O PESO DA TRIBULAÇÃO E A NECESSIDADE DE COMPARTILHAR

"Por isso não tema, pois estou com você; não tenha medo, pois sou o seu Deus. Eu o fortalecerei e o ajudarei; eu o segurarei com a minha mão direita vitoriosa." (Isaías 41:10 (NVI):

Você já se sentiu sozinho em meio às dificuldades, sem alguém com quem dividir suas angústias? Ter um amigo leal, alguém digno de confiança, é um verdadeiro presente de Deus. No entanto, vivemos em um tempo onde muitas relações são superficiais e passageiras, tornando difícil encontrar apoio genuíno. A amizade verdadeira é um dos maiores tesouros que podemos ter, pois nos fortalece nas adversidades, nos acolhe nas incertezas e compartilha das nossas alegrias.

Deus nos criou para vivermos em comunhão, e compartilhar nossos fardos é essencial nos tempos de tribulação. O isolamento agrava a dor, enquanto dividir as dificuldades fortalece nossa caminhada. A Bíblia nos ensina que levar os fardos uns dos outros é um ato de amor cristão (Gálatas 6:2). Confiar na provisão divina inclui buscar apoio na comunhão com os irmãos. E quão valioso é ter alguém com quem possamos compartilhar nossas lutas, não é verdade?

Ainda que não encontremos alguém com quem dividir nossas lutas, podemos ter a certeza de que Jesus nos conhece profundamente. Ele não apenas vê nossas ações externas, mas também sonda nossos corações e entende nossas dores mais secretas. O salmista expressa essa verdade ao dizer: "Senhor, tu me sondas e me conheces. Sabes quando me sento e quando me levanto; de longe percebes os meus pensamentos" (Salmos 139:1-2, NVI). Nada do que passamos escapa ao olhar amoroso de Deus. Quando nos sentimos sozinhos e incompreendidos, Ele está presente, sustentando-nos com Sua graça.

Nos momentos de tribulação, é comum nos sentirmos abandonados, questionando se Deus realmente se importa com o que estamos passando. No entanto, a Bíblia nos assegura que Jesus não apenas vê nossa dor, mas também experimentou o sofrimento humano. "Pois não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim alguém que, como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado" (Hebreus 4:15, NVI). Ele conhece o peso das dificuldades, da rejeição e das provações da vida, pois passou por tudo isso enquanto esteve na terra.

A Igreja de Esmirna, mencionada no livro de Apocalipse, enfrentou perseguições intensas, sendo rejeitada e privada de recursos básicos por causa de sua fé. Entretanto, Jesus os encorajou com palavras de esperança: "Conheço as suas aflições e a sua pobreza; mas você é rico!" (Apocalipse 2:9, NVI). Essa afirmação nos ensina que, mesmo diante das dificuldades, Deus vê nossa fidelidade e nos fortalece. Ainda que o mundo nos despreze, aos olhos do Senhor somos espiritualmente ricos quando permanecemos firmes em nossa fé.

Assim como Esmirna não cedeu às pressões externas, nós também somos chamados a confiar em Deus, independentemente das circunstâncias. Diante das adversidades, Jesus nos convida a entregar nossas preocupações a Ele: "Lancem sobre ele toda a sua ansiedade, porque ele tem cuidado de vocês" (1 Pedro 5:7, NVI). Muitas vezes tentamos resolver tudo sozinhos, mas Deus deseja que confiemos nEle. A verdadeira paz não vem da ausência de problemas, mas da certeza de que não estamos sozinhos.

Além de conhecer nossas dores, Jesus se importa conosco e nunca nos abandona. Em meio às tempestades da vida, Ele nos chama a confiar nEle, pois Sua presença é um refúgio seguro. "O Senhor é refúgio para os oprimidos, uma torre segura na hora da adversidade" (Salmos 9:9, NVI). Quando sentimos medo ou incerteza, devemos lembrar que Deus está no controle, cuidando de cada detalhe da nossa história.

O amor de Cristo nos garante que nada pode nos separar dEle. "Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor" (Romanos 8:38-39, NVI). Mesmo quando tudo ao nosso redor parece incerto, Deus continua fiel.

Ainda que não compreendamos os motivos das nossas dores, podemos confiar que Deus tem um propósito para cada situação. Seu plano é perfeito, e Ele usa até mesmo as dificuldades para nos moldar e nos fortalecer. "Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados segundo o seu propósito" (Romanos 8:28, NVI). Nada acontece por acaso; cada experiência, boa ou ruim, é uma oportunidade de crescimento e amadurecimento na fé.

Diante de tudo isso, a grande pergunta é: temos confiado em Jesus em meio às tribulações ou tentamos carregar tudo sozinhos? Ele nos convida a entregar nossas preocupações, pois é nEle que encontramos verdadeiro descanso: "Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso" (Mateus 11:28, NVI). O alívio que buscamos não está nas soluções humanas, mas na entrega total ao cuidado de Deus.

A vida cristã não significa ausência de problemas, mas a certeza de que nunca estaremos sozinhos. Cristo nos conhece, nos vê e nos sustenta. Podemos enfrentar tempestades, mas Ele continua sendo nossa âncora firme. Se há dores e preocupações em seu coração, lembre-se: Jesus se importa, Ele cuida e jamais o abandonará.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

01_sab_mar_25

 

O PERIGO DA ESTAGNAÇÃO E O CONVITE DE JESUS

"Façam isso, compreendendo o tempo em que vivemos. Chegou a hora de vocês despertarem do sono, porque agora a nossa salvação está mais próxima do que quando cremos"  (Romanos 13:11, NVI).

Li esta semana uma frase atribuída à ex-primeira-ministra da Inglaterra, Margaret Thatcher, bastante interessante e carregada de sabedoria prática: “Ficar parado no meio da estrada é muito perigoso. Você corre o risco de ser atropelado pelo trânsito dos dois sentidos.”

Essa citação ressalta o perigo da inércia e da indecisão, especialmente em momentos que exigem ação e posicionamento. Permanecer estagnado, sem tomar decisões ou avançar, expõe a pessoa a riscos vindos de todas as direções. A falta de movimento e de escolha pode ser tão ou mais perigosa do que tomar decisões equivocadas, pois quem permanece imóvel se torna um alvo fácil das circunstâncias que se movimentam ao seu redor.

Curiosamente, essa ideia de que a paralisia pode ser prejudicial também está presente nas Escrituras. A Bíblia nos apresenta exemplos de pessoas que, em algum momento de suas vidas, estavam “à beira do caminho” — uma metáfora para aqueles que, por diversos motivos, se encontravam estagnados, marginalizados ou sem direção.

Um desses exemplos é o cego Bartimeu, mencionado em Marcos 10:46-52. Ele estava sentado à beira do caminho, em Jericó, provavelmente acostumado à rotina de pedir esmolas e ser ignorado pela multidão. No entanto, quando ouviu que Jesus passava por ali, não se deixou paralisar pela sua condição ou pelas vozes que tentavam silenciá-lo. Pelo contrário, decidiu agir: clamou por misericórdia com insistência, superando a passividade que o mantinha à margem. Sua atitude de romper com a inércia resultou em cura e transformação total de sua vida.

Bartimeu é um exemplo claro de que quem permanece “à beira do caminho” pode permanecer na escuridão e na exclusão, mas quem decide agir, mesmo enfrentando críticas e obstáculos, encontra novas possibilidades.

Outro exemplo marcante está na parábola do semeador, narrada em Mateus 13:1-9 e explicada posteriormente por Jesus em Mateus 13:18-23. Nela, uma parte das sementes lançadas cai à beira do caminho. Essas sementes não penetram no solo e, por isso, tornam-se presas fáceis das aves que as devoram. O terreno à beira do caminho representa corações endurecidos, pessoas que ouvem a Palavra, mas não a acolhem nem permitem que ela produza frutos.

Novamente, vemos a ideia de que permanecer inerte no "caminho", sem se aprofundar ou tomar uma decisão, expõe a pessoa às influências que a impedem de frutificar espiritualmente. O evangelho exige um posicionamento firme. Quem permanece em uma postura indiferente ou superficial corre o risco de perder as oportunidades que Deus oferece. "Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto, fruto que permaneça, a fim de que o Pai lhes conceda o que pedirem em meu nome" (João 15:16, NVI).

Esses exemplos bíblicos, aliados à frase de Margaret Thatcher, nos levam a refletir sobre a urgência de tomar decisões e evitar a estagnação, especialmente em nossa caminhada com Deus. Vivemos em um mundo em constante movimento, onde as circunstâncias se transformam rapidamente. Permanecer inerte ou indeciso diante das situações da vida pode nos fazer ser arrastados pelas correntes das dificuldades ou atropelados pelas pressões que nos cercam.

Existem momentos em que é indispensável reunir coragem para dar o próximo passo, mesmo quando a incerteza tenta nos paralisar. Nesses momentos, a melhor escolha é buscar a direção de Deus, confiando que Ele é quem guia nossos passos com sabedoria e amor. Avançar com fé, sob Sua orientação, é o caminho seguro para enfrentar os desafios e não ser vencido pela passividade ou pelo medo. "Entregue o seu caminho ao Senhor; confie nele, e ele agirá" (Salmos 37:5, NVI).

Na vida espiritual, permanecer “no meio do caminho” é perigoso. A indecisão entre seguir a Cristo de todo o coração ou continuar apegado às coisas deste mundo pode ser fatal para a alma. Jesus mesmo alertou: "Quem não é por mim é contra mim, e quem comigo não ajunta, espalha" (Mateus 12:30). A fé verdadeira exige definição, compromisso e ação. Permanecer neutro, esperando que as coisas simplesmente aconteçam, é uma posição de vulnerabilidade.

Portanto, a mensagem que tanto a frase de Margaret Thatcher quanto as passagens bíblicas nos deixam é clara: não podemos permanecer parados no meio do caminho. É perigoso ficar em cima do muro, indecisos ou acomodados. Precisamos agir, tomar decisões e seguir adiante, especialmente na jornada espiritual. A vida cristã é uma caminhada, e quem caminha precisa se mover, ainda que com passos pequenos, mas firmes na direção correta.

Que, assim como Bartimeu, tenhamos a ousadia de clamar, nos levantar e seguir a Jesus, sem permitir que nada nos impeça de nos aproximar d’Ele. Que possamos ser como a semente que caiu em boa terra, acolhendo a Palavra com um coração fértil e produzindo frutos que glorifiquem a Deus. E, acima de tudo, que não sejamos sufocados pelas preocupações e pressões deste mundo, mas avancemos com firmeza, guiados pela direção do Senhor.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

28_sex_fev_25

 

NÃO BASTA OUVIR: VIVA A PALAVRA!

"Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si mesmos" (Tiago 1:22, NVI).

Temos muitos grupos de WhatsApp e, em muitos deles, recebemos diariamente palavras de edificação, ânimo e versículos bíblicos que falam diretamente ao nosso coração. Lemos, nos alegramos e nos sentimos fortalecidos. Mas, pare e reflita: quanto temos aproveitado dessa bênção colocando em prática a Palavra em nosso dia a dia? É justamente sobre essa questão que Tiago 1:22-25 nos alerta, destacando três pontos fundamentais que podem transformar nossa maneira de viver a fé.

1. Ouvir é importante, praticar é indispensável

Tiago nos exorta: "Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si mesmos" (Tiago 1:22, NVI). Ler e ouvir mensagens edificantes é essencial, mas não suficiente. Muitos se contentam com o conforto que a Palavra traz, sem permitir que ela transforme atitudes e comportamentos. A verdadeira sabedoria está em viver aquilo que se aprende.

A Palavra de Deus é alimento forte, indispensável para o nosso crescimento espiritual. No entanto, temos a tendência de esquecer rapidamente do que ouvimos. Quantas vezes já ouvimos uma pregação inspiradora ou lemos um versículo que tocou nosso coração e, poucas horas depois, agimos de forma impaciente, injusta ou desatenta? Por isso, é fundamental que a Palavra esteja gravada em nosso coração, guiando nossas ações, decisões e reações. Não basta saber o que é certo; é preciso praticar!

Exemplo prático: Ao ouvir a Palavra sobre perdão, somos desafiados a perdoar. Que tal dar aquele primeiro passo e liberar perdão para alguém que o magoou?

2. O perigo de esquecer o que ouvimos

O perigo de esquecer o que ouvimos é real. Tiago compara quem ouve e não pratica àquele que se olha no espelho e logo se esquece da sua aparência: "Aquele que ouve a palavra, mas não a põe em prática é semelhante a um homem que olha a sua face no espelho e, depois de olhar para si mesmo, sai e logo esquece a sua aparência" (Tiago 1:23-24, NVI). Assim é aquele que ouve a Palavra, mas não a aplica em sua vida.

Recebemos palavras de ânimo, conselhos e direções de Deus, mas quantas vezes, ao sair de um culto, de uma reunião ou ao terminar de ler uma mensagem, voltamos às velhas atitudes? Nosso cotidiano é acelerado, repleto de distrações e responsabilidades que facilmente abafam o que edificou nossa alma.

Para combater esse esquecimento, é importante ser intencional. Anote as mensagens que tocaram seu coração, medite nelas e busque aplicá-las ao longo da semana. Faça perguntas práticas como: “Como posso demonstrar amor no trabalho hoje?” ou “De que forma posso ser mais paciente com minha família?”.

Desafio prático: Escolha um versículo que te edificou recentemente e reflita sobre como aplicá-lo em sua rotina. Pequenas atitudes podem gerar grandes transformações!

3. A bênção está em viver a Palavra diariamente

Viver a Palavra não é um ato isolado, mas uma jornada contínua. Tiago encerra dizendo: "Mas quem observa atentamente a lei perfeita, que traz a liberdade, e persevera na prática dessa lei, não esquecendo o que ouviu, mas praticando-o, será feliz naquilo que fizer" (Tiago 1:25, NVI). A verdadeira felicidade e realização vêm da obediência e da perseverança em aplicar a Palavra de Deus no dia a dia.

Quando escolhemos viver conforme a vontade de Deus, transformamos conhecimento em ação e fé em obras. Quem pratica a Palavra experimenta a liberdade que vem de Deus, encontra sabedoria para lidar com as dificuldades e desfruta de uma vida frutífera. É importante lembrar que perseverar não significa ser perfeito, mas ter um coração disposto a aprender, obedecer e, quando necessário, corrigir o caminho.

Exemplo prático: Ao meditar sobre a importância da bondade, que tal surpreender alguém com um ato de gentileza hoje? Um telefonema, uma palavra de encorajamento ou até um simples sorriso podem fazer a diferença.

Deus não nos chamou para sermos apenas ouvintes, mas praticantes fiéis da Sua Palavra. Receber mensagens edificantes é um privilégio, mas a transformação só acontece quando aplicamos o que ouvimos. Na prática, mostramos que realmente cremos e seguimos a Cristo.

Hoje, desafie-se a dar um passo prático de fé. Que mensagem ou versículo recente tocou seu coração? Como você pode vivê-lo hoje? Lembre-se: a bênção está na prática!

Que nossa fé deixe de ser apenas palavras e se torne um testemunho vivo da graça e do amor de Deus em nossas atitudes diárias. Persevere, e você verá a diferença que a Palavra aplicada pode fazer em sua vida!

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

27_qui_fev_25

 

JESUS NO CENTRO

"Deus é fiel, o qual os chamou à comunhão com seu Filho, Jesus Cristo, nosso Senhor" (1 Coríntios 1:9, NVI).

Desde os primeiros versículos de sua carta aos coríntios, o apóstolo Paulo deixa claro o ponto central de sua mensagem: Cristo deve estar no centro de tudo. Ele menciona direta ou indiretamente o nome de Jesus nove vezes nos primeiros nove versículos, reforçando que sem Cristo, nada do que ele dissesse ou fizesse teria sentido. O evangelho não é apenas um conjunto de regras ou um código moral, mas a revelação do único Deus verdadeiro, cujo plano redentor para a humanidade se cumpre plenamente em Jesus.

A igreja de Corinto enfrentava diversas dificuldades, e Paulo sabia que a raiz de todas essas questões era uma fé que ainda não havia colocado Cristo verdadeiramente no centro. Divisões internas, imoralidade, disputas, confusão no uso dos dons espirituais e falta de amor eram sintomas de um coração que ainda estava preso a uma mentalidade mundana. Muitos coríntios haviam sido formados em uma cultura pagã, onde acreditavam em vários deuses e deusas cujos mitos não ofereciam uma visão de mundo coerente ou um propósito definido para a vida cristã. Agora, como servos do Deus vivo, precisavam entender que a história deles e a história do mundo não eram um amontoado de eventos aleatórios, mas uma jornada conduzida por Deus, cujo ápice é Cristo.

Paulo deseja que os coríntios compreendam que foram alcançados pelo movimento do amor e do poder de Deus e que suas vidas agora fazem parte de um enredo maior: a história da salvação conduzida em Cristo. Se tivessem Jesus no centro do entendimento, perceberiam que a verdadeira sabedoria vem de Deus, e não da filosofia humana (1 Co 1:18-25), que a unidade da igreja não está em líderes humanos, mas em Cristo (1 Co 3:4-11), que o corpo é para o Senhor e não para a imoralidade (1 Co 6:13-20), que o amor deve ser o maior valor da comunidade cristã (1 Co 13) e que a ressurreição de Cristo redefine a história e dá sentido à vida (1 Co 15).

Se os irmãos daquela igreja vivessem essa realidade, todas as outras questões controversas que surgem ao longo da carta seriam naturalmente resolvidas. Em vez de disputas e arrogância, haveria humildade e serviço. Em vez de divisões, haveria unidade. Em vez de confusão, haveria clareza. Em vez de egoísmo, haveria amor genuíno. Paulo começa sua carta enfatizando Cristo acima de tudo porque sem Ele não há solução verdadeira para os desafios da igreja e da vida cristã.

Cristo não é apenas o ponto de partida da fé, mas sua essência e sustentação. Nele, a igreja recebeu graça, foi enriquecida em tudo e recebeu dons espirituais. Tudo em Jesus. Desde os primeiros versículos, Paulo reforça essa realidade: eles foram chamados à comunhão com Cristo (1 Co 1:9), receberam a graça de Deus em Cristo (1 Co 1:4), foram enriquecidos no conhecimento e na palavra (1 Co 1:5), receberam dons espirituais (1 Co 1:7) e serão mantidos firmes até o fim por Ele (1 Co 1:8).

A grande questão para os coríntios era mudar sua mentalidade. Embora tivessem aceitado o evangelho, muitos ainda tentavam viver sua fé sob uma perspectiva moldada pela cultura grega e pelos padrões humanos. Paulo os desafia a enxergar tudo à luz de Cristo – o passado, o presente e o futuro. Ter Jesus no centro significa vê-Lo como a chave para interpretar todas as coisas: a vida, a história, a sociedade e até os conflitos internos da igreja. Sem essa transformação no entendimento, continuariam presos a velhos hábitos, costumes e visões distorcidas da realidade.

Quando Cristo ocupa verdadeiramente o lugar central, a vida cristã ganha direção e propósito. Ele define nossa identidade, orienta nossas escolhas, transforma nossa maneira de pensar e molda até mesmo nossa imaginação. Tudo em nós e através de nós deve apontar para Jesus. Essa era a mensagem essencial que Paulo queria transmitir à igreja de Corinto, e é a mesma verdade que devemos aplicar hoje.

Cristo é suficiente. Nele está tudo o que precisamos. Que nossa fé não seja construída sobre conceitos vazios ou filosofias passageiras, mas sobre a Rocha inabalável que é Jesus.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

26_qua_fev_25

 

NÃO TIRE CONCLUSÕES PRECIPITADAS

"Quem responde antes de ouvir comete insensatez e passa vergonha." (Provérbios 18:13, NVI)

O julgamento é uma prática inevitável em nossa vida diária, pois constantemente somos chamados a avaliar pessoas, situações e decisões. No entanto, nem sempre julgamos com a devida reflexão ou baseados na verdade. Muitas vezes, opiniões são formadas a partir de impressões superficiais ou de uma falsa sensação de conhecimento.

Conheço pessoas que se dizem especialistas em tudo; qualquer assunto que você mencione, estão prontas para te dar uma aula, mesmo sem o devido entendimento. Esse tipo de atitude destaca a necessidade de discernirmos não apenas o que ouvimos, mas também como formamos nossos próprios julgamentos.

A Bíblia nos dá orientações claras sobre o tema. Em Mateus 7:1, Jesus adverte: "Não julguem, para que vocês não sejam julgados." Essa passagem nos chama à humildade, lembrando que, como falhos, não temos o direito de emitir julgamentos injustos ou precipitados. Entretanto, em João 7:24, Ele também ensina: "Não julguem apenas pela aparência, mas façam julgamentos justos."

Essas instruções não são contraditórias, mas complementares. Somos exortados a não sermos hipócritas em nossos julgamentos (Mateus 7:3-5), mas a buscarmos um "reto juízo", sempre fundamentado na verdade e no conhecimento. Como diz Provérbios 18:15: "O coração do que tem discernimento adquire conhecimento; os ouvidos dos sábios saem à sua procura." Além disso, Mateus 7:15 nos adverte a estarmos atentos aos falsos profetas, exigindo que usemos discernimento espiritual para identificar o que é verdadeiro.

Um exemplo marcante de julgamento piedoso está na história do rei Salomão ao decidir sobre a disputa de duas mulheres que alegavam ser a mãe de uma criança (1 Reis 3:16-28). Em vez de julgar com base em aparências ou pressões externas, Salomão pediu sabedoria a Deus e usou uma abordagem que revelou a verdade. Sua decisão não apenas resolveu o conflito, mas também demonstrou a importância de buscar a sabedoria divina antes de emitir qualquer julgamento. "E todo o Israel ouviu o veredicto do rei e passou a respeitá-lo profundamente, pois viu que ele possuía sabedoria divina para administrar a justiça" (1 Reis 3:28, NVI).

Outro exemplo está na atitude de Jesus diante da mulher adúltera, em João 8:1-11. Os líderes religiosos estavam prontos para apedrejá-la com base na Lei, mas Jesus desafiou suas motivações ao dizer: "Se algum de vocês estiver sem pecado, seja o primeiro a atirar pedra nela" (João 8:7, NVI). Aqui, Jesus não ignorou o pecado, mas chamou à reflexão, mostrando que o julgamento deve ser exercido com humildade e graça, reconhecendo nossas próprias falhas.

Por outro lado, vemos exemplos negativos de julgamentos precipitados. Em Números 13:31-33, os espias que foram enviados a Canaã julgaram que seria impossível conquistar a terra prometida, baseando-se no medo e nas aparências. Sua falta de fé levou o povo ao desespero e à rebeldia contra Deus. Isso nos ensina que julgamentos baseados na incredulidade ou no pessimismo podem desviar-nos do propósito divino. "Mas o justo viverá pela fé" (Habacuque 2:4, NVI).

Paulo também aborda o julgamento piedoso em sua carta aos Gálatas. Ele exorta os irmãos a corrigirem uns aos outros com mansidão, cuidando para não caírem na tentação do orgulho ou da condenação precipitada: "Irmãos, se alguém for surpreendido em algum pecado, vocês, que são espirituais, deverão restaurá-lo com mansidão" (Gálatas 6:1, NVI). Aqui, vemos que o julgamento deve ser feito com o objetivo de restaurar, não de condenar.

Ao refletir sobre esses exemplos, entendemos que julgar de maneira piedosa significa buscar a verdade com base na Palavra de Deus, evitando tanto a superficialidade quanto a hipocrisia. O apóstolo Paulo resume bem esse princípio em Romanos 2:1: "Portanto, você, que julga, os outros é indesculpável, pois está condenando a si mesmo naquilo em que julga, visto que você, que julga, pratica as mesmas coisas."

Por fim, a verdadeira justiça e discernimento vêm da comunhão com Deus. Tiago 1:5 nos encoraja: "Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida." Essa sabedoria nos capacita a julgar com base na verdade, na graça e no amor, honrando a Deus em nossas atitudes e palavras.

Portanto, somos chamados a julgar de maneira justa e piedosa, reconhecendo nossas limitações, buscando a sabedoria divina e agindo com compaixão. Que nossas palavras e atitudes reflitam o caráter de Cristo, promovendo a edificação e a justiça em tudo que fazemos.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

24_seg_fev_25

 

TRANSFORME SUA ARIDEZ EM UM JARDIM FRUTÍFERO.

"Vejam, estou fazendo uma coisa nova! Ela já está surgindo! Vocês não a percebem? Até no deserto vou abrir um caminho e riachos no ermo." (Isaías 43:19, NVI)

A rotina pode trazer benefícios, como organização, produtividade e estabilidade emocional. Ela ajuda no desenvolvimento de hábitos saudáveis e melhora a qualidade do sono. No entanto, quando se torna rígida e repetitiva, pode gerar tédio, estresse, bloqueios criativos e até isolamento social. Por isso, encontrar o equilíbrio entre responsabilidades e momentos de lazer é essencial para manter o bem-estar físico, mental e espiritual.

Quando a rotina se prolonga em circunstâncias negativas, a esperança pode se esvair. O desânimo toma conta, as energias se esgotam e, muitas vezes, acabamos desistindo de tentar fazer as coisas darem certo.

No âmbito da fé, não é diferente. Se não cultivarmos uma fé viva e renovada, podemos ser arrastados pela repetição dos rituais e nos tornarmos religiosos frios e distantes do coração de Deus. Como o profeta Isaías advertiu ao povo de Judá: "De que me serve a multidão dos seus sacrifícios?", pergunta o Senhor. "Para mim, já basta de holocaustos de carneiros e da gordura de novilhos gordos; não tenho prazer no sangue de novilhos, de cordeiros e de bodes." (Isaías 1:11, NVI). A prática religiosa vazia, sem um coração sincero e contrito, não agrada a Deus.

Assim como na vida diária, nossa jornada espiritual também está sujeita à estagnação. A repetição sem propósito transforma a rotina em um deserto árido para a alma. O que antes era fonte de alegria e conexão com Deus pode se tornar um hábito mecânico, sem significado. Jesus advertiu sobre isso ao dizer: "Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim." (Mateus 15:8, NVI). A verdadeira adoração e devoção vêm de um coração que busca a Deus com sinceridade e desejo de mudança.

A boa notícia é que, mesmo quando nos encontramos em um deserto espiritual, Deus nos oferece renovação. Sua promessa em Isaías é clara: Ele está sempre pronto para fazer algo novo em nossas vidas, trazendo esperança e direção, mesmo nos momentos mais áridos. O Senhor é especialista em abrir caminhos onde parece não haver saída e em fazer brotar rios no ermo. Às vezes, estamos tão focados nas dificuldades que não percebemos a ação de Deus ao nosso redor. Por isso, é fundamental mantermos os olhos da fé abertos para reconhecer os sinais de Sua presença e cuidado.

Nos momentos de desânimo, lembre-se: Deus trabalha mesmo em silêncio e, muitas vezes, é no deserto que Ele mais se revela. Ele nos ensina a depender exclusivamente d'Ele e a confiar em Suas promessas. Como está escrito: "Mas aqueles que esperam no Senhor renovam as suas forças. Voam alto como águias; correm e não se fatigam, andam e não se cansam." (Isaías 40:31, NVI). O Senhor nos convida a permanecer firmes e a não desistir, pois a restauração e a novidade que Ele prometeu já estão a caminho.

Para experimentar essa renovação e romper com a rotina espiritual que esfria nossa fé, é necessário buscar a Deus de forma autêntica. Jesus nos ensinou que "está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai procura." (João 4:23, NVI). Isso significa ir além de repetições e formalidades. É sobre se aproximar de Deus com um coração aberto e disposto a ser transformado.

Como podemos reavivar nossa fé e sair dessa estagnação espiritual? Primeiramente, orando com sinceridade, conversando com Deus como um filho que confia no cuidado do Pai. Depois, mergulhando na leitura da Palavra com a expectativa de ouvir Sua voz. A adoração também desempenha um papel fundamental: não apenas cantar, mas permitir que a presença de Deus toque e transforme o nosso interior. E, por fim, servir ao próximo, colocando em prática o amor que recebemos de Deus, torna nossa fé ativa e frutífera.

Deus deseja que nossa vida seja marcada por frutos que permaneçam. "O meu Pai é glorificado pelo fato de vocês darem muito fruto; e assim serão meus discípulos." (João 15:8, NVI). Esses frutos se manifestam em atitudes diárias: amar, perdoar, agir com bondade e ser instrumento de paz. Essa transformação não é resultado do nosso esforço isolado, mas da ação do Espírito Santo em nós.

Se você tem sentido sua vida como um deserto e sua fé como uma rotina vazia, saiba que Deus tem algo novo para você. "O ladrão vem apenas para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham plenamente." (João 10:10, NVI). Há uma vida abundante reservada para aqueles que confiam no Senhor e se rendem ao Seu cuidado. Por mais árido que o caminho pareça, há um riacho de renovação pronto para brotar em sua vida.

Hoje é o dia de dizer sim ao novo de Deus. Permita que Ele transforme sua aridez em um jardim frutífero. Levante-se com fé e esperança, pois aquele que prometeu é fiel para cumprir. Que ao final da sua jornada você possa testemunhar: "O Senhor foi meu sustento e minha fonte de vida." Receba essa palavra, creia e viva a novidade que Deus preparou para você!

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

 

24_seg_fev_25


 

ENCONTRANDO PAZ EM MEIO AOS CONFLITOS INTERNOS

“Deixo-lhes a paz; a minha paz lhes dou. Não a dou como o mundo a dá. Não se perturbem os seus corações, nem tenham medo.” (João 14:27, NVI).

A mente humana é um terreno complexo onde pensamentos, sentimentos e desejos frequentemente entram em conflito. Todos nós, em algum momento, já experimentamos a luta interna entre aquilo que sabemos ser certo e aquilo que desejamos fazer. Esse embate constante é uma realidade da vida e pode nos conduzir a momentos de dúvida, angústia e frustração. Entretanto, a Bíblia não apenas reconhece essa batalha interior como também oferece caminhos para vencê-la e experimentar a verdadeira paz.

Desde os tempos antigos, a Escritura revela a origem desses conflitos. O apóstolo Paulo escreve em sua carta aos Gálatas: "Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne. Eles estão em conflito um com o outro, de modo que vocês não fazem o que desejam" (Gálatas 5:17, NVI). Paulo descreve a luta entre nossa natureza humana, inclinada ao pecado, e o Espírito Santo que habita em nós, conduzindo-nos à vontade de Deus. Essa tensão explica porque, mesmo conhecendo o bem, muitas vezes nos vemos fazendo o oposto. Não é apenas uma questão de força de vontade, mas uma batalha espiritual travada no coração e na mente.

Ao olharmos para nossa rotina diária, percebemos como esses conflitos se manifestam. As pressões externas, as emoções intensas e os desejos imediatos frequentemente nos afastam dos valores que desejamos cultivar. Se não estivermos atentos, caímos na armadilha de viver no "piloto automático", tomando decisões sem reflexão ou propósito. Esse estilo de vida pode nos levar a um estado de estagnação espiritual, onde práticas como oração, leitura bíblica e participação na comunidade de fé tornam-se meros rituais vazios. Jesus alertou sobre esse perigo ao dizer: "Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim" (Mateus 15:8, NVI). Honrar a Deus com palavras sem um coração entregue é uma armadilha que muitos, inclusive nós, podem cair se não buscarmos intencionalmente uma fé viva e autêntica.

A boa notícia é que Deus não nos deixa sozinhos nessa luta. Ele nos oferece um caminho de transformação e renovação. Paulo nos orienta em Romanos: "Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus" (Romanos 12:2, NVI). Renovar a mente é um processo diário que exige entrega, disciplina e dependência do Espírito Santo. É pela Palavra de Deus que encontramos direção e força para resistir às tentações e realinhar nossos pensamentos com os de Cristo.

A renovação da mente é uma experiência prática que ocorre ao alimentá-la com verdades bíblicas, substituir pensamentos negativos por promessas de Deus e buscar, em oração, força para resistir ao que nos afasta d’Ele. Não é negar sentimentos, mas submetê-los à vontade do Senhor. Quando deixamos Deus guiar nossas decisões, experimentamos uma paz que independe das circunstâncias.

A paz de Deus é uma das Suas promessas mais preciosas. Ela não vem da ausência de problemas, mas da presença constante do Senhor em nossa vida. Mesmo em meio às dificuldades, podemos descansar sabendo que Ele está no controle. Quando confiamos n’Ele e entregamos nossas preocupações, experimentamos serenidade e força para enfrentar qualquer adversidade.

A transformação espiritual é um processo contínuo, marcado por lutas internas e momentos de falha. Contudo, a graça de Deus é suficiente para nos levantar e guiar de volta ao caminho certo. Ele não exige perfeição, mas um coração sincero e disposto a buscá-Lo. Como Jesus ensinou, Deus procura adoradores que O adorem em espírito e em verdade, com um relacionamento genuíno e um coração transformado.

Se você sente que sua mente tem sido um campo de batalha, cheio de dúvidas, medos e pensamentos que roubam sua paz, saiba que há esperança. O Senhor não apenas entende sua luta, mas também oferece recursos para vencê-la. A oração, a meditação na Palavra, a comunhão com outros irmãos e a prática da gratidão são ferramentas poderosas para fortalecer sua fé e renovar sua mente. Como disse Jesus: "Eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente" (João 10:10, NVI). Essa vida abundante inclui paz, propósito e vitória sobre os conflitos internos.

Que hoje você escolha se voltar para Deus com sinceridade, permitindo que Ele renove sua mente, cure seu coração e guie seus passos. Não permita que os conflitos determinem sua jornada. Em Cristo, há força para resistir, sabedoria para decidir e paz para prosseguir. Que sua vida seja marcada não pelos conflitos da carne, mas pela vitória do Espírito em você. Confie no Senhor e experimente a transformação que só Ele pode realizar.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

 

23_dom_fev_25

 

TOTAL DEPENDÊNCIA

"Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e ele agirá" (Salmos 37:5, NVI).

Quantos de nós, ao nos aproximarmos do Senhor ou ao buscarmos uma igreja pela primeira vez, estávamos motivados por necessidades imediatas? Muitas vezes, procuramos cura, emprego, restauração familiar ou simplesmente alívio para a alma. É comum aceitar o convite de um amigo ou familiar para participar de um culto, cheios de esperança de que nossos problemas sejam resolvidos rapidamente.

No entanto, nem sempre percebemos que Deus tem planos muito maiores e mais profundos para nossa vida. Seus propósitos vão além das bênçãos materiais ou das soluções momentâneas. Ele deseja não apenas suprir nossas necessidades, mas transformar nosso coração e nos conduzir a um relacionamento íntimo e duradouro com Ele. Sua visão é infinitamente superior à nossa. Como a Palavra nos lembra: "Pois os meus pensamentos não são os pensamentos de vocês, nem os seus caminhos são os meus caminhos", declara o Senhor" (Isaías 55:8, NVI).

Deus enxerga o quadro completo da nossa existência. Ele não age apenas para atender nossos pedidos imediatos, mas para realizar em nós um propósito eterno que excede nossas expectativas. Por isso, ao buscá-Lo, não limitemos nossa fé ao que desejamos para hoje; abramos o coração para o que Ele tem preparado em Sua sabedoria e amor.

Muitas vezes, mesmo sem percebermos, já estamos sendo guiados pelo Espírito Santo. Mesmo quando procuramos apenas um alívio temporário, Ele nos atrai para uma experiência mais profunda e transformadora. Esse agir do Espírito nos leva além das limitações do nosso entendimento, conduzindo-nos a um encontro pessoal e real com Deus. "Atraí-os com cordas humanas, com cordas de amor; e fui para eles como os que tiram o jugo de sobre as suas queixadas, e lhes dei mantimento" (Oséias 11:4, ARC).

O Senhor, em Sua soberania, usa situações adversas para se revelar de forma extraordinária. Vemos isso no relato da morte de Lázaro. Marta e Maria buscaram Jesus para curar o irmão enfermo, mas, aos olhos humanos, tudo parecia ter dado errado com a morte dele. No entanto, aquele momento doloroso fazia parte de um propósito maior: a glorificação de Deus e a demonstração de Seu poder sobre a morte. Jesus ressuscitou Lázaro, trazendo não apenas consolo às irmãs, mas fortalecendo a fé de todos os que testemunharam o milagre. (João 11:4, NVI)

Deus deseja que reconheçamos nossa incapacidade de resolver as questões mais profundas por conta própria. Render-se a Ele não é fraqueza, mas um caminho para a verdadeira salvação. Ao nos esvaziarmos de orgulho e autossuficiência, abrimos espaço para que o Senhor opere em nós de forma poderosa. Ele não apenas resolve nossos problemas, mas transforma quem somos e nos dá um propósito eterno. (Efésios 2:8, NVI)

Por vezes, Deus permite que enfrentemos desertos e períodos de solidão, momentos em que parece não haver saída. Esses tempos difíceis são oportunidades para aprendermos a depender exclusivamente d’Ele. Quando clamamos em meio às dificuldades, experimentamos Sua presença que nos sustenta e fortalece. Como declarou o apóstolo Paulo: "Mas ele me disse: 'Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza'" (2 Coríntios 12:9, NVI).

O maior presente que Deus nos oferece não é algo material ou passageiro, mas a redenção e a vida eterna por meio de Jesus Cristo. Ele nos chama para um relacionamento onde encontramos paz e propósito que excedem tudo o que o mundo pode oferecer. Ao respondermos ao Seu chamado, percebemos que Ele não apenas nos abençoa, mas nos transforma em instrumentos de Sua glória.

Nossa busca pelo Senhor deve ir além de nossas necessidades imediatas. O verdadeiro encontro com Deus ocorre quando o buscamos de coração aberto, desejando conhecê-Lo e viver segundo Sua vontade. Essa entrega nos conduz a uma alegria que não depende das circunstâncias e a uma esperança que nunca se desfaz.

Por fim, é essencial entendermos que Deus sempre tem algo maior e mais profundo reservado para nós. Quando O buscamos de verdade, Ele nos guia à verdadeira vida, revelando Sua glória em cada passo da caminhada. Que possamos confiar em Sua soberania e bondade, sabendo que Ele é suficiente para nos preencher e salvar em todas as circunstâncias.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

22_sab_fev_25


O QUE DEUS VÊ EM NÓS

"Mas Deus escolheu o que para o mundo é loucura para envergonhar os sábios, e escolheu o que para o mundo é fraqueza para envergonhar o forte" (1 Coríntios 1:27, NVI).

Meu pai costumava dizer: "Meu filho, você precisa estudar para ser alguém na vida." Hoje, ao observar o mundo, percebo que ele está cheio de "alguéns" e "ninguéns", e essa distinção não faz bem a ninguém, não é verdade? Deus não nos criou para essa divisão. Todas as pessoas, ao nascer, possuem a mesma dignidade, sem mais nem menos do que qualquer outro.

Entretanto, a necessidade de "ser alguém" está profundamente enraizada no coração humano. Muitos acreditam que só terão valor se ocuparem posições de destaque, esquecendo-se de que, para Deus, o verdadeiro valor não está no status, mas na identidade que temos n'Ele.

O culto à fama atingiu níveis tão absurdos que algumas pessoas se tornam conhecidas simplesmente por serem famosas. Muitos rostos são amplamente reconhecidos, mas seus nomes e realizações permanecem desconhecidos. Não sabemos ao certo se são modelos, jogadores de futebol ou estrelas de cinema—sua notoriedade não se baseia em feitos significativos, mas na exposição constante.

Enquanto o mundo estabelece padrões baseados em riqueza e status, classificando as pessoas entre "alguéns" e "ninguéns", Deus enxerga de forma diferente. Ele olha para o coração e nos valoriza pelo que realmente somos n'Ele. "Irmãos, pensem no que vocês eram quando foram chamados. Poucos eram sábios segundo os padrões humanos; poucos eram poderosos; poucos eram de nobre nascimento" (1 Coríntios 1:26, NVI).

A lógica de Deus é diferente da lógica humana, e isso confundia os filósofos de Corinto. O Senhor exalta os humildes e derruba os soberbos. Enquanto o mundo valoriza títulos e poder, Deus usa os improváveis para cumprir Seus propósitos.

Foi assim com Amós, um simples boiadeiro e colhedor de figos, que Deus levantou como profeta para denunciar a injustiça e proclamar Sua Palavra. Ele mesmo declarou: "Eu não sou profeta nem pertenço a um grupo de profetas. Sou apenas um boiadeiro e cuido de figueiras silvestres. Mas o Senhor me tirou de junto do rebanho e me disse: ‘Vá, profetize a Israel, o meu povo’" (Amós 7:14-15, NVI).

E o que dizer de Pedro, um pescador sem formação teológica, chamado por Jesus e capacitado pelo Espírito Santo? Ele foi um dos principais líderes da igreja primitiva e, no dia de Pentecostes, pregou um dos sermões mais impactantes da história, levando três mil pessoas à conversão (Atos 2:37-38, NVI). Esses exemplos mostram que Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos. Ele não se impressiona com a sabedoria dos homens, pois Sua escolha é baseada no coração.

O ser humano está constantemente em busca de reconhecimento, acreditando que o sucesso o torna superior aos outros. O mais preocupante é que essa mentalidade também se infiltra nas igrejas, onde, em vez de servirem a Deus com humildade, muitos almejam posições de destaque e prestígio.

No entanto, Deus nos chama para a humildade, lembrando-nos de que ninguém pode se gloriar diante d’Ele. O apóstolo Paulo adverte os crentes de Corinto de que, aos olhos de Deus, todos estavam na mesma posição—não havia espaço para vanglória humana. "Para que ninguém se vanglorie diante dele." (1 Coríntios 1:29, NVI). O verdadeiro valor não está na posição que ocupamos, mas em quem somos em Deus.

Quando aceitamos Jesus como nosso Salvador, recebemos uma nova identidade. Nossa verdadeira posição não está em cargos, títulos ou posses, mas em viver para a glória de Deus.

O conhecimento humano é valioso e muito importante neste mundo competitivo, e nossas crianças devem ser incentivadas a buscá-lo. No entanto, nossa maior alegria deve estar no fato de pertencermos a Deus, vivermos conforme Sua vontade e conhecermos Seu plano para nossa vida. "É, porém, por iniciativa dele que vocês estão em Cristo Jesus, o qual se tornou sabedoria de Deus para nós: isto é, justiça, santidade e redenção, para que, como está escrito: 'Quem se gloriar, glorie-se no Senhor'" (1 Coríntios 1:30-31, NVI). O verdadeiro saber não se limita ao conhecimento humano, mas está em Cristo, a fonte suprema de sabedoria, justiça e redenção.

O mundo valoriza riquezas, fama e status, mas Deus olha para o coração. Ele escolhe aqueles que o mundo despreza para mostrar Seu poder e glória. Pedro, um pescador, e Amós, um boiadeiro, se tornaram grandes instrumentos de Deus porque foram chamados e capacitados por Ele.

Enquanto muitos se preocupam em "ser alguém", Deus nos lembra de que o verdadeiro valor não está no que possuímos, mas em quem somos n'Ele. Quando nos gloriamos, devemos nos gloriar no Senhor, pois tudo vem d'Ele e para Ele.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca


 

CONFIANDO EM DEUS EM MEIO ÀS PREOCUPAÇÕES DA VIDA

"Tu guardarás em perfeita paz aquele cujo propósito está firme, porque em ti confia."  (Isaías 26:3, NVI)

Li esta semana um artigo de uma pesquisa realizada com mais de 2 mil jovens britânicos, com idades entre 16 e 25 anos, e o assunto revelou um dado preocupante: muitos da Geração Z recusam ofertas de emprego devido aos altos custos iniciais, como transporte e uniformes.

O aumento do custo de vida tem gerado ansiedade e limitado as aspirações profissionais desses jovens, com pelo menos um em cada dez incapaz de arcar com essas despesas. Mais da metade teme nunca alcançar segurança financeira, e mais de um terço sente estresse apenas ao pensar em dinheiro. Esse cenário não afeta apenas a área econômica, mas também a saúde mental e a confiança dessa geração, especialmente os jovens de comunidades mais vulneráveis, criando um ciclo difícil de romper.

Diante dessa realidade, surge uma pergunta: o que a Palavra de Deus nos ensina sobre a preocupação com o amanhã e a ansiedade? Que tal refletirmos juntos e encontrarmos na Escritura o consolo e a direção que nosso coração precisa?

Toda essa inquietação, que leva a situações de estresse, aflige a alma e traz consequências físicas. Muitas vezes, sua raiz está no desconhecimento da Palavra de Deus e dos benefícios de entregar a vida nas mãos d'Aquele que conhece todas as coisas e sempre deseja o melhor para nós. Confiar em Deus não é apenas uma questão espiritual; é uma escolha que traz descanso, segurança e a verdadeira paz que só Ele pode oferecer.

Jesus foi claro ao dizer: "Portanto, não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã trará suas próprias preocupações. Basta a cada dia o seu próprio mal." (Mateus 6:34, NVI). Essa advertência não é um convite à passividade. Não significa sentar e esperar que tudo aconteça sem esforço ou responsabilidade. Pelo contrário, é um chamado para confiarmos na provisão de Deus enquanto agimos com sabedoria e buscamos conhecer o propósito d'Ele para nossa vida. A confiança ativa nos leva a viver com propósito e responsabilidade, sabendo que Deus guia e supre a cada passo da jornada.

Deus nos convida a entregar nossas preocupações a Ele, e a oração é o caminho para isso. Ao confiarmos n'Ele, recebemos uma paz que excede todo entendimento, capaz de acalmar nosso coração em meio às tempestades da vida. Quem já experimentou lançar sobre Deus suas ansiedades sabe o alívio que isso traz — como se um peso fosse retirado dos ombros. A Palavra afirma: "Lancem sobre ele toda a sua ansiedade, porque ele tem cuidado de vocês." (1 Pedro 5:7, NVI) e "Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus." (Filipenses 4:6-7, NVI). Que promessa maravilhosa: Deus cuida de nós!

Confiar em Deus é vital para nossa saúde emocional e espiritual. Assim como Ele sustentou o povo de Israel no deserto por quarenta anos, Ele tem cuidado de nós em cada detalhe. Podemos declarar com confiança: "O Senhor é o meu pastor; de nada terei falta." Priorizar o espiritual, colocando o Reino de Deus em primeiro lugar, traz descanso, propósito e direção. A Bíblia nos assegura: "Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas lhes serão acrescentadas." (Mateus 6:33, NVI). Ao focarmos no que é eterno, encontramos equilíbrio para enfrentar os desafios temporais.

Esta mensagem é relevante para todos nós, mas especialmente para os jovens desta geração, que enfrentam intensas pressões, incertezas e a constante busca por realização pessoal e profissional. Em meio a esse ritmo acelerado e desgastante imposto pelo mundo, é fundamental aprender a confiar em Deus e entregar a Ele todas as ansiedades e medos.

Aqueles que colocam o Senhor no centro de suas vidas experimentam uma paz que o dinheiro não pode comprar e uma segurança inabalável, independente das circunstâncias. Essa confiança em Deus é o verdadeiro alicerce para enfrentar os desafios da vida com equilíbrio e esperança.

Hoje, o convite do Senhor é claro: confie, descanse e permita que Ele conduza cada passo do seu caminho. Se você está sobrecarregado com as preocupações do futuro, dê um passo de fé. Ore, leia a Palavra e busque conhecer o propósito que Deus tem para sua vida. Ele está pronto para cuidar de você.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

20_qui_fev_25

 

DEUS DE PROMESSAS

"De todas as boas promessas do Senhor à casa de Israel, nenhuma delas falhou; todas se cumpriram" (Josué 21:45, NVI).

A igreja fiel serve a um Deus vivo, soberano sobre todas as coisas. Ele é poderoso, invencível e nunca perdeu uma batalha. Este é o Deus Criador, que, com Sua Palavra, trouxe à existência o universo e, ao mesmo tempo, é um Pai amoroso, cujo olhar de misericórdia está continuamente voltado para o Seu povo. Seus ouvidos estão sempre atentos ao clamor de Seus filhos, pois Ele se importa profundamente com cada dor, necessidade e oração. Como diz o salmista: "Ele não permitirá que você tropece; o seu protetor se manterá alerta. Sim, o protetor de Israel não dormirá, ele está sempre alerta" (Salmo 121:3-4, NVI). Essa vigilância constante nos garante que, em Deus, jamais estamos sozinhos.

Saber que servimos a um Deus com essas qualidades nos traz conforto em meio às tribulações e segurança durante as tempestades da vida. Mesmo quando enfrentamos situações que parecem impossíveis, podemos ter a certeza de que Seu agir não pode ser impedido. Não há força ou circunstância capaz de deter Sua mão poderosa. Ele é fiel, cumpre Suas promessas e nunca falha. Diferente do homem, que pode mentir ou se equivocar, Deus é imutável em Suas decisões. Como está escrito: "Deus não é homem para que minta, nem filho de homem para que se arrependa. Acaso ele fala e deixa de agir? Acaso promete e deixa de cumprir?" (Números 23:19, NVI). Essa verdade nos convida a descansar na certeza de que Suas palavras são firmes e eternas.

Deus é também um Deus de aliança. Ele é fiel às Suas promessas, mesmo quando enfrentamos a nossa própria fragilidade e condição pecaminosa. Sua fidelidade não depende de nós, mas de Seu caráter perfeito e justo. Ele prometeu manter o trono de Davi por amor ao Seu servo, e, mesmo diante do pecado e da infidelidade do povo, Deus permaneceu fiel à Sua aliança. Ele zelou pela promessa feita, revelando Seu compromisso eterno com Sua Palavra. Como Deus declarou em Jeremias: "Eu velo sobre a minha palavra para a cumprir" (Jeremias 1:12, NVI). Isso nos dá a certeza de que tudo o que Ele promete, Ele realiza, pois "é impossível que Deus minta" (Hebreus 6:18, NVI).

Mesmo em meio às adversidades, sabemos que há esperança. Nossa confiança está firmada em Deus, e isso nos permite enfrentar os momentos de tristeza sem sermos consumidos pelo desespero. Embora possamos chorar durante a noite, a alegria vem pela manhã, como nos ensina a Palavra: "O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã" (Salmo 30:5, NVI).

Ele é o Deus que transforma lutas em vitórias, e nossa esperança repousa em Suas mãos poderosas. Essa confiança vem da certeza de que os planos de Deus não podem ser frustrados. Jó declarou: "Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado" (Jó 42:2). Mesmo quando enfrentamos situações que parecem impossíveis, nossos olhos da fé enxergam o invisível, e já podemos contemplar o impossível acontecendo.

Essa visão de fé não apenas nos fortalece, mas também nos dá coragem para seguir adiante, sabendo que Deus está trabalhando em nosso favor. Ele transforma nosso pranto em alegria e nossas provações em testemunhos de Sua glória. A certeza de que o Deus Todo-Poderoso vela por nós e cumpre Suas promessas é o que nos sustenta nas batalhas da vida. É por isso que seguimos com esperança e confiança, sabendo que "todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus" (Romanos 8:28, NVI), e que, Nele, somos mais que vencedores.

A Palavra de Deus é o fundamento inabalável da nossa fé. Ela nunca falha, nunca cai por terra e permanece para sempre. Enquanto tudo ao nosso redor é transitório e até mesmo aquilo que parece mais sólido pode passar, a Palavra de Deus é eterna, imutável e infalível. Jesus afirmou: "Céus e terra passarão, mas as minhas palavras jamais passarão" (Mateus 24:35, NVI). Essa verdade nos assegura que o que Deus declarou é definitivo e independente das circunstâncias. O profeta Isaías reforça: "A palavra de nosso Deus permanece para sempre" (Isaías 40:8, NVI). Deus não é como o homem, que mente ou se contradiz. Suas promessas são um reflexo de Sua natureza fiel e soberana, e tudo o que Ele prometeu se cumprirá.

Essa certeza nos dá esperança, força e direção. Mesmo quando enfrentamos adversidades, sabemos que Suas promessas permanecem firmes e Sua Palavra é um alicerce eterno. Ele é o Deus que transforma vidas, cumpre promessas e nos conduz com fidelidade até o cumprimento do Seu propósito. Por isso, permanecemos confiantes, firmados no Deus de promessas, que vela por Sua Palavra e jamais falha.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

19_qua_fev_25

 

CONFIANÇA GENUÍNA E DESCOMPLICADA

“Então disse Jesus: ‘Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino dos céus pertence aos que são semelhantes a elas’" (Mateus 19:14, NVI).

Spurgeon certa vez afirmou que a capacidade de crer é mais abundante nas crianças do que nos adultos. Isso reflete a pureza e a simplicidade da fé infantil, marcada por uma confiança genuína e descomplicada. Quando Jesus declara que "o Reino dos céus pertence às crianças", Ele não está restringindo a salvação à idade, mas destacando que a essência do Reino é refletida em um coração humilde, dependente e confiante, como o de uma criança.

Essa perspectiva nos desafia a abandonar o ceticismo e o orgulho que frequentemente surgem com a maturidade e a retornar à simplicidade da fé. O Reino dos céus não é alcançado por mérito ou sabedoria humana, mas por uma entrega sincera e despojada de reservas. Jesus nos convida a nos aproximarmos de Deus com o mesmo espírito receptivo que caracteriza os pequenos, refletindo em nossas vidas a humildade e a confiança necessárias para trilhar o caminho rumo à Vida Eterna.

Ao usar a imagem das crianças, Jesus ensina que a fé genuína é desprovida de orgulho e aberta à graça divina. Assim como as crianças confiam plenamente na bondade de quem as ama, devemos nos entregar a Deus com a mesma confiança, reconhecendo nossa total dependência de Sua graça. "Quem poderá subir o monte do Senhor? Quem poderá entrar no seu Santo Lugar? Aquele que tem mãos limpas e o coração puro, que não recorre aos ídolos nem jura por deuses falsos" (Salmos 24:3-4, NVI).

O Evangelho, de fato, é coisa de criança! O Reino de Deus pertence a elas, não por causa da idade, mas pela pureza de coração e pela confiança que exemplificam. Esse chamado é para todos, independentemente da fase da vida, pois o Reino dos céus é habitado por aqueles que se aproximam de Deus com fé sincera e humilde. "Portanto, quem se faz humilde como esta criança, este é o maior no Reino dos céus" (Mateus 18:4, NVI).

Jesus ensina que o Reino dos Céus não pertence aos que se consideram "dignos" ou capazes de conquistá-lo por seus méritos. Pelo contrário, Ele o oferece como um presente aos que são "tais como crianças" – os mais vulneráveis, dependentes e humildes. Essa declaração desafia aqueles que, por orgulho ou autossuficiência, reivindicam a entrada no Reino com base em suas obras ou status.

O Reino dos Céus não é uma conquista humana, mas um dom de Deus para aqueles que, reconhecendo sua total incapacidade, se aproximam d'Ele com um coração humilde e confiante, desprovido de qualquer pretensão, assim como uma criança.

Esse chamado de Jesus nos convida a um recomeço espiritual, onde deixamos de lado a busca por reconhecimento e aceitação baseada em nossos méritos. A simplicidade da fé infantil nos ensina a depender inteiramente da graça divina, sem barganhas ou exigências, mas com humildade e entrega total. Somente ao abandonar o orgulho e nos colocarmos como filhos diante do Pai, podemos experimentar a verdadeira comunhão com Deus. É nessa posição de dependência e confiança que encontramos a paz e a alegria que vêm do Reino dos Céus. Assim, a glória eterna não é conquistada, mas recebida como um dom imerecido de amor divino. "Mas os humildes receberão a terra por herança e desfrutarão pleno bem-estar." (Salmos 37:11, NVI).

Faça-se como uma criança e receba o Reino dos Céus. Adote a pureza, a humildade e a dependência que caracterizam os pequenos, reconhecendo sua total necessidade de Deus. A entrada no Reino não é conquistada por força ou mérito, mas pela entrega sincera e pela confiança plena no amor e na graça do Pai. Somente quando nos despimos do orgulho e abraçamos a simplicidade de uma fé infantil, podemos experimentar a plenitude da comunhão com Deus e a alegria de Sua salvação eterna.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

18_ter_fev_25

 

A SUFICIÊNCIA DE CRISTO

“O Senhor é o meu pastor; de nada terei falta.” (Salmos 23:1, NVI).

Essa declaração poderosa do Salmo 23 nos convida a descansar na provisão completa de Deus. Ele é o Bom Pastor que nos guia por caminhos seguros, supre nossas necessidades e nos protege em meio às dificuldades. Em Sua presença, encontramos paz e descanso para a alma. Não há falta na vida daquele que caminha sob o cuidado do Senhor. A suficiência de Cristo nos assegura que tudo o que precisamos para viver uma vida plena já está Nele.

Muitas vezes, somos enganados pelo inimigo de nossas almas, que tenta nos convencer de que precisamos buscar algo além do que Deus já revelou para experimentar uma comunhão mais profunda. Essa é uma armadilha perigosa que nos desvia da verdade. No entanto, a Palavra de Deus nos lembra que “nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Colossenses 2:9, NVI). Tudo o que necessitamos já foi dado em Cristo. Sua graça é suficiente, e Ele nos convida a confiar plenamente em Suas promessas.

A suficiência de Cristo significa que a verdade de Deus é completa e não precisa de acréscimos ou inovações humanas. O banquete da redenção já foi preparado, e somos convidados a nos alimentar das riquezas de Sua graça. Não precisamos de doutrinas mirabolantes ou ideias extraordinárias que estejam fora da Palavra de Deus. Pelo contrário, somos chamados a permanecer firmes na verdade e a viver na simplicidade e pureza do evangelho. “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo” (Efésios 1:3, NVI).

Nosso maior desafio não está em buscar algo novo, mas em tomar posse do que já nos foi dado em Cristo Jesus. Ele nos concedeu uma herança inestimável, composta pelas insondáveis riquezas de Sua graça. Muitas vezes, o que nos falta é reconhecer e valorizar essa herança, vivendo à altura do chamado que recebemos. Precisamos aprender a aplicar essas verdades em nossa caminhada diária, experimentando a paz, a esperança e a alegria que só Ele pode oferecer.

A suficiência de Cristo também nos dá força para enfrentar as dificuldades da vida. Ele nos sustenta em cada desafio, nos capacita a vencer o pecado e nos garante a vitória sobre a morte. Filipenses 4:19 nos assegura: “O meu Deus suprirá todas as necessidades de vocês, de acordo com as suas gloriosas riquezas em Cristo Jesus”. Isso não significa que teremos tudo o que desejamos, mas que nunca nos faltará aquilo de que realmente precisamos. Deus é fiel para nos suprir em cada circunstância, e, por isso, podemos descansar em Sua provisão.

Contudo, viver na suficiência de Cristo exige de nós uma resposta prática. Não basta saber que em Cristo temos tudo; precisamos agir com base nessa verdade. Devemos valorizar o que Ele já nos deu, aplicando Sua Palavra em nossas decisões, relacionamentos e prioridades. Isso significa viver com gratidão e confiança, reconhecendo que não precisamos buscar fora do evangelho aquilo que Deus já nos concedeu de forma abundante.

Além disso, a suficiência de Cristo nos chama a permanecer fiéis. Tiago 2:12 nos lembra que seremos julgados pela “lei da liberdade”. Embora sejamos salvos pela graça, nossas obras refletem a autenticidade de nossa fé. Cristo, vivendo em nós, nos capacita a agir com misericórdia e compaixão, revelando ao mundo o caráter de Deus. Como afirma Tiago 2:13: “A misericórdia triunfa sobre o juízo.” Isso nos desafia a viver de forma que nossas atitudes e palavras testemunhem da graça que recebemos.

Enquanto aguardamos o retorno de Cristo, somos exortados a conservar a herança que recebemos até o fim. Essa herança é incorruptível e está reservada nos céus para nós. Nosso papel é viver de maneira digna, honrando Aquele que nos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz. Não precisamos buscar fora do evangelho o que já nos foi dado de forma plena. Confiemos no Senhor, sabendo que Nele encontramos plenitude, propósito e esperança. “A ele quis Deus dar a conhecer entre os gentios a gloriosa riqueza deste mistério, que é Cristo em vocês, a esperança da glória” (Colossenses 1:27, NVI).

Que possamos viver à altura desse chamado, reconhecendo que, em Cristo, temos tudo o que é necessário para uma vida abundante. Que nossa confiança na suficiência de Cristo transforme nossas atitudes e inspire outros a conhecer a riqueza da graça que já nos foi revelada. Até que Jesus volte, permaneçamos firmes, vivendo para Sua glória e proclamando ao mundo que, Nele, nada nos falta e tudo nos é suficiente.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

17_seg_fev_25

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