uma grande festa de casamento, onde tudo parecia ter sido cuidadosamente preparado, estavam prestes a presenciar um grande milagre. Contudo, a família só não contava com o cálculo errado na quantidade prevista para o vinho, e este veio a faltar. Naquela época, a falta de vinho no casamento era inaceitável e vergonhosa para a família. Não por coincidência, Jesus e seus discípulos estavam na festa. O próprio Cordeiro de Deus, como dissera João, estava ali presente. Para a alegria de todos e espanto do responsável pela festa, a água transformada em vinho por Jesus foi servida, e a festa continuou, agora com um vinho mais do que especial.

Três exemplos, dentre muitos outros relatados na Bíblia, mostram o Cordeiro como o responsável direto pela continuidade da vida e da alegria. Os dois primeiros acontecimentos pinçados do Velho Testamento apontam para o Cordeiro que haveria de ser revelado no Novo Testamento. 

João, quando aponta para Jesus e declara que o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo estava presente, esclarece muitas situações de vida e morte narradas no Velho Testamento que apontavam para Jesus. Certo é que as necessidades das famílias podem ser providas pelo Cordeiro, por mais complicadas que se apresentem. Sua presença nos traz uma série de benefícios e proporciona um viver seguro para todos.

No Éden, a vergonha foi coberta pela pele do animal. O sangue do cordeiro preservou muitas famílias no êxodo. E, em Caná, o próprio Cordeiro de Deus impediu o constrangimento de uma falta de vinho no casamento e revelou um vinho muito melhor.

Hoje, a boa escolha de manter o Cordeiro sempre perto, inserindo-O em nosso viver diário, é sinal de prudência e sabedoria. Em um futuro bem próximo, na Nova Jerusalém, o Cordeiro será visto entronizado. O mesmo Cordeiro que foi imolado na cruz do Calvário com o propósito de tirar o pecado do mundo estará lá. Ele será a fonte de luz que ilumina o caminho das nações. Ontem, hoje e sempre, o Cordeiro é alegria, vida e luz. 

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca 


 DEUS NÃO ESTÁ DISTANTE

"Tu me vês quando viajo e quando descanso; sabes tudo que faço." Salmos 139:3 NVT

Há momentos na vida em que nos sentimos isolados, como se estivéssemos caminhando por um deserto espiritual. Nessas horas, pode parecer que Deus está distante, que nossas orações são palavras perdidas ao vento, incapazes de ultrapassar o teto que nos separa do trono da graça de Deus.

O salmista expressou esse sentimento de abandono de forma crua e honesta e clamou em alta voz: "Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? Por que estás tão distante de meus gemidos por socorro?". Salmos 22:1. NVT  Essas palavras ecoam a dor e a perplexidade que muitos de nós enfrentamos quando as circunstâncias da vida nos sobrecarregam e a presença de Deus parece uma memória distante.

No entanto, é importante lembrar que a sensação de abandono que sentimos não equivale à realidade da presença de Deus em nossas vidas. Muitas vezes, é na escuridão que aprendemos a valorizar a luz, e é no silêncio que começamos a ouvir com mais atenção. Deus pode usar esses momentos de aparente distância para nos ensinar sobre fé, perseverança e dependência d'Ele.

O Salmista, após um período de reflexão e introspecção, chega à compreensão de que, embora a intervenção divina possa não ser imediata, existe uma esperança no eventual socorro do Senhor. Essa esperança é fortalecida pela experiência transmitida por seus antepassados, que testemunharam a fidelidade de Deus em tempos de angústia. “Nossos antepassados confiaram em ti, e tu os livraste. Clamaram a ti e foram libertos; em ti confiaram e jamais foram envergonhados.” Salmos 22:4-5 NVT

O próprio Jesus citou o Salmo 22 na cruz, identificando-se com nossas lutas e solidão. Mas a história não termina com o grito de abandono; ela culmina na ressurreição e na promessa de que nunca estamos verdadeiramente sozinhos. “... E lembrem-se disto: estou sempre com vocês, até o fim dos tempos". Mateus 28:20 NVT

Assim como o salmista continua seu salmo com uma nota de esperança e louvor, somos convidados a confiar que Deus está conosco, mesmo quando não sentimos Sua presença.

Os vales sombrios da vida e os desertos espirituais pelos quais passamos são capítulos de uma jornada maior que nos molda e nos prepara para abraçar a plenitude da presença de Deus. O clamor do Salmista e o eco de sua fé através dos séculos nos lembram que, mesmo nas profundezas do desespero, não estamos abandonados. “Não tenha medo, pois estou com você; não desanime, pois sou o seu Deus. Eu o fortalecerei e o ajudarei; com minha vitoriosa mão direita o sustentarei.” Isaías 41:10. NVT A promessa de Deus é de proximidade e socorro; uma promessa que transcende o tempo e as circunstâncias. 

Portanto, mesmo diante de um horizonte onde as respostas parecem se perder e o céu permanece em um silêncio profundo, é possível encontrar repouso na inabalável certeza de que Deus está ativamente operando em nosso favor. “Porque desde o começo do mundo, nenhum ouvido ouviu e nenhum olho viu um Deus semelhante a ti, que trabalha em favor dos que nele esperam.” Isaías 64:4 NVT

Dessa forma, nossa fé se fortalece nos assegurando que cada momento de espera e cada oração silenciada são, na verdade, os ingredientes de uma obra maior que está sendo elaborada pelo Criador, cuja melodia final será uma sinfonia de redenção e graça. Esta certeza invade nossos corações não apenas pelas experiências passadas, nas quais fomos envolvidos pelos cuidados de um Deus que nunca nos abandonou, mas também pela convicção inabalável na ressurreição de Cristo. 

A continuidade da esperança e os testemunhos vivos que permeiam nossa jornada são a prova concreta de que, ao final de tudo, seremos acolhidos nos braços eternos do amor divino, uma realidade sublime onde a solidão não encontra espaço.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Decio Fonseca


 SALVAÇÃO: PRESENTE DE DEUS

De que adianta, meus irmãos, dizerem que têm fé se não a demonstram por meio de suas ações? Acaso esse tipo de fé pode salvar alguém?” Tiago 2:14 NVT

A questão que se apresenta é: se nos dedicarmos a ser pessoas íntegras, bondosas e cumpridoras de nossos deveres, será isso suficiente para obtermos absolvição quando nos depararmos com o julgamento divino?

 Afinal, não há uma única alma no mundo que possa resistir a um exame minucioso de Deus quando a equação é: pecado versus justiça divina. Se Deus utilizasse sua medida de justiça para avaliar nossas vidas, certamente falharíamos, pois nossa justiça é imperfeita. “Estamos todos impuros por causa de nosso pecado; quando mostramos nossos atos de justiça, não passam de trapos imundos. Como as folhas das árvores, murchamos e caímos, e nossos pecados nos levam embora como o vento.” Isaías 64:6 NVT

Existe um mito popular que sugere que as pessoas podem conquistar o favor de Deus por mérito próprio, mesmo que a Bíblia indique que ninguém será justificado pelas obras da lei. Na realidade, todos nós temos uma dívida e, como devedores, somos incapazes de quitá-la. “... ninguém é declarado justo diante de Deus pela obediência à lei". Gálatas 2:16 NVT

Por essa razão, o Evangelho é conhecido como as "boas novas de Deus". Ele nos oferece uma informação de valor inestimável: que o Evangelho é o poder de Deus em ação para salvar todos aqueles que creem. As boas notícias presentes no Evangelho revelam como Deus nos considera justos diante Dele, algo que, do início ao fim, ocorre por meio da fé. É a revelação de que nossa dívida foi quitada, única e exclusivamente, através do sacrifício de Cristo Jesus no Calvário. 

É como se a nossa conta no banco celestial estivesse com um enorme saldo devedor, no vermelho mesmo. Ao compreendermos que nossa salvação não se dá apenas pela morte de Cristo, mas também por Sua vida, o Pai realiza uma transferência dos créditos que pertencem a Jesus, anulando nosso débito. Portanto, quando aceitamos a Cristo pela fé, o mérito de Cristo é transferido para nós. 

E no que diz respeito às obras, como elas se encaixam nessa relação, considerando que Tiago 2:26 afirma que a fé sem obras é morta?

Estudiosos da palavra enfatizam que a fé, quando acompanhada de ações, é aperfeiçoada, tornando-se completa e genuína, ficando claro que fé e as obras são inseparáveis na vida cristã. Esse é o entendimento de Wesley.

Fato é que a Bíblia jamais entra em contradição quando o assunto é fé versus obra. Afirma Hernandes que a evidência da fé são as obras e a causa é a salvação, bem como as boas obras não são a causa de nossa salvação, mas o resultado dela. Somos salvos pela graça, mediante a fé, para as boas obras. Não somos salvos pela fé mais as obras, mas somos salvos pela fé, para as boas obras. Portanto as obras são uma manifestação natural da fé verdadeira, e não um meio de alcançar a salvação. A salvação vem pela fé, e as obras são a evidência dessa fé.

Certamente, dedicar-se a ser uma pessoa íntegra, bondosa e cumpridora de seus deveres é uma responsabilidade fundamental de todo cidadão. Isso significa agir com honestidade e transparência, tratar os outros com gentileza e respeito, e cumprir as obrigações que temos em nossas vidas pessoais, profissionais e sociais. Essas qualidades não apenas contribuem para o nosso próprio crescimento pessoal, mas também promovem uma sociedade mais justa, pacífica e harmoniosa. Portanto, é um dever de todo cidadão se esforçar para cultivar essas virtudes em suas vidas. No entanto, é importante lembrar que o cumprimento dessas obrigações não garante a vida eterna, que é alcançada única e exclusivamente pela fé em Cristo Jesus.

A salvação é um dom de Deus, concedido por meio da graça, e não é algo que possamos conquistar por meio de nossas próprias ações ou méritos. É um presente que aceitamos pela fé. “Vocês são salvos pela graça, por meio da fé. Isso não vem de vocês; é uma dádiva de Deus.” Efésios 2:8 NVT

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Decio Fonseca 


 DA DÚVIDA À REVELAÇÃO DIVINA

“Certamente Deus é bom para Israel, para os que têm coração puro.” Salmos 73:1 NVT

Amados irmãos e irmãs em Cristo, vocês já se questionaram por que algumas pessoas gozam de saúde física e emocional enquanto outras não? Por que os ímpios parecem prosperar enquanto enfrentamos desafios financeiros? Ou ainda, por que Deus, em Sua infinita justiça, permite que o justo sofra e seja afligido enquanto o ímpio parece prosperar? Tranquilizem seus corações, pois tais indagações são comuns em nossa jornada espiritual. Vamos, então, examinar a postura de Asafe diante deste complexo dilema. Uma crise pessoal que fica claramente evidenciada no capítulo 73 do livro dos Salmos.

Asafe era levita e um dos líderes da música no templo, na época de Davi. Ele se deparou com esse dilema ao abordar a seguinte matéria: vida tranquila dos perversos versus dor e aflição do justo.

No capítulo 73 do livro dos Salmos, ele faz as seguintes indagações retóricas: "Foi a toa que mantive o coração puro? Foi em vão que agi de modo íntegro?" Ele formula essas perguntas não esperando uma resposta, mas sim para enfatizar um ponto, provocar uma reflexão ou, talvez, destacar uma ideia ou opinião.

A luta do salmista assemelha-se à de Jó: Por que Deus sendo um Deus justo em suas decisões permitiria a prosperidade do ímpio em detrimento da aflição daquele que é justo? Há um conflito interior vivenciado pelo escritor, marcado por diversos questionamentos. Todavia, ele inicia o capítulo declarando que "Deus é bom para com aqueles que têm o coração puro," afirmação que, certamente, advém de sua experiência com os cuidados de seu Deus. Spurgeon diz que por mais desorientado e confuso que estejamos, nunca devemos permitir que nosso pensamento com relação ao nosso Deus seja denegrido nem que a nossa fé seja abalada. (Spurgeon, Charles H. Os tesouros de Davi, vol 2. Rio de Janeiro.)

Ao abrir seu coração, Asafe compartilha sua angústia, confessando que quase tropeçou e esteve à beira de um abismo devido a este questionamento que o importunava(v.2). Ele sentiu inveja dos orgulhosos, sentiu-se tentado e, ao observar os arrogantes, permitiu que a dúvida sobre o que Deus poderia fazer por ele se infiltrasse em seu coração. Indagava: Como poderia ser isso merecido? Aqueles escarnecedores a quem ele observava eram ricos e poderosos, populares e, aparentemente, felizes, enquanto os justos sofriam e eram afligidos. Ele inclusive menciona que tentou compreender por que tais pessoas prosperavam, mas para ele essa tarefa era extremamente desafiadora. (v.16)

Não seríamos sinceros se empregássemos, nesse momento, qualquer critério de avaliação com a intenção de julgar a postura crítica do salmista ao comparar sua existência à vida de pessoas ímpias, pois, inevitavelmente, tal pensamento já ocupou nossas mentes em algum instante de nossa caminhada. Entendemos, contudo, que ele avaliou a vida apenas pelas aparências externas, por isso, sentir-se injustiçado era uma reação natural para ele.

De maneira notável, como se seus olhos se abrissem e sua mente fosse iluminada por uma luz intensa, Asafe começou, a partir do verso 17, enxergar a realidade de uma forma completamente nova.

A névoa da dúvida e da confusão se dissipou, dando lugar a uma clareza cristalina quando ele encontrou a resposta que tanto buscava em um lugar muito especial: "Então entrei no teu santuário, ò Deus, e por fim entendi o destino deles" Salmos 73:17. NVT. Não que ele tenha esquecido de toda a situação, mas a luz do propósito divino começou a agir, trazendo clareza e compreensão. Aquela foi uma revelação pura e irrefutável, emanada da eternidade, diretamente do santuário de Deus, destinada a pacificar um coração angustiado.

Quando ele se desvincula do ambiente terreno e entra no tempo de Deus, percebe que a dificuldade residia nele mesmo. Ele chega à compreensão de que a prosperidade dos ímpios era efêmera, semelhante a um castelo de areia à beira-mar, destinado a ser arrastado pela maré do tempo. Por outro lado, a riqueza dos justos, embora nem sempre evidente aos olhos do mundo, era eterna e inabalável. Foi-lhe revelado pelo Espírito que, mesmo em sua pobreza e adversidade, ele possuía a única coisa que realmente importava, algo  do qual os perversos não desfrutavam: a presença de Deus em sua vida.(v. 23)

Em comparação com tudo o que as outras pessoas consideradas ímpias possuíam, estar com Deus, ser por Ele orientado, guiado e amado, era o tesouro inestimável que ele detinha. Nas palavras de Purkiser: "A prosperidade dos ímpios era um sonho, a presença de Deus uma realidade" (Purkiser, W. T. "O Livro dos Salmos". P. 233).

Assim como o Espírito Santo de Deus guiou Asafe a esse entendimento, o mesmo Espírito tem nos conduzido, hoje, por essa mesma trajetória. Mesmo diante dos conflitos perturbadores que às vezes invadem nossas mentes, sabemos que a verdadeira riqueza não se encontra na abundância de bens materiais, mas na presença constante e no amor incondicional de Deus; que embora os justos possam sofrer e ser afligidos neste mundo, eles são e sempre serão amados e cuidados por Deus. E mesmo que minha saúde acabe e meu espírito fraqueje o meu Deus continuará sendo a força de meu coração e a minha possessão para sempre. (v. 26)

Com essa nova perspectiva podemos encontrar, assim como o salmista encontrou, a paz e a resposta que buscamos. Nossas experiências nos conduziram a depositar nossa confiança em Deus, mesmo nos momentos mais desafiadores, e a encontrar alegria e contentamento na Sua presença. E assim, iluminados pela luz da verdade, prossigamos em nossa jornada, fortalecidos em nossa fé e renovados em nosso espírito, para então proclamarmos alto e bom som: “Como é bom estar perto de Deus! Fiz do Senhor Soberano meu refúgio e anunciarei a todos tuas maravilhas” Salmos 73:28 NVT

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Decio Fonseca


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