UM LOUVOR QUE VEM
DO CORAÇÃO
"Porque assim diz o Alto e Sublime, que vive para
sempre e cujo nome é santo: Habito num lugar alto e santo, mas habito também
com o contrito e humilde de espírito, para dar novo ânimo ao espírito do
humilde e novo alento ao coração do contrito." (Isaías
57:15 -NVI)
O evangelista Lucas começa o seu livro contando tudo com
muito cuidado e em ordem, como ele mesmo diz. Ele fala de dois nascimentos
especiais: primeiro o de João Batista, e depois o de Jesus, o Salvador. Depois,
nos mostra um encontro muito bonito entre Maria, mãe de Jesus, e Isabel, que
também estava grávida. É nesse momento que Maria canta um dos cânticos mais
lindos e profundos da Bíblia. É sobre esse cântico que vamos refletir um pouco.
Esse cântico, que está em Lucas 1:46-56, não é só um poema
bonito. É um louvor que vem da alma. É uma declaração de fé, de gratidão e de
reconhecimento da grandeza de Deus. Ele nos ensina o que é adorar de verdade.
A Bíblia diz que Deus procura adoradores que o adorem em
espírito e em verdade. Para nós, pode ser difícil saber quem adora com
sinceridade, mas para Deus não. Ele conhece os corações. Nada está escondido
dEle. E o louvor que realmente agrada ao Senhor é aquele que nasce de um
coração humilde. Um coração que não está querendo aplausos, mas que se curva
diante da grandeza de Deus.
Maria é um exemplo lindo disso. Ela não começa seu cântico
falando de si, mas de Deus. Ela não se coloca no centro da história, ela coloca
Deus. E declara: “Minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se
alegra em Deus, meu Salvador.” (Lucas 1:46-47). Isso mostra que o
verdadeiro louvor começa quando tiramos os olhos de nós mesmos e os voltamos
para o Senhor.
Deus escolhe adoradores que têm humildade no coração. Ele
não se impressiona com aparência, fama ou posição. O olhar de Deus se volta
para os simples, os que reconhecem que precisam dEle. Maria disse: “Porque
atentou para a humildade da sua serva; de agora em diante todas as gerações me
chamarão bem-aventurada.” (Lucas 1:48). Ela sabia que não merecia, mas
confiava na graça de Deus. E é assim que Ele age. Ele levanta os humildes e os
usa para os seus propósitos.
O verdadeiro adorador também teme ao Senhor. E esse temor
não é medo, mas reverência, respeito, amor. É entender quem Deus é e honrá-lo
com a vida. Deus é grande, está no alto, mas também se inclina para abençoar
quem o busca com sinceridade. Maria disse: “A sua misericórdia estende-se
aos que o temem, de geração em geração.” (Lucas 1:50). Isso quer dizer
que essa graça e esse amor não ficaram no passado. Deus continua sendo
misericordioso com os que O respeitam e confiam nEle.
Esses dias recebi um pedido de oração de uma leitora. Ela
estava sendo acusada de algo que não fez e teria sua causa julgada na justiça
do homem. Eu a conheço e sei do seu coração sincero. Orei, certo de que Deus, o
justo Juiz, já conhecia toda a verdade. E Ele respondeu. A vitória foi
confirmada e o nome do nosso Deus, glorificado. Isso me fez lembrar que o Reino
de Deus é mesmo para os quebrantados. A justiça dEle é perfeita. Ele vê o que
os olhos humanos não veem. E age com equilíbrio, graça e fidelidade.
Maria nos ensina que Deus não valoriza o que o mundo
valoriza. Ele não se impressiona com títulos ou poder. Ele derruba os
orgulhosos e levanta os humildes. Ele sacia os famintos e esvazia as mãos dos
que acham que não precisam dEle. Como está escrito: “Derrubou governantes
dos seus tronos, mas exaltou os humildes. Encheu de coisas boas os famintos,
mas despediu de mãos vazias os ricos.” (Lucas 1:52-53).
O Deus que agiu com Maria é o mesmo que age hoje. Ele
continua atento aos que O buscam com verdade. Por isso, precisamos nos
perguntar: como temos adorado ao Senhor? Com a boca apenas ou com o coração
também? Deus não procura perfeição, mas sinceridade. Ele se alegra com um
coração rendido, grato, que reconhece sua dependência e O coloca no centro de
tudo.
Que o nosso louvor, como o de Maria, nasça do reconhecimento
de quem Deus é. Que nossa alma engrandeça ao Senhor todos os dias. E que, mesmo
nas lutas, possamos declarar com fé: “Minha alma engrandece ao Senhor, e
o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador.”
Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça
e paz.
Pr. Décio Fonseca
05/mai/25
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