DEUS TRABALHA EM TODAS AS FASES DA VIDA

“Moisés tinha cento e vinte anos de idade quando morreu; todavia, nem os seus olhos nem o seu vigor tinham se enfraquecido.” (Deuteronômio 34:7 – NVI)

A vida de Moisés é um testemunho poderoso de como Deus prepara, molda e usa alguém em fases distintas, com propósitos bem definidos. Dividida em três períodos de 40 anos, sua jornada revela que Deus nunca desperdiça tempo, mesmo quando parece haver espera ou silêncio. Cada momento é parte de um plano maior.

Desde o início, Deus conduziu Moisés por um caminho extraordinário, pois estava em Seu plano usá-lo como pastor e libertador do Seu povo. A preservação de sua vida ainda bebê, colocado no Nilo, foi um milagre. Sua chegada ao palácio do Faraó foi parte de um plano minuciosamente elaborado por Deus.

Moisés foi criado como príncipe no Egito, educado com toda a sabedoria egípcia, num ambiente onde a ciência, a arquitetura e a cultura estavam entre as mais avançadas da época. Pode-se dizer que ele estudou na "Harvard" do Egito antigo. Aos 40 anos, acreditava estar pronto para libertar seu povo. Tentou agir por conta própria, matando um egípcio que maltratava um hebreu, mas fracassou. Deus ainda tinha algo a acrescentar à sua vida. “Ao completar quarenta anos, Moisés decidiu visitar seus irmãos israelitas.” (Atos 7:23, NVI). Essa fase nos ensina que nem todo preparo intelectual ou posição social substitui o tempo do preparo espiritual. Deus pode usar até mesmo o "Egito" para nos ensinar algo essencial.

Veio então o tempo do esquecimento e da quebra: Moisés em Midiã, como podemos acompanhar em Êxodo 2:15–22, Êxodo 3:1 e Atos 7:29–30. Foi nesse período que os acontecimentos o afastaram do palácio e o conduziram ao deserto, onde assumiu uma nova realidade: tornou-se pastor de ovelhas, casou-se com Zípora, teve filhos e passou a servir ao seu sogro Jetro. Durante mais 40 anos, viveu no anonimato, longe da pompa do Egito e das luzes do poder. Foi justamente nesse cenário de silêncio e solidão que Deus escolheu se revelar a ele — não mais entre colunas de mármore, mas no fogo discreto de uma sarça que ardia sem se consumir. “Moisés tinha oitenta anos e Arão oitenta e três quando falaram com o faraó.” (Êxodo 7:7, NVI). Deus usa o deserto para quebrar a autoconfiança e formar em nós a dependência total dEle. Às vezes, Ele nos leva para longe da visibilidade para moldar nosso caráter no anonimato.

Enfim, chegou o tempo da missão. Moisés foi chamado para libertar Israel. Enfrentou Faraó, conduziu o povo pelo deserto, enfrentou crises, desafios e testemunhou milagres. Recebeu a Lei e formou a liderança de um povo que caminhava rumo à Terra Prometida.

Moisés não entrou em Canaã, mas cumpriu fielmente sua missão. A obra exigiu fidelidade, paciência, humildade e perseverança. Ele não foi perfeito, mas foi obediente. “Moisés tinha cento e vinte anos de idade quando morreu...” (Deuteronômio 34:7, NVI)

Essa história nos lembra que Deus age em todas as fases da nossa vida. Sejamos jovens, maduros ou idosos, Deus ainda tem planos para nós. Por isso, não devemos desprezar os tempos de silêncio. Pode ser o nosso "Midiã", onde Deus nos molda com mais profundidade. Nossa missão não começa quando nos sentimos prontos, mas quando Deus diz: “Vai”. E no final, a fidelidade vale mais do que qualquer sucesso visível.

A vida de Moisés nos ensina que os tempos de Deus são perfeitos. Ele não se apressa nem se atrasa. Cada fase — o palácio, o deserto, a missão — teve seu propósito. Que possamos confiar plenamente que o Senhor está nos conduzindo, assim como fez com Moisés, até o nosso último dia. “Ensina-nos a contar os nossos dias para que o nosso coração alcance sabedoria.” (Salmos 90:12, NVI – salmo de Moisés)

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

 

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