JESUS: O CENTRO DO CULTO

“Pois onde se reunirem dois ou três em meu nome, ali eu estou no meio deles.” Mateus 18:20 (NAA)

Com base na Palavra de Deus, podemos afirmar com plena convicção: Jesus é o centro do culto. Desde o Gênesis até o Apocalipse, tudo aponta para Ele. Ele é o princípio e o fim, o alfa e o ômega. Todas as coisas foram criadas por meio d’Ele e para Ele. Nada no culto tem valor se não estiver centrado em Cristo. Ele é a razão da nossa reunião, o motivo do nosso louvor e o alvo da nossa adoração.

No Antigo Testamento, vemos os rituais, os sacrifícios, o tabernáculo e o templo como sombras do que haveria de vir. Eles preparavam o coração do povo para o Messias. O cordeiro era símbolo, o altar era símbolo, o sacerdote era símbolo — tudo anunciava a vinda d’Aquele que seria a expressão perfeita do amor e da presença de Deus. Quando Cristo veio, essas figuras ganharam rosto e voz. Ele é o verdadeiro Cordeiro, o Sumo Sacerdote eterno, o verdadeiro Templo, a própria glória de Deus entre nós. Em Jesus está presente, de forma completa e real, tudo o que é próprio de Deus. Por isso, toda adoração verdadeira — antes e depois da cruz — precisa estar voltada para Jesus.

Spurgeon dizia que um culto sem Cristo é vazio, mesmo que tenha belos hinos, liturgias bem estruturadas e palavras bem pronunciadas. Para ele, o culto deve ser marcado por reverência, sinceridade e foco em Jesus. A adoração precisa partir do coração, e não ser apenas um ritual bonito. Também enfatizava que a pregação da Palavra é a parte mais importante do culto, pois é nela que Deus fala ao Seu povo. Ele alertava sobre o perigo de transformar o culto em espetáculo, lembrando que o objetivo não é agradar às pessoas, mas glorificar a Deus. Além disso, via a oração como a alma do culto. Sem oração, o culto perde sua vida e seu poder espiritual. Para Spurgeon, um culto verdadeiro é aquele em que Cristo é exaltado, a Palavra é pregada com fidelidade, a oração é viva e a adoração é sincera.

Quando vamos à igreja, não estamos apenas cumprindo um costume ou seguindo uma programação. Estamos indo ao encontro de Jesus.

É comum ouvirmos em alguns cultos a afirmação de que Jesus é o "convidado especial". Embora bem-intencionada, essa expressão não reflete com precisão o que as Escrituras nos ensinam. Jesus não é apenas alguém que foi convidado a participar da adoração — Ele é o Senhor do culto. É Ele quem dá sentido à nossa reunião. Ele não vem porque O chamamos com gentileza, mas porque o culto é Dele, pertence a Ele e é centrado Nele.

Jesus não está entre nós como alguém que deve ser ocasionalmente homenageado, mas como o dono da casa, o centro da nossa adoração, aquele por quem tudo existe e em quem tudo se sustenta. O culto verdadeiro não é construído sobre nossas preferências ou emoções, mas sobre a Sua presença gloriosa. Não se trata de nós — é para Ele, por meio d’Ele e por causa d’Ele.

Agora me diga: você se sente como um convidado na sua própria casa? Claro que não! Você é o dono. Então por que tratar Jesus como um visitante no lugar que é Dele?
No culto, Ele não deve ser apenas lembrado — deve ser entronizado.

Ele mesmo prometeu: onde dois ou três estiverem reunidos em Seu nome, ali Ele estará. E quando está presente, não vem como espectador, mas como aquele que serve com graça, cura, salvação e vida.

Jesus não vai ao culto para ser agradado com palavras bonitas, porque Ele é a própria Palavra. Ele não vai para ser impressionado com música bem ensaiada, porque no céu Ele já é adorado por anjos com louvores mais belos do que os nossos. O que Ele busca é um coração quebrantado, uma fé viva, uma adoração sincera.

No culto, é Ele quem nos alimenta com a Palavra viva. Ele é o Pão do Céu que sacia nossa fome espiritual. É d’Ele que recebemos direção, perdão, renovo e consolo. Ele se revela àqueles que O buscam de todo o coração. Ele mesmo disse: "Quem me vê, vê o Pai." Ele é a imagem perfeita do Deus invisível. Quando nos reunimos, Ele caminha entre nós como andava entre os candeeiros na visão de João. Ele conhece nossa dor, nossa esperança, nossa necessidade — e age com graça e poder no meio do Seu povo.

Por isso, precisamos nos lembrar de que o culto não é um momento para oferecer algo a Deus como se Ele precisasse de nós. É o momento em que somos alcançados por Sua presença e por Sua generosidade. Ele não está ali para receber o que Lhe falta, porque nada Lhe falta. Ele está presente para nos dar tudo o que realmente precisamos: salvação, vida, paz, direção, força, alegria.

Quando Cristo é o centro, o culto ganha vida. O Pai é glorificado, o Espírito Santo se move com liberdade, e o povo é edificado. Quando nos reunimos com esse entendimento, não há frieza que resista, não há cansaço que permaneça, não há vazio que não seja preenchido. A presença de Jesus transforma tudo. Ele é o centro, o sentido e o sustento da nossa adoração.

“No culto verdadeiro, não vamos oferecer algo a Cristo como se Ele dependesse de nós — vamos porque Ele está presente, pronto para nos dar tudo o que o nosso coração realmente precisa.”

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

30/jul/25

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