AQUILO QUE DEUS TEM PREPARADO

“Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam.” 1 Coríntios 2:9 (NAA)

Tinha vinte anos quando, junto a três amigos, encarei a aventura de escalar o Pico das Agulhas Negras, na Serra da Mantiqueira. Foram horas de caminhada, esforço físico e superação até alcançarmos o cume, a quase 2.800 metros de altitude. Lá em cima, o que contemplamos era grandioso demais para ser descrito. A paisagem parecia tocar o céu, e o silêncio quase absoluto nos envolvia como uma presença sagrada. Nos abraçamos, choramos e nos ajoelhamos, rendendo glória a Deus por Sua criação tão majestosa.

Essa experiência se gravou profundamente em minha memória. Foi como estar diante de algo santo, algo que transcendia o comum. Por muito tempo, pensei que nada pudesse se comparar ao que senti naquele momento.

Mas ao meditar em 1 Coríntios 2:9, compreendi algo ainda maior. O que Paulo escreveu não se refere ao que podemos ver com os olhos, ouvir com os ouvidos ou sentir emocionalmente. Ele está falando de algo que vai além de tudo o que a gente pode ver, ouvir ou sentir. O que Deus tem preparado para os que O amam vai além de qualquer cume alcançado, além de qualquer paisagem admirável ou emoção inesquecível.

Paulo está nos apontando para realidades espirituais profundas — mistérios da salvação, da cruz e da glória de Deus, que só podem ser revelados pelo Espírito Santo. Essas verdades não são compreendidas pela razão humana nem acessadas pela sensibilidade natural. “Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito.”  1 Coríntios 2:10 (NAA)

O apóstolo deixa claro que a sabedoria de Deus é distinta da sabedoria do mundo. A mente natural não é capaz de discernir os propósitos eternos do Senhor. As promessas que Ele reservou para aqueles que O amam não dizem respeito apenas a bênçãos temporais ou momentos extraordinários — são promessas eternas, invisíveis, profundas, e acessíveis apenas aos que creem em Cristo.

Ao escrever isso, Paulo ecoa uma verdade que o profeta Isaías já havia proclamado: “Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com o ouvido se percebeu, nem com os olhos se viu outro Deus além de ti, que trabalha para aquele que nele espera.” Isaías 64:4 (NAA)

Isaías falou isso em um tempo de arrependimento e clamor, quando o povo de Israel ansiava por restauração. Ele reafirma que Deus age em favor dos que O esperam, mesmo em tempos de dor e silêncio. O profeta olha para trás com fé e para frente com esperança, certo de que o agir de Deus é único e surpreendente.

Ambos os textos — de Isaías e de Paulo — revelam o mesmo princípio: Deus opera além daquilo que se pode ver, ouvir ou sentir. Ele age no invisível, no eterno, e revela Seu propósito àqueles que se aproximam com fé.

A minha experiência no alto do Agulhas Negras foi, sem dúvida, transformadora. Mas ela ainda pertence ao mundo do visível, do sensível, do tocável. O que Paulo descreve está em outro nível: nenhum cume, por mais alto; nenhuma música, por mais inspiradora; nenhum sentimento, por mais profundo, pode alcançar. É algo que só o Espírito pode revelar aos que verdadeiramente amam ao Senhor.

Por mais belas que sejam as experiências desta vida, nada se compara ao que Deus tem preparado para os Seus. As maiores maravilhas que conhecemos aqui ainda são apenas sombras diante da glória eterna. Deus nos convida a ir além da superfície, a ultrapassar os limites da percepção humana, para experimentar a profundidade do Seu amor, da Sua presença e da Sua salvação.

O que vi, ouvi e senti naquele dia, mesmo sendo indescritível, ainda está abaixo do que Deus tem reservado para os que O amam. As paisagens mais belas ainda pertencem ao que os olhos podem ver, mas aquilo que Deus preparou só pode ser revelado ao coração que crê — porque vai além da vista, além do toque, além da razão: é mistério revelado pelo Espírito.

As emoções mais profundas e as imagens mais belas ainda habitam o terreno do sensível. Mas o que Deus preparou para os que O amam está além: é revelação do Espírito, promessa eterna, glória que os olhos ainda não viram — mas que já ilumina o coração que crê.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

02/jul/25

 

UM ANO MAIS DE VIDA - GOTAS DE ORVALHO

“Assim como a chuva e a neve descem dos céus e não voltam para eles sem regarem a terra e fazerem-na brotar e florescer, para ela produzir semente para o semeador e pão para o que come, assim também ocorre com a palavra que sai da minha boca: ela não voltará para mim vazia, mas fará o que desejo e atingirá o propósito para o qual a enviei.”  Isaías 55:10-11 (NVI)

Queridos irmãos, A Paz do Senhor Jesus!

Há um ano, sob a direção do Senhor, demos início a este projeto com o propósito de proclamar a Palavra de Deus e conduzir cada um de nós a uma reflexão diária. Desde então, temos experimentado a graça e a fidelidade de Deus em cada mensagem compartilhada. O nosso desejo, desde o primeiro dia, foi que essas palavras tocassem corações, edificassem vidas e renovassem a esperança daqueles que as lessem.

Sabemos que a necessidade de nos alimentarmos da Palavra de Deus diariamente é real e indispensável para a nossa vida espiritual. Assim como o corpo necessita de alimento para se fortalecer e ter energia, a nossa alma precisa das Escrituras para permanecer firme diante dos desafios e incertezas da vida. O próprio Jesus nos ensinou essa verdade ao declarar: "Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus" Mateus 4:4 (NVI). É por meio da Palavra que encontramos direção, consolo, sabedoria e força para perseverar, especialmente nos momentos de adversidade. Por essa razão, cada texto compartilhado foi cuidadosamente elaborado com a presença de versículos bíblicos que fundamentam e dão respaldo às reflexões apresentadas.

Nosso objetivo sempre foi proporcionar uma leitura que, além de inspiradora, estivesse solidamente embasada nas verdades eternas da Bíblia, permitindo que a mensagem alcançasse não apenas a mente, mas também tocasse profundamente o coração.

Ao longo deste primeiro ano, tratamos de diversos temas relacionados aos nossos enfrentamentos diários. Em muitos momentos, acredito que o Senhor falou de maneira especial através das reflexões aqui compartilhadas, trazendo não apenas consolo e encorajamento, mas também desafios para um crescimento genuíno na fé.

A Palavra de Deus é viva e eficaz, e sempre nos surpreende com a sua atualidade e capacidade de tocar as áreas mais profundas do nosso ser. Quantos testemunhos já ouvimos de irmãos que, em meio à leitura de um devocional, encontraram exatamente a resposta que tanto buscavam! Isso é fruto da ação graciosa do Espírito Santo, que opera em nós através da Palavra.

Outra vitória que desejo compartilhar com os irmãos neste ano foi o lançamento do meu livro "Gotas de Orvalho". Esse projeto, assim como o que temos desenvolvido juntos, nasceu do desejo sincero de transmitir palavras de fé, esperança e encorajamento a todos que buscam refrigério para a alma.

Assim como o orvalho refresca a terra nas primeiras horas da manhã, minha oração é que cada página desse livro leve renovação, consolo e inspiração aos corações sedentos por Deus. Ver esses dois sonhos se tornarem realidade foi uma bênção indescritível — fruto da graça do Senhor e do apoio valioso de muitos que estiveram ao meu lado nessa caminhada. Que cada palavra escrita continue cumprindo o propósito de edificar vidas e fortalecer a fé de todos que as lerem.

Ao entrarmos neste segundo ano, seguimos com o mesmo propósito e o coração ainda mais cheio de gratidão e expectativa. Queremos continuar levando aos irmãos palavras que toquem o coração como uma gota de orvalho em uma terra seca — trazendo frescor, renovo e esperança para a alma cansada. Cada reflexão é preparada com oração e cuidado, para que você sinta não apenas palavras humanas, mas a presença de Deus falando diretamente ao seu coração. O nosso anseio é que esses momentos de leitura sejam mais do que simples hábitos diários, mas encontros com o Senhor que guiem nossos passos e fortaleçam nossa caminhada de fé.

A Palavra do Senhor é, e sempre será, a nossa fonte inesgotável de sabedoria e força. O salmista declarou com convicção: "Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho" Salmos 119:105 (NVI).

Que essa verdade esteja sempre viva em nós! Em um mundo que constantemente nos convida ao desânimo, à dúvida e ao medo, precisamos nos apegar àquilo que é eterno e imutável: a Palavra de Deus. Ela não apenas orienta, mas também transforma e restaura.

Olhar para trás e lembrar das lições aprendidas ao longo deste ano nos enche de gratidão. Quantos dias difíceis foram suavizados por uma palavra de encorajamento! Quantas decisões foram guiadas pela sabedoria das Escrituras! Que possamos carregar essa gratidão em nosso coração e permanecer atentos à voz do Senhor, que ainda deseja falar conosco em cada novo dia. Não permitamos que a rotina ou as distrações da vida nos afastem dessa fonte de vida.

Que a leitura diária da Palavra continue sendo prioridade em nossa jornada. Há um convite do próprio Deus para que nos aproximemos d’Ele com confiança. Ao buscarmos a Sua presença com sinceridade, Ele promete nos guiar, fortalecer e nos dar a paz que excede todo entendimento. Como disse o apóstolo Paulo: "E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus" Filipenses 4:7 (NVI).

Meu desejo e oração para este novo ciclo é que cada reflexão seja um instrumento usado por Deus para fortalecer nossa fé, renovar nossa esperança e aproximar-nos ainda mais do coração do Pai. Que, ao prosseguirmos juntos nesta caminhada, possamos crescer em graça, conhecimento e amor.

Que continuemos sedentos pela Palavra e encontremos nela não apenas respostas, mas a própria presença do Senhor guiando nossa vida.

Sigamos firmes, confiando que a Palavra do Senhor jamais volta vazia. Que toda honra e glória sejam dadas a Ele, hoje e sempre!

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Com carinho e orações,
Pr. Décio

01/jul/25

 

A MULHER COMO GUARDIÃ DOS VALORES MORAIS DO LAR

“A mulher sábia edifica a sua casa, mas com as próprias mãos a insensata a derruba.”
Provérbios 14:1 (NVI)

Deus confiou à mulher uma missão preciosa e insubstituível: edificar e proteger o lar, não apenas com cuidado e afeto, mas também com sabedoria e firmeza. A mulher que teme ao Senhor torna-se uma verdadeira guardiã dos valores morais de sua casa, influenciando silenciosamente, mas com grande profundidade, cada membro da família.

Sua atuação vai muito além das responsabilidades cotidianas. Ela é como uma sentinela — atenta, vigilante, sensível à presença de Deus e firme contra qualquer ameaça aos princípios eternos. Com seu testemunho, ela ensina sem impor. Com sua postura, ela orienta sem dominar. Com sua presença, ela transforma o ambiente e firma os alicerces da fé no coração dos que vivem ao seu redor.

A Bíblia está cheia de exemplos que confirmam esse papel tão especial. Ana, mesmo antes de ter seu filho Samuel, já o consagrava em oração. Sua fé não dependia das circunstâncias. Loide e Eunice, avó e mãe de Timóteo, transmitiram com naturalidade e profundidade a fé que moldou um servo de Deus. Essas mulheres não apareceram nos púlpitos, mas influenciaram gerações a partir de suas casas.

Nos dias atuais, quando tantos valores são relativizados e enfraquecidos, o chamado de Deus à mulher continua o mesmo: ser referência moral e espiritual para sua família. Em meio a vozes que tentam banalizar a verdade, é dela que muitas vezes vem o “não” necessário, a palavra sensata, a oração silenciosa e firme que sustenta o lar.

Ser guardiã, no entanto, não é sinônimo de rigidez ou controle. Pelo contrário, é exercer autoridade com amor, firmeza com ternura, e convicção com sabedoria. É viver os valores do Reino com coerência, de tal forma que os filhos aprendem observando, e o marido se sente seguro ao lado de alguém que caminha com Deus. Não é impor um padrão, mas viver de forma tão autêntica que os outros desejam seguir o mesmo caminho.

Quando a mulher ama e teme ao Senhor, sua sabedoria molda o lar. Como diz o livro de Provérbios, é com sabedoria que se edifica a casa. Muitas vezes, a presença de Deus no lar começa pelo coração devoto da mulher. Seu exemplo inspira, acalma, corrige e transforma. Ela não precisa levantar a voz, pois sua vida fala mais alto. Suas orações silenciosas sustentam a família nos dias bons e maus. E mesmo quando tudo parece desmoronar, ela permanece firme, confiando naquele que é o verdadeiro alicerce.

Essa mulher também entende que a formação espiritual dos filhos não é responsabilidade exclusiva da igreja. A escola dominical pode introduzir verdades, mas é em casa que elas se aprofundam. É no cotidiano que se moldam os valores. Cada conversa, cada correção, cada oração ao lado da cama, cada abraço com ensinamento — tudo isso constrói uma herança que o tempo não apaga.

E não é só com os filhos que sua influência se faz notar. Sobre o marido, sua presença também é marcante. Mesmo que ele seja o cabeça do lar, como ensina a Palavra, a mulher sábia é o coração que equilibra, aconselha, sustenta. Uma esposa temente a Deus pode edificar o homem que ama, acalmar conflitos, incentivar decisões justas e manter o ambiente espiritual saudável e agradável para todos.

Por fim, como sentinela, ela é atenta ao que entra em sua casa. Tem discernimento para dizer “não” ao que compromete a saúde espiritual da família: conteúdos, influências, amizades, hábitos. Ela vigia com amor, porque sabe que proteger sua casa é também proteger o legado espiritual que deixará para as próximas gerações.

Não se trata de perfeição, mas de entrega. Não se trata de controle, mas de influência. A mulher guardiã dos valores morais do lar é, acima de tudo, uma mulher que caminha com Deus e transforma tudo ao seu redor — não com imposição, mas com fé, sabedoria e amor.

A mulher que teme ao Senhor se torna uma sentinela silenciosa do céu sobre sua casa — guardando, ensinando e edificando com sabedoria, oração e amor.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

30/jun/25

 

E ME FARÃO UM SANTUÁRIO

“E me farão um santuário, e habitarei no meio deles.” Êxodo 25:8 (NVI)

O capítulo 25 de Êxodo marca um momento importante na trajetória do povo de Israel pelo deserto. Depois de libertá-los com mão poderosa do Egito e conduzi-los até o Monte Sinai, onde estabeleceu com eles uma aliança, Deus começa agora a revelar algo ainda mais profundo: o desejo de habitar no meio do Seu povo. E para isso, dá a Moisés as instruções para a construção do Tabernáculo — um santuário móvel que acompanharia os israelitas em sua jornada rumo à Terra Prometida.

É verdade que a presença de Deus já se manifestava de forma visível e contínua. Durante o dia, uma nuvem os guiava e os protegia do sol escaldante do deserto. À noite, uma coluna de fogo aquecia o acampamento e afastava os perigos dos animais selvagens. No entanto, o Tabernáculo representava algo a mais: um espaço de encontro, de adoração, de comunhão — um lugar onde o povo pudesse se achegar a Deus e reconhecer sua total dependência d’Ele.

Nos versículos de 1 a 9, o Senhor fala diretamente com Moisés e o orienta a recolher uma oferta entre os israelitas. Mas o que mais chama a atenção não é a lista dos materiais que deveriam ser doados — ouro, prata, tecidos, madeira — e sim a forma como essa oferta deveria ser entregue. O versículo 2 é claro: “Diga aos israelitas que me tragam uma oferta. Receba-a de todo aquele cujo coração o compelir a dar.”

A oferta, portanto, não era um imposto ou uma obrigação imposta à força. Era um ato de voluntariedade, movido pelo coração. Deus não queria apenas materiais para um santuário. Ele desejava que cada contribuição fosse expressão de gratidão, amor e reconhecimento da Sua bondade. Era como se dissesse: “Quero que o que vocês me derem venha do coração, não das mãos apenas, ou do que sobrar.”

Já no versículo 8 encontramos outra pérola: “E me farão um santuário, para que eu habite no meio deles.”

Esse é o verdadeiro propósito: Deus deseja habitar entre o Seu povo. O tabernáculo seria o ponto visível dessa presença, um lugar de encontro, adoração e comunhão. Mas o que Deus ansiava mesmo era algo maior — não apenas estar no meio do povo, mas dentro de cada um deles.

O tabernáculo do deserto era apenas uma sombra de algo mais profundo e eterno. Deus queria que o homem reconhecesse, de coração, sua total dependência do Criador. Essa realidade só se tornou possível plenamente com a vinda do Espírito Santo. Em Pentecostes, quando o Espírito desceu sobre os discípulos, cumpriu-se o desejo mais profundo de Deus: habitar no coração do homem, não mais em tendas ou templos físicos.

Hoje, o verdadeiro santuário de Deus não é feito de madeira, ouro ou linho fino — é feito de carne e sangue, de vidas rendidas ao Senhor. Como Paulo afirma em 1 Coríntios 3:16: “Vocês não sabem que são santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vocês?”

Com a encarnação de Cristo, Ele veio e habitou entre nós. Com a descida do Espírito Santo, passou a habitar dentro de nós. O plano de Deus sempre foi mais profundo do que estruturas físicas: Ele deseja fazer do nosso coração Sua morada permanente.

Portanto, o chamado continua atual. Deus ainda busca corações voluntários, movidos por amor, dispostos a ofertar não apenas bens, mas a própria vida como expressão de adoração. Ele deseja construir santuários vivos, onde Sua presença seja percebida e revelada ao mundo. Um povo que carrega Sua glória não em tendas ou templos, mas no caráter, nas escolhas e na caminhada diária.

Ofereçamos, então, com gratidão, tudo o que temos e somos. Que o Senhor encontre em nós um lugar para habitar — não um espaço físico, mas um coração quebrantado, disponível e cheio do Espírito.

Deus não busca apenas ofertas feitas com as mãos, mas corações que se entregam com amor — pois Seu maior desejo é habitar, não em tendas, mas em nós.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

29/jun/25


QUANDO NÃO HÁ MAIS FORÇAS: CONFIAR NO DEUS DO IMPOSSÍVEL

“‘Não tenha medo das palavras que você ouviu...’” 2 Reis 19:6 (NVI)

O capítulo 19 de 2 Reis é um retrato vívido do desespero humano diante de uma ameaça incontrolável. O rei Ezequias se vê cercado pelo exército da Assíria, uma superpotência militar da época. As palavras de afronta do rei Senaqueribe não são apenas contra Judá, mas contra o próprio Deus. Diante disso, Ezequias rasga suas vestes e cobre-se de pano de saco — símbolo de dor, angústia e desespero — e entra na casa do Senhor.

Essa imagem é forte: um rei, com todo o poder que possuía, reconhece que não há mais nada que possa fazer. Humanamente falando, era o fim. Era como se a criança estivesse pronta para nascer, mas a mãe não tivesse mais forças para dar à luz. Tudo apontava para a derrota. Ezequias sabia que, sozinho, não resistiria. Mas ele também sabia onde encontrar esperança: no Senhor.

Ele envia seus oficiais ao profeta Isaías e, em resposta, recebe uma palavra que ecoa por toda a Bíblia: “Não tenha medo”. Deus repete isso incontáveis vezes porque sabe como o medo nos paralisa. É nesses momentos em que não vemos saída que o Senhor nos diz: “Não temas”. Quando o homem não pode fazer mais nada, Deus começa a agir. Nenhuma batalha é vencida contra o Senhor. Ele sempre pode reverter o quadro quando confiamos em Sua provisão.

Senaqueribe havia vencido todas as nações por onde passou. Seu histórico era imbatível. Ele zombava de Judá e do Deus de Israel, como se o Senhor fosse igual aos ídolos vencidos anteriormente. Mas ninguém afronta o Deus vivo e permanece de pé. Esse é o Deus que servimos: Aquele que não se deixa escarnecer.

Ezequias, diante das ameaças, não reúne o conselho de guerra, não envia mais cartas diplomáticas — ele vai ao templo e coloca a carta de afronta diante de Deus. Ele ora, mas antes de suplicar, adora. Reconhece que só o Senhor é Deus sobre todos os reinos da terra. Só então apresenta sua petição. Esse é um ensinamento precioso: antes de pedir, adore. Antes de falar da luta, reconheça o poder d’Aquele que está ouvindo.

Na oração, Ezequias não nega a força do inimigo. Pelo contrário, admite que Senaqueribe destruiu muitas nações. Mas ele afirma uma verdade maior: esses povos confiavam em deuses falsos, feitos por mãos humanas. Já Israel confiava no Deus vivo. O rei então suplica: “Livra-nos, Senhor, para que todos os reinos saibam que só tu, Senhor, és Deus”.

E a resposta vem. Deus sempre ouve. Sempre vê. E sempre responde. Isaías envia a mensagem: “Assim diz o Senhor: ouvi a sua oração”. Que consolo saber que nossas orações chegam ao céu e recebem atenção divina. Deus então declara que Senaqueribe não entrará em Jerusalém, nem lançará flecha alguma contra ela. A sentença foi dada. O inimigo não teria vitória. Nenhuma voz que se levanta contra Deus pode prevalecer.

E o livramento veio de maneira inesperada. Naquela noite, o anjo do Senhor feriu 185 mil soldados assírios. O exército inimigo foi destruído sem que Ezequias precisasse levantar uma espada. Porque quando Deus luta por nós, não há resistência. Nosso Deus é irresistível. Não importa a luta que você enfrenta hoje — se Deus é por nós, quem será contra nós?

Talvez você esteja vivendo um tempo em que tudo parece perdido. Já tentou de tudo. Já buscou todas as saídas. E agora, sente que não tem mais forças. Lembre-se: Deus é poderoso para te livrar. A oração é a arma mais eficaz que temos. Ela move o céu. Leve suas crises ao Senhor. Não se renda ao medo. Resista às vozes que tentam enfraquecer sua fé. No tempo certo, o livramento virá. Porque o nosso Deus nunca falha.

Quando as forças humanas se esgotam, Deus revela seu poder. A oração transforma o desespero em esperança, e o impossível em testemunho de livramento.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

28/jun/25

 

A FIGUEIRA, A FÉ E OS FRUTOS QUE DEUS ESPERA

“Vendo uma figueira à beira do caminho, aproximou-se dela, mas nada encontrou, a não ser folhas. Então lhe disse: ‘Nunca mais dê frutos!’ Imediatamente a árvore secou.” Mateus 21:19 (NVI)

Numa manhã, a caminho de Jerusalém, Jesus sentiu fome. Ao avistar uma figueira frondosa à beira da estrada, aproximou-se para procurar frutos. Mas, embora estivesse cheia de folhas, não havia nada para comer. Era só aparência. Diante disso, Jesus declarou: “Nunca mais você dê fruto!” E, para espanto dos discípulos, a figueira secou na hora. O que parecia apenas um gesto radical de alguém com fome, na verdade era uma profunda lição espiritual e profética.

Esse não foi um milagre aleatório, nem uma atitude impulsiva. A figueira simbolizava algo muito maior. Na tradição bíblica, a figueira muitas vezes representa Israel — o povo escolhido por Deus, que recebeu promessas, profetas, o templo, os rituais e toda uma estrutura religiosa. Do lado de fora, tudo parecia cheio de vida — muitas folhas. Mas, por dentro, faltavam os frutos que o Senhor tanto esperava: justiça, humildade, arrependimento, fé verdadeira.

Essa repreensão não era nova. Vários séculos antes, os profetas já haviam alertado sobre uma fé de aparência, um culto vazio, uma adoração apenas de palavras. Isaías, por exemplo, disse que o povo honrava a Deus com os lábios, mas o coração permanecia distante (Is 29:13). Com esse gesto diante da figueira, Jesus confirma que o mesmo problema persistia: aparência sem essência. E por isso, a nação enfrentaria juízo — não por falta de estrutura, mas por não ter produzido o que era esperado de um povo tão privilegiado.

Essa lição atravessa o tempo e nos alcança. Hoje, também corremos o risco de ter muitas folhas e pouco fruto. Há igrejas cheias de atividades, posições e títulos, mas onde falta o quebrantamento, a verdade, a compaixão, o Espírito. E o mais sério: muitos se expõem como árvores frondosas, tocando trombetas, anunciando frutos que não existem. Mas Jesus não se deixa enganar. Ele se aproxima, examina, e sabe o que está de fato em nosso coração.

Aquela figueira representava uma propaganda enganosa: folhas que prometiam frutos, mas não entregavam nada. E Jesus tem o direito de esperar frutos em nossa vida. Ele se aproxima de cada um de nós com discernimento perfeito, e quando encontra apenas aparência sem vida, não se agrada. Isso é um chamado à sinceridade, ao arrependimento, e a uma fé prática que dá frutos.

Jesus usou esse momento não só para advertir, mas também para ensinar sobre fé. Diante do espanto dos discípulos, Ele disse: “Se tiverem fé e não duvidarem, poderão fazer não só isso, mas até ordenar que um monte se lance ao mar.” Ele muda o foco da figueira para o coração do discípulo. A verdadeira fé não é decorativa nem teórica. É viva, confiante, e age com autoridade segundo a vontade de Deus.

E completa: “Tudo o que pedirem em oração, se crerem, receberão.” Isso não significa que Deus atenderá qualquer desejo egoísta, mas que a fé genuína, alinhada ao coração do Pai, tem poder. Quando oramos com sinceridade, buscando a vontade do Senhor, coisas extraordinárias acontecem — para glória d’Ele, não para a nossa.

A figueira seca ainda fala conosco. Deus não está interessado em aparência. Ele quer transformação. Busca frutos verdadeiros: ações que nascem de um coração renovado, fé que se revela nas escolhas do dia a dia, humildade que se expressa em amor. Quando Ele encontra isso, derrama graça com generosidade. Mas, quando há só folhas, Ele confronta — e esse confronto também é graça. Porque o mesmo Jesus que secou a figueira foi o que curou, alimentou e perdoou. Ele não quer nos excluir, mas nos transformar.

Que nossa vida não seja um teatro religioso. Que nosso coração seja terra boa, e nossa fé, raiz firme. Que não fiquemos apenas com folhas que impressionam, mas que sejamos árvores carregadas de frutos que glorificam ao Pai. E que, em oração, encontremos n’Ele a força para viver com autenticidade diante de Deus e dos homens.

“Deus não se impressiona com folhas vistosas, mas se alegra com frutos verdadeiros. A fé que Ele honra é aquela que brota do coração, transforma atitudes e confia no Seu poder mesmo quando tudo parece seco.”

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

27/jun/25

 

CONSTRUINDO A PAZ EM CASA: UM CHAMADO À MATURIDADE CRISTÃ

“Por isso, esforcemo-nos em promover tudo quanto conduz à paz e à edificação mútua.”  Romanos 14:19 (NVI)

Família é um presente de Deus, mas nem sempre é fácil desembrulhar esse presente. Conviver diariamente com pessoas imperfeitas, com ideias e temperamentos diferentes, é um dos maiores desafios que enfrentamos. Mas também é uma das maiores oportunidades de crescimento espiritual. Amar no lar é amar de verdade, com renúncia, com paciência, com perdão.

Certa vez, ouvi uma frase que me marcou: "Família é como jardim: exige cuidado constante, mesmo quando os espinhos ferem mais do que as flores encantam." Isso é profundamente verdadeiro. Nem todo dia é harmonia, mas todo dia é uma chance de recomeçar. A paz não brota automaticamente; ela é construída com esforço, oração e maturidade.

A Bíblia não romantiza a vida familiar. Pelo contrário, ela expõe com sinceridade as dores e conflitos dentro de casa, inclusive entre aqueles que serviam a Deus. Davi, por exemplo, foi um grande rei e um homem segundo o coração de Deus, mas enfrentou tragédias em sua casa: adultério, assassinato, incesto, rebelião dos filhos. Jacó conviveu com rivalidades entre suas esposas e filhos. Abraão viu sua família dividida por decisões precipitadas. Eli perdeu seus filhos para a corrupção, e Isaque e Rebeca cultivaram favoritismos que geraram engano e separação. Nem Noé, o homem justo do dilúvio, escapou de conflitos domésticos. Essas histórias não estão na Bíblia por acaso. Elas são espelhos, advertências e também convites à reflexão.

Nosso lar pode ser o lugar mais seguro do mundo, mas também pode se tornar um campo de batalha se não formos guiados pelo Espírito Santo. É por isso que o apóstolo Paulo, em Romanos 14, fala sobre a importância de não transformar convicções pessoais em motivo de tropeço para os outros. Ele estava tratando de questões de consciência entre os cristãos — o que comer ou deixar de comer — mas o princípio se aplica perfeitamente à vida em família. O problema não era o alimento em si, mas a maneira como as pessoas se tratavam por causa dele.

Quantas vezes, dentro de casa, usamos nossas opiniões como armas? Quantas discussões começam por coisas pequenas, mas terminam em grandes feridas? Às vezes, estamos certos em nossos argumentos, mas errados em nossa atitude. A maturidade cristã exige mais do que estar certo — exige saber como tratar o outro com respeito e amor, mesmo em meio às diferenças.

Paulo escreve: “Se o seu irmão se entristece por causa do que você come, você já não está agindo por amor” (v.15). Aplicando isso à vida familiar, podemos entender que nossas palavras, nosso tom, nossa rigidez ou frieza podem ferir aqueles que mais amamos. Promover a paz não é ceder em tudo, mas é saber escolher a hora certa de falar e o jeito certo de agir. Requer sabedoria, empatia e discernimento espiritual.

A fé não pode ser usada como justificativa para atitudes duras ou arrogantes dentro de casa. Paulo diz que tudo o que não provém da fé é pecado (v.23), e isso nos leva a refletir: estamos vivendo com consciência limpa diante de Deus também no trato com nossa família?

Construir um lar onde reina a paz é um chamado espiritual. É fazer todo o esforço — como o texto base nos lembra — para promover a edificação mútua. Isso inclui pedir perdão, perdoar sem esperar retorno, ouvir com atenção e transformar as diferenças em pontes, não em muros. Exige coragem para deixar de lado o orgulho e abrir espaço para a graça.

A verdadeira espiritualidade começa onde ninguém vê: no modo como tratamos quem está ao nosso lado todos os dias. Se queremos agradar a Deus, devemos fazer do nosso lar um lugar onde Ele se sinta à vontade para habitar. Isso não significa que tudo será perfeito, mas que haverá amor suficiente para recomeçar sempre que for necessário.

No fim das contas, o maior testemunho de fé que podemos dar não está apenas em nossos sermões, ministérios ou postagens religiosas — mas na maneira como amamos, servimos e perdoamos dentro da nossa própria casa.

A paz no lar não é fruto da ausência de conflitos, mas da presença constante do amor, da renúncia e da maturidade espiritual inspirada por Cristo.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

26/jun/25

 

A FORÇA DA FÉ QUE VEM DA FAMÍLIA

“Recordo-me da sua fé não fingida, que primeiro habitou em sua avó Lóide e em sua mãe Eunice [...]”  2 Timóteo 1:5 (NVI)

A história de Timóteo é um lembrete poderoso do que Deus pode fazer através de uma família que cultiva a fé com sinceridade. Ele era ainda jovem quando começou a se destacar entre os irmãos em sua cidade natal. Filho de mãe judia e pai grego, cresceu num lar dividido em termos culturais e religiosos. Ainda assim, a presença de duas mulheres cheias de fé — sua avó Lóide e sua mãe Eunice — fez toda a diferença.

Essas duas mulheres não tinham título religioso, nem posição de liderança formal, mas possuíam algo que nenhuma escola pode ensinar: fé viva e coerente. Foi essa fé, alimentada diariamente em casa, que moldou o caráter de Timóteo. Paulo, ao escrever sua segunda carta ao jovem companheiro de ministério, destaca esse legado com ternura: “Lembro da tua fé não fingida, que habitou primeiro em tua avó e depois em tua mãe...”. A fé que habitava nelas passou a habitar também nele.

Quando Paulo conheceu Timóteo, viu mais que juventude. Viu um coração disposto, bem preparado e cheio de zelo. Ao longo dos anos, Timóteo se tornou um colaborador leal e necessário nas viagens missionárias de Paulo. Ele foi enviado para liderar igrejas em momentos delicados, como em Corinto, Tessalônica e Éfeso. Era jovem, sim, mas demonstrava maturidade, sabedoria e amor genuíno pelo povo de Deus. Por isso, Paulo se referia a ele como “meu verdadeiro filho na fé”.

O que torna Timóteo ainda mais relevante para nós hoje é o modo como ele foi formado. A sua fé não surgiu do acaso, nem apenas por influência apostólica. Ela foi construída, passo a passo, dentro de casa. Essa é uma lição preciosa. Em um mundo tão acelerado, onde os pais se preocupam com cursos, atividades e desempenho escolar — o que não é errado —, é fácil esquecer do que realmente permanece: a formação espiritual.

Muitos acreditam que ensinar a fé em casa é responsabilidade exclusiva da igreja – da professora da escola dominical. Mas a Palavra de Deus nos mostra o contrário. A igreja fortalece, sim, mas o alicerce da fé é lançado dentro do lar. São os pais e avós que, com exemplos diários, conversas sinceras e orações constantes, formam o coração dos filhos para Deus. Foi assim com Lóide, foi assim com Eunice, e pode ser assim conosco.

Não se trata de desprezar o ensino acadêmico ou as atividades extracurriculares. Pelo contrário, elas têm o seu valor. Mas nada disso deve ocupar o lugar central que pertence ao Senhor. Ensinar uma criança a nadar, falar outra língua ou passar no vestibular é importante, mas ensiná-la a andar com Deus é eterno. E quando essa semente é plantada cedo, ela floresce na hora certa, mesmo que o mundo ao redor tente sufocá-la.

Timóteo é um exemplo vivo de que a fé pode — e deve — ser transmitida de geração em geração. E isso começa com pequenos gestos: uma oração antes das refeições, uma história bíblica contada na hora de dormir, um abraço acompanhado de uma promessa da Palavra. Nada é pequeno demais quando se trata de cultivar fé verdadeira no coração de quem amamos.

Se hoje temos filhos, netos, sobrinhos ou jovens ao nosso redor, que não percamos tempo. Invistamos no que realmente importa. Talvez eles não sejam pastores ou missionários como Timóteo, mas podem ser homens e mulheres íntegros, tementes a Deus, preparados para resistir aos dias maus e brilhar como luz neste mundo. Esse é o tipo de legado que atravessa gerações e permanece para sempre.

“A fé que nasce no coração de uma família e é vivida com verdade pode se tornar o maior legado que alguém deixa neste mundo.”

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

25/jun/25

 

O ESPÍRITO SANTO: O MOTOR DA VIDA NO ESPÍRITO

“Agora, pois, já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.”  Romanos 8:1 (NVI)

Desde o princípio, o Espírito Santo tem operado na vida daqueles que se rendem a Deus. No Antigo Testamento, Sua atuação era mais pontual, repousando sobre pessoas específicas, como juízes, profetas e reis, para que cumprissem missões determinadas. Mesmo assim, Sua presença pode ser vista conduzindo silenciosamente a história da salvação. Ele nunca esteve ausente — apenas trabalhava nos bastidores da redenção.

Com a vinda de Jesus e a promessa cumprida no Pentecostes, a presença do Espírito se torna clara, constante e acessível a todos os que creem. Agora, o Espírito Santo não apenas vem sobre o crente, mas habita nele. Ele passa a agir de forma permanente, enchendo o coração com dons, frutos, ousadia e direção. O que antes era sombra se torna realidade. A profecia de Joel se cumpre: “Derramarei do meu Espírito sobre todos os povos...” (Joel 2:28).

A missão confiada por Jesus — o famoso "ide" (Mt 28:19) — jamais seria possível sem o Espírito. É Ele quem dá vida à igreja, anima os discípulos, sustenta o pregador, orienta o missionário e capacita o crente comum no seu dia a dia. Sem o Espírito, não há verdadeira vida espiritual, apenas religiosidade, formalismo e esforço humano.

O capítulo 8 da carta aos Romanos é uma joia preciosa nesse assunto. São 17 menções diretas ao Espírito Santo, o que levou alguns estudiosos a chamarem esse texto de “o Pentecostes de Romanos”. Ali, Paulo mostra o contraste entre a lei do pecado e da morte e a lei do Espírito da vida. O Espírito não apenas nos livra da condenação, mas nos guia, testifica que somos filhos de Deus, intercede por nós e nos assegura a esperança da glória futura. É a vida no Espírito que marca o verdadeiro cristão.

Quando somos movidos pelo Espírito Santo, entendemos uma verdade essencial: não podemos salvar a nós mesmos. Nem mesmo a lei dada a Moisés, ainda que santa, justa e boa, tem poder para nos justificar. Ela apenas escancara nossa condição e nos leva à consciência do pecado. É então que o Espírito entra em cena, convencendo-nos do pecado, da justiça e do juízo. Ele nos conduz ao arrependimento e à fé. E por causa dessa obra, podemos afirmar com confiança, como Paulo: “Portanto, agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus.”

A nossa obediência ao Espírito não acontece por regras de fora, mas por uma mudança que Ele faz dentro de nós. É dentro de nós que Ele trabalha — quebrando cadeias, renovando pensamentos e produzindo um novo modo de viver. Essa liberdade não nasce do nosso esforço, mas da ação da “Lei do Espírito de vida”, que vence e se impõe sobre a lei do pecado e da morte. Aquilo que antes nos dominava, já não tem mais poder. Agora somos guiados pelo Espírito que habita em nós, tornando possível uma vida segundo a vontade de Deus.

A santidade, por sua vez, é obra dEle em nós. Não é uma conquista pessoal, mas fruto da graça. É resultado da ação coordenada da Trindade: o Pai nos amou, o Filho nos redimiu e o Espírito nos transforma. É Ele quem nos convence, purifica, separa para Deus e nos ensina a viver em comunhão e obediência. Ser santo é viver rendido à direção do Espírito, dia após dia.

E você, tem vivido essa realidade? O Espírito tem espaço para agir em seu coração? Ou você tem tentado vencer com suas próprias forças, seguindo regras sem vida?

Hoje é o dia de abrir-se completamente para essa presença que transforma. Não há mais condenação para quem está em Cristo — e viver segundo o Espírito é a prova disso. Entregue-se, confie e deixe o Espírito guiar seus passos. Ele é o sopro da nova vida que Deus preparou para você.

"A vida cristã não é esforço humano, mas obra do Espírito que transforma, guia e nos conduz à verdadeira liberdade em Cristo."

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

24/jun/25

 

LUTANDO PELA FAMÍLIA EM TEMPOS DIFÍCEIS

“Lutem por seus irmãos, seus filhos, suas filhas, suas mulheres e suas casas!” Neemias 4:14 (NVI)

Quando a gente se casa, algo muda dentro da gente. A visão que se tinha de família como um ideal bonito e distante passa a se tornar realidade — concreta, intensa e cheia de responsabilidades. Passamos a enxergar a família com outros olhos. Ela deixa de ser apenas um sonho e se transforma em compromisso diário. É nesse ponto que começamos a defendê-la com mais firmeza, a viver por ela com mais entrega, e a interceder por ela com mais fervor.

Para quem teme a Deus, a ordem de prioridades nesta vida é clara: primeiro o Senhor, depois a família. E isso não é apenas uma teoria, mas uma prática que se constrói todos os dias, com esforço, renúncia e amor. E com vocês, tem sido assim também?

Nos dias de Neemias, o povo de Israel também vivia um tempo desafiador. Depois de longos anos em exílio, havia retornado a Jerusalém. Era hora de reconstruir os muros da cidade, mas não só isso — era preciso restaurar também a fé, a dignidade e a identidade espiritual da nação. Neemias, servo fiel e sensível à voz de Deus, assumiu essa missão com coragem e oração.

Como sempre acontece quando alguém se propõe a fazer algo que glorifique ao Senhor, surgiram inimigos. Sambalate, Tobias e outros opositores se levantaram para tentar desanimar o povo. Usaram palavras de desprezo, ameaças e até estratégias de ataque. A intenção era clara: interromper a obra e espalhar o medo. Muitos se abalaram. A reconstrução estava em risco.

Foi nesse cenário que Neemias se posicionou com firmeza. Reuniu o povo e, cheio de fé, declarou: “Não tenham medo deles. Lembrem-se de que o Senhor é grande e temível. Lutem por seus irmãos, seus filhos, suas filhas, suas mulheres e suas casas!”

Essa fala não foi apenas uma frase de incentivo. Foi um chamado à consciência. A luta que travavam não era apenas por pedras e muros. Era pela preservação da família, pela fé das próximas gerações, pelo legado de um povo que pertencia a Deus. Neemias entendeu que, quando se trata da família, vale a pena lutar.

Essa convocação continua viva hoje. Vivemos dias difíceis. Nossas famílias estão cercadas, não por soldados com espadas, mas por ideias distorcidas, distrações que enfraquecem os vínculos e pressões que tentam apagar a fé dentro dos lares. Existe uma batalha invisível acontecendo. E muitos ainda não perceberam que o alvo do inimigo não é apenas o indivíduo, mas a estrutura da família como um todo.

Por isso, a voz de Neemias ainda ecoa com força: lute pela sua casa. Lute pelo seu casamento, pelos seus filhos, pela unidade do seu lar. A Bíblia nos alerta que os dias são maus, e o inimigo anda ao nosso redor como um leão, procurando brechas para atacar (1 Pedro 5:8). Não podemos relaxar. Precisamos erguer os muros espirituais da nossa casa — muros de oração, de ensino da Palavra, de vigilância e comunhão com Deus.

Essa luta, porém, não é solitária. O mesmo Deus que esteve com Neemias está conosco. Ele é o nosso refúgio e fortaleza. É Ele quem dá sabedoria para conduzir os filhos, força para restaurar relacionamentos, graça para suportar os momentos difíceis e coragem para recomeçar sempre que for preciso.

Neemias sabia que a fidelidade de hoje gera frutos que alcançam o amanhã. O que ele plantou naquele tempo ecoaria nas futuras gerações. E é assim também com a nossa família. Toda vez que escolhemos lutar por ela, estamos plantando sementes de fé que abençoarão os filhos, os netos e até os filhos dos netos. Como está escrito no Salmo 103:17-18: “Mas o amor leal do Senhor está com os que o temem, e a sua justiça com os filhos dos filhos, com os que guardam a sua aliança e se lembram de obedecer aos seus preceitos.”

Família é projeto de Deus. E como todo projeto divino, precisa ser cuidado, protegido e, quando necessário, reconstruído com paciência e fé. Que cada um de nós ouça o chamado de Neemias como um desafio pessoal. Que possamos lutar com amor, fé e perseverança por aqueles que Deus colocou ao nosso lado.

“Família é herança de Deus e missão do coração. Quem escolhe lutar por ela hoje, constrói um legado eterno que abençoará as gerações de amanhã.”

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

23/jun/25

 

REBELDIA: A RAIZ DO PECADO

“A rebelião é como o pecado da feitiçaria, e a arrogância como o mal da idolatria.”  1 Samuel 15:23 (NVI)

Lembro da minha juventude nos anos 70, uma época em que, para muitos jovens, ser rebelde era quase uma exigência cultural. Rebeldia era vista como sinônimo de força, autenticidade e liberdade. Essa ideia ganhou força e se espalhou por meio de músicas que exaltavam a desobediência, roupas que quebravam padrões tradicionais e um estilo de vida que promovia a quebra de limites. A rebeldia, antes tida como perigosa, passou a ser celebrada como um valor. Mas, por trás de tudo isso, havia muitos corações vazios, tentando encontrar um sentido para a vida — e errando o caminho.

Desde o início da Bíblia, o pecado é revelado não apenas como um erro moral, mas como um ato de rebeldia contra a autoridade de Deus. Quando Adão e Eva desobedeceram no Éden, não foi apenas uma falha de comportamento. Eles escolheram colocar sua própria vontade acima da do Senhor. O pecado nasceu quando o ser humano duvidou da palavra de Deus, seguiu outra voz e decidiu ser o seu próprio guia. A rebeldia, portanto, não é apenas quebrar regras, mas romper a confiança e rejeitar o senhorio do Criador.

Essa postura está presente em toda a história bíblica. A rebelião não precisa ser barulhenta — às vezes, ela se esconde em atitudes disfarçadas de boas intenções, mas que ainda resistem à vontade de Deus. É como dizer: “Eu sei o que é melhor para mim.” É o espírito que prefere seguir os impulsos do próprio coração, mesmo sabendo que o coração humano é enganoso e instável.

O pecado não fere apenas a santidade de Deus — ele quebra a relação de obediência e confiança para a qual fomos criados. Entender o pecado como rebeldia nos ajuda a enxergar sua gravidade, mas também destaca a beleza do arrependimento. Porque o arrependimento verdadeiro não é apenas sentir remorso, é reconhecer que saímos do lugar de submissão e escolher voltar humildemente à direção de Deus.

Um exemplo claro disso é o rei Saul. Em 1 Samuel 15, ele foi instruído por Deus a destruir completamente os amalequitas, mas decidiu obedecer parcialmente, poupando o que lhe parecia melhor. Quando confrontado, tentou justificar sua desobediência com motivos religiosos. Deus, porém, respondeu de forma firme por meio do profeta Samuel: rebelião e insubordinação são tão graves quanto feitiçaria e idolatria, porque ambas colocam o homem no lugar de Deus. No fundo, a rebeldia é isso: tomar para si o trono que pertence ao Senhor.

E toda escolha de rebeldia tem um preço. A Bíblia afirma: “O salário do pecado é a morte” (Romanos 6:23a). A separação gerada pelo pecado atinge nosso relacionamento com Deus, afeta nossos vínculos com as pessoas ao nosso redor e até fragmenta nossa própria identidade. Adão e Eva foram expulsos do jardim, Caim se afastou da presença do Senhor, o povo no deserto pereceu sem alcançar a terra prometida, e Israel, repetidamente, colheu o fruto amargo de sua desobediência.

Muitos hoje acreditam que seguir seus próprios caminhos é liberdade. Mas a rebeldia, mesmo quando parece libertadora, aprisiona. A independência sem Deus promete autonomia, mas entrega escravidão. Ela nos isola, nos endurece, nos afasta da verdadeira paz.

É por isso que o arrependimento é essencial. Ele é o caminho de volta. Deus não abandona o rebelde — Ele chama de volta. Em 2 Crônicas 7:14, o Senhor declara: “Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei...”. Arrependimento é mudança de rota, é entrega renovada, é retomar a caminhada debaixo da vontade de Deus.

E foi exatamente para isso que Jesus veio. Ele se fez carne, habitou entre nós e deu Sua vida para reconciliar os rebeldes com o Pai. Ele estende a mão aos que se afastaram, oferece perdão aos que erraram, restaura o coração dos que desejam recomeçar. Em Cristo, temos a chance de voltar ao propósito original: viver sob a direção de Deus, com amor, confiança e obediência.

A rebeldia tenta tirar Deus do trono, mas o arrependimento nos devolve ao lugar onde a vontade do Senhor volta a ser nossa maior segurança.”

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

22/jun/25

 

UM PROPÓSITO PARA CADA VIDA

“Abraão certamente se tornará uma nação grande e poderosa, e por meio dele todas as nações da terra serão abençoadas. Pois eu o escolhi para que ordene aos seus filhos e aos seus descendentes que guardem o caminho do Senhor, fazendo o que é justo e direito...”  Gênesis 18:18-19 (NVI)

Para cada pessoa que Deus levanta, há um propósito definido e específico. Deus não chama ninguém por acaso. Ele não age por improviso. Cada vida escolhida por Ele carrega um chamado singular, uma missão clara que se encaixa em Sua grande história de redenção.

Na vida de Moisés, o propósito foi tirar o povo do Egito e libertá-lo da escravidão. Josué foi chamado para conduzir esse mesmo povo à Terra Prometida. Davi teve como missão edificar e unificar um reino sob a direção do Senhor. Salomão, seu filho, foi levantado para construir o templo. Neemias recebeu o encargo de restaurar os muros de Jerusalém e reerguer a dignidade de uma nação abatida.

João Batista veio para preparar o caminho do Senhor, chamando o povo ao arrependimento. Pedro, cheio do Espírito, foi instrumento para abrir as portas do evangelho aos judeus. E Paulo, com coragem e sabedoria, foi separado para levar essa mesma boa nova aos gentios, cruzando fronteiras geográficas e religiosas para que todos conhecessem a graça de Cristo.

Mas e quanto a Abraão? Qual foi o propósito da escolha divina em sua vida?

A resposta está nas palavras do próprio Deus em Gênesis 18:18-19. Ele foi escolhido para ensinar aos seus filhos, e aos filhos de seus filhos, a guardar o caminho do Senhor, fazendo o que é justo e certo. Abraão não foi chamado apenas para receber bênçãos ou ser pai de uma grande nação. Ele foi chamado para ser um educador espiritual de gerações, um transmissor de fé.

A Bíblia diz que Abraão conviveu com seus netos por apenas cerca de quinze anos. Foi pouco tempo, humanamente falando. Mas Deus o escolheu para algo que ultrapassava o tempo de vida — para plantar uma semente de fé que continuasse florescendo por séculos.

E essa promessa não ficou apenas no passado. Em Hebreus 11:13 lemos que “todos esses viveram pela fé” — inclusive Abraão — e que reconheceram serem estrangeiros e peregrinos na terra. A fé que ele viveu se tornou um marco. E mais: segundo Gálatas 3:7, “os que são da fé, esses são filhos de Abraão.” Isso significa que eu e você, que cremos em Jesus, somos também fruto da fé daquele homem.

Os verdadeiros filhos de Abraão não são os que têm seu sangue, mas os que andam em sua fé. Isso nos inclui, como também inclui nossos filhos e netos, se os ensinarmos a confiar no Senhor como Abraão confiou.

É como se Abraão tivesse olhado para além do seu tempo, enxergando com os olhos da fé as gerações futuras — inclusive nós — e tivesse dito: “Senhor, que a minha descendência confie em Ti.” Esse é o legado que ele deixou. E essa deve ser também a nossa oração: que os nossos filhos, netos e bisnetos aprendam a confiar no Deus vivo.

Num mundo que oferece tantas vozes, tantas distrações e tantos caminhos falsos, a missão de transmitir a fé nunca foi tão urgente. Mais do que heranças materiais, precisamos deixar raízes espirituais. Que cada um de nós viva com o propósito de preparar o caminho para que as gerações futuras conheçam, temam e amem ao Senhor.

 “O maior propósito da nossa vida não é conquistar, mas transmitir — deixar uma fé que continue viva nos corações dos que virão depois de nós.”

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

21/jun/25

 

QUANDO O PROJETO DE DEUS COMEÇA EM CASA

“Crê no Senhor Jesus, e serão salvos, tu e os de tua casa.” Atos 16:31 (NVI)

O alvo de nossa igreja para o mês de junho é o alcance de nossas  famílias.  Ela já é constantemente lembrada em nossas orações, mas neste mês, de forma especial, queremos voltar nosso olhar com ainda mais atenção e carinho para ela. Queremos fortalecer os laços, restaurar os relacionamentos e lembrar que a família é projeto de Deus — e deve ser cuidada com oração, amor e dedicação.

Vivemos em uma época que valoriza conquistas públicas: sucesso profissional, influência social, relevância digital. Mas a Bíblia nos convida a olhar na direção oposta — para dentro de casa. Muitas vezes, o verdadeiro projeto de Deus para nossa vida não está em alcançar as multidões primeiro, mas em salvar e edificar aqueles que estão ao nosso redor. A família não é um obstáculo à missão; ela é o início da missão.

Na história bíblica, temos dois homens que marcaram gerações, mas com finais familiares bem distintos. Noé, em tempos de juízo, perdeu o mundo, mas salvou a sua casa. Davi, por outro lado, conquistou o mundo ao seu redor, mas perdeu sua própria família. Ambos foram escolhidos por Deus, ambos foram usados de forma extraordinária, mas os resultados dentro do lar foram drasticamente diferentes.

Noé é um exemplo claro de alguém que priorizou o que era eterno. Em Gênesis 6, vemos um mundo corrompido, violento e perdido. Mas Deus olha para Noé e vê um homem justo, íntegro e que andava com Ele. A ordem divina não foi para construir uma torre, um palácio ou uma cidade, mas uma arca — e nela, cabia sua família. Noé perdeu a convivência com o mundo conhecido, mas salvou o que havia de mais precioso: seus filhos e sua esposa. Eles foram preservados não por acaso, mas por causa da fé e obediência daquele pai.

Já Davi nos ensina, com dor, que é possível vencer guerras e perder batalhas dentro de casa. Ele foi um rei segundo o coração de Deus, derrubou gigantes, unificou Israel, escreveu salmos que cantamos até hoje. Mas, dentro de sua casa, deixou brechas abertas. Sua ausência como pai e a falta de correção entre os filhos resultaram em tragédias que feriram a história de sua família: incesto, assassinato, rebelião. Ele salvou o reino, mas perdeu a paz dentro da sua própria tenda.

Esses dois exemplos bíblicos nos fazem refletir: será que não estamos correndo atrás de grandes projetos, enquanto negligenciamos o principal projeto de Deus para nossas vidas? Será que não estamos tentando transformar o mundo, enquanto deixamos de transformar o nosso lar?

Em Gênesis 18:19, Deus diz que escolheu Abraão não só para ser pai de uma nação, mas para ensinar aos seus filhos e descendentes a guardar o caminho do Senhor. O chamado de Deus começa com a casa em ordem. Da mesma forma, em Deuteronômio 6, os pais são instruídos a ensinar a Palavra aos filhos de forma constante, no cotidiano, nas conversas do dia a dia. E Josué, ao fim da vida, declara: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor.”

Deus sempre valorizou a família como instrumento de formação espiritual e impacto social. Não é à toa que, em Atos 16:31, a promessa da salvação vem assim: “Crê no Senhor Jesus, e serão salvos, tu e a tua casa.” A fé pessoal pode e deve contagiar os que estão à nossa volta. E quando isso acontece, uma simples casa pode se tornar um altar vivo de adoração e testemunho para o mundo.

Paulo lembra a Timóteo da fé que viu em sua avó Lóide e em sua mãe Eunice. Essas mulheres não pregaram em praças nem escreveram cartas doutrinárias, mas ensinaram a fé dentro de casa — e isso produziu um obreiro aprovado.

Talvez Deus não nos chame para falar a multidões ou escrever livros, mas certamente nos chama para amar, cuidar, ensinar e orar pelos que estão sob o nosso teto. Se nossos filhos e netos conhecerem a Deus por meio da nossa vida, já estaremos cumprindo um projeto eterno.

Ore hoje por sua família. Ensine com palavras e com exemplo. Porque, quem sabe, o projeto de Deus para alcançar o mundo esteja começando com aquilo que você faz à mesa do café, nas orações com seus filhos, ou no abraço silencioso em um neto que ainda não entende a fé, mas já sente o amor.

"A fé que transforma o mundo começa com a fidelidade que cultivamos em casa. O maior projeto de Deus pode não estar no que conquistamos lá fora, mas no que semeamos dentro de nossa família."

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

20/jun/25

 

UM LEGADO QUE PERMANECE

“Eu o escolhi para que ordene aos seus filhos e aos seus descendentes que guardem o caminho do Senhor, fazendo o que é justo e direito.”  Gênesis 18:19 (NVI)

Num mundo onde tudo muda tão rápido e os valores parecem se perder entre uma geração e outra, transmitir fé, princípios e experiências com Deus é mais do que simplesmente contar histórias. É plantar raízes profundas que ajudarão nossos filhos e netos a permanecerem firmes quando os ventos da vida soprarem forte. Não se trata de querer que eles repitam nossos passos, mas de prepará-los para irem além de nós — com mais fé, mais sabedoria e mais sensibilidade à voz do Senhor.

Na Bíblia, temos dois exemplos que mostram como o legado de uma geração pode influenciar a próxima de maneira totalmente oposta. O primeiro é o rei Ezequias. O segundo, Abraão. Ambos tiveram experiências reais com Deus. Ambos viram a mão do Senhor agir em suas vidas. Mas deixaram heranças espirituais muito diferentes.

Ezequias foi um rei que presenciou milagres e desfrutou da fidelidade de Deus em momentos difíceis. No entanto, falhou quando se tratava de preparar a próxima geração. Ele cuidou bem do seu tempo, mas negligenciou o que viria depois. Quando o profeta Isaías anunciou que, após sua morte, haveria destruição e exílio, sua resposta foi surpreendente: “Haverá paz e segurança enquanto eu viver” (2 Reis 20:19). Em outras palavras, ele se conformou com o bem-estar de sua própria geração e ignorou completamente o futuro de seu povo.

A consequência dessa indiferença foi devastadora. Seu filho Manassés assumiu o trono e se tornou um dos reis mais perversos da história de Judá. Introduziu a idolatria, promoveu práticas abomináveis e conduziu o povo ao afastamento de Deus. Um pai que viveu milagres não conseguiu transmitir sequer a base da fé ao filho. E isso nos ensina que não basta ter uma vida com Deus — é preciso intencionalmente deixar um legado que continue depois de nós.

Quando Deus disse a Ezequias: “Põe em ordem a tua casa” (Isaías 38:1), não estava falando de móveis ou da administração do palácio. A ordem era espiritual. Era uma convocação à responsabilidade familiar. Um chamado para alinhar valores, reafirmar princípios e preparar a próxima geração. Mas Ezequias preferiu o conforto imediato à responsabilidade futura.

Já Abraão escolheu um caminho diferente. Em Gênesis 18, Deus declara: “Eu o escolhi para que ordene aos seus filhos e aos seus descendentes que guardem o caminho do Senhor.” Abraão não viveu apenas para usufruir das bênçãos de Deus. Ele entendeu que sua aliança com o Senhor precisava alcançar seus filhos e os filhos de seus filhos. Ele transmitiu fé, cultivou obediência e apontou o caminho da promessa mesmo sem ver o cumprimento completo dela.

Esse compromisso foi tão verdadeiro que atravessou gerações. No Novo Testamento, o autor de Hebreus afirma que Abraão e seus descendentes viveram pela fé e reconheceram que eram apenas peregrinos na terra (Hebreus 11:13). O legado que ele deixou ainda inspira milhões. A herança que transmitiu não foi uma terra ou uma riqueza, mas uma maneira de andar com Deus que resistiu ao tempo.

Você e eu somos frutos desse legado deixado por Abraão. A promessa feita a ele atravessou gerações, culturas e continentes, alcançando até nós. Somos parte dessa história de fé porque ele escolheu obedecer, mesmo sem ver todas as promessas cumpridas. Como está escrito: “Assim também Abraão creu em Deus, e isso lhe foi creditado como justiça. Portanto, saibam que os que são da fé, esses são filhos de Abraão.”  Gálatas 3:6-7 (NVI).

A fé que hoje nos sustenta começou a ser vivida lá atrás, na tenda de um homem que ouviu a voz de Deus e respondeu com obediência. Ele não pensou apenas em si, mas nas futuras gerações. E por causa disso, hoje temos acesso à mesma graça, ao mesmo Deus e à mesma esperança.

Mônica, mãe de Agostinho de Hipona, orou por ele por muitos anos antes de sua conversão. A influência da oração perseverante de Mônica foi tão significativa que o próprio Agostinho reconheceu que sua salvação se devia, em grande parte, às lágrimas e orações constantes de sua mãe.

Tudo isso nos desafia a pensar no que estamos deixando. O que os nossos filhos verão em nós? Que marcas vão carregar por causa do nosso testemunho? Estamos apenas desfrutando da paz do nosso tempo ou semeando fé para os que virão depois? O nosso maior legado não é o que construímos com as mãos, mas o que ensinamos com o coração.

 “Viver para Deus é bom. Ensinar os filhos a fazerem o mesmo é eterno. Só o que é transmitido em fé permanece quando o tempo passa e o mundo muda.”

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

 

QUANDO DEUS INTERROMPE NOSSOS PLANOS

“Em seu coração o homem planeja o seu caminho, mas o Senhor determina os seus passos.”  Provérbios 16:9 (NVI)

Quantas vezes fazemos planos com todo zelo e dedicação, acreditando que eles agradam a Deus, mas no fim somos surpreendidos com a frustração? Projetamos, sonhamos, oramos e até sentimos que estamos no centro da vontade do Senhor, mas, por algum motivo, aquilo que parecia certo não se concretiza. Quando isso acontece, a primeira pergunta que surge em nossa mente é: “Senhor, o que foi que eu fiz de errado?”

Mas essa experiência não é só nossa. O apóstolo Paulo também passou por isso. Em Atos 16, ele desejava anunciar o evangelho na Ásia, algo nobre e bom, mas foi impedido pelo próprio Espírito Santo. Ele tentou outro caminho, a região da Bitínia, mas também foi barrado. O que isso nos mostra? Que nem sempre o querer fazer o bem significa que é o momento certo para fazê-lo. Deus tem um tempo e um propósito para tudo.

Quando nossos planos são interrompidos, nossa reação revela muito sobre a nossa fé e confiança. Podemos murmurar, desanimar, insistir com teimosia ou simplesmente descansar e confiar que Deus sabe o que está fazendo. A Palavra diz em Romanos 8:14 que os filhos de Deus são guiados pelo Espírito. Se é Ele quem nos dirige, podemos crer que não estamos perdidos, mesmo quando tudo parece dar errado.

O grande desafio é abrir mão do controle. Queremos tudo no nosso tempo, do nosso jeito. Mas o Senhor é quem dirige os nossos passos. Às vezes, Ele fecha uma porta hoje, porque já preparou uma maior para amanhã. Um exemplo claro é que, mesmo Paulo sendo impedido de pregar na Ásia em Atos 16, a mesma região foi alcançada depois, conforme lemos em Atos 19. O que antes parecia uma frustração, revelou-se parte de um plano maior e melhor. Deus não nos nega o bem. Ele apenas espera o momento certo para nos dar.

A verdade é que nada acontece na nossa vida sem a permissão de Deus. Cada detalhe, cada “sim” e cada “não” tem uma razão. O fracasso que hoje nos entristece pode ser exatamente o caminho que nos levará ao verdadeiro sucesso amanhã. Pode parecer contraditório, mas o fracasso também faz parte da história dos que vencem com Deus.

Quando desejamos sinceramente fazer a vontade do Senhor, Ele nos orienta. O salmo 32:8 afirma: “Eu o instruirei e o ensinarei no caminho que você deve seguir; eu o aconselharei e cuidarei de você.” Paulo, ao ouvir a visão do homem macedônio pedindo ajuda, não hesitou. Atendeu imediatamente, sem discutir, sem exigir explicações. Obediência imediata. Foi assim que ele seguiu a direção de Deus.

Ser dirigido pelo Espírito é viver em sintonia com o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É caminhar com fé, mesmo quando não se vê o caminho todo. É aceitar que a vontade de Deus é boa, perfeita e agradável, mesmo que pareça o oposto no momento. Não estamos sozinhos nas decisões difíceis. O Espírito Santo está ao nosso lado, guiando-nos a toda a verdade.

Portas abertas ou fechadas não definem nosso valor, nem determinam nosso destino. O que importa é quem está guiando a nossa jornada. E quando é Deus quem conduz, nenhum plano dEle pode ser frustrado. Podemos até não entender agora, mas um dia veremos que tudo fez sentido. Nossa parte é confiar, obedecer e esperar com fé.

 “Quando Deus fecha uma porta, não é castigo nem rejeição — é cuidado. Porque quem guia os nossos passos vê mais longe do que nós, e só Ele sabe a hora certa de nos conduzir ao lugar certo.”

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

18/jun/25

 

UMA PORTA ABERTA DIANTE DE NÓS

“Conheço as suas obras. Eis que coloquei diante de você uma porta aberta que ninguém pode fechar. Sei que você tem pouca força, mas guardou a minha palavra e não negou o meu nome.”  Apocalipse 3:8 (NVI)

O culto de sepultamento de um servo de Deus é algo que sempre me toca profundamente. Não é um momento de desespero. É um tempo de lágrimas e saudade, sim, mas também de uma paz que não se explica. É quando tristeza e alegria caminham lado a lado. Choramos a ausência de quem partiu, mas, ao mesmo tempo, celebramos a esperança viva que temos em Cristo. Tudo isso é fruto da doce ação do Espírito Santo, que consola, fortalece e nos faz olhar além do túmulo — para a certeza da vida eterna.

Hoje, mais uma vez, pude sentir isso de maneira muito intensa. No meio da dor da despedida, havia uma confiança serena no coração dos que ali estavam: a certeza de que nossa irmã está em paz, nos braços do Salvador. E um dia, nos reencontraremos. Louvado seja o Deus de toda consolação!

Durante o culto, foi lido e discernido um versículo que encheu nossos corações de esperança e ensinamento: “Conheço as suas obras. Eis que coloquei diante de você uma porta aberta que ninguém pode fechar. Sei que você tem pouca força, mas guardou a minha palavra e não negou o meu nome.” (Apocalipse 3:8)

Que mensagem rica há nessas palavras! Primeiro, elas nos lembram que Deus é onisciente. Ele conhece tudo a nosso respeito — nossas obras, nossos pensamentos, nossas limitações. Na verdade, Ele nos conhecia antes mesmo da fundação do mundo. Ainda quando éramos informe no ventre materno, já nos via e nos amava.

E então, vem a imagem da porta. “Eis que coloquei diante de você uma porta aberta.” Veja bem: a porta não está atrás de nós, nem ao lado. Está adiante, bem na nossa frente. Deus a colocou em um lugar estratégico. A porta é Cristo. Ela foi aberta no Calvário, quando Jesus se entregou por nós. E essa porta continua aberta — aberta para a salvação, para a vida eterna. Aberta para todos aqueles que desejam entrar.

Não há desculpas. Deus colocou essa porta diante de todos nós, e ela está claramente acessível. Ele não quer que ninguém se perca; deseja que todos cheguem ao arrependimento. E o mais belo é que ninguém pode fechar essa porta. Ninguém pode tirar de você a salvação que o Senhor oferece. O mundo, o inimigo, as circunstâncias — nada disso tem poder para fechar aquilo que Deus já abriu. Nosso Deus é poderoso e soberano.

É verdade: temos pouca força. Muitas vezes nos sentimos fracos, cansados, incapazes de seguir. Mas a força que temos não vem de nós — vem de Deus. É Ele quem nos sustenta. É Ele quem nos capacita a caminhar até essa porta e, pela fé, atravessá-la.

Quem são aqueles que passarão por essa porta? O próprio texto nos diz: “Aqueles que guardaram a minha palavra e não negaram o meu nome.” Não se trata de perfeição, mas de fidelidade. De um coração que ama a Palavra de Deus e que permanece firme no testemunho de Cristo, mesmo em meio às lutas e desafios.

Hoje, celebramos com esperança, porque nossa querida irmã guardou a Palavra e não negou o nome de Jesus. Ela caminhou com fé até a porta aberta — e passou por ela. Agora, está na presença gloriosa do Senhor, onde não há mais dor, nem choro, nem morte.

Neste dia de despedida, somos lembrados dessa verdade profunda: Deus é o Senhor da vida e da morte. Nossa irmã partiu não por acaso, nem por obra do destino, mas sob o olhar amoroso e soberano do Senhor. Foi Ele quem um dia lhe deu a vida, quem a sustentou em cada passo e quem agora, no tempo determinado, a chamou para Si. E assim como Ele a fez descer à sepultura, também é o Deus que resgata, que promete a ressurreição e a vida eterna aos que creem em Cristo. “O Senhor é quem tira a vida e a dá; ele faz descer à sepultura e dela resgata.” 1 Samuel 2:6 (NVI)

E você? A porta continua aberta. Está bem diante de você. Não deixe para amanhã a decisão que deve ser tomada hoje. Não fique apenas admirando a porta de longe — entre por ela! Cristo te chama. A salvação está à sua frente. E ela é gratuita, resultado do amor imenso de Deus por você.

Que esta reflexão encha o seu coração de esperança e o encoraje a viver cada dia com os olhos fixos na eternidade.

A porta da salvação está aberta diante de nós; não pela nossa força, mas pela graça de Cristo. Quem guarda Sua palavra e não nega Seu nome atravessa essa porta — para a vida eterna.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

13/jun/25

 

GRATIDÃO QUE TRANSFORMA

“Em tudo deem graças, pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus.” 1 Tessalonicenses 5:18 (NVI)

Gratidão é um sentimento profundo de reconhecimento e apreço por tudo aquilo que recebemos. Seja um favor, um presente, um gesto de amor ou mesmo as bênçãos e experiências da vida. É a atitude de perceber e valorizar o bem que nos alcança, reconhecendo que muito do que temos ou vivemos não vem apenas de nossos próprios méritos.

Esse sentimento se expressa de várias formas. No coração — como um contentamento sereno e um reconhecimento sincero. Nas palavras — por meio de um simples “muito obrigado”, de uma oração de louvor, de um cântico de adoração. E também nas atitudes — ao vivermos de maneira que honra e respeita aqueles que nos abençoaram, seja Deus, seja outra pessoa.

No contexto cristão, a gratidão vai ainda mais longe. Não é apenas um sentimento, mas uma convicção profunda: tudo vem de Deus. A vida, a salvação, o sustento de cada dia, as pessoas que amamos, tudo é dom da Sua bondade. É por isso que o apóstolo Paulo nos exorta com tanta clareza: Em tudo deem graças, pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus.”

A verdadeira gratidão, portanto, não depende das circunstâncias serem sempre favoráveis. É uma postura contínua diante de Deus, um modo de viver que reconhece Sua soberania e Seu amor em todos os momentos, sejam eles de alegria ou de desafio.

O Salmo 66 nos oferece um belo exemplo dessa gratidão profunda. O salmista expressa seu reconhecimento pelas colheitas, mas vai muito além. Ele compreende que só Deus é digno de todo louvor e adoração — e é por isso que Lhe rende graças. Ele louva um Deus que ouve as orações, que perdoa pecados e que não rejeita aqueles que O buscam sinceramente.

Que alegria há para os que se aproximam desse Deus! Estar em Sua presença é ter a certeza de segurança e cuidado, pois Seus olhos jamais se desviam daqueles que O amam. Mesmo vivendo em um palácio, cercado de conforto, o salmista não troca sua habitação pelos átrios de Deus. Ele sabe que na casa do Senhor a bondade e a misericórdia se manifestam de forma plena.

Quando olhamos para os feitos do Senhor e para a maneira como Ele age com justiça, nossos corações se tranquilizam. Sua justiça é a nossa salvação. Enquanto alguns confiam em carros e cavalos — em recursos humanos e na força aparente — nós colocamos nossa esperança no Salvador. Ele é poderoso e inabalável, capaz de consolidar os montes e de acalmar o rugido dos mares. É Ele quem faz cessar as tempestades. Não há ninguém na terra que não tema os Seus sinais — sinais que enchem os corações de júbilo e reverência.

Nosso Deus também visita a terra seca de nosso coração. Com Seu orvalho, Ele a rega e a renova. Seus ribeiros são abundantes em água viva. Ele prepara o solo endurecido da nossa alma, desmancha os torrões da dureza interior e não permite que nos falte coisa alguma. É o Deus que provê, que cuida, que transforma — e que merece toda a nossa gratidão.

Nos dias de hoje, é fácil nos distrairmos com as preocupações e com a correria da vida. Mas precisamos cultivar um coração grato. Cada respiração, cada novo dia, cada oportunidade que temos é um presente do Senhor. Mesmo nos momentos difíceis, podemos reconhecer Sua presença e Sua fidelidade.

Que possamos aprender a viver com essa gratidão constante. Que nossas palavras e atitudes reflitam um coração agradecido. Que cada gesto nosso seja um louvor ao Deus que nos ama e nos sustenta.

E que, assim como o salmista, possamos declarar com convicção: “Bendito seja Deus, que não rejeitou a minha oração nem afastou de mim o seu amor!” Salmo 66:20 (NVI).

Gratidão é mais que um sentimento — é um modo de viver que reconhece que tudo o que somos e temos vem das mãos bondosas de Deus.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

15/jun/25

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