O DESCANSO
PROMETIDO
"Agora, pois, resta um descanso para o povo de
Deus." (Hebreus 4:9 – NVI)
Ninguém gosta de falar sobre a morte, não é verdade? Ela nos
separa de quem amamos, traz saudades profundas e, muitas vezes, uma tristeza
silenciosa. No entanto, é impossível ignorar essa realidade. A morte é uma
certeza inevitável. Todos nós, sem exceção, um dia passaremos por ela.
A Bíblia descreve a vida como um conto ligeiro, como a
neblina que aparece por um momento e logo se dissipa. Seja a pessoa rica ou
pobre, ninguém pode acrescentar um só dia à sua existência. Alguns vivem muitos
anos e experimentam uma longa jornada. Outros são colhidos ainda jovens, no
auge da vida. Mas uma coisa é certa: todos nós enfrentaremos esse momento. Mais
cedo ou mais tarde, chegará o dia em que atravessaremos esse limite entre o que
é passageiro e o que é eterno.
A razão pela qual a morte nos causa tanto desconforto é que
o ser humano não foi criado para morrer. Deus nos formou para a vida, para
viver em comunhão com Ele, para a eternidade. A morte entrou no mundo por causa
do pecado, por isso ela dói, assusta, silencia. Não era esse o plano original.
Mas Deus, em sua graça, nos deu uma esperança que vai além da morte. "Pois
o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em
Cristo Jesus, nosso Senhor." (Romanos 6:23 – NVI)
Para quem crê em Jesus, a morte não é o fim. É, como dizia
um antigo pregador, uma ponte que nos conduz da terra para o céu. Ela é o
último inimigo vencido — não pela nossa força, mas pela vitória que Cristo
conquistou na cruz. “...a morte foi vencida pela vitória. ‘Onde está, ó
morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu aguilhão?’” (1
Coríntios 15:54-55 – NVI)
A Bíblia nos consola com essa verdade. Em meio à dor, ela
nos traz esperança. Para quem está em Cristo, a morte não representa o
encerramento da caminhada, mas o início de uma nova etapa: o descanso eterno
prometido por Deus.
Em Hebreus 4, encontramos essa promessa de descanso. O texto
nos lembra que esse descanso continua disponível. Ele não é apenas físico, mas
espiritual, eterno e completo. Não se trata de uma pausa qualquer, mas de
entrar na presença plena do Senhor, onde não há mais lágrimas, nem sofrimento,
nem separação. É comunhão restaurada com Deus, sem os limites e dores deste
mundo.
Esse descanso não é apenas uma ideia distante, é uma
promessa viva. Deus a fez no passado e a reafirma no presente. A Palavra nos
alerta: "Temamos, portanto, que, sendo deixada a promessa de entrar
no descanso de Deus, algum de vós pareça ter falhado." (Hebreus
4:1). A promessa é real, mas só é recebida pela fé. Não basta ouvir — é preciso
crer, confiar, permanecer.
Aqueles que ouviram e creram, que viveram com temor, que
serviram com fidelidade e esperaram no Senhor, entrarão nesse descanso. Para
eles, a morte não é derrota, é o momento de voltar para casa. A entrada nesse
descanso não é conquistada por mérito, mas recebida como um dom. Não somos
perfeitos, e Deus sabe disso. O que Ele procura é um coração firmado em Cristo.
O Senhor conhece os que são Seus. Ele não rejeita os que caminharam com Ele em
sinceridade.
Todos nós já experimentamos o alívio de um descanso
temporário: um fim de semana de tranquilidade, dias de férias, um tempo na
natureza. Esses momentos são bons e renovadores. Mas o descanso que Deus
oferece vai muito além. Ele é completo. Ele é eterno.
Haverá um dia em que todos os que estão em Cristo
descansarão de suas obras. Não haverá mais enfermidade, nem fadiga, nem
tristeza. Tudo o que é passageiro ficará para trás. Entraremos no descanso
eterno, onde o próprio Deus será o nosso descanso. E essa é a nossa maior
esperança: saber que aqueles que morrem em Cristo não adormecem em um vazio,
mas são acolhidos na presença viva do Pai. Como diz Hebreus 4:10: "Pois
aquele que entra no descanso de Deus, também ele mesmo descansou de suas obras,
como Deus descansou das suas."
Nossos queridos, às vezes, partem antes de nós. Mas a
Palavra de Deus nos lembra: "Não há criatura que não seja manifesta
na sua presença." (Hebreus 4:13). Todos nós vivemos diante de
Deus. A morte de um servo do Senhor sempre nos convida à reflexão. Estamos
preparados? Temos vivido com fé, como quem crê nessa promessa?
Saibamos sempre que o descanso ainda está disponível. Que,
mesmo em meio à dor da separação, encontremos consolo na certeza de que, em
Cristo, a morte perdeu o seu poder — e o descanso nos foi garantido.
O céu não é um prêmio para os perfeitos, mas o lar preparado
para os que confiaram em Jesus até o fim.
Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça
e paz.
Pr. Décio Fonseca
03/mai/25
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