NÃO FOMOS DEIXADOS SOZINHOS

“Pois vocês não receberam um espírito que os escravize para novamente temer, mas receberam o Espírito que os adota como filhos, por meio do qual clamamos: ‘Aba, Pai’.” (Romanos 8:15, NVI).

O sentimento de vazio e carência pode ser profundo e devastador, deixando muitos em uma sensação de desolação. Ele surge frequentemente de perdas, laços rompidos ou expectativas frustradas, criando uma saudade que parece insaciável. Tentativas de preenchê-lo com coisas passageiras muitas vezes agravam a solidão. Entretanto, mesmo na dor, há espaço para refletir, buscar significado e encontrar um propósito mais profundo. Em tempos de desconexão, muitos enfrentam esse desafio.

Quando esse vazio se mistura com a condição de separação espiritual – a distância do homem em relação a Deus devido ao pecado –, o cenário se agrava. A Bíblia nos diz que “todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Romanos 3:23). Essa verdade revela um abismo que não pode ser superado por esforços humanos ou por boas obras. O distanciamento de Deus, o Criador, traz uma sensação de desorientação e desamparo, como alguém que tenta encontrar sentido em meio ao caos sem ter um ponto de apoio. O espírito inquieto e cansado vagueia em busca de respostas, de cura, mas permanece perdido. Entretanto, nesse cenário sombrio, há uma esperança viva: a adoção divina. "Pois o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor." (Romanos 6:23, NVI).

O apóstolo Paulo, ao escrever aos Romanos, nos encoraja com a verdade de que não somos deixados sozinhos em nossa luta. Ele nos lembra que não recebemos um espírito de escravidão que nos mantivesse presos ao medo e à insegurança. Pelo contrário, recebemos o Espírito de adoção, através do qual clamamos: “Aba, Pai” (Romanos 8:15). Esse termo afetuoso e íntimo mostra que somos acolhidos por Deus como filhos. Não somos mais órfãos espirituais, mas membros de uma nova família, a família de Deus, com todos os direitos e privilégios que essa condição traz. "E, porque vocês são filhos, Deus enviou o Espírito de seu Filho ao coração de vocês, o qual clama: ‘Aba, Pai’. Assim, você já não é mais escravo, mas filho; e, por ser filho, Deus também o tornou herdeiro." (Gálatas 4:6-7, NVI).

Essa adoção transforma nossa condição fundamental. De escravos, passamos a ser filhos amados, herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo (Romanos 8:17). Mesmo em meio às dores e ao vazio, somos chamados a um relacionamento que transcende qualquer carência terrena. Não precisamos mais viver em medo ou solidão, pois temos um Pai amoroso que nos ouve, que responde ao nosso clamor e que nos transforma com Seu amor.

Essa transformação começa com o arrependimento e a aceitação do chamado de Deus. Ele nos convida a deixar para trás o pecado e a escravidão, oferecendo-nos uma nova vida em Cristo. Esse renascimento não é apenas um reparo em nossa antiga vida; é um renascimento completo. Tornamo-nos novas criaturas, libertos das correntes do passado e capacitados a viver uma vida de plenitude em Deus. "Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas!" (2 Coríntios 5:17, NVI).

Jesus prometeu que veio para nos dar vida, e vida em abundância (João 10:10). Essa vida abundante não é definida por posses materiais ou status temporários. Trata-se de um relacionamento com Deus que preenche, que traz paz e que nos dá propósito. É a certeza de que, mesmo em meio aos desafios, estamos nas mãos do Pai, conduzidos pelo Espírito Santo.

Ao sermos regenerados, passamos de uma condição de morte para a vida. Efésios 2:1 nos lembra que estávamos mortos em nossas transgressões, mas Deus, em Sua infinita graça, nos trouxe de volta à vida. Assim, somos felizes por termos sido encontrados quando estávamos perdidos. Deus, como um pastor que busca a ovelha perdida ou um pai que aguarda ansiosamente pelo filho pródigo, nos resgatou, nos restaurou e nos chamou para uma nova vida com Ele. "Pois este meu filho estava morto e voltou à vida; estava perdido e foi achado. E começaram a festejar." (Lucas 15:24, NVI).

Viver como filhos de Deus significa reconhecer nossa nova identidade e caminhar em gratidão, esperança e humildade. Somos convidados a refletir o amor e a graça de Deus ao mundo, vivendo como testemunhas de Sua compaixão e poder de transformação. Que possamos, com alegria, abraçar nossa nova posição como filhos adotados, seguros no amor de um Pai que nunca nos abandona. Amém!

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

 

 

O PODER CRIADOR

“Ó Senhor, Senhor nosso, como é magnífico o teu nome em toda a terra! Pois puseste nos céus a tua majestade.” (Salmos 8:1, NAA).

Ao longo dos séculos, a humanidade buscou respostas para perguntas fundamentais: como o universo começou? Qual é o propósito de nossa existência? Para os que creem no relato de Gênesis, a criação não é apenas um evento isolado, mas um testemunho contínuo da soberania e cuidado de Deus com a humanidade e toda a criação. Nessa visão, cada parte do universo, desde as estrelas mais distantes até as complexidades do ser humano, tem um propósito divino e uma conexão com o Criador.

A ciência moderna tenta por diversas teorias explicar a origem do universo. A Teoria do Big Bang propõe que tudo começou com uma grande explosão, enquanto a Teoria do Estado Estacionário sugere que o universo sempre existiu. Já a Teoria Inflacionária complementa o Big Bang com uma rápida expansão inicial. O Modelo Cíclico fala em ciclos de expansão e contração, e a Teoria das Cordas aponta para múltiplos universos. Os Modelos Criacionistas veem um ato divino como origem, conforme relatos religiosos, e o Modelo do Universo Eterno propõe um universo sem início. Diante dessas visões como você se posiciona? Ou você crê na criação como Deus registra em Gênesis?

Nesse sentido, muitos teólogos e cientistas cristãos têm procurado um diálogo entre fé e ciência. Eles enxergam na ciência uma ferramenta para entender a obra de Deus no universo, revelando as maravilhas e a complexidade que Ele criou. Ao mesmo tempo, a fé oferece respostas para questões que vão além do domínio científico, como o propósito da existência, a moralidade e o destino humano.

Independentemente da posição adotada, a discussão sobre a criação nos convida a refletir sobre quem somos, de onde viemos e para onde estamos indo. Ela nos desafia a olhar para o cosmos com um senso de admiração e humildade, seja através da lente da fé, da ciência ou de ambas. E, ao explorar essas questões, nos aproximamos mais do mistério do Criador ou da complexidade fascinante do universo em que vivemos. "Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que ali firmaste, pergunto: 'Que é o homem, para que com ele te importes? E o filho do homem, para que com ele te preocupes?'" (Salmos 8:3-4, NVI).

A Bíblia frequentemente destaca Deus como o arquiteto supremo da criação, evidenciando Sua grandeza e poder criativo. Em Salmos 8:3 (NVI), lemos: "Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que ali firmaste...". Esse versículo ressalta que cada elemento do cosmos reflete a habilidade e o cuidado divino. Deus é descrito como o Criador que, com precisão e propósito, moldou o universo. Essa visão nos convida a reconhecer o caráter majestoso de Deus e a refletir sobre nossa posição como parte de Sua obra grandiosa, despertando em nós admiração e humildade diante de Sua criação.

A Bíblia ensina que Deus criou tudo "do nada" através de Sua palavra. Essa ideia é conhecida como creatio ex nihilo, ou "criação a partir do nada". Em Hebreus 11:3 (NVI), lemos: “Pela fé entendemos que o universo foi formado pela palavra de Deus, de modo que aquilo que se vê não foi feito do que é visível.” Além disso, o relato de Gênesis descreve Deus falando para trazer à existência todas as coisas: “Disse Deus: ‘Haja luz’, e houve luz” (Gênesis 1:3). Esses textos mostram que o poder criador de Deus é absoluto, trazendo à existência tudo o que existe sem depender de matéria pré-existente.

A criação é apresentada na Bíblia como um ato realizado pela Trindade. Em Gênesis 1:1, vemos o Pai como Criador: No princípio Deus criou os céus e a terra.” O Espírito Santo também está presente no ato criador, como descrito em Gênesis 1:2, onde o Espírito de Deus pairava sobre as águas.” E, ao declarar "Haja luz" em Gênesis 1:3, a Bíblia revela a presença do "Verbo" ou "Palavra" de Deus em ação. Esse conceito é esclarecido no Novo Testamento, em João 1:1-3, NVI, onde lemos: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava com Deus no princípio. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele; sem ele, nada do que existe teria sido feito.” Jesus, identificado como o Verbo vivo, é o agente por meio do qual Deus criou tudo. Ao proferir "Haja luz", vemos a manifestação do Verbo em ação, demonstrando que Cristo, como parte da Trindade, participou ativamente do ato criativo. Isso reforça a centralidade e o poder de Jesus na obra da criação e no plano redentor de Deus.

Em última análise, a criação é mais do que uma questão de origem; é uma reflexão sobre a identidade e propósito humano, revelando o relacionamento entre Deus e o cosmos. Seja vista através da lente da fé em um Deus criador que traz tudo à existência ou explorada pelas investigações científicas, a complexidade do universo aponta para algo muito maior do que nós mesmos. Os textos bíblicos nos convidam a reconhecer Deus como o arquiteto supremo e a maravilhar-se com Sua obra, enquanto a ciência instiga nossa curiosidade e admiração. Que essa busca nos leve a um encontro mais profundo com o mistério e a beleza do Pai. E você, caro leitor, crê na criação como Deus registra em Gênesis, ou também acha que essa é mais uma ficção?

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

 

 

 

 

ALEGRIA EM CADA MOMENTO DE NOSSA JORNADA

Alegrei-me com os que me disseram: "Vamos à casa do Senhor! " (Salmos 122:1, NVI).

Onde estiver um cristão, deve estar a alegria. Nós que servimos ao Deus da esperança recebemos Dele alegria e paz suficiente para manter nossos corações cheios de gozo. Assim, nossas vidas transbordam de esperança, pelo poder do Espírito Santo (Romanos 15:13 NVI), irradiando luz e confiança em meio às dificuldades. Não se trata de uma felicidade passageira, mas de uma alegria firme e permanente, ancorada em Cristo. Onde há fé genuína, a presença do Espírito traz plenitude, transformando tristeza em força. Por isso, a alegria de Deus deve ser um reflexo contínuo em nosso viver diário.

O Espírito Santo tem nos ensinado a viver contentes em qualquer situação. Seja no momento de vitória, seja no momento de provação. A alegria que irradia de nossos corações não depende das circunstâncias, mas é sustentada pela presença de Deus em nossas vidas. Em meio aos desafios, Ele nos concede força, esperança e paz que excede todo entendimento. Nossa confiança está em Cristo, e isso nos faz transcender os altos e baixos da vida. Com Ele, encontramos contentamento e verdadeira alegria, independente do que enfrentamos.  "Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito ou passando necessidade. Tudo posso naquele que me fortalece." (Filipenses 4:12-13, NVI).

No texto básico, o salmista destaca a profunda alegria de estar na presença de Deus e fazer parte de Sua comunidade, evidenciando a importância de se regozijar na comunhão e nos propósitos divinos. Estar na casa do Senhor e integrar o corpo de Cristo traz uma satisfação que transcende as circunstâncias, une-nos como família espiritual e nutre a alma com paz e propósito. A convivência com Deus e com os irmãos em Cristo é um convite ao regozijo, à partilha e à construção mútua em amor. Essa alegria gerada na comunhão é fonte constante de esperança e força para nossa caminhada de fé.

Somos a igreja de Cristo, parte viva de Seu corpo, e isso é para nós um grande privilégio. Ser membros da comunidade de fé significa viver em comunhão com Deus e com os irmãos, compartilhando a graça, a missão e a alegria de sermos família espiritual. É um chamado a servir e a nos edificarmos mutuamente em amor, vivendo para glorificar a Deus em cada momento de nossa caminhada cristã. "Assim, vocês não são mais estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, tendo Jesus Cristo como pedra angular, no qual todo o edifício é ajustado e cresce para tornar-se um santuário santo no Senhor. Nele vocês também estão sendo juntamente edificados, para se tornarem morada de Deus por seu Espírito." (Efésios 2:19-22, NVI).

O privilégio de fazer parte da igreja de Cristo também inclui a alegria de trabalhar para o Senhor e servir em Sua casa. Esse serviço é uma expressão prática de nossa fé e amor por Deus, demonstrando gratidão e compromisso com o propósito divino. Quando nos dedicamos à obra do Senhor, não apenas fortalecemos a igreja, mas também somos transformados, encontrando sentido e realização ao contribuir com os dons e talentos que Ele nos confiou. Servir a Deus na igreja é, portanto, um chamado que traz regozijo, união e edificação para nós e para a comunidade de fé. “Portanto, meus amados irmãos, mantenham-se firmes e que nada os abale. Sejam sempre dedicados à obra do Senhor, pois vocês sabem que, no Senhor, o trabalho de vocês não será inútil.”  (1 Coríntios 15:58, NVI).

A alegria de ir à casa do Senhor reflete o regozijo de estar em Sua presença e viver em comunhão com os irmãos. Ser a casa do Senhor, como templo do Espírito Santo, demonstra nosso chamado a manifestar Sua glória em nossa vida. Buscar o bem da casa do Senhor significa zelar pela Sua obra e promover a edificação da comunidade de fé, contribuindo com dedicação e amor. Esse ciclo de comunhão, serviço e edificação gera profunda satisfação espiritual e nos aproxima ainda mais dos propósitos de Deus. "Pois o zelo pela tua casa me consome, e os insultos daqueles que te insultam caem sobre mim." (Salmos 69:9, NVI).

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

 

 

 

 

OÁSIS NO DESERTO

"Ele o encontrou em uma terra deserta e numa região árida e de ventos uivantes. Ele o protegeu e dele cuidou; guardou-o como a menina dos seus olhos." (Deuteronômio 32:10, NVI).

O deserto é um ambiente árido e desolado, caracterizado pelo calor escaldante durante o dia, frio intenso à noite e a escassez de recursos como água e vegetação. Ele desafia a sobrevivência, mas também simboliza silêncio, reflexão e resiliência, abrigando vida que se adapta às condições extremas, como cactos e pequenos animais. Na Bíblia, o deserto vai além de sua descrição física, representando provação, transformação e a necessidade de depender completamente de Deus. É um lugar que revela tanto a aridez espiritual de um mundo sem Deus quanto a oportunidade de renovação na presença d’Ele.

O mundo atual pode ser comparado a um deserto, com um sistema que gera insegurança, temor e vazio espiritual. Muitos, ao tentar sobreviver longe de Deus, acabam se adaptando a um ambiente hostil, mas sem encontrar sentido ou estabilidade. Essa adaptação leva ao desgaste, enfraquecimento e, eventualmente, à morte espiritual. O deserto da vida expõe nossa fragilidade e nossa necessidade de força e sustento que só o Senhor pode prover. Como está escrito em Isaías 40:29-31 (NVI): "Ele fortalece o cansado e dá grande vigor ao que está sem forças. Até os jovens se cansam e ficam exaustos, e os moços tropeçam e caem; mas aqueles que esperam no Senhor renovam as suas forças. Voam alto como águias; correm e não ficam exaustos, andam e não se cansam."

O deserto, como metáfora bíblica, reflete o mundo em sua condição de solidão e escassez sem Deus. Enquanto em Deus há abundância e propósito, o deserto ilustra a rejeição da fé e o vazio espiritual de uma vida distante d’Ele. Contudo, é também o lugar onde Deus trabalha de forma única, preparando corações e ensinando obediência.

A Bíblia está repleta de histórias que se desenrolam no deserto. Abraão atravessou terras áridas em obediência a Deus em busca da promessa. Moisés conduziu o povo de Israel pelo deserto, onde enfrentaram fome, sede e desafios, mas também experimentaram a provisão diária de Deus com o maná e a água que brotou da rocha. Foi no deserto que o povo de Israel foi moldado em fé e obediência antes de entrar na Terra Prometida, aprendendo a confiar completamente no Senhor.

Foi nesse ambiente hostil que Deus revelou Sua Lei e demonstrou Sua fidelidade. Assim, o deserto se torna um espaço de teste, transformação e revelação divina. João Batista, no deserto, pregava arrependimento, ecoando como uma voz que chamava o povo a preparar o caminho do Senhor. Ele mostrou que, mesmo nos lugares mais desolados, Deus pode trazer esperança e transformação. O deserto, portanto, não é apenas um cenário de dificuldades, mas um espaço de experiências únicas com Deus e uma preparação para as promessas que Ele nos dá.

Em Sua infinita sabedoria, Deus plantou oásis no meio do deserto, lugares de descanso, sombra e água fresca que trouxeram alívio e renovação para o povo. Esses oásis simbolizam os momentos de refrigério que Deus oferece mesmo nas adversidades.

Hoje, o povo de Deus, a igreja, atravessa seu próprio deserto espiritual. Mas, ao contrário de estar perdido, seguimos com a segurança de que Deus nos guia e sustenta. Ele é a sombra durante o calor do dia e o calor que nos aquece nas noites frias. Sua Palavra é a lâmpada que ilumina nossos passos e a luz que clareia o caminho, como diz em Salmos 119:105 (NVI). Jesus vai à frente deste grande rebanho, garantindo que chegaremos ao destino final que Ele preparou para nós. Com Ele ao nosso lado, não há obstáculo que não possamos enfrentar com coragem e fé.

Portanto, atravessemos o deserto da vida sem temor, confiando na presença de Deus, que nos guia, protege e sustenta em cada passo. Ele transforma provações em crescimento espiritual e nos conduz à realização de Suas promessas.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

 

TINHA TUDO PARA DAR ERRADO

Perguntou Natanael: ‘Nazaré? Pode vir alguma coisa boa de lá?’ Disse Filipe: ‘Venha e veja’.” (João 1:46, NVI).

Era uma vez um menino que veio ao mundo em meio a desafios e situações difíceis, que tornaram sua vida bem como a de sua família um pouco complicada. Tudo levava a crer que esse menino estava destinado ao fracasso. A situação de sua mãe era ainda mais difícil. Certamente se sentia sozinha e desamparada com receio de enfrentar olhares de julgamento por ser mãe solteira, enfrentando uma batalha por dignidade e respeito. Seu futuro marido dilacerado pela dúvida, quase a abandonou por causa de um filho que não era dele. 

Pois bem, esse era um cenário onde tudo parecia destinado ao fracasso para aquele menino. Entretanto, seu nome, escolhido de antemão, era Emanuel, que significa "Deus conosco", trazendo consigo uma promessa e uma presença capazes de transformar não apenas sua própria história, mas também a de todos ao seu redor. Mesmo em meio às adversidades e ao desprezo, Emanuel trouxe luz às trevas, esperança ao desespero e amor à rejeição. Ele provou que nenhuma batalha é invencível quando Ele está presente.

Por ter nascido em um lugar desprovido de luxo, mas apenas em um espaço simples destinado aos animais, Emanuel, o menino que foi desprezado, demonstrou que não se intimidaria com a simplicidade ou com a impureza de nossos corações. Até hoje, Ele deseja habitar em nossos corações, mesmo que estejam marcados pela dor e pelo pecado, trazendo consigo a promessa de purificá-los, transformá-los e preenchê-los com Sua luz e amor renovador, lavando-os com Seu sangue purificador.  “Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele, e ele comigo.” (Apocalipse 3:20, NVI).

Por ter crescido em humildade e sem glórias, em um canto esquecido e oprimido sob o domínio de forças hostis, Ele desenvolveu um amor profundo pelos pobres de espírito, a quem chamava de bem-aventurados. Compreendia suas dores, lutas e o peso de suas cargas. Sua compaixão e amor se estendiam aos esquecidos e desprezados pela sociedade, oferecendo-lhes dignidade, esperança e cuidado. Sua jornada de desafios o fez brilhar como luz para os que andavam em trevas: “O povo que caminhava em trevas viu uma grande luz; sobre os que viviam na terra da sombra da morte raiou uma luz.” (Isaías 9:2, NVI).

Na idade adulta, Ele liderou um grupo de pobres, doentes e marginalizados, e hoje é o Sumo Pastor, reunindo pecadores a quem chama de Sua igreja amada. Por amor, entregou Sua própria vida, pagando um alto preço para que Seu povo pudesse buscar, diariamente, a santificação, sem a qual não poderão vê-Lo ou adorá-Lo. Sua graça continua transformando corações, convidando todos a deixarem o passado e viverem uma nova vida marcada por amor, perdão e pureza. "Dos seus pecados e iniquidades não me lembrarei mais." (Hebreus 10:17, NVI).

Quando Ele esteve aqui neste mundo, não tinha um lugar para descansar a cabeça, vivendo com simplicidade e humildade. Entretanto, após Sua morte e ressurreição, prometeu que iria preparar um lugar especial para nós. Essa promessa reflete Seu amor eterno e o propósito de nos dar um lar celestial, onde encontraremos descanso, paz e comunhão com Ele para sempre. Ele nos convida a confiar nessa esperança e a viver com os olhos voltados para a eternidade. “Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se não fosse assim, eu já lhes teria dito. Pois vou preparar um lugar para vocês.” (João 14:2, NAA).

Ele foi acusado de mentiroso, comilão, beberrão e herege; entretanto, jamais se desviou de Sua missão. Com paciência e amor, enfrentou calúnias e rejeição para oferecer perdão, cura e salvação a todos que o buscavam. Suas ações e palavras revelavam a verdade, desafiando preconceitos e religiosidade vazia. Mesmo diante das falsas acusações, Ele permaneceu fiel ao propósito de trazer luz aos que estavam em trevas, transformando vidas com graça e compaixão. "Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca. Como cordeiro foi levado ao matadouro e, como ovelha muda diante dos seus tosquiadores, ele não abriu a boca." (Isaías, 53:7, NAA).

Morreu numa cruz, suportando dor e humilhação, e foi enterrado em um túmulo emprestado, sinal de Sua humildade e aparente derrota. No entanto, após o terceiro dia, Ele ressuscitou, vencendo a morte e trazendo esperança e vida eterna para todos os que n'Ele creem. Sua ressurreição é o marco da vitória definitiva sobre o pecado e a morte, garantindo que, através d'Ele, temos acesso à vida nova e eterna junto a Deus. "Tragada foi a morte pela vitória." (1 Coríntios 15:54, NAA).

Esse menino parecia destinado ao fracasso, mas superou desafios para cumprir o projeto elaborado na eternidade. Sua vida é prova de que Deus transforma cenários de aparente derrota em redenção e esperança. Ele é Jesus, o Cristo, que trouxe salvação ao mundo e inspira gerações com Seu amor e poder transformador. Como Rei dos Reis, Ele mostra que até as circunstâncias mais adversas podem ser transformadas em vitória pela graça de Deus.

... então não esmoreça, você também pode dar certo. Assim como Ele superou adversidades, você também pode vencer os desafios que surgem em seu caminho. Acredite que Deus tem um propósito para sua vida e, com fé e perseverança, você pode transformar dificuldades em oportunidades de crescimento e realização. Não desista, pois cada batalha enfrentada é uma chance de revelar a força que existe em você e alcançar vitórias significativas, tudo isso, em Cristo Jesus, nosso amado Salvador.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PRINCÍPIOS PARA A BOA CONVIVÊNCIA

“Acolham quem é fraco na fé, não, porém, para discutir opiniões. Um crê que pode comer de tudo, mas quem é fraco na fé come legumes. Quem come de tudo não deve desprezar o que não come; e o que não come não deve julgar o que come de tudo, porque Deus o acolheu. Quem é você para julgar o servo alheio? Para o seu próprio dono é que ele está em pé ou cai; mas ficará em pé, porque o Senhor é poderoso para o manter em pé.  Alguns pensam que certos dias são mais importantes do que os demais, mas outros pensam que todos os dias são iguais. Cada um tenha opinião bem-definida em sua própria mente.” (Romanos 14:1-5, NAA).

Assim nasceu a igreja, onde a convivência entre os irmãos era essencial. O amor, o apoio mútuo e a comunhão marcaram os primeiros passos dessa comunidade de fé, refletindo o propósito de Cristo de unir e transformar vidas por meio do relacionamento e do cuidado genuíno uns pelos outros.

Lucas relata que todos conviviam bem na Judéia e em Jerusalém, vivendo em união, partilhando suas vidas e bens com alegria e sinceridade. A comunhão e o amor mútuo fortaleciam a igreja primitiva, refletindo o desejo de Cristo para Seu povo: uma comunidade que se apoiava, caminhava junta e vivia em harmonia, demonstrando o poder transformador do Evangelho em suas relações diárias.  "Todos os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum. Vendendo suas propriedades e bens, distribuíam a cada um conforme a sua necessidade. Todos os dias, continuavam a reunir-se no pátio do templo. Partiam o pão em suas casas, e juntos participavam das refeições, com alegria e sinceridade de coração, louvando a Deus e tendo a simpatia de todo o povo." (Atos 2:44-47, NVI).

Porém, ao se distanciarem desse marco geográfico e se dirigirem à região de Samaria, onde judeus e samaritanos não se falavam, surgiram dificuldades. As tensões históricas e as barreiras culturais desafiaram a convivência e o entendimento mútuo, colocando à prova o amor, a aceitação e a missão da igreja. Essa experiência revelou a importância de superar diferenças e preconceitos para que a mensagem de Cristo pudesse alcançar todos os povos.

Afastando-se um pouco mais, com o evangelho se espalhando pela Ásia e Europa, a situação se complicou: os judeus insistiam que os gentios deveriam seguir a Lei de Moisés, enquanto os novos convertidos gentios buscavam viver na liberdade proporcionada pela fé em Cristo. Essa diferença de perspectivas gerou tensões e conflitos na comunidade cristã primitiva, destacando o desafio de integrar diferentes culturas e tradições sob a nova aliança da graça e do amor de Jesus. "Então, se levantaram alguns do partido religioso dos fariseus que haviam crido e disseram: 'É necessário circuncidá-los e exigir que obedeçam à Lei de Moisés'. Os apóstolos e os presbíteros se reuniram para considerar essa questão." (Atos 15:5-6, NVI)

A convivência entre cristãos em nossos dias permanece desafiadora, com diferenças doutrinárias, culturais e pessoais gerando tensões. Isso desgasta o Reino de Deus, mas somos chamados a buscar a unidade em Cristo, respeitando as diferenças e praticando amor, paciência e perdão. A verdadeira comunhão exige esforço contínuo de empatia e humildade, para que vivamos como um só corpo, refletindo o amor de Deus ao mundo.

As Escrituras nos ordenam a amar o próximo como a nós mesmos, honrar nossos irmãos, considerar os outros superiores a nós, buscar a unidade e ter o mesmo sentimento de Cristo Jesus. Além disso, somos chamados a exercer o fruto do Espírito (Gálatas 5:22), que inclui amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Esses mandamentos são essenciais para vivermos em harmonia, refletindo o caráter de Deus em nossas relações.

Precisamos lembrar que a Igreja é composta por filhos de Deus, muitos dos quais ainda estão nos primeiros passos de sua fé. Isso exige uma reflexão cuidadosa, pois muitos problemas são tratados de forma que não considera adequadamente as consequências para o Corpo de Cristo e sua edificação. O cuidado e a sabedoria são fundamentais para preservar a unidade e fortalecer a comunhão. "Sejam completamente humildes e dóceis, e sejam pacientes, suportando uns aos outros com amor. Façam todo o esforço para conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz."  (Efésios 4:2-3, NVI).

A boa convivência entre irmãos tem o poder de não apenas ganhar almas, mas também restaurar vidas e fortalecer a comunhão dentro da Igreja. Quando julgamos uns aos outros com base em costumes e tradições, isso gera divisões e prejuízos ao Reino de Deus. Em vez disso, somos chamados a acolher com amor, promovendo a unidade e o crescimento mútuo, refletindo o caráter de Cristo em nossas atitudes.

Que possamos nos amar uns aos outros e cumprir o novo mandamento de Jesus, contribuindo para o crescimento do Reino de Deus.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

 

 

OLHOS, CANDEIA DO CORPO.

“Não porei coisa injusta diante dos meus olhos; aborreço o proceder dos que se desviam; nada disto se me pegará.” (Salmos 101:3, ARA).

Viver em um mundo onde os costumes e práticas muitas vezes divergem das virtudes ensinadas por Cristo é um desafio constante para aqueles que buscam seguir Seus passos. Os valores se perdem em meio às tendências passageiras, e o amor ao próximo cede espaço à indiferença e ao egoísmo. Manter-se firme em princípios éticos e morais pode ser uma batalha solitária, mas também é um chamado para ser luz em meio às trevas. Cada decisão torna-se um ato de fé e resistência em nome dos ensinamentos deixados pelo Mestre Jesus.

Como seguidores de Cristo enfrentamos diariamente uma batalha espiritual. Em 1 João 5:19, somos advertidos de que, enquanto pertencemos a Deus, o mundo está sob a influência do Maligno, o que frequentemente cria um ambiente hostil aos valores cristãos. Da mesma forma, Tiago 4:4 ressalta que aqueles que se apegam aos valores mundanos tornam-se inimigos de Deus, indicando que buscar a aprovação do mundo muitas vezes nos afasta de nosso propósito divino. Nossa boa escolha é:  permanecermos fiéis, separados do que compromete nossa fé, e de nos voltarmos ao Senhor com dedicação e humildade.

Muitos enfrentam dificuldade em suportar a pressão constante do mundo e acabam sucumbindo às tentações, cedendo aos desejos da carne. A batalha espiritual diária é desafiadora, com inúmeras armadilhas que tentam enfraquecer nossa fé e desviar nosso foco de Deus. Quando os desejos carnais dominam, o distanciamento de valores espirituais pode gerar dor e arrependimento. Contudo, mesmo nas quedas, a graça divina permanece, oferecendo perdão e uma nova chance para aqueles que sinceramente se arrependem e buscam refúgio em Deus. Como Gálatas 5:16-17 nos lembra, viver pelo Espírito é essencial para vencer os desejos da carne.

Jesus, em Mateus 6:22, nos diz: "Os olhos são a candeia do corpo. Se os seus olhos forem bons, todo o seu corpo será cheio de luz." Essa declaração revela a importância fundamental dos nossos olhos como a "lâmpada" que ilumina todo o nosso ser. A metáfora aponta para a pureza e direção do olhar espiritual e moral que temos na vida. Se os nossos olhos – ou seja, nossa perspectiva, desejos e intenções – forem guiados pela luz de Deus e pela busca do bem, todo o nosso corpo, simbolizando nossa vida e ações, será iluminado e guiado na direção da verdade e da santidade.

O que escolhemos ver, assistir e permitir que ocupe espaço em nossa mente e coração reflete e influencia profundamente nosso caráter e nossa vida espiritual. Somos atraídos facilmente pelo que os olhos veem, e muitas vezes aquilo que não é saudável ou que corrompe nossa alma parece ter um apelo forte.

Por outro lado, o que é bom e edificante nem sempre tem o mesmo apelo, e muitas vezes deixamos de praticá-lo, mesmo reconhecendo seu valor para nossa jornada espiritual. Esse conflito constante entre o que atrai nossa atenção, mas prejudica nossa alma, e o que fortalece nossa fé reflete a luta diária para manter nossos olhos fixos em Deus e os corações alinhados com Seus ensinamentos. Como bem expressa Romanos 7:19: "Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo."

O mundo oferece, a cada dia, meios mais sofisticados e quase irresistíveis de atração ao prazer e à sensualidade, criando distrações que apelam aos desejos imediatos e obscurecem valores. A constante influência da tecnologia e mídia pode afastar muitos do propósito divino, gerando vazios espirituais. Por isso, a vigilância e o fortalecimento na fé são essenciais para resistir e buscar verdadeira plenitude.

Deus não nos impede de experimentar o prazer; Ele nos criou com a capacidade de senti-lo e reagir positivamente ao que nos faz bem. No entanto, quando o prazer sai do controle ou é buscado de forma contrária à vontade divina, ele pode se tornar uma armadilha. Ao ceder a esses desejos, muitos acabam escravizados por sensações que, ao invés de trazerem satisfação, geram sofrimento. A busca pelo prazer deve ser saudável e alinhada com os propósitos de Deus, para que resulte em paz e realização, evitando dores e vícios.

Deus nos criou para a liberdade, e não para a escravidão. Em Jesus encontramos a chave que rompe todas as correntes que possam nos impedir de viver uma vida abençoada, frutífera e vitoriosa, conforme João 8:36: "Portanto, se o Filho os libertar, vocês de fato serão livres." Ao confiarmos em Jesus e entregarmos o controle de nossa vida a Ele, somos libertos de tudo o que nos aprisiona. Ele transforma nosso ser, concedendo-nos uma liberdade que nos permite viver em plenitude, com propósito e verdadeira paz.

Embora pareça impossível, vencer as tentações que atraem nossos olhos é possível. Mesmo que venhamos a pecar, temos um Advogado junto ao Pai: Jesus Cristo, o Justo, conforme 1 João 2:1: "Meus filhinhos, escrevo-lhes estas coisas para que vocês não pequem. Se, porém, alguém pecar, temos um Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo." Ao entregarmos o controle de nossa vida a Ele, podemos viver em verdadeira liberdade, libertos das cadeias do pecado e fortalecidos para resistir às tentações.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

 

 

UMA JORNADA DE INTIMIDADE, ESPERANÇA E ALEGRIA

"Vocês me procurarão e me acharão quando me procurarem de todo o coração." (Jeremias 29:13, NVI)

De fato, desde os tempos antigos, Deus tem desejado se revelar ao ser humano, mostrando Seu amor, misericórdia e um plano para a redenção. O profeta Oséias nos convoca com as seguintes palavras: "Conheçamos o Senhor; esforcemo-nos por conhecê-lo. Tão certo como nasce o sol, ele aparecerá; virá para nós como as chuvas de inverno, como as chuvas da primavera que regam a terra." Oséias 6:3 (NVI). Esse versículo destaca que o conhecimento de Deus não é apenas um evento isolado, mas uma experiência contínua, que requer dedicação e busca por intimidade com Ele. Ao buscarmos conhecê-Lo, somos transformados e podemos experimentar Sua presença em nossa vida de maneira constante e renovadora.

Quando nossos olhos espirituais se abrem, percebemos que Deus está acessível e deseja um relacionamento pessoal conosco por meio de Jesus Cristo, Seu Filho. Ele veio ao mundo para nos oferecer amizade e proximidade, caminhando ao nosso lado em todas as situações. Como Jesus disse: "Já não os chamo servos... Em vez disso, eu os tenho chamado amigos." (João 15:15, NVI).

A mente humana é fértil na criação de deuses e ídolos que evocam medo e castigo, mas servir ao Deus vivo e verdadeiro nos revela Sua essência de amor, graça, bondade, misericórdia e compaixão. Ele não apenas nos ama, mas também se importa profundamente com cada um de nós. Como está escrito: "O Senhor é compassivo e misericordioso, mui paciente e cheio de amor." (Salmos 103:8, NVI).

A mente de Deus é insondável e Seu amor nos constrange de maneira profunda. Sua graça e benignidade se estendem de geração em geração. Servimos a um Deus que perdoa, cura os doentes, levanta os caídos, fortalece os fracos e traz alegria aos corações tristes. "O Senhor sustenta os que vacilam e levanta todos os que estão prostrados." (Salmos 145:14, NVI).

Deus é a verdadeira fonte de alegria, que nos fortalece, concede paz e renova nosso ânimo para enfrentar as dificuldades da vida. Mesmo em meio às tribulações e adversidades, encontramos Nele uma força e felicidade eterna. Ele se deleita em satisfazer os desejos do coração dos que O amam: "Deleite-se no Senhor, e ele atenderá aos desejos do seu coração." (Salmos 37:4, NVI).

Muitos, neste momento, estão entregues ao desespero, com suas almas atribuladas e desanimadas. No entanto, ao conhecer o Deus verdadeiro, encontramos Nele esperança, refúgio e fortaleza, sempre presente em tempos de angústia. Como nos encoraja o salmista: "Por que você está assim tão triste, ó minha alma? Por que está tão perturbada dentro de mim? Ponha a sua esperança em Deus!" (Salmos 42:5, NVI).

Vivemos em um mundo que jaz no maligno, onde a tristeza, a dor e a morte afetam a muitos. A realidade do sofrimento pode parecer esmagadora, mas não estamos sem esperança. Deus nos chama a confiar Nele, mesmo em meio às trevas, prometendo que a luz de Cristo prevalecerá sobre todo o mal. "Sabemos que somos de Deus e que o mundo todo está sob o poder do Maligno" (1 João 5:19, NVI).

Diante de tal situação, o Espírito nos move a olhar para o alto, pois de lá vem a nossa salvação. Quando fixamos nossos olhos em Jesus, Ele se revela como a fonte das águas vivas que jorram do coração de Deus, dessedentando nossa sede espiritual e renovando nossas forças. Essa conexão com o amado Salvador nos traz alegria que fortalece e sustenta em meio às adversidades. "Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva" (João 7:38, NVI).

Conheça esse Deus maravilhoso que deseja se revelar a você. Não se entregue à tristeza! Não desista da felicidade! Permita que a alegria do Senhor seja a sua força, preenchendo seu coração com esperança e renovando o seu espírito. Quando a verdadeira alegria de Deus habita em nós, até o nosso semblante reflete essa luz e paz interior.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

 

 

 

 

VOCÊ OUVIU? ALGUÉM ESTÁ BATENDO.

“Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele, e ele comigo.” (Apocalipse 3:20, NVI).

Nosso coração é um lugar que muitos desejam conquistar. Ele tem um valor imenso e é alvo de amor, cuidado e atenção. Cabe a nós protegê-lo e oferecê-lo apenas ao que realmente importa e traz verdadeira transformação. Assim como alguns o querem para levar edificação outros querem ferir e até mesmo destruí-lo. Devemos sempre cuidar do nosso coração, permitindo que seja tocado apenas pelo que traz vida, paz e propósito.

Se Jesus recebeu “todo o poder nos céus e na terra”, (Mateus 28:18) Ele, mais que ninguém, tem a capacidade de entrar em teu coração. Entretanto, Ele somente o fará se você abrir a porta para Ele. O Senhor respeita a tua individualidade e espera que cada um de nós o acolha de maneira voluntária, permitindo que Ele transforme e ilumine nossas vidas.

Quando fomos formados por Deus à Sua imagem e semelhança (Gênesis 1:26), recebemos dEle características únicas, incluindo a liberdade de escolher o nosso próprio caminho. Esse presente divino nos permite tomar decisões e trilhar nossas próprias jornadas, refletindo a responsabilidade e a dignidade que vêm com essa liberdade.

A Palavra de Deus é clara e objetiva ao afirmar que "o que semearmos, isso também ceifaremos" (Gálatas 6:7). A liberdade que recebemos de Deus traz consigo uma grande responsabilidade: a de escolher com sabedoria para quem abriremos a porta do nosso coração e com quem compartilharemos nossa história. Nossas decisões revelam nossa essência e determinam o que colheremos ao longo de nossa caminhada. Não se deve abrir a porta do coração de forma impulsiva a qualquer um que se aproxima. É necessário ter critérios claros nas escolhas que fazemos. “Acima de tudo, guarde o seu coração, pois dele depende toda a sua vida.” (Provérbios 4:23, NVI).

Podemos concluir que, assim como Jesus bate à porta de nosso coração com amor e propósito, outras influências, que não são abençoadas, também podem se aproximar. Cabe a nós discernir e escolher com sabedoria a quem permitiremos entrada, guardando nosso coração e vida com critério e fé para abrir a porta apenas para aquilo que realmente edifica e traz vida.

Quantas batidas na porta do teu coração ou da tua mente você tem ouvido? Cada uma representa uma escolha, um chamado ou uma influência em sua vida. O que entra em nosso coração e o que deixamos de fora molda nosso caminho.

Você já parou para contar quantos visitantes desejam entrar no seu coração? Cada pensamento, sentimento ou influência que se aproxima tem um propósito e pode impactar sua vida de maneira significativa. É importante distinguir quem ou o que permitimos entrar, para que nosso coração seja preenchido com aquilo que traz paz, verdade e crescimento.

Perde-se a conta de quantos tentam se aproximar, sentar-se ao nosso lado, fazer parte da nossa história e influenciar quem somos. O desafio está em escolher com sabedoria quem permitimos que permaneça, moldando nosso caráter e impactando nossa jornada. Guardar o coração é um ato constante de discernimento e proteção. É necessário atenção pois quem ao teu lado que quer ser amigo do mundo faz-se inimigo de Deus. (Tiago 4:4)

Nosso coração é como um porta-joias, devendo ser mantido puro e santificado, conforme nos lembra 1 Pedro 1:16: "Sede santos, porque Eu sou santo." Além disso, não podemos transformar a morada de Deus em um depósito para o mal (1 Coríntios 6:15). Precisamos lembrar que Jesus não divide espaço com qualquer influência; Ele deseja habitar plenamente em nós, sem dividir Seu lugar com nada que o contrarie.

Lembre-se: seu corpo é um templo onde Deus é adorado por meio do seu testemunho. Viver dessa maneira honra ao Senhor e traz benefícios profundos para você mesmo. Como o Senhor Jesus nos ensina: “...a boca fala do que está cheio o coração” (Mateus 12:34). Portanto, encha seu coração com aquilo que edifica e glorifica a Deus, para que suas palavras e ações reflitam Seu amor e verdade.

Nossa mente e nosso coração precisam estar limpos, prontos para refletir a luz e o amor de Deus. Escolha com sabedoria o que você guarda neste lugar tão especial. Quando ouvir a batida de Jesus, abra a porta e permita que Ele entre, trazendo vida, paz e transformação.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

 

 

 

 

 

 

 

 O MESTRE E INSTRUTOR DE FÉ, É TAMBÉM PROVEDOR

Todos comeram e ficaram satisfeitos, e os discípulos recolheram doze cestos cheios de pedaços de pão e de peixe. Os que comeram foram cinco mil homens.” (Lucas 6:42-44, NVI).

Em uma narrativa simples, o evangelista Marcos, a partir do versículo 30 do capítulo 6, relata um dos milagres mais conhecidos de Jesus: a multiplicação dos pães. Ele descreve os discípulos retornando de uma missão, exaustos e necessitados de descanso. Percebendo o estado deles, Jesus busca proporcionar-lhes um momento de repouso, conduzindo-os a um lugar isolado. No entanto, a multidão, atenta ao movimento de Jesus e dos discípulos, apressou-se e chegou antes ao destino. Ao longo do relato, emergem diversos atributos de Jesus, evidenciando seu caráter e poder.

O primeiro atributo destacado é revelado quando Jesus desce do barco e, ao ver a multidão, Marcos relata que Ele sentiu compaixão, pois as pessoas eram como ovelhas sem pastor. Esse detalhe evidencia o profundo amor e empatia de Jesus por cada indivíduo. Ele não os enxerga apenas como uma multidão de curiosos ou necessitados, mas como pessoas que carecem de direção, cuidado e orientação espiritual.

Assim Jesus nos vê, como um rebanho que necessita do cuidado do Sumo Pastor, que guia, protege e alimenta suas ovelhas com amor e dedicação. Esse tema é recorrente nas Escrituras, especialmente no Novo Testamento, onde Jesus é revelado como o Bom Pastor que conhece cada uma de suas ovelhas pelo nome, entrega sua vida por elas e as conduz a águas tranquilas (João 10:11-14).

Quando a multidão, após um longo dia de ensino com Jesus, se encontrava faminta, Ele direcionou os discípulos com uma palavra desafiadora: “Dai-lhes vós de comer” (Marcos 6:37). A ordem de Jesus, com apenas cinco pães e dois peixes disponíveis, representava um grande desafio à fé dos discípulos.

Do ponto de vista humano, a quantidade de alimento era insignificante diante da necessidade de milhares de pessoas, tornando impossível suprir aquela demanda. No entanto, essa instrução de Jesus carregava um significado profundo: era um convite para que os discípulos confiassem na capacidade de Deus de realizar o impossível. Ele não estava apenas tratando de uma necessidade física, mas ensinando uma lição essencial sobre a dependência em Deus e a generosidade divina.

Ao convidá-los a serem participantes de sua obra de compaixão e provisão, Jesus demonstrou que, mesmo com recursos limitados, quando entregues nas mãos de Deus, eles podem ser multiplicados para suprir abundantemente.

O poder sobrenatural de Jesus é mais um de seus atributos. Os cinco pães e os dois peixes, aparentemente tão pequenos, representavam a limitação humana diante da imensidão das necessidades. Ao mesmo tempo, eram um sinal de que Deus pode multiplicar qualquer recurso quando ele é colocado em Suas mãos com fé. Jesus os abençoou, partiu e distribuiu, e o milagre aconteceu: todos comeram e se saciaram, e ainda sobraram doze cestos cheios. “Ah, Senhor Soberano, tu fizeste os céus e a terra pelo teu grande poder e por teu braço estendido. Nada é difícil demais para ti.” (Jeremias 32:17, NVI)

Assim, essa instrução era uma lição prática sobre dependência de Deus, fé em ação e a disposição de entregar a Ele tudo o que temos, por mais limitado que possa parecer. Quando confiamos em Cristo, Ele é capaz de transformar o pouco em muito, para suprir as necessidades e manifestar Sua graça e poder. "Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apoie em seu próprio entendimento; reconheça o Senhor em todos os seus caminhos, e ele endireitará as suas veredas." (Provérbios 3:5-6, NVI).

Essa orientação de Jesus também nos convida a confiar em Seu poder e a compartilhar o que temos, sabendo que Ele pode multiplicar nossos esforços e suprir as necessidades ao nosso redor. É um chamado à generosidade, fé e cooperação na missão de Deus de cuidar das pessoas, tanto espiritual quanto fisicamente.

O cuidado de Jesus vai além das necessidades físicas; Ele se preocupa com cada aspecto da vida de seu rebanho – espiritual, emocional e físico. Ele vê as pessoas em sua vulnerabilidade, carência e confusão, e se move com compaixão para suprir suas necessidades de uma maneira que somente o verdadeiro Pastor pode.

Essa visão de Jesus como o Sumo Pastor que cuida de seu povo, trazendo-lhes consolo, direção e sustento, é uma das expressões mais bonitas de seu amor e dedicação. Ele nos chama a confiar nele, seguir sua voz e descansar sob seu cuidado infalível, sabendo que Ele jamais nos abandona.

O Mestre que é compassivo, longânime e possui todo poder quer te sustentar. Ele pode multiplicar aquilo que em suas mãos é nada. Confie Nele e o mais tudo fará. Entregue suas limitações e desafios a Ele, pois nada está além de Seu alcance. Em Seu cuidado e provisão, encontramos força e esperança renovadas.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ADAPTANDO-SE À CRISE

Livra-me, ó Deus! Apressa-te, Senhor, a ajudar-me!” (Salmos 70:1, NVI).

A palavra "crise" é constante na vida dos brasileiros, que enfrentam desafios econômicos, políticos e sociais com resiliência. Aprendemos a nos adaptar, buscando soluções criativas e força em meio às dificuldades. A crise ensina lições duras, mas também revela oportunidades de recomeço. Com fé e esperança, seguimos lutando por dias melhores.

Em meio às crises, somos muitas vezes surpreendidos pelos milagres de Deus, que se manifestam com poder e amor. Quando enfrentamos doenças, Ele traz cura; em tempos de perigo, Ele concede livramentos. É nas batalhas mais difíceis que o Senhor demonstra sua força, conduzindo-nos à vitória e fortalecendo nossa fé. “Deus é o nosso refúgio e a nossa fortaleza, auxílio sempre presente na adversidade.” (Salmos 46:1, NVI).

A manifestação de Deus é, de fato, extraordinária e cheia de propósito. Quando Ele intervém, muitas vezes de maneira sobrenatural, não é por acaso ou capricho, mas por causa de Seu amor imensurável e desejo de cuidar de cada um de nós. Cada ação divina é motivada pelo amor, trazendo proteção, cura e esperança em momentos em que mais precisamos. “Lancem sobre ele toda a sua ansiedade, porque ele tem cuidado de vocês.” (1 Pedro 5:7, NVI).

As crises enfrentadas por Moisés e o povo de Deus no deserto foram muitas e severas. Caminhando em um ambiente hostil, sem recursos e constantemente testados, eles se depararam com momentos que pareciam não ter solução. A sede, a fome, os perigos e os desafios de uma jornada longa frequentemente levavam o povo ao limite, resultando em murmurações e revoltas contra Moisés. Porém, em cada crise, Deus se mostrou presente, trazendo soluções e milagres que revelavam seu poder e cuidado. As intempéries do deserto, embora caóticas, também foram oportunidades para que o povo reconhecesse e dependesse totalmente de Deus. “Então o Senhor disse a Moisés: 'Farei chover pão do céu para vocês. O povo sairá e recolherá diariamente a porção necessária para aquele dia. Com isso os porei à prova para ver se seguem ou não as minhas instruções.'” (Êxodo 16:4, NVI).

Assim como o povo de Deus no deserto, nós também enfrentamos períodos áridos e desafiadores em nossa caminhada. Nos momentos mais críticos, quando as forças parecem escassear e as soluções são difíceis de encontrar, precisamos nos lembrar que Deus é fiel e cumpre cada uma de Suas promessas. Ele não nos abandona em meio às dificuldades, mas nos guia com amor, provendo o que necessitamos no tempo certo. Essas provações são oportunidades para fortalecer nossa fé e renovar a confiança naquilo que Ele prometeu. Seu cuidado e fidelidade são nossa certeza, mesmo no meio do deserto.

Em tempos de dificuldade, não devemos nos entregar ao desespero nem cair em murmuração, como fez o povo. Em vez disso, somos chamados a confiar em Deus com todo o nosso coração. Ele é fiel e conhece cada uma das nossas necessidades. Confiar significa acreditar que, mesmo quando não enxergamos a saída, Deus está trabalhando em nosso favor, trazendo direção, consolo e provisão. A fé nos fortalece e nos sustenta nas adversidades, permitindo que caminhemos com esperança e coragem, sabendo que Ele nunca nos abandona.  Por isso não tema, pois estou com você; não tenha medo, pois sou o seu Deus. Eu o fortalecerei e o ajudarei; Eu o segurarei com a minha mão direita vitoriosa.” (Isaías 41:10, NVI).

Quando enfrentarmos uma crise e nos sentirmos perdidos, que possamos nos lembrar que Deus é especialista em realizar o impossível. Essa consciência renovará nossa esperança e fortalecerá nossa confiança. Entregar nossos desafios nas mãos de Deus, mesmo quando não enxergamos uma saída, é um ato de fé poderoso que permite a Ele agir em nossa vida. Com o coração aberto, deixemos Deus trabalhar em nossas crises, confiando que Ele tem milagres preparados para nos abençoar. Dessa forma, nos tornaremos testemunhas vivas de Seu poder e amor, glorificando Seu nome através de nossas vidas.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

 

 

 

A VIDA NO ESPÍRITO

“Por isso digo: vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne.” (Gálatas 5:16, NVI).

Em nossa jornada espiritual, enfrentamos batalhas constantes entre o Espírito e a carne, cada um nos chamando para direções opostas. O Espírito deseja aquilo que agrada a Deus, enquanto a carne inclina-se para os desejos egoístas. Esse conflito é inevitável, pois ambos têm naturezas distintas e vontades divergentes. Esse embate nos desafia a cada dia, mas ao escolher seguir o Espírito, encontramos força e propósito para superar as tentações e crescer espiritualmente.

A chave para vencer essa batalha está em uma escolha intencional: andar no Espírito. A carne, com seus desejos, busca nos afastar de Deus, enquanto o Espírito nos direciona a uma vida de santidade e comunhão com o Senhor. A vitória sobre esses conflitos se dá ao submeter nossa vontade ao Espírito, permitindo que Ele guie nossos pensamentos e ações. Apenas assim conseguimos resistir às tentações e nos aproximar mais de Deus diariamente. "Quem vive segundo a carne tem a mente voltada para o que a carne deseja; mas quem vive de acordo com o Espírito, tem a mente voltada para o que o Espírito deseja." (Romanos 8:5, NVI).

A partir do novo nascimento, o Espírito Santo nos fortalece, guiando-nos à vitória sobre os desejos desenfreados da carne. Em Cristo, nossa essência se torna espiritual, mesmo vivendo em um corpo corruptível, e passamos a fazer parte da realidade divina (Efésios 2:6). Porém, a coexistência entre a velha e a nova natureza traz conflitos; enquanto a velha natureza busca o pecado, a nova rejeita-o. Somos desafiados diariamente a escolher qual natureza seguir, resistindo com firmeza aos impulsos da carne. Como afirma Gálatas 5:17: "Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne."

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Viver no Espírito significa permitir que Deus conduza nossa vida, entregando a Ele o controle sobre nossos impulsos e desejos. O Espírito Santo nos capacita a resistir à velha natureza, cujos desejos tentam sufocar o que é de Deus em nós (Romanos 7:24). Ao vivermos no Espírito, rejeitamos as obras da carne e permitimos que o fruto do Espírito floresça, manifestando-se em nossas ações e atitudes. Mesmo invisível, o Espírito revela-se por meio de nossas atitudes, refletindo Cristo em tudo o que fazemos.  Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade.”  (Gálatas 5:22, NVI).

Ao andar no Espírito, somos capacitados por um poder sobrenatural que nos permite entender e cumprir a vontade de Deus (Romanos 12:2). Isso gera frutos em nossa vida que glorificam a Deus e permanecem (João 15:16). Esse caminhar nos leva a um crescimento contínuo na graça e no conhecimento de Cristo, transformando-nos cada vez mais em Sua imagem e refletindo a essência do Seu amor e verdade. Cresçam, porém, na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, agora e para sempre! Amém.” (2 Pedro 3:18, NVI).

Andar no Espírito e vencer a carne é um desafio diário, mas conduz a uma vida plena em Deus, onde nos tornamos espelhos que refletem Sua glória. Esse caminho de vitória e transformação está disponível para todos que vivem em Cristo Jesus, capacitados pelo Espírito Santo a superar os desejos da carne e a revelar o caráter de Deus. Como diz Gálatas 5:25: "Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito."

 A vida no Espírito não é um privilégio para poucos, mas o padrão para todo cristão redimido. Não se trata de um nível elevado ou exclusivo de espiritualidade reservado para cristãos “extraordinários” ou de uma edição de luxo do cristianismo. Pelo contrário, a habitação do Espírito é a experiência normal para todos que estão em Cristo, acessível a cada homem e mulher redimidos. É Deus operando em nós para nos guiar, fortalecer e transformar diariamente. Cada cristão é chamado a viver essa plenitude, onde o Espírito trabalha de maneira profunda e constante, capacitando-nos a refletir o caráter de Cristo e a cumprir Sua vontade.

"Entretanto, vocês não estão sob o domínio da carne, mas do Espírito, se de fato o Espírito de Deus habita em vocês. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, não pertence a Cristo." (Romanos 8:9, NVI).

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

 

 

GRATIDÃO: ATITUDE QUE AGRADA A DEUS

 “Um deles, quando viu que estava curado, voltou, louvando a Deus em alta voz.” (Lucas 17:15, NVI).

Gratidão é o sentimento de reconhecimento e apreço por algo recebido, seja um bem, um favor, um gesto de bondade ou um momento especial. É uma atitude que expressa satisfação e reconhecimento, valorizando o que se tem ou se experimenta, seja em relação a pessoas, situações ou até mesmo a Deus. Demonstrar gratidão envolve reconhecer com humildade que não somos autossuficientes e que recebemos presentes e oportunidades que enriquecem nossa vida.

O evangelista Lucas, no capítulo 17 de seu evangelho, relata o episódio dos dez leprosos que foram curados por Jesus. Apenas um deles, um samaritano, voltou para agradecer e glorificar a Deus em alta voz, prostrando-se aos pés de Jesus em sinal de profunda gratidão. Jesus então questiona: "Não foram purificados todos os dez? Onde estão os outros nove?" (Lucas 17:17, NVI). Esse relato destaca o valor da gratidão, evidenciando que reconhecer e agradecer pelas bênçãos recebidas é uma atitude que agrada a Deus e demonstra um coração verdadeiramente transformado.

Neste texto, o Espírito Santo nos revela aspectos profundos da gratidão através do comportamento do leproso que voltou para agradecer. O primeiro ponto destacado é que a gratidão deve ser dirigida à fonte de toda bênção: Deus. O homem que foi curado reconheceu que sua restauração não era algo comum, mas um milagre divino, e, por isso, voltou para louvar a Deus em alta voz. Este gesto de reconhecimento público e espontâneo ilustra que a verdadeira gratidão não é silenciosa ou passiva; ela exalta a Deus e glorifica a Sua bondade com louvor sincero. O Espírito Santo nos ensina que nossa gratidão deve sempre começar voltando o coração para Deus, reconhecendo-O como a origem de todo bem em nossas vidas. “Um deles, quando viu que estava curado, voltou, louvando a Deus em alta voz.” (Lucas 17:15, NVI).

O segundo ponto enfatiza que a gratidão não deve ser apenas para com Deus, mas também para com o canal que Ele usou para realizar a bênção ou milagre. No caso do leproso curado, ele não apenas glorificou a Deus, mas também voltou especificamente para agradecer a Jesus, prostrando-se aos Seus pés em sinal de humildade e reconhecimento. Este gesto mostra que ele reconhecia Jesus como o mediador da sua cura e não considerou o ato como algo automático ou esperado. Ele demonstrou gratidão ao instrumento que Deus usou para trazer a bênção. “Prostrou-se aos pés de Jesus e lhe agradeceu.” (Lucas 17:16, NVI).

O Espírito Santo nos ensina que devemos ter um coração grato, não só ao Senhor, mas também às pessoas e aos meios que Ele usa para tocar e transformar nossas vidas. Gratidão é um reconhecimento pleno, que envolve reverência e agradecimento sincero tanto à fonte como ao canal de cada bênção recebida.

O terceiro ponto enfatiza a obra do Espírito Santo ao gerar fé no coração do samaritano. Ao dizer: "Levante-se e vá; a sua fé o salvou" (Lucas 17:19, NVI), Jesus reconhece que não foi apenas a cura física que aconteceu, mas uma transformação mais profunda no coração daquele homem. A fé que ele demonstrou ao voltar, louvar e se prostrar aos pés de Jesus era fruto da ação do Espírito Santo, que plantou em seu coração a confiança e a gratidão genuína. Essa fé não se limitou a buscar um milagre; ela se voltou para o próprio Senhor, gerando salvação. O Espírito Santo nos ensina que a fé verdadeira não só recebe bênçãos, mas reconhece o Salvador, levando-nos a uma relação mais íntima e comprometida com Deus. Gratidão e fé caminham juntas como respostas à obra redentora de Cristo em nossa vida.

O Pai, o Filho e o Espírito Santo, como a Trindade divina, merecem todo o nosso louvor e desejam que vivamos em comunhão e adoração sincera a Eles. O Pai, fonte de toda criação e amor, é digno de nossa gratidão por Seu cuidado e providência. O Filho, Jesus Cristo, é digno de exaltação por Sua obra redentora, entregando-se para nos salvar e abrir o caminho para o Pai. O Espírito Santo é digno de honra por Sua presença em nós, guiando, confortando e capacitando nossa vida espiritual. Louvar a Deus em todas as Suas manifestações é reconhecer Sua santidade, amor e soberania, vivendo para glorificá-Lo em todo o nosso ser. Seja grato no dia de hoje!

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

 

CRESCIMENTO E FORTALECIMENTO ESPIRITUAL

"No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo" (João 16:33, NVI).

O tema de hoje nos conduz a uma reflexão sobre as provações. Todos nós, em algum momento, enfrentamos períodos de provação, e é importante compreender a diferença entre provação e tentação.

A tentação é uma armadilha do adversário, que busca nos afastar de Deus; já as provações são permitidas pelo Senhor, com o propósito de fortalecer e purificar a nossa fé, ela nos aperfeiçoa e nos conduz a um amadurecimento testando nossa confiança e dependência no Senhor, que jamais nos deixa sozinhos nessas jornadas difíceis.

Enquanto a tentação nos leva ao desvio, a provação nos convida a depender mais de Deus, moldando-nos conforme Sua vontade. Em meio às provações, podemos nos lembrar das palavras de Tiago: "Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria o fato de passarem por diversas provações, pois vocês sabem que a prova da sua fé produz perseverança" (Tiago 1:2-3, NVI). A provação é uma oportunidade para sermos refinados e para experimentar a fidelidade de Deus de forma mais profunda.

Muitas pessoas se veem em conflito ao refletirem sobre a bondade e o poder de Deus diante das provações. Surge então uma dúvida: se Deus é realmente bom, por que Ele permite que passemos por dificuldades? E se Ele é todo-poderoso, por que não intervém para impedir essas situações? Esse pensamento leva alguns a questionarem se Ele é verdadeiramente bom ou onipotente, já que parece contraditório que um Deus bondoso permita o sofrimento e que um Deus onipotente não o impeça.

A resposta para esse conflito pode estar no entendimento de que Deus, em Sua sabedoria, permite as provações para que cresçamos e amadureçamos. As dificuldades, longe de serem sinais de abandono, são oportunidades para fortalecer nossa fé e dependência n'Ele. Em vez de uma falta de bondade ou de poder, essa permissão de Deus reflete Seu desejo de nos ver mais fortes e próximos d'Ele.

Uma passagem marcante do livro de Daniel é o relato em que três jovens – Sadraque, Mesaque e Abede-Nego – são lançados em uma fornalha ardente por se recusarem a adorar a estátua de ouro erguida pelo rei Nabucodonosor. Mesmo diante da ameaça de morte, eles permaneceram fiéis, confiando no poder de Deus para livrá-los. No entanto, Deus não os impediu de entrar na fornalha, mas fez algo ainda mais extraordinário: enviou um quarto homem, identificado como "semelhante a um filho dos deuses," para estar com eles no meio do fogo. Essa figura representa a presença divina que não só os protegeu, mas garantiu que nem um fio de seus cabelos fosse queimado. Esse ato revela que, nas provações, Deus nem sempre nos tira da situação difícil, mas promete estar ao nosso lado, sustentando-nos e livrando-nos do mal.

O apóstolo Paulo também ilustra bem esse entendimento ao afirmar que suas provações, ao invés de serem obstáculos, contribuíram para o avanço do evangelho. Em suas cartas, especialmente na Epístola aos Filipenses, Paulo revela que as dificuldades que enfrentou – prisões, perseguições e adversidades – foram oportunidades para que mais pessoas ouvissem sobre Cristo. Em Filipenses 1:12, ele diz: "Quero que saibam, irmãos, que aquilo que me aconteceu tem, ao contrário, servido para o progresso do evangelho." As provações de Paulo fortaleceram sua fé e permitiram que ele alcançasse lugares e pessoas que, de outra forma, não teriam sido impactadas. Isso nos ensina que Deus usa até mesmo nossos momentos difíceis para cumprir Seus propósitos e espalhar Sua mensagem de salvação.

Ao refletirmos sobre o versículo "Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito" (Romanos 8:28, NVI), fica evidente que o apóstolo Paulo quer nos lembrar que "todas as coisas" realmente abrangem todos os aspectos da vida, incluindo as provações. Paulo não se refere apenas aos momentos de alegria e sucesso, mas também às dificuldades, perdas e desafios. Ao dizer “todas as coisas,” ele está afirmando que, para aqueles que amam a Deus, até os tempos de provação e sofrimento têm um propósito e cooperam para o nosso bem, moldando-nos e nos aproximando de Deus. Essa compreensão nos convida a confiar plenamente na sabedoria divina, crendo que até as lutas podem ser instrumentos de crescimento e bênçãos.

Certo é que diante das provações, podemos confiar que Deus, em Sua infinita bondade e poder, está conosco, assim como esteve na fornalha com os jovens hebreus e sustentou Paulo em suas dificuldades. As adversidades não são sinais de abandono, mas ferramentas divinas para nosso crescimento e fortalecimento espiritual. Com a certeza de que "todas as coisas cooperam para o bem" daqueles que amam a Deus, somos convidados a enfrentar cada prova com fé, sabendo que até mesmo os momentos difíceis cumprem um propósito maior em nossas vidas.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

 

  

A ORAÇÃO DO SERVO

“Ouve, Senhor, a minha oração, dá ouvidos à minha súplica; responde-me por tua fidelidade e por tua justiça.”  (Salmos 143:1)

Você já teve sua integridade ameaçada ou se sentiu indignado diante de caluniadores? Esse salmo de Davi surge como uma oração pessoal de defesa. Embora o rei de Israel jamais buscasse justificar-se diante de Deus, vemos aqui o clamor de um espírito oprimido, que apresenta um lamento profundo. Nos versos, Davi expressa a angústia que o impulsiona a lutar por dias melhores e a confiar no Senhor para enfrentar suas batalhas.

Davi não tem dúvidas sobre a assistência de seu Deus; ele sabe que o Senhor escuta suas orações, por mais fracas e quebrantadas que sejam. Essa também é a nossa experiência: servimos a um Deus que nos ouve. Somos ansiosos por sermos ouvidos, e o Senhor conhece bem nossa fragilidade. Desejamos Sua atenção, e Ele nunca nos decepciona. O olhar de misericórdia do nosso Deus está sobre cada um de nós e os Seus ouvidos sempre atentos ao nosso clamor. (Salmos 34:15, NVI).

Alguns podem até pensar que nossa situação é mais difícil do que a de outros e que exige uma atenção especial. Contudo, temos um justo Juiz que acompanha cada um de nossos desafios e os julga com misericórdia. Ele conhece nossas lutas e nos trata com compaixão, sempre atento às necessidades de Seus filhos.

Davi não apresentou mérito algum diante de Deus, pois sabia que era apenas um servo inútil. Afinal, ninguém pode permanecer diante de Deus com base na lei, pois seríamos prontamente condenados. (Salmos 143:2). Comparecemos, sim, pela graça e pelos méritos de Jesus, Seu Filho Amado, em quem temos plena aceitação. De igual forma, nos colocamos diante do Senhor conscientes de que não podemos alegar inocência perante Seu tribunal. Nossa súplica, porém, permanece: “Pai, em nome de Teu Filho Jesus, ouve a minha oração.”

Em seu lamento, Davi revela sua total dependência de Deus. Ao declarar no verso 6, minha alma tem sede de ti, o rei expressa a sensação de estar seco, como um solo árido que anseia pela chuva restauradora. Nada mais lhe traria contentamento senão a presença de Deus. Assim também somos nós nessas horas. Não levantamos apenas nossas mãos aos céus, mas rasgamos nosso coração, certos de que a água viva nos será dada em abundância. “Mas quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Pelo contrário, a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna". (João 4:14, NVI).

Às vezes, profundamente aflitos, imploramos que o Senhor se apresse, temendo, em nossa fragilidade humana, que Seu auxílio possa chegar tarde demais. É por isso que o salmista clama: ouve-me depressa. Comentando sobre essa urgência, Spurgeon diz: “A misericórdia tem asas nos calcanhares quando a miséria está no limite. Deus não falhará quando nosso espírito desfalecer; Ele apressará Seu curso e virá até nós nas asas do vento.”  (Spurgeon, Charles H., Tesouros de Davi, Vol. 3, f. 835, 2024).

Suplicamos ao Senhor porque a fé nos conduz a uma confiança plena n'Ele, certos de que jamais seremos decepcionados. Uma alma confiante permanece inabalável. Nosso Deus, todo-poderoso, não permitirá que nossa esperança naufrague. Ele é quem nos fortalece e nos capacita a superar as dores e desafios diários.

Ao final, Davi declara: “E no teu amor leal, aniquila os meus inimigos; destrói todos os meus adversários, pois sou teu servo.” (Salmos 143:12, NVI). Esta declaração carrega um peso profundo. Esse pedido revela sua total dependência e confiança na justiça de Deus. Davi reconhece que sua defesa e vitória vêm exclusivamente do Senhor, e não de sua própria força ou mérito.

O uso do termo "amor leal" (ou hesed no hebraico) indica a confiança de Davi na fidelidade e misericórdia de Deus, que Ele age em favor dos que Lhe pertencem. A súplica de Davi não é por vingança pessoal, mas pela destruição de tudo que se opõe a ele como servo de Deus. Ele se coloca sob o cuidado divino, certo de que o Senhor, em Seu amor leal, protegerá Seu servo e eliminará as forças que o ameaçam.

Que o Senhor nos ensine a orar como Davi, com a mesma humildade e confiança espiritual que ele demonstrou. Que possamos, em nossas orações, refletir uma fé genuína e segura, depositando tudo no caráter e na fidelidade de Deus, sabendo que Ele nos ouve e age em favor dos que Nele confiam.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

 

 

 

A FIGUEIRA QUE FLORESCE: SINAIS DA RESTAURAÇÃO E DA PROMESSA

"Eu os tirarei das nações, os ajuntarei de todos os países e os trarei de volta para a sua própria terra. Aspergirei água pura sobre vocês e ficarão puros; eu os purificarei de todas as suas impurezas e de todos os seus ídolos. Darei a vocês um coração novo e porei um espírito novo em vocês; tirarei de vocês o coração de pedra e lhes darei um coração de carne." Ezequiel 36:24-26 (NVI)

Ao acompanhar pelas mídias as últimas notícias sobre Israel, somos levados a refletir sobre o cumprimento das profecias bíblicas e a proximidade da volta de Jesus. Os eventos envolvendo aquele país e as nações vizinhas não são meros acontecimentos políticos ou sociais, mas sinais que, à luz das Escrituras, apontam para o desfecho da história humana e para a concretização das promessas divinas.

Quando Jesus andou pela Terra Prometida há dois mil anos, Israel já havia passado por seu auge. A era de ouro sob Davi e Salomão havia terminado. Dividido entre os reinos de Israel e Judá, o povo judeu foi conquistado e levado ao exílio pelos assírios e babilônios. Em cumprimento à profecia de Isaías, o rei Ciro permitiu que os judeus retornassem para reconstruir Jerusalém e o templo. O retorno, no entanto, trouxe desafios, pois agora o território era habitado também por samaritanos e outros povos. 

Sob o domínio de Roma, a Judeia tornou-se uma província problemática. Os judeus aguardavam o Messias, com muitos esperando um líder militar que os libertasse do jugo romano. No entanto, Jesus desafiou essas expectativas ao oferecer Sua vida na cruz, mostrando que o verdadeiro caminho para a redenção era a fé e a obediência, não a força militar. A mensagem de Jesus, primeiramente direcionada aos judeus, estendeu-se aos gentios, revelando o propósito universal do Evangelho.

A figueira amaldiçoada por Jesus simbolizava a falta de frutos espirituais em Israel. Assim como a figueira murchou, também a nação de Israel enfrentaria um período de disciplina e afastamento. Cerca de 40 anos após a crucificação, a destruição do templo pelos romanos marcou o início da diáspora judaica. Durante quase dois milênios, o povo judeu foi disperso e perseguido, enfrentando inquisições e ataques violentos, mantendo-se como estrangeiros em diversas nações.  "E vendo uma figueira à beira do caminho, foi até ela, mas não achou nada a não ser folhas. Então disse: 'Nunca mais dê fruto!'. Imediatamente a árvore secou" (Mateus 21:19, NVI).

Lucas 13:6-9 exemplifica a paciência divina, mas também alerta para o julgamento. A nação escolhida foi colocada de lado, mas não abandonada, aguardando o momento de restauração prometida. 

Nos séculos seguintes, a Terra Prometida ficou abandonada, como predito por Ezequiel. Tornou-se estéril e desabitada. No entanto, a esperança começou a renascer no final do século XIX, quando o movimento sionista surgiu, preparando o caminho para o retorno dos judeus. Mesmo assim, muitos preferiram continuar em suas nações de origem, sem perceber o que Deus estava realizando.  "Vou fazer uma obra em seus dias que vocês não acreditariam, mesmo que lhes fosse contada" (Habacuque 1:5, NVI).

O século XX trouxe mudanças drásticas. O Holocausto despertou nos judeus a urgência de retornar à sua terra ancestral. Milhares emigraram para Israel, respondendo ao chamado de restauração. A "figueira", que havia murchado, agora começava a brotar. 

Na semana que antecedeu Sua crucificação, Jesus ensinou sobre a rejeição de Israel e o tempo de Sua segunda vinda. Ele usou a parábola da figueira como um sinal profético, indicando que, quando seus galhos se tornassem tenros e suas folhas brotassem, o verão estaria próximo, assim como a redenção.  “Aprendam a lição da figueira: Quando seus ramos se renovam e suas folhas começam a brotar, vocês sabem que o verão está próximo" (Mateus 24:32-33, NVI).

Com o retorno do povo judeu à sua terra e a restauração de Israel, vemos sinais proféticos sendo cumpridos diante de nossos olhos. Muitos cristãos, no entanto, ignoram essas evidências, como se Deus não estivesse mais agindo na história. Contudo, assim como nos dias de Habacuque, Deus está realizando obras maravilhosas em nossos dias, convidando-nos a reconhecer Seu plano soberano. 

O Salmo 107 descreve o retorno do povo disperso "do leste, do oeste, do norte e do sul", apontando para a restauração final de Israel. Ainda que muitos judeus não reconheçam o Messias, o Evangelho continua a avançar entre as nações, cumprindo o plano de Deus para salvar tanto judeus quanto gentios.  "Quem é sábio atente para essas coisas e considere a bondade do Senhor" (Salmo 107:43, NVI).

Portanto, o restabelecimento de Israel é um testemunho vivo da fidelidade de Deus. Cada promessa profética cumprida nos lembra que estamos vivendo em um tempo de oportunidade e expectativa. O retorno de Jesus está próximo, e cabe a nós discernir os sinais dos tempos, mantendo nossa fé firme e proclamando o Evangelho.  "Eu é que sei os planos que tenho para vocês, diz o Senhor, planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro" (Jeremias 29:11, NVI).

Com cada sinal profético que se cumpre, somos chamados a testemunhar a bondade e a fidelidade de Deus. A restauração de Israel é um lembrete de que Suas promessas nunca falham. Estamos vivendo em um tempo de preparação, e cada um de nós tem o privilégio de anunciar a esperança do Evangelho enquanto aguardamos a volta de Cristo.  Amém!

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

 

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