A MÚSICA DA GRAÇA
“Cantem ao Senhor um novo cântico; cantem ao Senhor,
todos os habitantes da terra.” Salmos 96:1 (NVI)
Costumo dizer, em tom de brincadeira, que ao nascer meu primeiro choro soou como um hino de louvor. Nasci em um domingo, e meus pais sempre contaram que, no momento em que minha mãe começou a sentir as dores do parto, ela estava justamente em um ensaio do coral da igreja. Talvez venha daí essa minha ligação tão forte com o louvor.
Desde então, cantar, adorar e me envolver com a música fazem parte do meu ser. Não apenas gosto de música — eu a amo. Amo louvar. Sinto que, quando canto ao Senhor, minha alma encontra o seu lugar, e minha vida se alinha com o propósito para o qual fui criado.
Meus quatro filhos também amam a música e tocam um ou mais instrumentos. Creio que esse amor pelo louvor é um presente que Deus me concedeu — e que, com alegria, pude compartilhar com eles. É maravilhoso ver como, de geração em geração, o louvor ao Senhor continua ecoando em nossa casa e ressoando em nossos corações.
O Salmo 96 é um verdadeiro hino de louvor à glória e à majestade de Deus. Sua mensagem é tão forte, tão necessária e tão atemporal que foi repetida no Primeiro Livro das Crônicas, no capítulo 16, dos versículos 23 a 33. É como se o próprio Espírito Santo quisesse reforçar em nosso coração a importância de cantarmos ao Senhor um novo cântico, de proclamarmos entre as nações a Sua salvação e de reconhecermos a Sua soberania sobre toda a terra.
Neste Salmo, encontramos uma grande convocação — não apenas para que as nações louvem ao Senhor, mas para que toda a criação se una nesse cântico de exaltação. Isso fica claro nos versos 11 e 12, onde o salmista convida os céus, a terra, o mar e os campos a se alegrarem diante do Senhor. É como se o louvor não tivesse limites: não se restringe a um povo ou a um lugar, mas ecoa por todo o universo, proclamando a glória do Criador.
Alguns estudiosos da Bíblia apontam que este Salmo carrega também um olhar profético, direcionado a um momento especial que ainda virá: o dia em que o Senhor Jesus, como Rei e Juiz soberano, receberá o louvor de todos os povos. Será o cumprimento glorioso do que as Escrituras anunciam: “Diante dele se dobrará todo joelho, e toda língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai.” Filipenses 2:10-11 (NVI). Nesse grande dia, todo o universo reconhecerá a majestade de Cristo, e o cântico novo será entoado em uníssono — por povos, nações e toda a criação.
Somente Jesus é digno de receber todo o nosso louvor. “Cantem ao Senhor um cântico novo.” Não é qualquer cântico, nem um louvor vazio ou apenas estético — é um cântico que nasce de uma alma remida.
Somente uma alma que foi redimida canta verdadeiramente ao Senhor. Uma alma remida é aquela em que o Espírito Santo operou, fez tudo novo, transformou o coração. Por isso, a ordem de cantar um cântico novo só pode ser plenamente obedecida por quem foi feito novo em Cristo. Ele é o único digno de receber esse cântico novo, porque Ele é a própria origem desse cântico. E mais: é o próprio Senhor quem coloca esse cântico em nossos lábios. Como lemos no Salmo 40:3: “Ele pôs um novo cântico em minha boca, um hino de louvor ao nosso Deus.”
O cântico novo não é fruto de talento ou inspiração humana — é resultado da obra redentora de Jesus e da atuação do Espírito Santo em nós. É expressão de uma vida transformada e grata. Por isso cantamos, e por isso continuaremos a cantar, para a glória dAquele que nos salvou.
O louvor alegra, o louvor liberta, o louvor restaura, o louvor vence batalhas. Nós fomos criados para o louvor da Sua glória. Fomos feitos para louvar e adorar o Senhor. Este é o fim principal do homem: louvar a Deus e glorificá-Lo para sempre. Quando vivemos em louvor, nossa vida se alinha ao propósito para o qual fomos chamados — e encontramos a verdadeira alegria e vitória em Cristo.
O louvor não pode ser apenas uma expressão artística. É muito mais do que tocar ou cantar bem, seguir as notas da partitura ou estar afinado. Louvor é um ato espiritual profundo. É um reconhecimento de quem Deus é, e uma declaração de que Ele reina.
Há uma certeza que sempre enche meu coração de alegria e expectativa cada vez que canto: é saber que todo louvor que entoamos aqui é, na verdade, um ensaio para a eternidade. Um dia, nossa voz se unirá a um coro infinitamente maior — o coro dos remidos, vindos de todas as tribos, línguas, povos e nações, reunidos diante do trono de Deus. Então cantaremos juntos o cântico novo anunciado em Apocalipse 5:9: “E entoavam um cântico novo com estas palavras: 'Tu és digno de receber o livro, abrir os selos e lê-lo. Pois foste sacrificado e com teu sangue compraste para Deus pessoas de toda tribo, língua, povo e nação.'"
Que privilégio será participar desse coro eterno! Que o nosso louvor hoje já seja um eco desse dia glorioso que está por vir.
Responda você também a esse chamado. Erga sua voz e louve ao Senhor!
"Tudo o que tem fôlego, louve o Senhor. Aleluia!" Salmo 150:6 (NVI)
"O louvor que entoamos hoje é o eco da redenção que já vivemos — e o ensaio alegre para o cântico eterno que um dia cantaremos diante do trono de Deus."
Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.
Pr. Décio Fonseca
14/jun/25
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