ALEGRIA E TRISTEZA: QUANDO A GLÓRIA SE VAI

“A glória deste novo templo será maior do que a do antigo”, diz o Senhor dos Exércitos. “E neste lugar estabelecerei a paz”, declara o Senhor dos Exércitos. (Ageu 2:9 – NVI)

A Bíblia é repleta de contrastes que revelam o coração humano e a fidelidade imutável de Deus. Um dos mais marcantes está entre dois eventos separados por quase quatro séculos, mas profundamente conectados: a dedicação do templo por Salomão, em 2 Crônicas 7, e a destruição desse mesmo templo sob o reinado de Zedequias, em 2 Reis 25.

A narrativa de 2 Crônicas 7:1-3 nos conduz a um momento de glória e profunda emoção. Ao final da construção do templo, Salomão ora, e o Senhor responde de forma extraordinária: o fogo desce do céu e consome o holocausto, e a glória de Deus enche o templo. A presença divina era tão intensa que os sacerdotes não conseguiram entrar. O povo inteiro, prostrado com o rosto em terra, adorava e dizia: “Louvem o Senhor, porque ele é bom; o seu amor dura para sempre.” Era um culto marcado por reverência, gratidão e exaltação.

A celebração não foi breve: durou sete dias, seguida por mais sete dias da Festa das Cabanas. Gente de todos os cantos de Israel havia se reunido em Jerusalém. Os levitas tocavam trombetas, os sacerdotes serviam, o povo adorava. Tudo estava em ordem, tudo em harmonia. No fim, cada um voltou para sua casa com alegria no coração, porque o Senhor havia feito grandes coisas por seu povo. “Sirvam ao Senhor com temor; exultem com tremor.” (Salmos 2:11 – NVI)

Contudo, cerca de 380 anos depois, a mesma cidade vive um cenário oposto. Em 2 Reis 25, Jerusalém está sitiada, seus muros derrubados, o templo incendiado. O povo é levado cativo, o rei Zedequias é humilhado, seus filhos são mortos diante de seus olhos, e ele próprio teve seus olhos furados e, ao final, é levado acorrentado para a Babilônia. Aquele que governava a cidade santa termina seus dias como prisioneiro de uma nação pagã. “Se vocês me abandonarem e adorarem outros deuses [...] eu arrancarei Israel da minha terra e rejeitarei este templo que consagrei ao meu nome.” (2 Crônicas 7:19-20 – NVI)

A pergunta inevitável é: como um povo que viu tamanha glória pôde cair tão profundamente na ruína?

A resposta está na desobediência progressiva e no afastamento da Palavra de Deus. Ao longo dos séculos, Israel oscilou entre períodos de fidelidade e longos ciclos de idolatria, injustiça, corrupção e negligência espiritual. O templo construído com tanta dedicação acabou se tornando símbolo de religiosidade vazia, pois o povo se iludia com a presença do edifício, mas não vivia em aliança com o Deus que ali habitava. “Obedeçam-me, e eu serei o seu Deus e vocês serão o meu povo. Andem em todo o caminho que eu ordeno a vocês, para que tudo lhes vá bem.” (Jeremias 7:23 – NVI)

No caso de Zedequias, o último rei de Judá, as Escrituras são claras: ele não ouviu a voz de Deus. Apesar das advertências firmes do profeta Jeremias, que o exortava a submeter-se ao juízo de Deus por meio da Babilônia, Zedequias escolheu a resistência política em vez da submissão espiritual. Foi fraco diante dos líderes, vacilante diante da Palavra e insensível ao mover do Espírito. “Zedequias [...] não se humilhou diante do profeta Jeremias, porta-voz do Senhor.” (2 Crônicas 36:12 – NVI)

O contraste entre o tempo de Salomão e o tempo de Zedequias é, na verdade, um reflexo do coração humano. Deus permanece o mesmo: santo, bom e fiel. Mas os homens, quando se afastam da obediência, colhem os frutos da sua rebelião.

Esse alerta ecoa com força em nossos dias. Não basta termos templos bonitos, cultos animados e festas religiosas. A glória de Deus não habita em estruturas, mas em corações obedientes e quebrantados. Assim como o templo foi um dia cheio de luz e depois entregue às chamas, nossas igrejas, famílias e nações também podem experimentar a perda da presença divina quando a obediência é substituída pela indiferença.

Por isso, cabe a nós refletir com seriedade: estamos cultivando uma adoração viva ou apenas mantendo formas? Estamos ouvindo os Jeremias que Deus tem levantado ou fechando os ouvidos porque suas palavras não são populares? Estamos mais preocupados com a aparência de piedade do que com a realidade da santidade? “Eles se aproximam de mim com a boca e me honram com os lábios, mas o coração está longe de mim.” (Isaías 29:13 – NVI)

Para que a glória de Deus não se afaste de nosso meio, precisamos: Ouvir e obedecer à Palavra com temor; valorizar a presença de Deus acima de métodos ou tradições; promover arrependimento genuíno e contínuo e manter viva a chama da adoração verdadeira, que brota do coração. “Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra.” (2 Crônicas 7:14 – NVI)

A história de Salomão e Zedequias nos mostra que a alegria da presença de Deus pode ser substituída pela tristeza da sua ausência. Mas também nos ensina que a escolha está diante de nós. Que não sejamos como Zedequias, que endureceu o coração, mas como Salomão e o povo naquele dia glorioso: sensíveis, reverentes e profundamente conscientes de que Deus é bom, e o seu amor dura para sempre.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

01/ter/abr/25

 

ACESSIBILIDADE – O REINO DE DEUS É PARA TODOS

“Não amaldiçoe o surdo, nem ponha pedra de tropeço diante do cego, mas tema o seu Deus. Eu sou o Senhor.” (Levítico 19:14, NVI).

É louvável o que temos vivenciado em muitas de nossas igrejas no que diz respeito à inclusão e à acessibilidade. Iniciativas como a atuação das equipes de Libras, que garantem a participação das pessoas surdas nos cultos; a formação de classes voltadas para os idosos, respeitando seu ritmo e suas necessidades; e o atendimento diferenciado e sensível às crianças e adultos com autismo, revelam um avanço importante na compreensão de que o Reino de Deus é para todos.

Contudo, mais do que ações pontuais ou programas específicos, a acessibilidade precisa ser compreendida como um compromisso contínuo da igreja com a dignidade, o pertencimento e a valorização de cada pessoa, independentemente de suas limitações físicas, sensoriais, cognitivas ou emocionais. Não se trata apenas de acomodar, mas de acolher com intenção, equidade e amor.

A verdadeira acessibilidade começa no coração — e se manifesta na estrutura, na linguagem, na liturgia e na cultura comunitária. É a partir desse entendimento que somos convidados a refletir: será que nossas igrejas estão, de fato, acessíveis a todos? Será que nossas estruturas visíveis e invisíveis promovem ou impedem a participação plena?

A Bíblia, desde seus primeiros livros, já evidencia o cuidado de Deus com os que são facilmente excluídos. Em Levítico 19:14, encontramos um mandamento direto e profundo: “Não amaldiçoe o surdo, nem ponha pedra de tropeço diante do cego, mas tema o seu Deus. Eu sou o Senhor.”

Esse texto vai além do sentido literal — ele denuncia qualquer forma de negligência, desprezo ou indiferença que impeça alguém de viver com dignidade. Em um mundo que frequentemente transforma a diferença em obstáculo, Deus nos chama a sermos removedores de barreiras, tanto físicas quanto simbólicas, estruturais ou culturais.

Essa ênfase se repete ao longo das Escrituras. O profeta Isaías, por exemplo, anuncia um tempo de restauração plena: “Então os olhos dos cegos serão abertos, e os ouvidos dos surdos se destaparão. Então os coxos saltarão como o cervo, e a língua do mudo cantará de alegria.”
(Isaías 35:5-6, NVI). Essa profecia aponta para o Reino de Deus que vem com cura, transformação e inclusão. Embora seja escatológica, ela nos inspira no presente a buscar uma sociedade — e uma igreja — mais justa, acessível e acolhedora.

Jesus também confronta os padrões de exclusão social ao dizer: “Mas, quando der um banquete, convide os pobres, os aleijados, os mancos e os cegos.” (Lucas 14:13-14, NVI). Aqui, Ele inverte a lógica social, exaltando os que nada têm a oferecer em troca. A inclusão, portanto, não é um adereço do Evangelho, mas parte intrínseca da sua natureza.

O apóstolo Paulo reforça esse princípio de unidade e igualdade ao afirmar: “Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus.”
(Gálatas 3:28, NVI). Essa declaração não apenas nivela todas as pessoas em Cristo, mas nos desafia a eliminar qualquer barreira que segregue. Isso, certamente, inclui pessoas com deficiência ou necessidades específicas.

Da mesma forma, Jesus ensina que toda ação de cuidado ao próximo reflete nossa relação com Ele: “O que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram.”
(Mateus 25:40, NVI). Ou seja, o modo como tratamos os mais vulneráveis — inclusive os que vivem com limitações — revela o quanto compreendemos e vivemos o Evangelho.

E em Tiago 2:1-4, mesmo o contexto sendo a distinção entre ricos e pobres, o princípio da não discriminação é claro: “Meus irmãos, como crentes em nosso glorioso Senhor Jesus Cristo, não façam diferença entre as pessoas [...]”. Esse princípio se estende a todas as formas de exclusão, reforçando que a igreja deve ser lugar de igualdade e acesso para todos.

Cabe a nós, como comunidade de fé, não apenas levantar questionamentos, mas assumir um compromisso real com a superação das barreiras que ainda persistem — muitas vezes de forma sutil, enraizadas na cultura ou na rotina da igreja. Com sabedoria, humildade e a orientação do Espírito Santo, somos levados a refletir sobre o quanto nossas igrejas têm sido, de fato, acessíveis.

Será que nossa acessibilidade se limita à estrutura física, ou também se estende ao acolhimento, à escuta sensível e à verdadeira inclusão na vida da comunidade? É fácil adaptar uma rampa, mas talvez mais difícil abrir espaço no coração e na cultura para valorizar quem é diferente.

Precisamos também avaliar se temos dado voz e oportunidade para que pessoas com deficiência participem ativamente com seus dons e ministérios. O corpo de Cristo é composto por muitos membros, e cada um deles é indispensável — não por piedade, mas por vocação e propósito divino.

Outra barreira que exige discernimento é a simbólica: gestos, palavras, práticas ou tradições que, mesmo sem má intenção, podem excluir. Às vezes, o que impede o pertencimento não é visível, mas silenciosamente doloroso.

Diante disso, somos desafiados a buscar com sinceridade aquilo que podemos melhorar, adaptar ou transformar — não por modismo, mas para que nossas igrejas reflitam, de maneira concreta, o caráter inclusivo, compassivo e justo do Reino de Deus.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

31_seg_mar_25

 

QUANDO FALTA PÃO NA CASA DO PÃO

“E levantou-se ela com as suas noras e voltou da terra de Moabe; porquanto na terra de Moabe ouviu que o Senhor se lembrara do seu povo, dando-lhe pão.” (Rute 1:6, ARA)

A fome é uma dor que vai além do estômago vazio. Ela corrói o corpo, silencia a mente e enfraquece a alma. Não se trata apenas da ausência de alimento, mas da presença constante da necessidade, da urgência e da vulnerabilidade. Quem já sentiu fome de verdade sabe: ela esgota as forças, embaralha os pensamentos e deixa marcas profundas no coração. Rouba dignidade, altera o humor e distorce a percepção da vida. Em muitos, gera revolta; em outros, silêncio. Mas em todos, revela a fragilidade humana diante da mais básica das carências.

O primeiro capítulo de Rute nos apresenta uma realidade assim. A fome havia chegado a Belém, a cidade cujo nome significa "casa do pão". Mas faltava pão. O lugar que simbolizava provisão se tornara escasso. E então, uma família decide sair em busca de sustento, partindo para Moabe — uma terra pagã, idólatra, distante da aliança com Deus. Elimeleque não teve uma direção divina para deixar Belém. Ao contrário de Abraão, que saiu por ordem do Senhor, Elimeleque agiu por desespero, e o resultado foi catastrófico: a morte tomou conta da casa, os filhos se foram, os casamentos se desfizeram e o futuro parecia perdido.

Falta pão na casa do pão. Este também é o retrato de muitas igrejas em nossos dias. Lugares que carregam o nome de Cristo, mas não oferecem o Pão da Vida. Há estrutura, há eventos, há programação — mas não há alimento para a alma. O púlpito está cheio de palha, mas vazio da Palavra Viva. Muito ritual, pouco espiritual. Gente faminta sendo entretida, não alimentada.

Vivemos um tempo semelhante ao da igreja de Laodiceia (Apocalipse 3:17), que se achava rica e bem suprida, mas estava cega, pobre e nua. O mundo está faminto — não apenas de pão material, mas de sentido, de esperança, de verdade. Faminto do alimento para a alma – o Pão Vivo. E a escassez da Palavra de Deus é uma das maiores crises da nossa geração. Muitos têm a receita do pão, sabem os ingredientes, mas não têm o Pão. Dizem: “vem que tem pão!”, mas não há mesa posta, nem cheiro do alimento divino no ar.

Rute 1:1 nos mostra o que acontece quando falta pão: as pessoas deixam a casa do pão. Procuram alternativas, buscam respostas em lugares onde não há aliança, e muitas vezes, como Elimeleque, trocam a promessa pela sobrevivência. Moabe pode parecer solução temporária, mas é lugar de perigo espiritual. Moabe oferece o mundo — mas tira a fé, a identidade e, muitas vezes, a própria vida.

Quantos hoje, por não encontrarem alimento em suas igrejas, decidem “ser crentes em casa”, desligam-se do corpo, afastam-se da comunhão. Mas, como Elimeleque, acabam expondo a si e a sua casa ao risco. Quando falta pão, a saída não é ir para Moabe — é buscar ao Senhor para que Ele traga o pão de volta para Belém.

Em Rute 1:6, lemos: “Noemi soube em Moabe que o Senhor havia visitado o seu povo, dando-lhe pão.”

Essa é a virada. É o Senhor quem visita. É Ele quem supre. Somente Deus pode reverter o diagnóstico da escassez. E quando o povo ouve que há Pão na casa do pão, os famintos começam a voltar. É o que aconteceu com o filho pródigo: ao lembrar da casa do pai, ele disse: “Lá há pão com fartura!” (Lucas 15:17). E voltou. Porque onde há pão, há retorno. Onde há pão, há restauração. Onde há pão, há reconciliação.

Quando há Pão em nossas igrejas — Pão verdadeiro, Palavra viva, revelada e ungida — as pessoas não apenas voltam: elas permanecem. E não vêm sozinhas… trazem outros famintos com elas. Assim como Rute que, ao ver a fé de Noemi reacender, escolheu acompanhá-la até Belém. Ela disse: “O teu povo será o meu povo, e o teu Deus será o meu Deus.” (Rute 1:16)

Imagine o impacto se a notícia corresse hoje: “Há Pão na casa do pão!” Quantos famintos correriam para nossas igrejas? Quantos desviados retornariam? Quantos corações endurecidos se quebrantariam?

E você? Quando as pessoas te procuram em busca de consolo, direção ou esperança — você tem Pão para oferecer? Não se trata de ter respostas prontas, mas de ter intimidade com o Pão Vivo que desceu do Céu. O mundo não precisa de discursos bonitos — precisa de gente que carrega o Pão do Céu no coração e nos lábios.

Se o Senhor visitar a Sua igreja com Pão fresco, nossos bairros, cidades e nações serão impactados.

Vamos anunciar com coragem: em nossas igrejas há Pão! E mais do que isso: nós encontramos o Pão. Em nossa igreja, pregamos o Evangelho Eterno, o Pão vivo — Jesus, o Pão que desceu do céu, está entre nós e tem nos alimentado dia após dia. Ele é real, é presente, é suficiente.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

30_dom_mar_25

 

DEUS TRABALHA EM TODAS AS FASES DA VIDA

“Moisés tinha cento e vinte anos de idade quando morreu; todavia, nem os seus olhos nem o seu vigor tinham se enfraquecido.” (Deuteronômio 34:7 – NVI)

A vida de Moisés é um testemunho poderoso de como Deus prepara, molda e usa alguém em fases distintas, com propósitos bem definidos. Dividida em três períodos de 40 anos, sua jornada revela que Deus nunca desperdiça tempo, mesmo quando parece haver espera ou silêncio. Cada momento é parte de um plano maior.

Desde o início, Deus conduziu Moisés por um caminho extraordinário, pois estava em Seu plano usá-lo como pastor e libertador do Seu povo. A preservação de sua vida ainda bebê, colocado no Nilo, foi um milagre. Sua chegada ao palácio do Faraó foi parte de um plano minuciosamente elaborado por Deus.

Moisés foi criado como príncipe no Egito, educado com toda a sabedoria egípcia, num ambiente onde a ciência, a arquitetura e a cultura estavam entre as mais avançadas da época. Pode-se dizer que ele estudou na "Harvard" do Egito antigo. Aos 40 anos, acreditava estar pronto para libertar seu povo. Tentou agir por conta própria, matando um egípcio que maltratava um hebreu, mas fracassou. Deus ainda tinha algo a acrescentar à sua vida. “Ao completar quarenta anos, Moisés decidiu visitar seus irmãos israelitas.” (Atos 7:23, NVI). Essa fase nos ensina que nem todo preparo intelectual ou posição social substitui o tempo do preparo espiritual. Deus pode usar até mesmo o "Egito" para nos ensinar algo essencial.

Veio então o tempo do esquecimento e da quebra: Moisés em Midiã, como podemos acompanhar em Êxodo 2:15–22, Êxodo 3:1 e Atos 7:29–30. Foi nesse período que os acontecimentos o afastaram do palácio e o conduziram ao deserto, onde assumiu uma nova realidade: tornou-se pastor de ovelhas, casou-se com Zípora, teve filhos e passou a servir ao seu sogro Jetro. Durante mais 40 anos, viveu no anonimato, longe da pompa do Egito e das luzes do poder. Foi justamente nesse cenário de silêncio e solidão que Deus escolheu se revelar a ele — não mais entre colunas de mármore, mas no fogo discreto de uma sarça que ardia sem se consumir. “Moisés tinha oitenta anos e Arão oitenta e três quando falaram com o faraó.” (Êxodo 7:7, NVI). Deus usa o deserto para quebrar a autoconfiança e formar em nós a dependência total dEle. Às vezes, Ele nos leva para longe da visibilidade para moldar nosso caráter no anonimato.

Enfim, chegou o tempo da missão. Moisés foi chamado para libertar Israel. Enfrentou Faraó, conduziu o povo pelo deserto, enfrentou crises, desafios e testemunhou milagres. Recebeu a Lei e formou a liderança de um povo que caminhava rumo à Terra Prometida.

Moisés não entrou em Canaã, mas cumpriu fielmente sua missão. A obra exigiu fidelidade, paciência, humildade e perseverança. Ele não foi perfeito, mas foi obediente. “Moisés tinha cento e vinte anos de idade quando morreu...” (Deuteronômio 34:7, NVI)

Essa história nos lembra que Deus age em todas as fases da nossa vida. Sejamos jovens, maduros ou idosos, Deus ainda tem planos para nós. Por isso, não devemos desprezar os tempos de silêncio. Pode ser o nosso "Midiã", onde Deus nos molda com mais profundidade. Nossa missão não começa quando nos sentimos prontos, mas quando Deus diz: “Vai”. E no final, a fidelidade vale mais do que qualquer sucesso visível.

A vida de Moisés nos ensina que os tempos de Deus são perfeitos. Ele não se apressa nem se atrasa. Cada fase — o palácio, o deserto, a missão — teve seu propósito. Que possamos confiar plenamente que o Senhor está nos conduzindo, assim como fez com Moisés, até o nosso último dia. “Ensina-nos a contar os nossos dias para que o nosso coração alcance sabedoria.” (Salmos 90:12, NVI – salmo de Moisés)

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

 

29_sab_mar_25

 

SENHOR, QUERO TORNAR A VER

“Abre os meus olhos para que eu veja as maravilhas da tua lei.” (Salmo 119:18, NVI)

Uma amiga me perguntou, nesta semana, se eu tinha muitas recordações da infância. Respondi, sem hesitar, que essa é uma das grandes bênçãos que o Senhor me concedeu — as boas lembranças fervilham em minha mente como cenas vivas que o tempo não apagou. Uma delas me leva direto aos meus primeiros anos na fé, ainda uma criança, na amada Igreja de Maria da Graça, no coração do Rio de Janeiro. Foi ali que meu coração começou a ser tocado pelas Escrituras, especialmente nas abençoadas manhãs de Escola Dominical.

Os ensinamentos recebidos naquele lugar moldaram minha caminhada com Deus. Na classe dos Cordeirinhos de Cristo, cercado por cartazes coloridos, flanelógrafos com histórias ilustradas e canções infantis que ecoam até hoje na memória, eu ouvia, encantado, sobre os heróis da fé e os milagres registrados na Bíblia. Foi nesse ambiente de pureza e descoberta que escutei, pela primeira vez, sobre Bartimeu — o cego à beira do caminho.

As “tias” da Escola Dominical narravam aquela cena com tanto carinho, que nós, crianças, quase víamos Bartimeu ali do nosso lado, sentado, pedindo ajuda, esperando por algo — ou alguém — que mudasse sua história. Sentíamos pena dele, claro, mas também uma estranha admiração, mesmo sem saber o porquê. Mas essa semente da fé já vinha sendo plantada em casa. Minha mãe, com sua voz suave e alma devotada, me contava aquelas mesmas histórias antes mesmo que eu pudesse compreendê-las por completo.

O tempo passou, a infância ficou para trás, mas aquela história nunca me deixou. E com os anos, fui entendendo que havia muito mais em Bartimeu do que tristeza e limitação. Entre as linhas daquele texto singelo, escondia-se uma das mais belas expressões de e reencontro com o propósito que eu já encontrei na Bíblia.

Com mais maturidade, comecei a enxergar Bartimeu não apenas como um cego que mendigava à beira do caminho, mas como alguém que, em algum momento, já conheceu o Caminho e andou por ele. Ele sabia exatamente quem era Jesus — e isso fica evidente em seu clamor: “Jesus, Filho de Davi!”. Não era apenas um pedido desesperado por ajuda, mas uma confissão messiânica, carregada de fé e de profundo entendimento das Escrituras.

A forma como Bartimeu é apresentado nas Escrituras também carrega um detalhe simbólico que muitas vezes passa despercebido. Ele é chamado apenas de “Bartimeu”, que significa literalmente “filho de Timeu” — um nome que indica quem era seu pai, mas que nada revela sobre quem ele próprio era. Seu nome verdadeiro não é mencionado. E isso nos leva a refletir: em que momento esse homem perdeu sua identidade individual e passou a ser reconhecido apenas pela sua filiação? Quando foi que sua história pessoal se apagou, dando lugar apenas a uma referência ao outro? É como se sua identidade tivesse se diluído, e ele fosse lembrado apenas como uma extensão de alguém — não por si mesmo.

Isso pode apontar para uma realidade espiritual e emocional mais profunda. A cegueira que o atingiu certamente tenha feito mais do que obscurecer sua visão — apagou sua trajetória, sua dignidade, seu nome. Na cultura da época, um homem sem visão, sem função social e sem autonomia acabava marginalizado, rotulado, reduzido a fragmentos de si mesmo. E assim ele se tornou: um nome incompleto, um rosto sem nome, uma história sem continuidade.

É possível que Bartimeu tenha passado muito tempo ouvindo apenas os rótulos que o mundo lhe impôs: o cego, o filho de Timeu, o mendigo à beira do caminho. Sua identidade foi se dissolvendo aos poucos, até que tudo o que lhe restou foi uma capa surrada e um lugar à margem do caminho e da sociedade. Sua cegueira física passou a simbolizar algo ainda mais profundo: a perda do próprio valor, do propósito, do nome. Era também uma cegueira espiritual — a ausência de revelação, o distanciamento do propósito de Deus, a perda da direção do Espírito Santo. Fora da rota da dignidade e do chamado, Bartimeu era conhecido apenas por sua condição e por sua filiação — como se sua história tivesse sido apagada e substituída por um estigma.

Mas, em um dia que parecia comum, Jesus passou por ali. E, mesmo cego, Bartimeu percebeu. Ele ouviu o burburinho da multidão e entendeu, com o coração, que aquela era sua chance. Com a voz — talvez o único recurso que ainda lhe restava — começou a clamar com insistência: “Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim!” (Marcos 10:47, NVI)

Seu grito não era apenas fruto do desespero — era fé viva em ação. Ele não enxergava com os olhos, mas via com o coração. Reconhecia Jesus como o Messias, não por experiência sensorial, mas por convicção espiritual, talvez baseada nas Escrituras que um dia ouvira ou conhecera, nos profetas que anunciavam aquele que viria da linhagem de Davi. É possível que tivesse escutado relatos de milagres, conhecido alguém transformado pelo Homem de Nazaré, ou até mesmo vivido algo marcante em sua própria história. O fato é que ele cria — e, como sempre acontece quando há fé sincera, Jesus parou.

Antes mesmo de se aproximar de Jesus, Bartimeu tomou uma atitude simbólica e poderosa: lançou fora sua capa. Aquela peça suja e desgastada, que por tanto tempo o protegeu e o identificou, foi deixada para trás. Era como se ele dissesse: “Não preciso mais disso. Estou pronto para o novo.” Ele abriu mão do que representava sua dor e sua antiga identidade, porque cria que algo novo estava prestes a começar.

Ao se aproximar, Jesus lhe faz uma pergunta que, embora pareça simples, carrega uma profundidade imensa: “O que você quer que eu lhe faça?” (Marcos 10:51, NVI). E Bartimeu responde com surpreendente clareza: “Mestre, eu quero tornar a ver.” Ele não diz apenas “quero ver”, mas tornar a ver, revelando que um dia já tivera visão — física e espiritual — e a havia perdido. Seu pedido não era apenas por cura, mas por restauração. Ele queria reencontrar aquilo que um dia iluminou seu caminho. “Lembra-te, pois, de onde caíste! Arrepende-te e volta à prática das primeiras obras.” (Apocalipse 2:5a, NVI)

Seu pedido vai além da cura física. Ele desejava restaurar o que havia sido apagado: o propósito, a clareza, a luz da alma. Não pediu esmola, nem uma nova capa. Ele queria de volta a visão da verdade e a identidade que só Deus poderia restaurar.

Jesus então responde com autoridade e ternura: “Vá, a sua fé o curou.” (Marcos 10:52, NVI)
Imediatamente, Bartimeu torna a ver. Mas ele não volta para o seu antigo lugar. Não busca a capa deixada no chão. Ele agora segue Jesus pelo caminho. Sai do anonimato de “filho de Timeu” e passa a ser discípulo do Filho do Deus Vivo.

Quantos hoje vivem como Bartimeu? Pessoas que já enxergaram o propósito, já caminharam com Deus, foram cheias do Espírito Santo, usadas com graça e poder, impulsionadas por uma visão clara do Reino. Mas, por algum motivo — feridas, quedas, distrações ou decepções —, perderam a visão.

Permitir que a chama do Espírito se apagasse foi como ser lançado à margem, longe do centro da caminhada. Agora vivem agarradas a uma “capa” que representa dor, culpa, sobrevivência. Mas Jesus ainda passa, e ainda chama. Com graça e amor, Ele continua perguntando: “O que você quer que Eu lhe faça?” (Marcos 10:51, NVI)

Se esse é o seu caso, ouça o chamado. Lance fora o que ficou para trás. Responda com sinceridade: “Senhor, quero tornar a ver.” Tornar a ver o propósito. Tornar a ver o caminho.
Tornar a ver quem você é em Cristo. E, ao se levantar, não volte para o mesmo lugar. Não busque a velha capa. Siga Jesus pelo caminho, com os olhos restaurados e o coração cheio de fé.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

 

28_sex_mar_25

 

ENTRE DUAS PORTAS: A DECISÃO QUE ABRE O CÉU

“Abram os portões para que entre a nação justa, a nação que se mantém fiel.”
(Isaías 26:2. NVI)

No universo simbólico das Escrituras, poucas imagens são tão recorrentes e significativas quanto a da porta. Portas abrem e fecham realidades. Elas separam espaços, determinam limites e, sobretudo, convidam à decisão. Entrar ou não entrar, abrir ou manter fechada, seguir adiante ou permanecer parado — tudo isso passa por uma porta. A Bíblia apresenta múltiplas dimensões desse símbolo, e entre tantas, duas se destacam em Apocalipse: a porta do coração e a porta do céu.

Em Apocalipse 3:20, Jesus se apresenta do lado de fora da porta, batendo. Ele diz: “Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele, e ele comigo.”  A imagem é íntima, próxima, relacional. Jesus não está diante de multidões, mas diante de um coração. A linguagem é pessoal: “Se alguém ouvir...”. Não se trata de uma imposição ou de uma invasão, mas de um convite amoroso que espera resposta. A porta do coração representa a decisão que cada um de nós precisa tomar: deixar ou não Cristo entrar.

Pouco depois, em Apocalipse 4:1, encontramos uma cena completamente diferente: “Depois disso olhei, e diante de mim estava uma porta aberta no céu.” Ali, João é chamado a subir, a ver, a contemplar a realidade celestial. É a porta da revelação, da adoração, da eternidade. Diferente da primeira, essa porta já está aberta. Ela não depende da ação humana, mas é fruto da graça de Deus que dá acesso ao Seu trono. No entanto, o que conecta as duas portas é o tempo e a ordem: a visão da porta aberta no céu só vem depois da resposta à porta que bate aqui na terra.

Esse paralelismo é profundo. A porta do coração precisa ser aberta agora, no tempo da graça. É a porta da fé, da obediência e da comunhão. Quando ela se abre, Cristo entra, transforma e sela o coração com Sua presença. E então, um dia, o mesmo Cristo — que antes batia do lado de fora — nos chamará de dentro da eternidade, dizendo como disse a João: “Suba para cá”.

Entre uma porta e outra, está toda a jornada espiritual da vida cristã. Uma começa com o ouvir: “Se alguém ouvir a minha voz...”. A outra, com o ver: “Depois disso olhei...”. A porta da fé se abre pelo ouvir; a porta da glória se contempla pelo ver. Primeiro, abrimos a porta da intimidade com Cristo. Depois, Ele mesmo nos convida à eternidade com Ele.

As Escrituras ainda reforçam o simbolismo da porta em outras passagens, como por exemplo: a porta do aprisco, onde Jesus diz: “Eu sou a porta das ovelhas.” (João 10:7, NVI); a porta da oportunidade, mencionada em Apocalipse 3:8 como aquela que ninguém pode fechar; a porta da justiça, onde os salmos dizem: “Pelo Senhor é que o justo entra.” (Salmos 118:20, NVI); e a porta da decisão, onde o coração escolhe abrir ou manter fechada a presença do Salvador.

Portas não falam apenas de passagem, mas de propósito. E cada uma das portas descritas na Palavra aponta para Cristo como o centro: Ele é Aquele que bate, Aquele que convida, Aquele que abre, Aquele que é a própria porta.

Por isso, é necessário dizer: quem ignora a primeira porta, jamais verá a segunda. Aqueles que recusam o convite de Cristo aqui, também não ouvirão a voz que chama “Suba para cá” no grande dia. Por outro lado, aqueles que hoje abrem seu coração a Jesus terão a certeza de que o céu está aberto sobre eles.

Portanto, não há porta mais urgente a ser aberta do que a do coração. Não se trata de emoção passageira, mas de um ato de entrega e fé. E uma vez aberta essa porta, a alma é selada com esperança, pois a eternidade nos aguarda com uma porta já aberta no céu, pronta para receber os que ouviram, creram e se renderam ao chamado do Cordeiro.

27_qui_mar_25

TEVAH — A ARCA DO RECOMEÇO

“Pois vocês morreram, e agora a sua vida está escondida com Cristo em Deus.”
(Colossenses 3:3, NVI)

Na narrativa bíblica, Deus frequentemente se vale de símbolos concretos para revelar verdades espirituais profundas. Um desses símbolos é a arca — ou, no hebraico, “tevah” (תֵּבָה) — que aparece em momentos-chave da história da salvação. Curiosamente, essa palavra aparece apenas duas vezes na Bíblia — e justamente em dois momentos cruciais de preservação e redenção: a arca de Noé e o cesto de Moisés.

A primeira vez que encontramos o termo tevah na Palavra é em Gênesis 6–9, na narrativa do dilúvio. Naquele tempo, o mundo estava mergulhado em corrupção, e o juízo divino se aproximava em forma de águas devastadoras. Contudo, em meio ao caos iminente, Deus instrui Noé a construir uma arca — não apenas uma embarcação, mas um refúgio sagrado, um instrumento de preservação e um sinal da graça.

A tevah seria o meio pelo qual a vida seria protegida, não por mérito humano, mas pela direção e misericórdia do Senhor. Ali, Noé e sua família seriam guardados, não apenas do juízo, mas para um novo começo, um recomeço sob uma nova aliança. Deus não quis apenas poupar Noé; desejava reiniciar a história da humanidade através dele. “Então o Senhor disse a Noé: ‘Entre na arca, você e toda a sua família, porque você é o único justo que encontrei nesta geração.’” (Gênesis 7:1, NVI).

Séculos depois, no livro do Êxodo, a palavra tevah reaparece — agora de forma discreta, porém carregada de significado. Diante da ameaça imposta pelo decreto de Faraó, Joquebede, mãe de Moisés, ao perceber que já não podia mais esconder o filho, toma uma atitude de fé: confecciona um pequeno cesto de papiro, veda-o com betume e piche, e o coloca nas águas do Nilo. À primeira vista, pode parecer um ato de desespero, mas o texto hebraico revela outra dimensão ao empregar novamente o termo tevah — o mesmo utilizado para a arca de Noé.

A escolha desta palavra não é acidental. Assim como a arca preservou Noé e sua família para um novo recomeço, o cesto guardaria Moisés, que mais tarde se tornaria o libertador do povo hebreu. Em ambos os casos, a tevah surge como símbolo do cuidado divino, um ventre simbólico de onde emergem vidas destinadas a restaurar, libertar e renovar a aliança com Deus. “Tendo já três meses, não podendo escondê-lo por mais tempo, pegou um cesto de papiro (tevah), vedou-o com betume e piche, colocou nele o menino e o pôs entre os juncos à margem do Nilo.” (Êxodo 2:3, NVI)

Em ambas as histórias, vemos que a tevah é mais do que uma estrutura física — ela simboliza a mão cuidadosa de Deus, guardando vidas para cumprir Seus propósitos. Deus não livra apenas por livrar; Ele preserva porque está escrevendo uma nova etapa. Ele esconde para depois revelar com poder. Em tempos de ameaça e caos, a tevah torna-se símbolo do cuidado divino, do refúgio em meio ao julgamento e da esperança de novos começos. Noé sai da arca para um mundo renovado; Moisés é tirado das águas para liderar um povo rumo à promessa. A história que começou no Gênesis — com criação, queda e juízo — continua no Êxodo, com libertação, redenção e aliança.

Essas imagens da tevah apontam para algo ainda maior: Cristo, o verdadeiro instrumento de salvação. Assim como Noé foi guardado da destruição dentro da arca, e Moisés protegido da morte no cesto de papiro, nós somos salvos em Cristo — aquele que nos conduz da morte para a vida, do juízo para a graça. Nele encontramos nosso refúgio, segurança e um novo começo. A tevah de ontem era feita de madeira e betume; a de hoje foi levantada sobre uma cruz e selada, não com betume, mas com o sangue eterno do Cordeiro de Deus. “O Senhor é bom, um refúgio em tempos de angústia. Ele protege os que nele confiam.” (Naum 1:7, NVI)

Jesus é a nossa tevah. Em Cristo, somos libertos, transformados e enviados com um propósito. Ele é o nosso lugar seguro, a arca da redenção onde somos preservados pelo poder da graça. Assim como Noé entrou na arca e foi salvo das águas, e Moisés foi colocado no cesto e resgatado da morte, nós fomos colocados em Cristo para sermos guardados da condenação eterna e preparados para uma nova jornada - a Canaã Celestial.  “Eu sou a porta; quem entra por mim será salvo.” (João 10:9, NVI)

A nossa salvação não depende de nossa força ou das circunstâncias que nos cercam, mas de onde estamos colocados. Se estamos em Cristo — se habitamos na tevah que Deus preparou — então nada poderá nos separar do Seu amor e do Seu propósito.

Talvez hoje você se encontre em um momento de insegurança, ameaça ou silêncio. Talvez esteja sendo carregado pelas águas incertas da vida, como Moisés no Nilo. Ou talvez esteja fechado dentro da arca, como Noé, esperando a tempestade passar. Em qualquer dos casos, saiba: se você está em Cristo, está seguro. Deus não apenas protege — Ele conduz. Seu livramento é também o berço de algo novo. “Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas!” (2 Coríntios 5:17, NVI)

A tevah nos ensina que a salvação de Deus nunca vem vazia: ela é cheia de propósito. Seja na madeira bruta da arca, no junco do cesto ou na cruz de Cristo, o livramento sempre aponta para um recomeço.

Que hoje você possa confiar nesse Deus que preserva, prepara e envia. E que, com fé, obediência e esperança, entre e permaneça na tevah eterna — Cristo.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

25-ter-mar-2025

 

 

CORAGEM QUE DESAFIA O FARAÓ


"As parteiras, porém, temeram a Deus e não obedeceram às ordens do rei do Egito; deixaram viver os meninos."  Êxodo 1:17 (NVI)

É intrigante — e profundamente significativo — notar que os primeiros capítulos de Êxodo dão destaque a mulheres que ousaram desafiar o poder de Faraó. Num tempo em que o Egito era a maior potência do mundo e a palavra do rei era lei absoluta, Deus escolheu agir por meio de mulheres aparentemente frágeis, mas espiritualmente firmes e estrategicamente corajosas.

A história de Moisés começa em meio a um cenário de opressão e morte. O Faraó, temendo o crescimento do povo de Israel, ordena a matança dos meninos recém-nascidos hebreus. Diante dessa ordem cruel, Deus levanta mulheres que, com coragem e temor a Ele, desafiam a autoridade do homem mais poderoso da época. Talvez este seja o primeiro ato de desobediência civil registrado na Bíblia — não por rebeldia política, mas por fidelidade espiritual. "Quem teme ao Senhor possui uma fortaleza segura, refúgio para os seus filhos." (Provérbios 14:26, NVI)

As primeiras a se levantar foram as parteiras hebreias, Sifrá e Puá. Ordenadas a matar os meninos durante o parto, elas escolheram obedecer a Deus, e não ao rei. Usaram de sabedoria e ousadia para preservar vidas inocentes. Seu ato foi silencioso, mas poderoso: resistiram com fé e inteligência. Deus se agradou delas e as abençoou com famílias. "É necessário obedecer antes a Deus do que aos homens!" (Atos 5:29, NVI)

Logo depois, vemos a mãe de Moisés, Joquebede, protagonizar outro ato de fé corajosa. Ela esconde o filho por três meses e, não podendo mais ocultá-lo, o coloca num cesto e o deposita no rio. Foi um gesto arriscado, mas também de profunda entrega a Deus. Em vez de aceitar a morte como destino, ela confiou no cuidado divino sobre a vida de seu filho. "Entregue o seu caminho ao Senhor; confie nele, e ele agirá." (Salmos 37:5, NVI)

A cena seguinte é surpreendente. A filha de Faraó, ao ver o bebê hebreu no cesto, decide desobedecer ao decreto de seu próprio pai. Ela não só poupa a criança, como o adota e o cria no palácio. Deus, em Sua soberania, usa justamente alguém da casa do opressor para proteger o libertador de Israel. "Os planos do Senhor permanecem para sempre, os propósitos do seu coração por todas as gerações." (Salmos 33:11, NVI)

Enquanto isso, a irmã de Moisés observa tudo à distância. Quando percebe que a filha de Faraó se compadece do bebê, ela se aproxima com sabedoria e ousadia, sugerindo que uma mulher hebreia o amamente — e chama justamente a mãe do menino. Miriã, mesmo tão jovem, age com rapidez, sensibilidade e coragem. Sua intervenção foi estratégica e decisiva, contribuindo para que Moisés fosse cuidado por sua própria mãe dentro do plano soberano de Deus.
"Ninguém o despreze pelo fato de você ser jovem, mas seja um exemplo para os fiéis..." (1 Timóteo 4:12a, NVI)

Essas mulheres — as parteiras, Joquebede, Miriã e a princesa egípcia — foram instrumentos poderosos nas mãos de Deus. Suas atitudes, movidas por temor, sensibilidade e coragem, foram fundamentais para a preservação de Moisés e, mais adiante, para a libertação do povo de Israel.
Essas histórias nos ensinam que o verdadeiro temor ao Senhor nos leva, muitas vezes, a resistir com fé às injustiças deste mundo. Deus honra aqueles que permanecem fiéis, mesmo quando isso exige coragem, risco e posicionamento contra sistemas opressores. "O Senhor protege todos os que o amam, mas a todos os ímpios destruirá." (Salmos 145:20, NVI)

Não há aqui uma apologia à desobediência civil como prática rebelde ou anárquica, como se o cristão fosse chamado a viver em constante oposição às autoridades. Muito pelo contrário: a Bíblia nos orienta a respeitar e orar pelas autoridades constituídas. Contudo, existem momentos raros e críticos em que obedecer a Deus significa, sim, dizer “não” ao mal — especialmente quando ele se apresenta disfarçado de lei, decreto ou sistema aparentemente legítimo.

Foi o que essas mulheres fizeram. Elas não incitaram revolta, não empunharam armas, não gritaram nas praças. Simplesmente permaneceram fiéis ao Deus da vida, mesmo que isso implicasse ir na contramão das ordens humanas. Elas se levantaram com fé, não com fúria; com propósito, não com protesto. Suas ações foram firmes, silenciosas, convictas e alinhadas com a justiça divina. "O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é entendimento." (Provérbios 9:10, NVI)

Precisamos de mais Joquebedes, dispostas a proteger vidas com coragem e fé, mesmo em tempos difíceis. De mais Sifrás e Puás, que não se dobram diante da injustiça, mas se mantêm fiéis ao Deus da vida. De mais Miriãs, prontas para agir com sabedoria mesmo na juventude. E, por que não, de mais princesas egípcias — pessoas influentes, mas sensíveis, capazes de romper com estruturas de opressão e colaborar com os planos divinos.

Seja na igreja, na família, nas escolas, nos hospitais, nas empresas ou nos palácios da política — Deus continua buscando corações disponíveis, dispostos a se levantar com compaixão, coragem e temor.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

26_qua_mar_25

 

O VERBO QUE FALA, O NOME QUE É


"Disse Deus a Moisés: ‘EU SOU O QUE SOU. É isto que você dirá aos israelitas: EU SOU me enviou a vocês.’" (Êxodo 3:14, NVI)

Na Bíblia, todo falar de Deus tem um propósito. Nenhuma palavra se perde, nenhuma revelação é vazia ou aleatória. Quando Deus fala, algo se move, um destino se revela, uma missão é iniciada. O som da Sua voz não ecoa ao vento inutilmente — Ele encontra sempre um coração preparado para obedecer. "Assim também ocorre com a palavra que sai da minha boca: ela não voltará para mim vazia, mas fará o que desejo e atingirá o propósito para o qual a enviei." (Isaías 55:11, NVI)

Em Êxodo 3, quando Deus chama Moisés no monte Horebe, Ele se apresenta de forma surpreendente: “EU SOU O QUE SOU.” Esse nome vai além de um rótulo — revela a natureza divina. Deus não diz “Eu fui” ou “Eu serei”, mas “EU SOU”, expressando eternidade, constância e presença viva. "Antes de nascerem os montes e de criares a terra e o mundo, de eternidade a eternidade tu és Deus." (Salmos 90:2, NVI)

O nome “EU SOU” é um verbo. Diferente dos nomes descritivos que limitam ou explicam, Deus escolhe um verbo para Se apresentar — ação contínua, existência absoluta. Ele não depende de nada para ser. Ele é por Si mesmo. Ele é eterno, imutável e suficiente.
"Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e para sempre." (Hebreus 13:8, NVI)

Assim como o verbo é essencial para que uma frase faça sentido, esse Verbo divino — o EU SOU — é essencial para que a vida tenha significado. Sem Ele, tudo perde o propósito. Ele é o centro da existência, a base de todas as coisas. "Pois nele vivemos, nos movemos e existimos..." (Atos 17:28a, NVI)

Não é por acaso que João, no evangelho que leva seu nome, usa a mesma linguagem ao se referir a Jesus: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus... E o Verbo se fez carne e habitou entre nós." (João 1:1,14a, NVI). Jesus é a manifestação visível do Deus invisível. O mesmo Verbo eterno que falou com Moisés agora habita entre nós em carne e osso.

Quando Jesus declara: "Antes de Abraão nascer, Eu Sou!" (João 8:58, NVI), Ele está dizendo: “Sou o mesmo Deus que falou com Moisés. Sou eterno. Sou o Verbo que vive.” Isso não é apenas uma declaração teológica — é um convite à fé e à rendição. "Eu e o Pai somos um." (João 10:30, NVI)

Reconhecer que Deus é, transforma nossa forma de viver. Não mais presos ao passado nem ansiosos pelo futuro, confiamos no Deus presente. No sofrimento, Ele é consolo. Na escassez, Ele é provisão. No caos, Ele é paz. "Deus é o nosso refúgio e a nossa fortaleza, auxílio sempre presente na adversidade." (Salmos 46:1, NVI)

Isso também muda a forma como oramos. Oramos não a um Deus distante, mas a um Deus que É — que está conosco, no meio da dor, da dúvida e da caminhada. A oração se torna um diálogo com Aquele que nunca muda e nunca nos abandona. "Clame a mim e eu responderei e direi a você coisas grandiosas e insondáveis que você não conhece." (Jeremias 33:3, NVI)

Portanto, não busquemos encaixar Deus nos nossos planos. Que sejamos nós a nos encaixar no plano dEle. Que nossa vida esteja conectada ao Verbo eterno, aquele que dá sentido, direção e propósito a tudo. "Respondeu Jesus: 'Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim'." (João 14:6, NVI)

O Deus da sarça ardente continua falando. E quando Ele fala, não são apenas palavras — é Ele mesmo se revelando. Que nossos corações estejam sensíveis à voz do EU SOU, que vive, age e transforma. "Hoje, se vocês ouvirem a sua voz, não endureçam o coração." (Hebreus 3:15, NVI)

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

24_seg_mar_25

 

A IGREJA NO PLANO ETERNO DE DEUS

"Ele nos salvou e nos chamou com uma santa vocação, não por causa das nossas obras, mas por causa da sua própria determinação e graça. Esta graça nos foi dada em Cristo Jesus desde os tempos eternos"  (2 Timóteo 1:9, NVI).

Desde o princípio, a Igreja nunca foi apenas um evento histórico, mas uma realidade profética e eterna, concebida no coração de Deus antes mesmo da criação do mundo. A Palavra nos ensina em Efésios 1:4-5: "Porque Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença. Em amor nos predestinou para sermos adotados como filhos por meio de Jesus Cristo, conforme o bom propósito da sua vontade."

Antes que o tempo existisse, Deus já havia determinado um povo para Si, separado para viver em comunhão com Ele. Essa igreja, que não é fruto da vontade humana, mas sim do propósito divino, foi gerada no coração de Deus, sendo formada por aqueles que Ele escolheu para pertencerem ao Seu Reino.

A Igreja não é fruto de uma decisão humana ou de uma circunstância histórica. Ela sempre esteve no plano soberano de Deus, aguardando o momento de sua revelação progressiva. Ao longo das Escrituras, podemos enxergar os sinais dessa manifestação divina sendo construídos ao longo dos séculos.

Em Gênesis 3:15, encontramos a primeira promessa da redenção: "Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua descendência e o descendente dela; este lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar." Esse versículo, conhecido como Protoevangelho, anuncia a vinda de Cristo, aquele que esmagaria a cabeça da serpente e traria salvação para a humanidade. Desde então, Deus começou a preparar um povo para Si, o que futuramente se consolidaria como a Igreja.

Dentro desse plano progressivo, encontramos na arca de Noé uma tipologia clara da Igreja. Assim como a arca serviu como refúgio para aqueles que creram na palavra de Deus e foram preservados do juízo divino, a Igreja representa o abrigo seguro para todos os que confiam em Cristo. 1 Pedro 3:20-21 faz essa conexão ao afirmar que a arca simboliza a salvação que agora temos em Jesus: "Na arca, poucas pessoas, apenas oito, foram salvas por meio da água, e isso representa o batismo que agora também salva vocês – não a remoção da sujeira do corpo, mas o compromisso de uma boa consciência diante de Deus, por meio da ressurreição de Jesus Cristo."

Seguindo esse plano progressivo, Abraão foi chamado para dar origem a uma linhagem separada para Deus. Ele não foi apenas o pai de Israel, mas o pai da fé, apontando para um povo que não seria formado apenas pela descendência natural, mas sim por aqueles que creriam na promessa divina. Gálatas 3:7 confirma isso: "Estejam certos, portanto, de que os que são da fé, estes é que são filhos de Abraão."

Mais tarde, Deus habita entre os homens por meio do tabernáculo e do templo, que serviam como sombra da realidade futura. Ambos representavam a presença de Deus no meio do Seu povo, mas apontavam para algo maior: a Igreja, que se tornaria o verdadeiro templo do Espírito Santo. Paulo esclarece essa verdade em 1 Coríntios 3:16: "Vocês não sabem que são santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vocês?"

Quando Cristo veio ao mundo, Ele chamou discípulos e os treinou para estabelecer o alicerce da Igreja. Seu ministério foi o preparo de um novo povo, não mais baseado em descendência física, mas na fé em Sua obra redentora. Como Ele mesmo declarou em João 10:16: "Tenho outras ovelhas que não são deste aprisco. É necessário que eu as conduza também. Elas ouvirão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor."

Com Sua morte e ressurreição, Cristo estabelece o fundamento inabalável da Igreja. Foi através de Seu sacrifício que a porta foi aberta para judeus e gentios serem reconciliados em um só corpo. Efésios 2:14 explica: "Pois ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um e destruiu a barreira, o muro de inimizade."

Finalmente, no Pentecostes (Atos 2), a Igreja é manifestada de forma visível e poderosa na Terra, quando o Espírito Santo desce e capacita os discípulos a cumprirem a missão de pregar o Evangelho. Ali não nascia algo novo, mas se revelava o que Deus já havia planejado desde a eternidade.

Por isso, não podemos limitar o início da Igreja ao Pentecostes, pois sua origem está na mente eterna de Deus. A Igreja sempre existiu no propósito divino e foi sendo revelada de maneira progressiva até sua plena manifestação. Como disse Jesus em Mateus 16:18: "E eu lhe digo que você é Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do Hades não poderão vencê-la."

A Igreja não é um prédio, uma organização ou uma ideia humana. Ela é o corpo vivo de Cristo, formado por todos aqueles que foram chamados para a redenção. Como Colossenses 1:18 afirma: "Ele é a cabeça do corpo, que é a igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a supremacia."

E essa Igreja segue firme, avançando até o dia glorioso em que Cristo voltará para buscar Sua noiva – a Igreja fiel –  e consumar Seu Reino. Apocalipse 19:7 proclama: "Regozijemo-nos! Vamos alegrar-nos e dar-lhe glória! Pois chegou a hora do casamento do Cordeiro, e a sua noiva já se aprontou."

Que possamos viver como essa Igreja gloriosa, conscientes de que fazemos parte de um plano eterno, cuja fundação não está em mãos humanas, mas na soberania de Deus.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

23_dom_mar_25

 

O PERIGO DO ORGULHO

"Não fiquem orgulhosos nem esqueçam o SENHOR, nosso Deus, que os tirou do Egito, onde vocês eram escravos" (Deuteronômio 8:14 - NTLH).

Esse versículo traz um alerta solene contra o orgulho. Deus sabia que, ao prosperarem na terra prometida, os israelitas poderiam esquecer que toda a sua vitória e provisão vieram d'Ele. O orgulho faz o coração se exaltar, levando o homem a acreditar que suas conquistas são fruto apenas de seu próprio esforço. Esse esquecimento de Deus leva à ingratidão e ao afastamento da fé. O mesmo princípio vale para os dias de hoje: quando nos tornamos autossuficientes, corremos o risco de deixar Deus de lado, esquecendo que sem Ele nada podemos fazer.

O orgulho pode ter diferentes conotações. Em alguns contextos, representa dignidade e brio, mas na Bíblia, geralmente está associado à soberba e à arrogância. O problema do orgulho surge quando ele gera autossuficiência e afasta o homem de Deus. Em Deuteronômio, o Senhor advertiu Israel sobre esse perigo: "Não sigam outros deuses, dos povos ao seu redor, pois o Senhor, o seu Deus, que está no meio de vocês, é Deus zeloso; a ira do Senhor se acenderá contra vocês, e Ele os eliminará da face da terra" (Deuteronômio 6:14).

O orgulho poderia fazer com que o povo se esquecesse de que foi Deus quem os sustentou no deserto. Durante quarenta anos, o Senhor proveu água, pão e proteção, mas, ao chegarem à terra da promessa, havia o risco de atribuírem suas vitórias à própria força. Moisés os alertou para que não se deixassem enganar por essa falsa segurança. Como está escrito: "Vocês se lembrarão de que foi o Senhor, o seu Deus, que os conduziu por todo o caminho no deserto durante estes quarenta anos, para humilhá-los e pô-los à prova, a fim de que fosse manifestado o que estava em seus corações" (Deuteronômio 8:2).

A entrada na terra prometida exigiria grandes batalhas, e sua única chance de vitória estava na confiança no Senhor. No entanto, se o orgulho tomasse conta de seus corações, levando-os a crer que suas conquistas eram resultado de sua própria força, seriam destruídos. A Bíblia nos ensina que confiar excessivamente em si mesmo, sem reconhecer a soberania de Deus, é um caminho perigoso. "O orgulho vem antes da destruição; o espírito altivo, antes da queda" (Provérbios 16:18).

Deus advertiu que, se o povo se esquecesse d’Ele e seguisse outros deuses, enfrentaria destruição. O orgulho leva à autossuficiência, e a autossuficiência resulta na queda. "Se vocês se esquecerem do Senhor, o seu Deus, e seguirem outros deuses, prestando-lhes culto e curvando-se diante deles, asseguro-lhes hoje que vocês serão destruídos" (Deuteronômio 8:19).

Esse alerta continua válido para os dias atuais. Quando o homem se exalta e confia mais em sua própria força do que no Senhor, ele se distancia da fonte da verdadeira vida. A prosperidade, sem reconhecimento da graça divina, pode levar ao declínio espiritual e, eventualmente, à ruína completa.

O orgulho é um inimigo silencioso que afasta o homem de Deus e o leva à destruição. A advertência de Deuteronômio 8:11-20 nos ensina a lembrar sempre de quem nos sustenta e a reconhecer que todas as nossas conquistas vêm do Senhor. A humildade nos mantém no caminho certo, garantindo que nossa confiança esteja sempre na graça e na fidelidade de Deus.

Que possamos, como povo de Deus, permanecer vigilantes para que o orgulho não tome espaço em nossos corações. Que possamos lembrar diariamente que nossa força, nossos recursos e nosso sucesso são fruto da bondade e misericórdia do Senhor. Afinal, como está escrito: "A soberba do homem o humilha, mas o humilde de espírito obtém honra." (Provérbios 29:23).

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

22_sab_mar_25

 

VENCENDO GIGANTES

"Vocês já ouviram falar dos anaquins, uma raça de gigantes fortes que moram naquela terra; pois todos dizem: 'Ninguém pode derrotar os anaquins'" (Deuteronômio 9:2, NTLH).

Nossa jornada de fé sempre será marcada por batalhas. Desde os tempos bíblicos, os gigantes representam não apenas inimigos físicos, mas também os desafios que parecem intransponíveis. Eles impõem medo, desencorajam e fazem com que muitos desistam antes mesmo de tentar. Israel enfrentou esse temor quando estava prestes a entrar na Terra Prometida. Os anaquins eram temidos por sua estatura e força, e muitos acreditavam ser impossível derrotá-los.

Aos olhos dos homens, os gigantes são inatingíveis, mas aos olhos de Deus, eles já foram derrotados. Moisés lembrou ao povo que eles não entrariam na terra prometida pela força própria, mas porque o Senhor ia à frente deles como fogo consumidor, destruindo os inimigos. "Mas agora saibam que o Senhor, seu Deus, irá à sua frente como fogo devorador. Ele os destruirá, e vocês os expulsarão rapidamente, como o Senhor prometeu" (Deuteronômio 9:3, NTLH)

Essa promessa mostra que Deus não apenas luta por nós, mas vai adiante de nós, abrindo o caminho e removendo os obstáculos que parecem intransponíveis. Muitas vezes, encaramos situações que parecem impossíveis de superar — enfermidades, dificuldades financeiras, crises familiares ou desafios emocionais — mas, assim como Deus garantiu a vitória a Israel, Ele também nos assegura que nada pode nos impedir quando caminhamos pela fé.

Um dos maiores exemplos bíblicos de alguém que enfrentou um gigante foi Davi. Aos olhos humanos, ele não tinha chance contra Golias. Era apenas um jovem pastor, sem armadura, sem treinamento militar, enquanto Golias era um guerreiro experiente, armado da cabeça aos pés. No entanto, Davi carregava algo que seu inimigo não possuía: confiança absoluta em Deus. "Davi, porém, disse ao filisteu: 'Você vem contra mim com espada, com lança e com dardo, mas eu vou contra você em nome do Senhor dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem você desafiou'"  (1 Samuel 17:45, NVI).

Davi não olhou para a estatura de Golias, nem para suas armas. Ele olhou para Deus. Ele entendeu que a batalha não era dele, mas do Senhor. E essa é a chave para vencermos nossos próprios gigantes: tirar os olhos do problema e fixá-los no Deus que nos dá a vitória.

Ao longo da história bíblica, vemos Deus lutando pelo Seu povo. Mas há um padrão: a vitória sempre pertence àqueles que confiam e obedecem. Quando o povo de Israel se desviava do Senhor, eram derrotados. Quando confiavam n’Ele, venciam.

Assim como Davi não recuou diante de Golias, nós também somos chamados a avançar, mesmo quando as circunstâncias parecem desfavoráveis. "Porque todo aquele que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé" (1 João 5:4, ARA).

Que gigantes você está enfrentando hoje?  Talvez seja um problema de saúde, uma crise no casamento, um desafio financeiro ou um medo interior que te paralisa. O inimigo quer que você acredite que não há saída, que você está sozinho e que a derrota é inevitável. Mas a Palavra de Deus diz o contrário!

Não lute com suas próprias forças. Lute com a força do Senhor! Ele já prometeu que vai adiante de você como fogo consumidor. Assim como entregou os anaquins nas mãos de Israel e derrubou Golias diante de Davi, Ele é poderoso para te dar a vitória.

Portanto, avance! Não olhe para a grandeza do gigante, mas para a fidelidade do Deus que luta por você. A batalha já está ganha.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

21_sex_mar_25

 

ADAPTANDO-SE A TODA E QUALQUER CIRCUNSTÂNCIA

"Mantenha longe de mim a falsidade e a mentira; não me dês nem pobreza nem riqueza; dá-me apenas o alimento necessário. Se eu tiver demais, posso te negar e dizer: ‘Quem é o Senhor?’ Se eu ficar pobre, posso vir a roubar, desonrando, assim, o nome do meu Deus." Provérbios 30:8-9 (NVI)

O contentamento é um dos maiores desafios do ser humano. Parece que, independentemente do quanto temos, sempre buscamos mais. Nossa sociedade nos bombardeia constantemente com a ideia de que a felicidade está ligada a possuir mais, alcançar mais, ser mais. Basta observar o frisson causado pelo lançamento de um novo iPhone. Todos os anos, centenas de pessoas enfrentam filas durante a madrugada para garantir o modelo mais recente, mesmo tendo em mãos um aparelho praticamente idêntico ao anterior. Isso reflete um padrão de insatisfação que parece nunca ter fim. Mas será que a felicidade realmente está no que possuímos? O que a Bíblia nos ensina sobre viver com contentamento?

A Palavra de Deus nos instrui a nos contentarmos com o que temos e a vivermos livres da avareza. Em Hebreus 13:5, lemos: "Conservem-se livres do amor ao dinheiro e contentem-se com o que vocês têm, porque Deus mesmo disse: ‘Nunca o deixarei, nunca o abandonarei’”. Esse versículo nos lembra de que nossa segurança não está nos bens materiais, mas em Deus, que nos sustenta. Ele é nossa fonte verdadeira de provisão e cuidado.

No entanto, contentamento não significa simplesmente aceitar qualquer situação sem buscar crescimento. Há uma diferença fundamental entre contentamento e conformismo. O contentamento é uma atitude do coração que nos permite encontrar paz e gratidão em todas as circunstâncias, confiando que Deus está no controle. Conformismo, por outro lado, pode nos levar à estagnação e à falta de iniciativa para buscar mudanças legítimas e necessárias. O apóstolo Paulo entendeu isso muito bem. Ele declarou em Filipenses 4:11-12: "Aprendi a adaptar-me a toda e qualquer circunstância. Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito ou passando necessidade". O segredo de Paulo não estava na sua situação financeira ou no conforto de sua vida, mas na sua dependência de Deus.

Muitas vezes, caímos na ilusão de que seremos felizes quando alcançarmos determinada conquista — um emprego melhor, uma casa maior, um salário mais alto. Mas Jesus nos alerta em Lucas 12:15: "Cuidado! Fiquem de sobreaviso contra todo tipo de ganância; a vida de um homem não consiste na quantidade dos seus bens”. A verdadeira alegria e paz não vêm do que possuímos, mas da confiança em Deus. O estado da alma, à luz da Bíblia, não é determinado por circunstâncias externas, mas pela convicção de que o Senhor é suficiente.

O contentamento genuíno não nasce do esforço humano, mas é um fruto da ação do Espírito Santo em nós. Somente Ele pode transformar nosso coração para que enxerguemos além das circunstâncias e encontremos paz em Cristo. Quando Jesus habita em nós, o contentamento passa a ser uma realidade diária. Isso não significa aceitar passivamente as dificuldades, mas ter a certeza de que Deus está nos sustentando e fortalecendo em cada situação. Paulo entendeu essa verdade quando escreveu em 2 Coríntios 12:9: “Mas ele me disse: ‘Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza’”. Em meio às lutas, ele encontrou contentamento, pois sabia que Deus era sua verdadeira fonte de força.

Ao vivermos dessa forma, impactamos aqueles ao nosso redor. Um coração verdadeiramente satisfeito em Deus se torna um testemunho vivo do que Cristo fez por nós. Quando não estamos presos ao desejo de ter mais, mostramos ao mundo que há algo muito maior e mais valioso do que qualquer bem material: a paz que vem de Deus. 1 Timóteo 6:6 nos lembra que "a piedade com contentamento é grande fonte de lucro". Esse é o lucro que não se perde, que não se desgasta com o tempo e que não pode ser comprado.

Diante disso, pergunto: onde está sua satisfação? Você tem buscado contentamento nas coisas deste mundo ou naquilo que é eterno? A verdadeira alegria não está no que possuímos, mas em quem possuímos. Se sua alma tem se sentido vazia, ansiosa por mais, é hora de entregar tudo nas mãos de Deus e confiar que Ele é suficiente. Que você possa buscar contentamento n’Ele e viver com paz, gratidão e confiança, sabendo que, independentemente das circunstâncias, você já tem o maior tesouro: Cristo.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

20_qui_mar_25

 

 AS SUAS BATALHAS SÃO DE DEUS

"Não tenha medo deles, pois o Senhor, o seu Deus, é quem lutará por vocês" (Deuteronômio 3:22, NVI).

A vida nos coloca diante de batalhas constantes. Enfrentamos desafios financeiros, problemas familiares, crises emocionais e dificuldades espirituais que, muitas vezes, parecem nos cercar por todos os lados. A sensação de impotência pode ser avassaladora, como se não houvesse saída ou solução à vista. Quando olhamos para as circunstâncias, o medo se instala e nos paralisa. Mas a Palavra de Deus nos lembra de uma verdade poderosa: não estamos sozinhos.

O rei Ezequias e o povo de Judá vivenciaram essa realidade quando Jerusalém foi cercada pelo poderoso exército assírio. Humanamente falando, não havia saída. Os assírios eram conhecidos por sua brutalidade e já haviam conquistado inúmeras nações. Convencidos de que a vitória era certa, zombaram de Deus e tentaram enfraquecer a confiança do povo, afirmando que ninguém poderia livrá-los. Quantas vezes o inimigo usa essa mesma estratégia contra nós? Lança dúvidas, sussurra que não há solução, que nossa fé é inútil e que a derrota é inevitável. Mas essa é uma mentira. A história de Ezequias nos ensina que o nosso Deus tem a última palavra.

Diante da ameaça, Ezequias não buscou alianças humanas nem confiou em sua própria força. Ele tomou a atitude mais sábia que poderia tomar: levou sua causa diretamente a Deus. A Bíblia nos diz que ele subiu ao templo, abriu a carta com as ameaças assírias diante do Senhor e orou. Em outras palavras, entregou o problema completamente a Deus, reconhecendo que só Ele poderia trazer a solução. E Deus agiu de maneira sobrenatural. Durante a noite, um anjo do Senhor passou pelo acampamento assírio e destruiu 185 mil soldados. Quando o sol nasceu, o inimigo já estava derrotado sem que Judá precisasse levantar uma espada.

A intervenção divina na história de Ezequias não foi um evento isolado. Ao longo das Escrituras, vemos inúmeros relatos de batalhas vencidas não pela força humana, mas pelo agir de Deus. Josafá enfrentou um exército imenso, mas ao invés de recorrer a estratégias militares, ordenou que os levitas fossem à frente do exército louvando ao Senhor. Enquanto adoravam, Deus confundiu os inimigos, que acabaram se destruindo entre si. Moisés e o povo de Israel estavam encurralados diante do Mar Vermelho, sem saída aparente, mas Deus ordenou que seguissem em frente e abriu um caminho no meio das águas. Essas histórias nos mostram que, quando confiamos no Senhor, Ele luta por nós de maneiras que vão além do nosso entendimento.

No entanto, a confiança em Deus não significa passividade. Ele nos chama a agir, mas a agir com fé. A oração de Ezequias, o louvor de Josafá e a obediência de Moisés foram respostas de confiança absoluta no poder de Deus. Quantas vezes tentamos lutar sozinhos, carregando fardos que não foram feitos para serem suportados por nossas próprias forças? Quantas vezes nos desgastamos tentando encontrar soluções quando Deus simplesmente nos convida a entregar, confiar e descansar n’Ele? A Bíblia nos exorta: "Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus" (Filipenses 4:6, NVI).

Isso não significa que devemos ignorar os problemas ou deixar de nos planejar. A diferença está em onde colocamos nossa confiança. Jesus nos ensinou que a ansiedade não acrescenta nada à nossa vida, pois nosso Pai celestial conhece nossas necessidades antes mesmo de pedirmos. O segredo para viver em paz não está na ausência de batalhas, mas na certeza de que Deus está no controle de todas elas.

Diante dos desafios, a questão que devemos nos fazer não é “como vou vencer essa batalha?”, mas sim “estou confiando que Deus já está lutando por mim?”. A mesma promessa feita a Ezequias e ao povo de Judá continua válida hoje: "Não tenham medo nem desanimem por causa desse exército enorme, pois a batalha não é de vocês, mas de Deus" (2 Crônicas 20:15, NVI).

Independentemente do que você esteja enfrentando, lembre-se de que o Senhor luta por aqueles que confiam n’Ele. Descanse na certeza de que Ele é o seu refúgio e fortaleza. Não lute sozinho. Deus já declarou que Ele peleja por você.

 

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

Pr. Décio Fonseca

19_qua_mar_25

 

DEUS ESCOLHE O IMPROVÁVEL

"Muitos que são os primeiros serão os últimos, e muitos que são os últimos serão os primeiros." (Mateus 19:30, NVI).

Você já se sentiu desprezado, esquecido ou sem propósito? Já olhou ao redor e pensou que nunca seria capaz de realizar algo significativo? Se sua resposta for sim, saiba que não está sozinho. A Bíblia está repleta de histórias de pessoas improváveis, homens e mulheres que o mundo descartou, mas que Deus escolheu para cumprir Seus propósitos. Enquanto os homens valorizam força, posição e aparência, Deus vê o coração e escolhe aqueles que parecem pequenos aos olhos do mundo para realizar grandes obras.

Ao longo da história bíblica, vemos esse padrão se repetir. Abel, mesmo sendo o filho mais novo, ofereceu um sacrifício com fé e sinceridade, e por isso foi aceito por Deus. "Pela fé, Abel ofereceu a Deus um sacrifício superior ao de Caim" (Hebreus 11:4, NVI). Jacó, escolhido para carregar a promessa, contrariou a tradição humana ao receber a bênção que, aos olhos do mundo, pertenceria ao seu irmão Esaú. "O mais velho servirá ao mais novo" (Gênesis 25:23, NVI). José, o penúltimo dos filhos de Jacó, foi desprezado pelos irmãos, vendido como escravo e humilhado, mas Deus o exaltou, tornando-o governador do Egito.

Moisés, o mais novo entre seus irmãos, enfrentava dificuldades na fala e temia o chamado divino, mas Deus o escolheu para libertar Israel do Egito. "Certamente estarei com você" (Êxodo 3:12, NVI). Gideão, de uma família humilde, se via como o menor de sua casa e, ainda assim, foi chamado para liderar Israel contra os midianitas. "O Senhor é contigo, poderoso guerreiro" (Juízes 6:12, NVI). Davi, o caçula, sequer foi considerado pelo próprio pai quando Samuel buscava um rei para Israel, mas Deus o escolheu para derrotar Golias e governar Seu povo

Salomão, que não era o primogênito de Davi, foi o escolhido para governar Israel e construir o templo, recebendo de Deus um coração sábio e discernimento. "Eu lhe darei um coração sábio e discernimento" (1 Reis 3:12, NVI). O filho mais novo da parábola do filho pródigo desperdiçou tudo, mas ao se arrepender encontrou o amor e o perdão do pai, mostrando que Deus sempre está pronto para restaurar aqueles que retornam a Ele. "Estava morto e voltou à vida; estava perdido e foi achado" (Lucas 15:32, NVI). Timóteo, jovem e inexperiente, foi chamado para ser líder da igreja primitiva, provando que Deus não despreza a juventude, mas capacita aqueles que se entregam a Ele.

Olhando para todas essas histórias, percebemos um padrão: Deus não escolhe segundo os critérios humanos. Enquanto os homens valorizam o mais forte, o mais habilidoso, o mais influente, Deus vê o coração e usa aqueles que o mundo considera fracos para confundir os sábios. "O Senhor desfaz os planos das nações e frustra os propósitos dos povos. Mas os planos do Senhor permanecem para sempre, os propósitos do seu coração, por todas as gerações" (Salmos 33:10-11, NVI).

Talvez você se sinta pequeno, incapaz ou sem importância. Talvez já tenha sido rejeitado, desacreditado ou colocado de lado. Mas Deus vê em você algo que os olhos humanos não podem enxergar. Ele transforma fraqueza em força, humilhação em honra e desprezo em propósito. "A minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza" (2 Coríntios 12:9, NVI). Não importa se você foi esquecido por outros, Deus jamais se esquece de você.

Se Ele escolheu Abel em vez de Caim, Jacó em vez de Esaú, José em vez de seus irmãos, Moisés apesar de sua insegurança, Gideão apesar de seu medo, Davi apesar de sua juventude, Salomão apesar de sua inexperiência, e Timóteo apesar de sua pouca idade, o que o impede de escolher você? "Porque Deus não escolheu vocês por serem mais numerosos que os outros povos, pois eram o menor de todos. Mas foi porque o Senhor os amou e cumpriu o juramento que fez aos seus antepassados" (Deuteronômio 7:7-8, NVI).

O que nos qualifica não é nossa força ou capacidade, mas a graça de Deus. Se hoje você se sente pequeno diante dos desafios da vida, lembre-se de que Deus ama escolher o improvável para realizar o impossível. "Tudo é possível para aquele que crê" (Marcos 9:23, NVI). Confie n’Ele, entregue suas inseguranças em Suas mãos e permita que Ele revele o propósito que tem para sua vida.

Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.

18_ter_mar_2025

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