O POVO DE DEUS
COMO TEMPLO VIVO DO ESPÍRITO SANTO.
“Seja confirmado, para que o teu nome seja exaltado para
sempre, e se diga: ‘O Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel, é Deus para
Israel!’ E que a descendência de Davi, teu servo, permaneça estável diante de
ti.” 1 Crônicas 17:24 (NVI)
Essas palavras fazem parte da oração de Davi, logo após Deus
ter feito com ele uma aliança eterna. O Senhor promete que da linhagem de Davi
viria alguém cujo trono seria estabelecido para sempre. Essa promessa, além de
abençoar diretamente Davi e sua casa, apontava profeticamente para Cristo, o
Filho de Davi, o Rei eterno.
Profundamente tocado por essa revelação, Davi entra na
presença do Senhor com humildade e reverência. Ele reconhece sua pequenez
diante da grandeza divina, e se coloca em oração, não para buscar glória
própria, mas para exaltar o nome do Senhor. O versículo 24 é especialmente
marcante, pois revela o coração de um rei que compreendia que toda promessa de
Deus tem como fim a exaltação do próprio Deus.
Davi reconhece não apenas quem Deus é, mas quem Deus é para
o Seu povo. Ele clama para que se diga: “O Senhor dos Exércitos é Deus de
Israel — e Deus para Israel.” É uma declaração que une dois aspectos
fundamentais: soberania e proximidade. O Senhor dos Exércitos governa
com poder absoluto, é o Rei supremo. Mas ao mesmo tempo, Ele se faz próximo,
pessoal, presente. Ele é o Deus que caminha com o povo, que intervém na
história, que se importa com cada detalhe da vida de Seus filhos.
Essa dimensão de Deus como “o Deus para Israel” é
carregada de graça. Ele não reina à distância. Não é apenas o Deus de longe,
mas também o Deus de perto. É o Deus todo-poderoso, sim — mas também o Deus
acessível, que se inclina, que responde, que permanece. O onipotente e o
imanente. O eterno e o presente. E isso continua verdadeiro para nós hoje.
Na mesma oração, Davi expressa sua confiança no caráter de
Deus. Ele sabe que a estabilidade do futuro não depende de suas próprias
estratégias como rei, mas da fidelidade de Deus. Por isso, ele ora para que sua
descendência permaneça firme diante do Senhor. E essa oração se cumpre de
maneira gloriosa em Jesus Cristo — o verdadeiro Filho de Davi, cujo Reino
jamais terá fim. Cristo é a rocha inabalável que sustenta o povo de Deus em
todas as gerações.
Há também, nessa oração, um vislumbre do plano redentor de
Deus. Ao dizer que Deus escolheria um homem para manifestar Sua presença, Davi
está, sem saber, lançando luz sobre a encarnação. Em Jesus, o Verbo se fez
carne e habitou entre nós. Ele é o verdadeiro Templo, a habitação perfeita de
Deus entre os homens. Em Cristo, Deus está conosco, para nós, em nós e através
de nós.
Mesmo com todo o poder e prestígio de um rei, Davi se curva
diante do Altíssimo. No versículo 16, ele diz: “Quem sou eu, Senhor Deus, e
o que é a minha família, para que me tenhas trazido até aqui?” Ele
reconhece que não há em si mesmo mérito algum. É o Senhor quem honra. É Ele
quem distingue seus servos, não pelo que são, mas por quem Ele é.
Mais adiante, Davi declara: “Não há outro como tu,
Senhor, e não há Deus além de ti” (v.20). Esse reconhecimento o enche de
temor e gratidão. Deus havia prometido edificar uma casa — não apenas um templo
físico, mas uma descendência eterna. Mais do que isso: Deus faria do Seu povo
um templo vivo, morada do Espírito Santo.
Essa oração de Davi continua nos ensinando. Ela nos lembra
que as promessas de Deus não giram em torno de nós, mas da Sua glória. Que Ele
não apenas governa do alto, mas também caminha ao nosso lado. Que o verdadeiro
Rei veio habitar entre nós — e agora deseja habitar em nós.
“O Deus que reina sobre nós é o mesmo que escolheu
habitar em nós — para sempre exaltado, para sempre presente.”
Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça
e paz.
Pr. Décio Fonseca
09/06/25
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