O TÚMULO VAZIO:
QUANDO A DOR SE TRANSFORMA EM ESPERANÇA
Hoje é domingo. Chegamos ao fim desta caminhada de reflexões
sobre a Páscoa. E não há forma melhor de encerrar do que lembrando o dia que
mudou tudo: o dia da ressurreição. Foi no primeiro dia da semana, ainda de
madrugada, que Jesus venceu a morte e deixou o túmulo vazio. “Depois do
sábado, tendo começado o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria
foram ver o sepulcro.” (Mateus 28:1 – NVI)
Maria Madalena e outras mulheres foram ao sepulcro para
cuidar do corpo de Jesus. Mas, chegando lá, perceberam que a pedra havia sido
removida. Assustadas, correram para contar aos discípulos. Pedro e João foram
correndo ao túmulo. João chegou primeiro, mas foi Pedro quem entrou. Eles viram
os panos de linho e o lenço que cobria o rosto de Jesus, dobrado à parte — tudo
em ordem, nada parecia forçado. Então João escreve: “Ele viu e creu.”
(João 20:8). Foi naquele momento, diante do túmulo vazio, que nasceu a fé na
ressurreição. O túmulo não era o fim. Era o começo de algo novo. Jesus estava
vivo.
Pedro e João voltaram para casa. Mas Maria ficou ali.
Chorando, sem entender. Ela olhou novamente para dentro do túmulo e viu dois
anjos sentados onde o corpo havia estado. Eles perguntaram: “Mulher, por
que você está chorando?” E ela respondeu: “Levaram o meu Senhor,
e não sei onde o colocaram.”
Nesse instante, Jesus apareceu, mas Maria não o reconheceu.
A dor, as lágrimas e a confusão ofuscaram sua visão. Até que Jesus a chamou
pelo nome: “Maria!”
E tudo mudou. Ela se virou e disse: “Rabôni!”
— que significa Mestre.
Aquela cena é linda e tocante. Maria estava sofrendo,
buscando, chorando... mas foi surpreendida pela graça. Ela não viu Jesus de
imediato, mas Jesus a viu — e a chamou pelo nome. Isso nos ensina algo muito
importante: Jesus nos conhece. Ele conhece o nosso nome. Ele sabe onde estamos,
como estamos e o que sentimos. E, no momento certo, Ele se revela e nos enche
de esperança.
A ressurreição de Jesus é o centro da nossa fé. Não é um
detalhe. É a prova de que tudo o que Ele prometeu é verdade. O anjo disse às
mulheres: “Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito!” (Mateus
28:6). Jesus venceu o pecado, o inferno e a morte. O que parecia o fim virou o
começo de uma nova vida. O túmulo vazio mudou a história da humanidade — e
também pode mudar a sua história.
Maria não foi deixada de lado. Jesus a escolheu para ser a
primeira testemunha da ressurreição. Ele poderia ter aparecido a Pedro, João ou
a algum líder. Mas escolheu uma mulher simples, fiel e de coração sincero. Isso
mostra que Jesus se revela a quem o busca com verdade, mesmo que esteja em
pranto ou confuso.
Hoje, Ele ainda nos chama pelo nome. Ele nos vê quando choramos.
Ele se aproxima quando achamos que tudo está perdido. A ressurreição não é só
uma lembrança bonita do passado. Ela tem valor eterno e poder para hoje. O
túmulo está vazio — mas o trono está ocupado. Jesus vive. Ele reina.
Na tradição judaica antiga, especialmente à mesa de
refeição, havia um costume entre o mestre e o servo: quando o mestre terminava
a refeição, ele amassava o guardanapo e o deixava sobre a mesa — sinal de que
realmente estava indo embora. Mas se o mestre dobrava cuidadosamente o
guardanapo e o deixava à parte, isso era um sinal para o servo: “Eu ainda
vou voltar.” O lenço dobrado no túmulo é mais que um detalhe: é uma
promessa silenciosa, porém poderosa. Jesus ressuscitou, mas não se despediu
para sempre. Ele deixou um sinal: Ele voltará.
Assim como Ele chamou Maria pelo nome, Ele continua chamando
cada um de nós. Ele nos vê quando choramos. Ele se aproxima quando achamos que
tudo está perdido. E um dia — em breve — Ele virá nos buscar, como prometeu.
A ressurreição não é apenas uma lembrança bonita do passado.
Ela é o alicerce da nossa esperança no presente, e a garantia viva do futuro
que nos aguarda. O túmulo está vazio — mas o trono está ocupado. Jesus vive.
Ele reina. E Ele voltará.
Você tem escutado a voz dEle? Assim como Ele disse:
“Maria!”, talvez hoje Ele esteja dizendo: “Meu filho, minha filha… estou
aqui.”
Creia. Ele está vivo. E porque Ele vive, nós também podemos
viver com esperança — hoje, amanhã e para sempre. E podemos aguardar com
alegria o dia em que Ele voltará para nos levar para o lar eterno.
Como diz o louvor:
“Porque Ele vive, posso crer no amanhã;
Por que Ele vive, temor não há;
Mas eu bem sei, eu sei, que
a minha vida
Está nas mãos de meu Jesus
que vivo está”
Pr. Décio Fonseca
20/dom/abr/25
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